Ultimos Conselhos de Tiago - Parte 2
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Tiago 5.16-20
Tiago 5.16-20
Introdução:
Na semana passada iniciamos a conclusão da carta de Tiago. O autor nos chama a exercer nossa vida cristã como pessoas que são confiáveis, e, igualmente, prudentes para não falar e se arrepender em seguida por ter feito um voto impensado, como o juiz Jefté fez no Antigo Testamento. Também, somos chamados a partilhar nossas dores e alegrias entre os irmãos, não fomos salvos para ter uma vida isolada, mas para estar unidos pelo sangue que nos comprou na cruz do Calvário.
Continuando a última parte do capítulo cinco, o uso sábio da fala permanece nas letras do irmão de Jesus, e outra vez a ideia IE: Utilizar a nossa fala prudentemente diante de Deus com nossa comunidade, está diante de nós. Nessa noite vamos continuar com ela explorando três porquês, três razões para isso ser indispensável, sendo o primeiro:
1 - Porque é necessário confessar mutuamente as falhas
1. O verbo que inicia o verso 16, basicamente faz uma ligação entre ele e os três versos anteriores.
2. Há uma conexão de ideias, é como se o autor falasse: Com base no que eu disse até aqui, façam isso! No caso, Confessai!
3. O pois nos ajuda a chegar nesse caminho, pois indica a conclusão do pensamento.
4. É perceptível que partilhamos nossos dilemas, doenças e até necessidades com os outros.
5. Mas, e quanto aos nossos pecados? Temos confessado? Temos orado junto com alguém sobre ele? É nosso desejo que nossos irmãos nos ajudem nesse momento delicado?
6. Ou, o pecado é colocado no fundo do baú, e tentamos por nós mesmos vencê-lo?
7. Tiago indica o partilhamento dentro da comunidade, e isso também inclui o confessar os pecados. Precisamos ter pessoas dentro da igreja que possamos prestar contas, ao ponto de poder pedir ajuda a eles nesse quesito.
8. E, também, é necessário haver pessoas confiáveis para que outros possam ter um amparo no processo de abandono do erro. Quantas pessoas já não foram machucadas por terem sua confiança traída? E aqui falamos no sentido de alguém agir por maldade mesmo.
9. É interessante que tanto o confessai quanto o orai são recomendados na passagem. Não devemos ser como um irmão fofoqueiro que ganha a confiança para levar o outro a vergonha.
10. Sabemos que, apesar dos nossos erros, Cristo não se envergonha de nós, e ainda intercede por misericórdia nas nossas falhas.
11. Essa verdade, deve ser o imperativo para após exortar o irmão, também estender a mão e ser um companheiro nas dificuldades que ele confessou.
12. Somos companheiros de caminhada, somos igualmente peregrinos que andam em direção ao mesmo lar.
13. Pessoas que ainda lutam contra o pecado, e precisam de um irmão de confiança para rogar e aconselhar quando for o momento.
14. O Teólogo Grant Osborne faz um ótimo comentário sobre isso: Como diz Atos 2(v. 42, 44), a “comunhão” é um dos pilares sobre os quais a igreja repousa e nós devemos cuidar uns dos outros espiritualmente.
15. Somos uma família que não deve imperar a falsidade, mas sim o amor, verdade e o desejo de que meu irmão não se afaste do Evangelho.
16. Isto, como destaca o verso 16, tem o propósito de “serdes curados”, apesar da primeira implicação disso ser o pensar numa doença física, o contexto permite incluir o aspecto espiritual.
17. Confesse os erros uns aos outros para ser curado tanto físico quanto espiritualmente. O pecado não deve ser guardado, mas confessado e abandonado!
18. Precisamos ser confiáveis, e se não sabemos como se portar mediante determinada situação, é preciso chamar um irmão mais maduro, ou mesmo a liderança para agir sabiamente.
19. O que não pode acontecer é agir como um fofoqueiro que não tem um pingo de amor, e que não quer a restauração do irmão, e sim apenas deixá-lo virar uma piada.
ST: Além de confessar uns aos outros, um outro porquê observado no texto é:
2 - Porque a oração do justo é eficaz!
1. No fim do verso 16, Tiago já esclarece algo bem pertinente.
2. A oração é algo essencial, isso já ficou claro antes, mas os justos são conclamados a orar porque sua oração é eficaz.
3. O que isso quer dizer? A ideia começa com uma nota sobre a abrangência da oração, “muito pode”. Isso indica o alto grau que ela alcança.
4. E o que se segue é “por sua eficácia, a súplica do justo” essa frase que finaliza o verso 16 indica não apenas uma enorme abrangência, mas também a eficácia da oração do justo.
5. Em outras palavras, é uma oração que tem poder! Porque o justo, a pessoa que anda com Deus, se desprende da sua vontade e roga para que a vontade de Deus seja feita.
6. Ele tem um desejo constante por ela, e Deus o escuta porque há um alinhamento entre a vontade de Deus e a sua. Por isso é importante busca conhecer a vontade do Senhor, pois nossas orações são mais precisas e fluem do desejo de obedece a Deus.
7. E, em resumo, por que oramos? Porque Deus escuta a oração do justo! Como a NVI traduz: “A oração de um justo é poderosa e eficaz”.
8. Nos dois próximos versos Tiago utiliza uma figura conhecida do profetismo de Israel, na época que os profetas ainda não tinham o hábito de escrever os livros.
9. Elias serve como uma amostra de que Deus escuta a oração do seu povo fiel.
10. É como se o autor comentasse o seguinte: A oração do justo é poderosa, lembra de Elias? Tem dúvidas ainda?
11. Por isso o autor diz: Elias era semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos.
12. Ou seja, não era o humano diferente dos outros, não havia uma espécie de poder especial que apenas ele tinha, ou uma fé diferente dos outros.
13. Como falamos atualmente, Elias era gente como a gente, tinha tristezas e alegrias como qualquer homem.
14. E orou, com empenho, isso indica o fervor que ele executou essa ação, a finalidade dessa oração era que não chovesse.
15. Como sabemos, isso é um dos castigos pela quebra da lei, apesar dessa atitude não ser relatada em 1 Reis 17, fica deduzido que Elias tanto orou para o início da seca como também que orou para o retorno das chuvas.
16. No entanto, há um fato interessante no texto, em comparação ao relato de 1 Reis, lá diz que Elias no terceiro ano da seca se apresentou a Acabe.
17. Mas aqui na passagem menciona sobre um período maior, três anos e seis meses, como podemos explicar isso?
18. Basicamente temos uma associação ao período de julgamento que é comum dentro da Escritura. Por exemplo, Daniel 7.25, diz “... e os santos lhe serão entregues nas mãos, por um tempo, dois tempos e metade de um tempo.” Ou seja, três anos e meio.
19. E, em Apocalipse 12.14 “e foram dadas à mulher as duas asas da grande águia, para que voasse até ao deserto, ao seu lugar, aí onde é sustentada durante um tempo, tempos e metade de um tempo, fora da vista da serpente.” Mesmo período!
20. Essa parece ser a intenção de Tiago ao se referir a esse tempo. Mas não há muito espaço para desenvolver sobre esse assunto, pois o ponto principal do autor é a oração.
21. Tanto que ele fecha no verso 18 dizendo: “orou, de novo, e o céu deu chuva”.
22. Ou seja, a natureza foi outra vez beneficiada pela oração de um justo.
23. Elias serve como um incentivo para não desistirmos da oração, ela é o mecanismo deixado por Deus para conversamos com ele, e tem bastante valor para o nosso Senhor.
ST: Além da oração do justo ser eficaz, o último porquê dessa noite é:
3 - Porque a exortação leva ao arrependimento
1. Por último, e finalizando a carta, Tiago nos leva a pensar sobre aqueles que se desviam da verdade.
2. Como podemos reagir a pessoas que tomam esse tipo de atitude em nosso meio?
3. Basicamente a expressão “desviar da verdade” seria um termo semelhante ao desvio que geralmente nos referimos quando alguém sai da igreja.
4. Apesar da expressão do fim do verso 19 “alguém o converter” aparentar uma nova conversão, o sentido expresso pelo autor é de alguém que é um crente genuíno que se afastou, e um outro irmão o trouxe de volta para o caminho.
5. É necessário exortarmos aqueles que estão se afastando. Crises na fé podem acontecer, e temos que auxiliar o irmão a não se afastar e o repreender se esse caminho já estiver batendo na porta.
6. O verso 20 inicia com um imperativo indicando o que resulta do sucesso da busca daquele que se desviou:
7. E dois resultados provêm dessa restauração: Tanto salvação da alma quanto cobrir multidão de pecados.
8. O pecado gera separação da pessoa com Deus, e Tiago relembra essa possibilidade sobre aqueles que se desviaram.
9. É importante termos em mente as consequências do pecado, e elas devem nos incentivar a olhar com misericórdia aqueles que se afastaram de Deus.
10. Quem está nessa situação corre um grave risco, não podemos ignorar a possibilidade da pena eterna sobre ela.
11. É necessário adverti-lo, mesmo que nossas palavras sejam rejeitadas, deve-se ter em mente a gravidade que é estar afastado de Deus.
12. Logo, quando a pessoa retorna aos caminhos do Senhor é com segurança que sua vida pode passar para a próxima, pois ela novamente estar segura no caminho de Deus.
13. O outro resultado é uma provável alusão à ideia presente em Provérbios 10.12 “O ódio excita contendas, mas o amor cobre todas as transgressões.”
14. Ou seja, o perdão que é recebido por aquele que se arrepende cobre seus pecados, ainda que ela tenha se desviado, o perdão está disponível. Basta haver arrependimento e seus pecados serão cobertos, ou seja, perdoados.
15. Esses resultados devem motivar a demonstrarmos amor por todo aquele que se afastou do caminho correto.
16. Precisamos demonstrar amor comunitário para com eles, não apenas orando para que eles abras os olhos, mas também sendo o possível agente que Deus usará para que o desviado retorne à casa de Deus.
17. Tiago fecha sua carta com o mesmo pensamento que vez após vez repetiu, uma fé viva é vista por obras e dentre elas buscar o irmão que se afastou.
18. Não é certo ver alguém tomar uma atitude tão errada, e ficar imóvel. Que possamos advertir, e se não houver arrependimento, diante de Deus, cumprimos nosso dever.
Aplicações: Somos convidados a viver ativamente em comunidade, sofrendo e se alegrando uns com os outros, e não a viver uns contra os outros, nossa fala é a porta que pode abrir essas duas possibilidades. Ou buscando a verdadeira harmonia ou plantando crise, sem sabedoria podemos cair na segunda opção, por isso:
1. Saiba ouvir e ajudar um irmão que confessou o pecado a você, não busque envergonhá-lo espalhando seu erro, lembre-se que você também foi perdoado na cruz.
2. Precisamos confiar no poder da oração do justo e não cessar de clamar ao Senhor àquilo que estamos necessitando ou observando que os demais irmãos precisam.
3. A busca do perdido não é feita como uma metralhadora, gritando aos quatro cantos o erro dele, mas buscando amorosamente conversar e abrir seus olhos. Logo, busque um local apropriado para isso.
Conclusão: A carta de Tiago foi um desafio vivo para todo aquele que diz ter fé em Deus, somos constantemente chamados a repensar que fé tenha exercido, e o autor te diz hoje: Se sua fé não é vista, essa é uma fé que não está viva. Que possamos viver o verdadeiro evangelho que é acompanhado das boas obras que Deus nos recriou para praticar. Que nosso Pai nos dê a sabedoria para viver essa fé, e não escandalizar seu nome. Na próxima semana iniciaremos uma nova carta, peço aos irmãos que orem por essa nova exposição para que o Espírito Santo nos guie e ilumine nossa mente para interpretá-la e abençoar nossa congregação. Amém!