(Rm 9:19-24) A queixa humana contra Deus
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Romanos 9.19 “Tu, porém, me dirás: De que se queixa ele ainda? Pois quem jamais resistiu à sua vontade?”
Paulo responde três perguntas sobre a nossa identidade. Se sabemos quem somos; que tipo de relacionamento pensamos que existe entre nós e Deus; e que atitude devemos ter para esse relacionamento. Essa três perguntas mostram a distância infinita entre nós e Deus. Nós não sabemos realmente quem Deus, o seu tamanho, a sua grandeza, e como ele age de modo incompreensível.
A pergunta que Paulo elabora, é a pergunta de qualquer pessoa que ouve, que lê na Bíblia sobre a doutrina da predestinação, especialmente da predestição daqueles que são condenados. Nós dizemos: “como Deus pode se queixar, se ele endurece o coração das pessoas?”
Mas essa pergunta é na verdade uma artimanha do nosso coração. É um método escapista. É uma defesa pessoal de quem busca pecar, em que allém de se defender, ainda culpa a Deus por seus pecados.
É esse tipo de queixa que Paulo está tratando aqui. Ele está tratando daquele que estão desafiando Deus.
Romanos 9.20 “Quem és tu, ó homem, para discutires com Deus?! Porventura, pode o objeto perguntar a quem o fez: Por que me fizeste assim?”
Então a respota de Paulo é uma repreensão. “Quem é você, meu amigo, pra discutir com Deus? Quem é você pra julgar o modo como Deus salva e atua?”
Deus não proíbe que a gente faça pergunta legítimas, com o coração sincero. Que a gente tem dúvidas e questões pra apresentar. Mas quando Paulo “quem é você pra discutir, a palavra aqui manifesta uma postura de rebelião.
A gente esperava que Paulo desse resposta eloquente, explicando a doutrina dos decretos de Deus, mas Paulo responde com uma repreensão: quem é você? Essa repreensão do apóstolo mostra que no âmago desse nossos quetionamento está a rebelião. Negar a doutrina do da predestinação, do eterno decreto de Deus, é uma manifestação de obstinação.
Além disso, Paulo também condena a vã curiosidade. Há coisas que nós não podemos compreender. Mas ainda assim, a Bíblia revela nós algumas coisas que a gente não pode confundir e que nos ajudam a entender em parte.
Por exemplo, nós vemos na Bíblia que existe uma diferença entre a vontade revelada e a vontade secreta de Deus. A vontade revelada são seus mantamento, é a vontade moral de Deus, aquilo que ele quer que a gente faça; mas a vonta secreta Deus é sua presciência, a determinação eterna de todas coisas, do futuro, aquilo que nós não conhecemos. Assim, Deus muitos vezes decreta coisas que contrariam a sua vontade revelada. E é isso que a gente não compreende.
Por exemplo, a crucificação do seu filho. Deus, na sua vontade revelada, não queria que seu Filho fosse assassinado, porque matar o filho de Deus é pecado, e Deus não se agrado do assassinato, não se agrado do pecado. Sua vontade revelada diz “não matarás”. Então os judeus e os romanos agiram contra a vontade revelada de Deus, contra a sua lei moral, eles pecaram, e são portanto culpados de matarem o Filho de Deus. apesar disso, era da vontade secreta de Deus, da vontade decretiva, determinadora, que Jesus fosse crucificado. Por isso a Bíblia diz, em Atos dos Apóstolos 2.23 que Jesus foi “entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus, vós o matastes, crucificando-o por mãos de iníquos;”
Calvino interpreta assim a resposta de Paulo:
Os presunçosos são rancorosos, porque, ao admitirem que os homens são rejeitados ou escolhidos pelo secreto conselho de Deus, Paulo não oferece nenhuma explicação, como se o Espírito de Deus fosse silencioso porque não somos capazes de entender, e não simplesmente porque Deus quer nos repreender através do silêncio – é um mistério que nossas mentes não podem compreender, mas que deveria nos constranger a prestar-lhe reverente adoração. E assim ele freia a perversidade da curiosidade humana. Saibamos, pois, que Deus deixa de falar-nos, não por qualquer outro motivo, mas pelo fato de saber que sua infinita sabedoria não pode ser compreendida dentro de nossa tacanha capacidade. E assim, apiedando-se de nossa fragilidade, ele nos convida ao cultivo da moderação e da sobriedade.
Romanos 9.21 “Ou não tem o oleiro direito sobre a massa, para do mesmo barro fazer um vaso para honra e outro, para desonra?”
Depois de condenar o questionar rebelde que pergunta “por que me fizeste assim?”, Paulo explica com uma imagem, qual é a nossa condição diante de Deus: nós somos como vasos de barro. Deus é o nosso Criador. Quem somos nós pra contender com Ele?
Um reconhecimento da nossa pequenos está ligado à riqueza desse mistério, e de outros também. Há muitas coisas que não podemos, não somos capazes de entender. Nossa postura deve ser simplesmente de assombrosa adoração. É o que Paulo vai fazer no final do capítulo 11, quando diz Romanos 11.33 “Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos!”.
Um exemplo importante disso é o exemplo de Jó. Você deve lembrar que Jó era um homem piedoso, que entregava toda sua vida a Deus, e buscava ao máimo estar de acordo com a vontade revelado, de acordo com sua Palavra. Administrava e cuidava do seu lar pra glória de Deus. Mas um dia Deus resolver dar pdoer ao diabo pra tocar em cada parte da vida de Jó, e tudo lhe foi tirado. Jó se pergunta por quê, e não obtem resposta. Alguns dos seus amigos procurar uma resposta, refletem sobre a vida e elaboram uma teologia ruim, mas Jó não tem uma resposta. Jó, agustiosamente, reflete sobre o que talvez ele tenha feito, mas não acha nada exatamente que possa justificar tamanha atrocidade. Seus amigos consideram algum pecado de Jó, mas no final eles estavam errados, e são até repreendidos por Deus. Deposi de muito tempo, muito sofrimento e reflexão, não havia resposta, até que Deus aparece pra Jó, e a maneira como fala Jó é interessante. Só no capítulo 38 Deus oferece uma “resposta”, que não é exatamente uma explicação hamano, razoável pra nós: “Jó, eu fiz isso porque assim e assim...”. Mas Deus aparece desafiando Jó:
Jó 38.1–4 “Depois disto, o Senhor, do meio de um redemoinho, respondeu a Jó: Quem é este que escurece os meus desígnios com palavras sem conhecimento? Cinge, pois, os lombos como homem, pois eu te perguntarei, e tu me farás saber. Onde estavas tu, quando eu lançava os fundamentos da terra? Dize-mo, se tens entendimento.”
Jó 40.1–5 “Disse mais o Senhor a Jó: Acaso, quem usa de censuras contenderá com o Todo-Poderoso? Quem assim argui a Deus que responda. Então, Jó respondeu ao Senhor e disse: Sou indigno; que te responderia eu? Ponho a mão na minha boca. Uma vez falei e não replicarei, aliás, duas vezes, porém não prosseguirei.”
Jó 42.1–6 “Então, respondeu Jó ao Senhor: Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado. Quem é aquele, como disseste, que sem conhecimento encobre o conselho? Na verdade, falei do que não entendia; coisas maravilhosas demais para mim, coisas que eu não conhecia. Escuta-me, pois, havias dito, e eu falarei; eu te perguntarei, e tu me ensinarás. Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te veem. Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza.”
Quem és tu pra discutires com Deus?
Romanos 9.22–23 “Que diremos, pois, se Deus, querendo mostrar a sua ira e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita longanimidade os vasos de ira, preparados para a perdição, a fim de que também desse a conhecer as riquezas da sua glória em vasos de misericórdia, que para glória preparou de antemão,”
Nossa não compreende, mas o que precisamos entender, pelo menos em parte, é que o que aconteceu há dois mil anos atrás, a crucificação do Filho de Deus, foi determinado pela soberano e secreta vontade de Deus, como diz 1Pedro 1.19–20 “mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo, conhecido, com efeito, antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos tempos, por amor de vós”, essa obra terrível aconteceu pra Deus manifestasse sua misericórdia e seu juízo, de forma que nunca jamais seus atributos poderiam ser conhecidos assim. Deus resolveu, por sua sábia, soberana e justa vontade, revelar sua glória de maneira incrível, na morte do seu Filho. Não há obra na história que mais glorifica e manifeste quem Deus é do que a cruz. Foi assim que Deus o quis. Isso envolveu pecado, assassinato, a rejeição dos judeus, e a introdução dos gentios, e Deus já havia profetizado isso no AT, porque ele determinou que fosse assim.
Sproul: “Seria errado um Deus justo e santo revelar o seu poder e a sua ira? Talvez lutemos contra isso porque vivemos numa cultura que rejeitou qualquer ideia de um Deus irado”.
O que devemos crer justamente e aceitar é que Deus se ira sim com o pecado, e é da sua natureza, e ele deve ser glorificado por isso. O que não devemos crer é que Deus condene alguém injustamente. Ele jamais faria isso. As pessoas questionam Deus, como Deus pode condenar alguém, pode mandar alguém pra o inferno, como se Deus não estivesse sendo justo, mas ele está, ele está condenando um culpado por seus próprios pecados.
Sproul diz: “Abraão, o pai dos crentes, caiu numa heresia extrema ao insinuar a possibilidade de que Deus iria punir pessoas inocentes. Abraão voltou à razão e disse a Deus: “Longe de ti o fazeres tal coisa, matares o justo com ímpio, como se o justo fosse igual ao ímpio; longe de ti. Não fará justiça o Juiz de toda a terra?” (v. 25). Abraão não tinha ideia do quanto Deus está longe de fazer uma coisa dessas. A distância entre a probabilidade de Deus punir o inocente com o culpado, o justo com o ímpio, é infinita. É absolutamente impensável.”
Devemos então negar que Deus puna um inocente, jamais, ele é justo. O que não podemos negar é que Deus nunca condene, nunca puna. Isso não podemos negar.
Sproul: “Não gostamos de seu castigo, mas não podemos culpar a Deus por querer “mostrar a sua ira e dar a conhecer o seu poder”. O escritor do Salmo 2 pinta um quadro de uma reunião de cúpula. Estão participando os governantes mais poderosos do mundo. Eles se reúnem e se juntam numa conspiração contra o Senhor e o seu ungido, declarando independência e autonomia de Deus. Eles dizem: “Rompamos os seus laços e sacudamos de nós as suas algemas” (v. 3). Como Deus responde? Ele dá risada. O Senhor zomba deles (v. 4). Se fôssemos acumular todo o poder do planeta e apontássemos para o céu, seria em vão. Ninguém pode resistir ao poder de Deus, ainda que na loucura dos nossos pecados e na dureza do nosso coração pequemos diariamente, e quando ficamos impunes, pressupomos que Deus é impotente para fazer qualquer coisa a respeito. É tolice alguém fazer esse tipo de suposição. Ao longo da História, Deus interrompeu sua tolerância. Algumas vezes, ele suspende temporariamente a sua paciência para conosco e nos faz lembrar que ele é soberano.”
Um bom exemplo é o rei Nabucodonozor. Israel pecou terrivelmente, Deus levantou Nabucodonozor pra punir Judá, e a Bíblia diz que Nabuconozor foi levantador como servo de Deus, e como sua espada para punir (Jr 25:9; Ez21:19-23). Depois de conquistar todo poder de um império que Deus havia dado pra ele, Nabucodonor se ensoberbeceu e foi punido também por Deus. Deus humilhou o rei tirando sua sanidade e fazendo-o viver como um animal. Quando nabucodonozor voltou a si, ele reconheceu a grandeza de Deus, e disse:
Daniel 4.34–35 “Mas ao fim daqueles dias, eu, Nabucodonosor, levantei os olhos ao céu, tornou-me a vir o entendimento, e eu bendisse o Altíssimo, e louvei, e glorifiquei ao que vive para sempre, cujo domínio é sempiterno, e cujo reino é de geração em geração. Todos os moradores da terra são por ele reputados em nada; e, segundo a sua vontade, ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem lhe possa deter a mão, nem lhe dizer: Que fazes?”
APLICAÇÃO
Não questione Deus, mas O glorifique em tudo, mesmo que você não entenda. Tenha cuidado quando você passar por uma aflição ou presenciar alguma coisa, tenha cuidado com o espírito de obstinação, de ao invés de se humilhar diante do Criador e pedir misericórdia, você murmurar e se levantar contra ele. tem sido muito comum pessoas que deixam de acreditar em Deus por conta do sofrimento. Porque não aceitam certas coisas que elas veem no mundo ou nelas mesmas e na vida nelas. Esse é o novo ateísmo. Pessoas que deixam de acreditar, não por questões conceituais, mas por experiências de dor, e simplesmente porque as coisas não são como elas esperavam e desejavam. Essas pessoas se acham muito justas, mais justas do que Deus, e elas fazem um juízo moral de Deus, e irracionalemnte discutem a lei com o Legislador. Me diga, como a gente pode fazer um juízo moral das coisas dizendo que as coisas não deveriam ser de tal jeito, se a gente nega a fonte de todo valor, nega o legislador do universo, aquele que disse: “não matarás”. Como ficar insatisfeito com o holocausto e negar o Deus que disse que o holocausto é errado. Saiba de uma coisas ó justo questionador, dono da verdade, as coisas são assim por causa do seu e do meu pecado, você não é uma boa pessoa, você é um assassino, que abandonou a lei de Deus junto dos demais homens, e todos carecem da glória de Deus, essa é a razão das coisas terríveis que acontecem. Além disso, se Deus permite que as coisas sejam assim, e isso está de acordo com seu plano eterno, é muito melhor pra você se juntar a ele, o Rei Soberano do Universo. Se você tem um problema, uma deficiência, alguma coisa contra o que lutar, lembre de duas coisas sobre Deus: primeiro, é o plano dele que você tenha de lidar com isso
Êxodo 4.11 “Respondeu-lhe o Senhor: Quem fez a boca do homem? Ou quem faz o mudo, ou o surdo, ou o que vê, ou o cego? Não sou eu, o Senhor?”;
1Samuel 2.4–8 “O arco dos fortes é quebrado, porém os débeis, cingidos de força. Os que antes eram fartos hoje se alugam por pão, mas os que andavam famintos não sofrem mais fome; até a estéril tem sete filhos, e a que tinha muitos filhos perde o vigor. O Senhor é o que tira a vida e a dá; faz descer à sepultura e faz subir. O Senhor empobrece e enriquece; abaixa e também exalta. Levanta o pobre do pó e, desde o monturo, exalta o necessitado, para o fazer assentar entre os príncipes, para o fazer herdar o trono de glória; porque do Senhor são as colunas da terra, e assentou sobre elas o mundo.”
Segundo, quando qualquer coisa te fizer fala, qualquer problema com que você tenha de ligar, talvez seja sua saúde, talvez a saúde um ente querido, talvez alguma luta interna incessante, lembre-se que Deus é suficiente! Foi o que ele disse a Paulo, quando Paulo não suportava mais o espinho na carne, Deus disse:
2Coríntios 12.9–10 “Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte.”