Influenciados pelo Espírito - Parte 2
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Gálatas 5.22–26 “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei. E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito. Não nos deixemos possuir de vanglória, provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros.”
Introdução
Introdução
Várias tentativas têm sido feitas pelos estudiosos para classificar as nove qualidades aqui mencionadas pelo apóstolo Paulo. Talvez ele não tenha tido a intenção de oferecer uma lista por ordem ou categorizada. Nunca saberemos isso com exatidão. Nesse aspecto, qualquer tentativa de catalogação sempre parecerá superficial.
O que chama a atenção do leitor, logo de saída, é o fato de que Paulo se refere ao fruto do Espírito no singular. Quando ele tratou da carne, nos versículos anteriores, ele utilizou o plural: “obras da carne”. Qual teria sido a razão? Talvez Paulo tenha desejado mostrar o caráter caótico e multiforme das manifestações da nossa natureza carnal, referindo-se a elas como “obras”. Contudo, debaixo do poder do Espírito Santo, o cristão produz o fruto, único, coeso, apontando para uma vida consistente, caracterizada por nove virtudes bastante similares (GL 5.22,23).
Paulo faz um contraste entre as obras da carne e o fruto do Espírito. Se as obras falam de esforço, o fruto é algo natural. Donald Guthrie diz que a mudança das “obras” para “fruto” é importante porque remove a ênfase do esforço humano. As obras da carne são resultado do nosso labor; o fruto do Espírito é realização do Espírito em nós. Concordo com R. E. Howard quando escreve: “Uma obra é algo que o homem produz por si mesmo; um fruto é algo que é produzido por um poder que não é dele mesmo”. GL 5.16 O fruto do Espírito tem origem sobrenatural, crescimento natural e maturidade gradual.
Vale destacar três grandes verdades importantes sobre o fruto do espírito que Paulo destaca aqui:
A natureza do fruto.
Sua variedade.
Seu cultivo.
O fruto de que Paulo está tratando é a criação do Espírito Santo. Ele não brota da nossa natureza, nem é produto da educação mais refinada. Esse fruto é variado, uma vez que Paulo menciona nove virtudes morais que são produzidas pelo próprio Espírito. Finalmente, esse fruto precisa ser cultivado de forma espontânea para que se torne proveitoso e assaz saboroso.
Em primeiro lugar, o Espírito produz em nós o seu próprio fruto. “… o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei” (GL 5.22,23). O fruto do Espírito não pode ser criado artificialmente nem pode ser simulado. Ninguém frutificará alheio à operação do Espírito Santo. Em outras palavras, nós não podemos fabricar esses frutos em nós mesmos, não podemos nos esforçar de tal modo que eles venham a brotar de nossas vidas e corações, de maneira que, através do nosso esforço, venhamos a demonstrar eles em nossas vidas.
Vale ressaltar que Paulo não fala de frutos, mas do fruto. Essas nove virtudes são como que gomos de um mesmo fruto. Não podemos ter um fruto e ser desprovidos de outros. As nove virtudes produzidas em nós pelo Espírito podem ser classificadas em três áreas:
A atitude do cristão para com Deus.
A atitude do cristão para com outras pessoas.
A atitude do cristão para com ele mesmo.
Frutos de nosso relacionamento com Deus
Frutos de nosso relacionamento com Deus
Quando somos influenciados pelo espírito santo, passamos a produzir frutos e a demonstrar características em nossas vidas que são originadas de um outro tipo de caráter, um caráter mais santo, mais perfeito, o caráter de Deus representado na pessoa do seu filho Jesus, só temos condições de demonstrar as características que vamos discutir abaixo se antes o espírito santo já exercer uma influência em nossas vidas através do nosso relacionamento com Deus.
“Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz…” (5.22a). Essa tríade tem a ver com nossa relação com Deus, pois o primeiro amor do cristão é o seu amor a Deus, sua principal alegria é a sua alegria em Deus e a sua paz mais profunda é a sua paz com Deus. Vamos destacar aqui essas palavras:
Amor
Inclui tanto amor a Deus como o amor ao próximo.
Alegria
Alegria fundamentada num relacionamento consistente com Deus. Não é a alegria que provém das coisas terrenas ou triunfos passageiros, nem mesmo é a alegria de triunfar sobre um rival; antes, é o gozo que tem Deus como seu fundamento.
Paz
Refere-se fundamentalmente à paz com Deus. Era usada para descrever a tranquilidade e a serenidade que goza um país sob um governo justo. Significa não apenas ausência de problemas, mas, sobretudo, a consciência de que nossa vida está nas mãos de Deus.
Frutos de nosso relacionamento com o próximo
Frutos de nosso relacionamento com o próximo
Mais uma vez encontramos características que só podem ser identificadas em nós se o espírito de Deus estiver gerando ela em nossos corações, assim como ele nos prepara para termos um relacionamento mais íntimo com Deus, através dos frutos que se originam desse relacionamento, Ele nos prepara para termos um relacionamento de longanimidade, benignidade e bondade para com o próximo, tudo isso porém são frutos do santo espírito de Deus.
“… longanimidade, benignidade, bondade…” (GL 5.22b). Essas três virtudes estão conectadas com a nossa relação com o próximo: longanimidade é paciência para com aqueles que nos irritam ou perseguem, benignidade é uma questão de disposição, e bondade refere-se a palavras e atos. Vamos examinar mais detidamente essas palavras.
Longanimidade
ânimo espichado ao máximo. É a pessoa tardia em irar-se. Trata-se de paciência para suportar injúrias de outras pessoas. Descreve o homem que, tendo condições de vingar-se, não o faz.
Benignidade
Gentileza. Refere-se a uma disposição gentil e bondosa para com os outros. O jugo de Cristo é crestos (MT 11.30). Trata-se de uma amável bondade.
Bondade
Bondade ativa como um princípio energizante. A bondade pode reprovar, corrigir e disciplinar; mas a benignidade só pode ajudar.
Frutos de nosso relacionamento com nós mesmos
Frutos de nosso relacionamento com nós mesmos
Ainda analisando como os frutos gerados pelo espírito em nós são manifestos na prática, percebemos que ele nos capacita e nos dá ferramentas para lutarmos contra nossas próprias guerras interiores, nossos pecados, nossas tentações e para isso destacamos a fidelidade, mansidão e o domínio próprio.
“… fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei” (5.22c,23). A última tríade de virtudes tem a ver com nossa relação com nós mesmos.
Fidelidade
Significa fé, lealdade. Descreve a pessoa que é digna de confiança. Quando o espírito gera esse fruto em nós podemos viver uma vida submissa a Deus.
Mansidão
Dócil submissão. É poder sob controle. A palavra era usada para um animal que foi domesticado e criado sob controle. Ser manso é não entrar em disputa.
Domínio próprio
Significa autocontrole, domínio dos próprios desejos e apetites. Aplicava-se à disciplina que os atletas exerciam sobre o próprio corpo (1CO 9.25) e o domínio cristão do sexo (1CO 7.9).
A atuação e influência do espírito santo em nós
A atuação e influência do espírito santo em nós
A base para a ação do Espírito em nós é o fato de que nossa natureza carnal já foi crucificada com Cristo Jesus, bem como as paixões e os desejos malignos que caracterizam essa natureza (GL 5.24). O Espírito Santo aplica em nós os benefícios da crucificação, dando-nos o poder necessário para mortificar as obras da carne. O Espírito age com base na cruz. Ela é o fundamento não somente da justificação pela fé, mas também da nossa santificação diária.
Paulo termina essa seção com um apelo aos gálatas para que sejam coerentes. Se eles dizem que vivem no Espírito, que andem também “sob a direção do Espírito” (GL 5.25), isto é, exibindo o seu fruto e mortificando as obras carnais. Além disso, eles deveriam evitar a vanglória, que sempre é o resultado da tentativa de se justificar por obras da lei, o que leva também a comparações e provocações mútuas, trazendo por fim inveja uns dos outros (GL 5.26).
Ao analisar os ensinamentos do apóstolo Paulo, fica evidente que não existe a menor possibilidade de alguém vencer a carne a não ser mediante sua união com Cristo pelo poder do Espírito Santo. Os não regenerados estão debaixo do poder da carne e do pecado e, portanto, debaixo da condenação da Lei. Se não formos influenciados pelo poder, atuação e não termos influência do espírito em nós é simplesmente impossível apresentar e demonstrar uma vida cristão repleta dos frutos do espírito, pois eles demonstram que nós conhecemos a Deus.
Que Deus nos ajude fazendo com que seu santo espírito seja cada vez mais atuante em nossas vidas, de maneira que possamos ser completamente influenciados por Ele, influenciados por Jesus.