3. Quando o céu deixa a terra alarmada - Hc 1.5-11

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Deus se calar diante do sofrimento do povo.

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3. Quando o céu deixa a terra alarmada- Hc 1.5-11
(Hc 1.5–11)
Esboço
Habacuque: Como Transformar o Desespero em Cântico de Vitória.
1. O homem, seu tempo e sua mensagem
(Hc 1.1)
2. Um homem em crise com Deus e com os homens
(Hc 1.1–4)
3. Quando o céu deixa a terra alarmada
(Hc 1.5–11)
4. A esperança que nasce do desespero
(Hc 1.12–17)
5. Quando o céu acalma a terra
(Hc 2.1–5)
6. Semeadura maldita, colheita desastrosa
(Hc 2.6–20)
7. Como fazer uma viagem do medo à exultação
(Hc 3.1–19)
INTRODUÇÃO.
Deus não é nenhum alarmista. Mesmo assim ele reúne nada menos que quatro palavras de alerta para despertar os recipientes desta mensagem: Olhai! Vede! Ficai atônitos! Maravilhai-vos! O profeta havia apresentado um problema perplexivo. A resposta divina é de natureza tão esmagadora, que até mesmo esse tipo de alarme não é excessivo em preparar o povo para sua recepção.
O anúncio do juízo iminente que lhes sobreviria recebe vigor extra no fato de que ele ocorre sem introdução. Nenhuma fórmula do tipo “o Senhor respondeu, dizendo…” ocorre. Contudo, é óbvio que ocorreu mudança de orador, e que Deus agora se dirige ao povo e a seu profeta. O chamado para se pôr de prontidão, no versículo 5, está no plural; e no versículo 6 o orador declara que está suscitando uma nação estrangeira para julgar Israel. Uma ação de tal supremacia só poderia ser realizada pessoalmente pelo Todo-Poderoso.
Uma descrição da ação de Deus (1.5)
James Wolfendale diz que Deus não é um espectador despreocupado. Habacuque estava em crise porque Deus parecia surdo ao seu clamor e inativo diante da clamorosa injustiça prevalecente no reino de Judá. Deus, porém, sempre vindica Sua glória, e a disciplina sempre vem sobre os transgressores. Habacuque registra essa obra da vingança de Deus de cinco formas: 1) É uma obra de Deus: “[…] porque [eu] realizo…” (1.5). 2) É uma obra iminente: “[…] em vossos dias” (1.5). 3) É uma obra que produzirá espanto: “[…] olhai, maravilhai-vos e desvanecei” (1.5). 4) É uma obra inacreditável: “[…] obra tal, que vós não crereis, quando vos for contada” (1.5). 5) É uma obra que demandará atenção: “Vede entre as nações, olhai, maravilhai-vos e desvanecei…” (1.5).
Destacamos alguns pontos para aclarar o nosso entendimento:
Em primeiro lugar, Deus exerce um governo universal, e não apenas doméstico (1.5). Deus responde à oração de Habacuque e lhe diz: “Vede entre as nações…” (1.5). O profeta Habacuque estava com o seu olhar voltado apenas para Judá, mas Deus lhe ordena a levantar os olhos e ver entre as nações. Habacuque vê apenas o seu país. A compreensão humana dos eventos é quase sempre geográfica, paroquial e restrita. A visão de Deus, porém, é universal. O profeta vê apenas o aqui e agora. Mas tanto a visão quanto a ação de Deus vêm dentro de um contexto histórico universal.
Em segundo lugar, Deus não está inativo, mas trabalhando para julgar o pecado (1.5). Deus prossegue em sua resposta: “[…] olhai, maravilhai-vos e desvanecei, porque realizo, em vossos dias, obra tal, que vós não crereis, quando vos for contada” (1.5). O silêncio de Deus não é sinônimo de inação; é o prelúdio do juízo. O pecado não é punido imediatamente, mas nem por isso fica impune.
Em terceiro lugar, Deus não permanece silencioso; Ele responde às orações (1.5,6). A marcha tenebrosa dos caldeus contra Judá era a resposta divina às orações de Habacuque! Quando a lei de Deus é violada, é tempo de clamar pela intervenção de Deus (Sl 119.162). Habacuque pedira a intervenção divina. Ei-la anunciada. Como Deus responde às orações! Quando o povo se arrepende, Deus envia a restauração; quando endurece a cerviz, Deus envia o juízo. Quem não escuta a voz da graça, recebe o chicote da disciplina. Habacuque queria ver a justiça, e ela chegou, só que por meio da disciplina de Deus.
Uma descrição do instrumento usado por Deus (1.7–11)
A descrição que Deus faz dos caldeus é assombrosa: nação amarga e impetuosa (1.6). Eles são pavorosos e terríveis (1.7). Agem com violência e ajuntam os cativos como areia (1.9). Escarnecem e riem (1.10). O profeta Habacuque descreve oito características dos caldeus, que vamos agora considerar:
eles eram implacáveis (1.7). A descrição acerca dos caldeus continua alarmante: “Eles são pavorosos e terríveis…” (1.7). Os caldeus eram truculentos, sanguinários, cruéis e desumanos. Não tinham piedade nem respeito a qualquer direito. Eles pisavam os homens como se pisa a lama. Abusavam das mulheres e forçavam as jovens sem nenhum constrangimento. Passavam ao fio da espada velhos e crianças sem nenhum remorso (Lm 2.21; 4.5; 5.11–18).
Lamentações de Jeremias 2.21 “Jazem por terra pelas ruas o moço e o velho; as minhas virgens e os meus jovens vieram a cair à espada; tu os mataste no dia da tua ira, fizeste matança e não te apiedaste.”
Eles eram irresistíveis (1.8). Deus, descrevendo os caldeus para Habacuque, os compara a leopardos ligeiros, a lobos noturnos e a águias famintas: “Os seus cavalos são mais ligeiros do que os leopardos, mais ferozes do que os lobos ao anoitecer são os seus cavaleiros que se espalham por toda parte; sim, os seus cavaleiros chegam de longe, voam como águia que se precipita a devorar” .
Eles eram conquistadores insolentes (1.9–11a). A descrição dos caldeus é aterrorizante: “Eles todos vêm para fazer violência; o seu rosto suspira por seguir avante; eles reúnem os cativos como areia. Eles escarnecem dos reis; os príncipes são objeto do seu riso; riem-se de todas as fortalezas, porque, amontoando terra, as tomam. Então, passam como passa o vento e seguem…” .
“ texto diz que os caldeus vêm com violência (1.9). Violência era o pecado de Judá (1.2). Judá será punido pela violência que praticou. Judá vai colher o que plantou. Judá vai beber o refluxo do seu próprio fluxo.
Os caldeus cercavam as fortalezas muradas, faziam elevados de terra e escalavam os muros. Eles levantavam rampas de ataque.
Os caldeus não apenas reduziam os cativos como areia, mas também escarneciam de reis e príncipes. Eles não apenas dominavam; também zombavam dos dominados. Eles não apenas saqueavam, pilhavam e destruíam tudo, mas zombavam dos seus conquistados.
CONCLUSÃO
a) se o povo de Deus pecar, ele deve esperar pela disciplina (Dt 11.28);
b) se o povo de Deus é disciplinado por seus pecados, os inimigos de Deus não podem ter esperança de escapar do julgamento divino (1Pe 4.17,18);
c) Deus pode lançar mão de instrumentos estranhos para disciplinar o Seu próprio povo (Is 10.5);
d) os homens ímpios e as nações que Deus empregar na execução de Seus julgamentos não escaparão da responsabilidade de suas próprias ações (Is 10.12);
e) a exaltação de si mesmo é o último engano dos corações tolos (Gn 3.5);
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