QUAL É A SUA FORNALHA ARDENTE?
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QUAL É A SUA FORNALHA ARDENTE?
Texto bíblico: Daniel 3
Hino: Fiel a toda prova, Chance Luiz Claudio
Propósito: Confiar plena e absolutamente que Deus estará conosco nos momentos de dificuldades e provação.
Princípio doutrinário: A soberania de Deus.
Leitura adicional: Profetas e Reis, capítulo 41, “A fornalha ardente”.
INTRODUÇÃO
Queridos amigos e irmãos em Cristo, sem dúvidas, posso afirmar que todos os presentes nesta noite já passamos ou estamos passando por momentos difíceis. Os motivos podem ser diferentes assim como a quantidade de pessoas presentes aqui. Pode ter sido um pequeno desafio, mas, mesmo assim é um desafio.
Talvez a provação que você teve tirou suas forças e destruiu suas esperanças! Por isso, agradeço a Deus por estamos juntos para buscar conforto na Palavra de Deus, tendo como base a história bíblica de Daniel 3. Nessa passagem, encontramos um exemplo vivo de como três jovens hebreus, Ananias, Misael e Azarias, os quais tiveram os nomes mudados para Sadraque, Mesaque e Abede-nego, permaneceram firmes na fé, mesmo em meio à adversidade. A fidelidade desses três jovens realmente passou pela prova de fogo. Por meio desse relato, poderemos extrair ensinos valiosos para nossas vidas e fortalecer nossa fidelidade a Deus em diferentes situações.
CONTEXTO
Você deve estar lembrado que Nabucodonosor havia tido duas oportunidades de se familiarizar com o verdadeiro Deus. Primeiramente, ele tinha provado os jovens hebreus e os havia achado dez vezes mais sábios do que os sábios de Babilônia. Em seguida, depois que todos os outros especialistas falharam em lembrá-lo de seu sonho, Daniel relatou a ele os pensamentos de sua mente, o sonho e sua interpretação. Por fim, o rei havia reconhecido a superioridade do Deus de Daniel. A interpretação divina do sonho assegurava que Babilônia era apenas a cabeça de ouro, sucedida por outros reinos, simbolizados por outros metais inferiores. A imagem erguida na planície de Dura, contudo, era toda de ouro, da cabeça aos pés, indicando a rebelião de Nabucodonosor contra o decreto do Altíssimo. O rei estava determinado a fazer seu império durar para sempre.
Que extraordinária representação da natureza humana, que facilmente se esquece das impressões feitas por Deus! A aceitação da verdade divina hoje não garante que amanhã não voltemos às antigas atitudes. Essas lições anteriores da teologia não impediram Nabucodonosor de voltar à idolatria. Por quê? Provavelmente, por causa do orgulho. O ser humano pecaminoso resiste em reconhecer o fato de que suas realizações materiais e intelectuais são vaidade e estão condenadas ao desaparecimento. Às vezes, podemos agir como pequenos “Nabucodonosores”, ao darmos demasiada atenção às nossas realizações e nos esquecermos de como são insignificantes diante da eternidade.
I – A FIDELIDADE A DEUS EM MEIO À PROVAÇÃO
VAMOS LER DANIEL 3.1. O contexto dessa passagem é o relato do rei Nabucodonosor que ordena que todos em seu reino adorem uma estátua de ouro que ele havia erguido. No entanto, os três jovens hebreus se negaram a adorá-la devido à sua fé no único e verdadeiro Deus.
Quando confrontados com a ameaça de serem lançados em uma fornalha ardente, por se negarem a adorar a estátua, Ananias, Misael e Azarias responderam com uma corajosa declaração de fidelidade. Permita-me destacar alguns aspectos que a resposta deles inclui:
1. Em Daniel 3:17, eles dizem: “Pois, se o nosso Deus, a quem adoramos quiser, ele poderá nos salvar da fornalha e nos livrar do seu poder, ó rei”. Essa afirmação revela a fé inabalável que esses jovens tinham em Deus e sua convicção de que Ele era capaz de salvá-los de qualquer circunstância. Apesar de estarem enfrentando a morte certa, eles não hesitaram em afirmar sua lealdade e compromisso com Deus.
2. E em Daniel 3:18, os jovens concluem com convicção: “E mesmo que ele não nos livre, fique sabendo, ó rei, que não prestaremos culto aos seus deuses, nem adoraremos a imagem de ouro que o senhor levantou”. Esses rapazes estavam dispostos a dar sua vida mesmo se o Senhor não os protegesse das mãos do rei, mas de nenhuma forma adorariam outro que não fosse o seu Deus.
A fé em Deus envolve uma entrega completa e confiança absoluta em Seu poder e providência, fé verdadeira é deixar Deus ser Deus, saber que Ele é soberano, Ele sabe o melhor. Sei que isso é fácil de falar, mas difícil de praticar principalmente quando você recebe o diagnóstico de que a doença do seu filho não tem cura, que o câncer está presente em uma das mamas ou na próstata, que seu marido perdeu o emprego e as contas não para de chegar.
II – A FIDELIDADE A DEUS EM MEIO À PRESSÃO SOCIAL
Vamos deixar essa época por um momento e nos concentrar no presente. Vivemos tempos em que a pressão social é cada vez mais intensa. Muitas garotas aceitam sair com alguém simplesmente porque suas amigas estão fazendo o mesmo. Outros colam nas provas porque seus colegas fazem. Muitos jovens fazem sexo antes do casamento simplesmente porque seus amigos também fazem. Parece que o lema é: “se todos estão fazendo, por que eu não?”
No versículo 18, vemos que os três jovens permaneceram firmes em sua fé, mesmo quando todos os outros se prostraram diante do ídolo. Ellen White destaca: “A fidelidade pessoal e a responsabilidade individual são necessárias” (Testemunhos para a Igreja 4, p. 186). E através dessa fidelidade e lealdade individual “Mediante a fidelidade de seus filhos, Deus fora glorificado em toda a Terra” (Profetas e Reis, p. 260). Frequentemente, podemos enfrentar a pressão de nos conformar com os padrões do mundo, mas devemos lembrar que nossa lealdade deve ser sempre para Deus. A resposta dos jovens mostra sua determinação de permanecer fiéis à sua fé e não se comprometer, mesmo em meio à pressão social e às consequências que poderiam enfrentar.
A fidelidade a Deus em meio à pressão social resultou em sacrifício e renúncia. Podemos enfrentar a zombaria, a exclusão ou mesmo a perseguição ao nos mantermos fiéis à nossa fé. No entanto, a recompensa por permanecer leais a Deus é muito maior que qualquer recompensa temporária que possamos obter ao nos conformar com as normas do mundo.
A fidelidade a Deus em meio à pressão social permite sermos um testemunho vivo de Seu amor e verdade num mundo que se distancia cada vez mais Dele. Nossa coragem e perseverança na fé podem inspirar outros a buscar e seguir a Deus, mesmo quando enfrentam dificuldades semelhantes.
III – FIDELIDADE NO POUCO E NO MUITO
Quando passamos por provas por causa do sábado, alimentação, fidelidade nos negócios, isso nos capacita para as dificuldades que virão no futuro, pois como conhecemos a estátua será erguida novamente, não a estátua de Nabucodonosor, mas a imagem da besta, e que não adora-la será morto (Ap. 13:11-18).
De acordo com o calendário profético, estamos vivendo nos últimos dias da História da Terra. Apocalipse 13 anuncia que os habitantes da Terra serão chamados a adorar a imagem da besta. Essa entidade fará com que “todos, os pequenos e os grandes, os ricos e os pobres, os livres e os escravos” recebam “certa marca sobre a mão direita ou sobre a fronte” (Ap 13:16).
O Apocalipse declara que seis categorias de pessoas oferecem sua lealdade à imagem da besta: “os pequenos e os grandes, os ricos e os pobres, os livres e os escravos”. O número da besta, que é 666, também enfatiza o número seis. Isso mostra que a estátua erguida por Nabucodonosor é justamente uma ilustração do que a Babilônia escatológica fará nos últimos dias (veja em Daniel 3:1 os números seis e sessenta). Portanto, fazemos bem em prestar muita atenção ao que ocorre nessa narrativa e como Deus conduz de modo soberano os assuntos do mundo.
“Os tempos de provação que estão diante do povo de Deus reclamam uma fé que não vacile. Seus filhos devem tornar manifesto que Ele é o único objeto do seu culto, e que nenhuma consideração, nem mesmo o risco da própria vida, pode induzi-los a fazer a mínima concessão a um culto falso. Para o coração leal, as leis de homens pecaminosos e finitos se tornam insignificantes ao lado da Palavra do eterno Deus. A verdade será obedecida, embora o resultado seja prisão, exílio ou morte” (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 512, 513).
Se hoje sedemos a pressão de estudar na sexta-feira à noite, se as vezes participamos de festa junina e halloween porque vale ponto, se ficamos com as pernas tremendo quando o encarregado pede para trabalhar aos sábados, se temos vergonha de dizer que não comemos carne de porco, como suportaremos as provas que virão?
IV – ONDE ESTAVA DANIEL?
Um ponto que merece destaque é a evidente ausência de Daniel. Comentaristas cristãos e o Talmude têm apresentado várias hipóteses para o motivo da sua ausência: (1) Daniel estaria viajando a negócios; (2) ele tinha permissão do rei para se ausentar; (3) ele estava com a moral tão alta com Nabucodonosor que ninguém ousava reclamar dele; (4) sua presença pode não ter sido exigida; (5) pode ser que estivesse doente; (6) Daniel não fazia mais parte do governo; (7) ele estava presente e se prostrou rapidamente diante da imagem, mas o Senhor não permitiu que seu nome fosse mencionado aqui por causa da sua fidelidade futura; (8) Deus manteve Daniel distante para que o povo não dissesse que havia sido “libertado por seus méritos”; (9) Daniel evitou a cena para não cumprir a seguinte profecia: “As imagens de escultura de seus deuses queimarás” (Dt 7:25); (10) Nabucodonosor “permitiu Daniel se ausentar, para que o povo não dissesse que ele queimou o seu deus no fogo” (Este resumo foi extraído de Peter A. Steveson, Daniel, Greenville, SC: Bob Jones University Press, 2008, p. 56).
III – A RECOMPENSA PELA FIDELIDADE A DEUS É UM TESTEMUNHO
Depois que Sadraque, Mesaque e Abede-Nego foram lançados na fornalha ardente por se negarem a adorar a estátua do rei Nabucodonosor, o rei se surpreende ao ver que os três homens não apenas sobreviveram, mas caminhavam livremente em meio ao fogo sem sofre nenhum dano. Em resposta a esse milagre, o rei declara: “Que o Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego seja louvado! Ele enviou o seu anjo e salvou os seus servos, que confiam nele. Eles não cumpriram a minha ordem; pelo contrário, escolheram morrer em vez de se ajoelhar e adorar um deus que não era o deles” (Daniel 3:28).
Em Isaias 43:1-3 diz: “Quando você passar pelas águas, eu estarei com você; quando passar pelos rios, eles não o encobrirão; quando passar pelo fogo, você não se queimará; as chamas não o deixarão em brasas. Pois eu sou o SENHOR, o seu Deus, o Santo de Israel, o seu Salvador.”
Isso acontece com todos? Claro que não, sabemos da morte de muitos santos por amor a Deus, Isaias, João Batista, Estevão, Paulo, Pedro, Tiago e o próprio Jesus Cristo, mas precisamos ficar firmes.
CONCLUSÃO
O versículo 29 mostra que a fidelidade dos três jovens foi um testemunho poderoso para o rei e todos os presentes.
A fidelidade dos jovens impactou a vida do rei: Em Daniel 3:29, encontramos uma afirmação poderosa sobre a fidelidade a Deus como testemunho para os outros. Depois que o rei Nabucodonosor presenciou o milagre dos jovens libertados da fornalha ardente, ele emitiu um decreto reconhecendo e exaltando o Deus dos jovens hebreus. O versículo diz: “Por mim, pois, é feito um decreto, pelo qual todo povo, nação e língua que disser blasfêmia contra o Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego seja despedaçado, e as suas casas sejam feitas um monturo; porquanto não há outro deus que possa livrar como este”.
A fidelidade a Deus e o testemunho de Seu poder podem influenciar aqueles ao nosso redor: A postura corajosa de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego em se recusar a adorar qualquer outro deus e confiar no poder de Deus para salvá-los não somente impactou o rei Nabucodonosor, mas toda a nação.
O testemunho de fidelidade a Deus pode impactar poderosamente os outros: Quando vivemos em obediência e fidelidade a Deus, nossa vida se torna um testemunho vivo de Seu amor, poder e graça. Nosso exemplo de fidelidade pode inspirar outros a buscar a Deus e seguir Sua vontade. Nossa fidelidade pode despertar perguntas, gerar curiosidade e abrir portas para compartilhar o evangelho com outras pessoas.
APELO
Eles não se aproveitaram das circunstâncias para racionalizar seu compromisso com o Deus verdadeiro. Eles poderiam simplesmente ter racionalizado sua decisão a fim de evitar um confronto com o rei: “Vamos nos prostrar diante dessa imagem, mas em nosso coração, permaneceremos fiéis a Deus. Quem se importará com isso?” Mas eles não agiram assim.
Amigos, a história de Sadraque, Mesaque e Abede-nego em Daniel 3 nos inspira a permanecer fiéis a Deus em meio a qualquer circunstância. Pode ser que hoje sua fornalha ardente seja tão real como foi para aqueles jovens, que o desafio de se manter fiel diante da adversidade esteja chegando ao limite de suas forças. Mas lembre-se de que, para cada ato de fidelidade, há promessas de força e recompensa para a eternidade.
Que sua fidelidade a Deus seja um testemunho poderoso para aqueles que o rodeiam e que, por meio de sua vida e da minha, outros possam ver o amor e o poder de nosso Deus. Continuemos a ser fiéis a Deus e deixemos nosso testemunho brilhar em meio à escuridão!