(Êx 29:22-46) O Grande Propósito de Deus

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Imagine um quadro, uma pintura pontilhada, quando você está muito perto do quadro você só vê pontos, pontos coloridos, mas a medida vai se afastando você vai vendo que esses pontos são na verdade uma bela pintura de pessoas sentadas no bando da praça. É assim também que Deus revela suas verdades pra nós, especialmente aqui, no Tabernáculo. São muitos detalhes que podem parecer irrelevantes,, mas são apenas pontos de uma estrura maior, que tem um grande significado. No final do capítulo 29 Moisés explica que isso tudo era sobre a aliança e a promessa de Deus, que libertou o povo de sua escravidão e disse que habitaria com eles pra sempre. O Tabernáculo estava sendo construído pra isso, pra que Deus habitasse com seu povo.
Êxodo 29.22–25 “Depois, tomarás do carneiro a gordura, a cauda gorda, a gordura que cobre as entranhas, o redenho do fígado, os dois rins, a gordura que está neles e a coxa direita, porque é carneiro da consagração; e também um pão, um bolo de pão azeitado e uma obreia do cesto dos pães asmos que estão diante do Senhor. Todas estas coisas porás nas mãos de Arão e nas de seus filhos e, movendo-as de um lado para outro, as oferecerás como ofertas movidas perante o Senhor. Depois, as tomarás das suas mãos e as queimarás sobre o altar; é holocausto para o Senhor, de agradável aroma, oferta queimada ao Senhor.”
Ordenação significa enchimento. Quer dizer que as mãos dos sacerdotes eram cheias, cheias de dons, cheias de suprimentos, cheias de responsabilidades. As coisas que os sacerdotes recebiam eram tanto seu trabalho, os sacrifícios, quanto sua renda. A tribo de Levi, que ear a tribo dos sacerdotes, era a única tribo que tinha uma terra como herança, a Bíblia diz que é porque “Deus era sua herança”. Eles viveriam das coisas de Deus, das ofertas, e seriam espalhados por todas as tribos.
As gorduras e entrnhas eram queimadas, as melhores partes dos animais. Essas melhores partes eram devolvidas a Deus, esse é o significado. Esas ofertas também eram “movidas” diz o texto. Isso talvez signifique que os sacerdotes literalmente pegavam, ou seja, recebiam em suas mãos, e mexiam as ofertas de um lado pra outro, como que chamando a atenção de Deus. Ou talvez eles erguessem a oferta num ato de adoração, mostrando que ela pertencia ao Senhor. Em resumo, as mãos dos sacerdotes eram cheias, nunca estavam vazias, para o Senhor.
O verso 26 diz: Êxodo 29.26 “Tomarás o peito do carneiro da consagração, que é de Arão, e, movendo-o de um lado para outro, o oferecerás como oferta movida perante o Senhor; e isto será a tua porção.” Quer dizer que Moisés agiu como um sacedote para Arão. O sacerdócio teve de começar de algum lugar. Alguém tinha de ordenar Arão como o primeiro sacerdote, foi Moisés quem fez isso. COmo sacerdote, Moisés teve direito a uma parte do sacrifício pra própria nutrição. O peito do carneiro pertencia a Moisés. A partir daí o privilégio de comer o sacrifício pertecenria a Arão e seus filhos. É o que diz os versos 27 e 28:
Êxodo 29.27–28 “Consagrarás o peito da oferta movida e a coxa da porção que foi movida, a qual se tirou do carneiro da consagração, que é de Arão e de seus filhos. Isto será a obrigação perpétua dos filhos de Israel, devida a Arão e seus filhos, por ser a porção do sacerdote, oferecida, da parte dos filhos de Israel, dos sacrifícios pacíficos; é a sua oferta ao Senhor.”
Pra que se entenda o significado disso, esse princípio permanece, isso é aplicado hoje na igreja. Boa parte das ofertas é pra o sustento pastoral. É o que diz o NT:
1Coríntios 9.13–14 “Não sabeis vós que os que prestam serviços sagrados do próprio templo se alimentam? E quem serve ao altar do altar tira o seu sustento? Assim ordenou também o Senhor aos que pregam o evangelho que vivam do evangelho;”
Ryken: “Infelizmente, alguns cristãos acreditam que é a responsabilidade de Deus – e não sua – prover para os pastores e outros obreiros cristãos. Outros supõem que, já que pessoas envolvidas integralmente no ministério são mais santas, elas podem viver com menos. Existem vários problemas com esse tipo de raciocínio, mas, segundo a Bíblia, uma parte generosa daquilo que damos a Deus pertence legitimamente àqueles que ministram em seu nome. A participação nessa prática antiga traz alegria para o povo de Deus.”
Êxodo 29.29–30 “As vestes santas de Arão passarão a seus filhos depois dele, para serem ungidos nelas e consagrados nelas. Sete dias as vestirá o filho que for sacerdote em seu lugar, quando entrar na tenda da congregação para ministrar no santuário.”
É interessante que aquelas roupas, que o texto foca tanto, tão importantes, não eram apenas para Arão e seus filhos, mas para toda sucessão de sacerdotes depois deles. É maravilhoso ver a linhagem sacerdotal na Bíblia, como Deus preservou isso, mostrando uma conexão histórica, a preservação do seu povo, e transmissão de uma herança de valores, tradições, do ensino da Escritura.
Mas ainda mais importante do que isso, é que essa linhagem perpétua apontagem para um sacerdote eterno, que nunca precisaria transmitir seu sacerdócio porque jamais morreria de novo, muito menos pecaria como faziam os sacerdotes do AT. A linhagem de Arão durou até a vinda do Filho de Deus, nosso grande Sumo Sacerdote, Jesus Cristo.
Êxodo 29.31–34 “Tomarás o carneiro da consagração e cozerás a sua carne no lugar santo; e Arão e seus filhos comerão a carne deste carneiro e o pão que está no cesto à porta da tenda da congregação e comerão das coisas com que for feita a expiação, para consagrá-los e para santificá-los; o estranho não comerá delas, porque são santas. Se sobrar alguma coisa da carne das consagrações ou do pão, até pela manhã, queimarás o que restar; não se comerá, porque é santo.”
Ryken: “Após terem sido lavados com água, vestidos em justiça, ungidos com óleo e aspergidos com sangue sacrificial, eles se sentaram para uma refeição pactual. Assim como os anciãos de Israel comeram e beberam com Deus na montanha (veja 24.11), os sacerdotes de Israel comeram com Deus no tabernáculo durante os sete dias de sua ordenação. A refeição que compartilharam mostrava que eles tinham comunhão com o Deus vivo, que estavam ligados a ele em aliança. Os sacerdotes estavam se alimentando de sua graça.”
Êxodo 29.35–37 “Assim, pois, farás a Arão e a seus filhos, conforme tudo o que te hei ordenado; por sete dias, os consagrarás. Também cada dia prepararás um novilho como oferta pelo pecado para as expiações; e purificarás o altar, fazendo expiação por ele mediante oferta pelo pecado; e o ungirás para consagrá-lo. Sete dias farás expiação pelo altar e o consagrarás; e o altar será santíssimo; tudo o que o tocar será santo.”
Ryken: “Foi necessária uma semana inteira para ordenar os sacerdotes e, em cada dia da semana, um novo novilho era sacrificado no altar de Deus. Isso servia como expiação do próprio altar, purificando e consagrando-o. O altar era separado para Deus. Era o lugar em que ele aceitava os sacrifícios pelos pecados do povo. Portanto, precisava ser santificado, e isso era feito aspergindo nele o sangue de sete sacrifícios perfeitos. Esses sacrifícios também eram para os sacerdotes, pois eles também precisavam de expiação.”
John Currid conta a história do filho de um rabino que perguntou ao seu pai: “O que é que faz a expiação pela alma?” O rabino respondeu: “É o sangue”, e então, para provar o que disse, citou Levítico 17.11: “Porque a vida da carne está no sangue. Eu vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pela vossa alma”. O garoto respondeu com outra pergunta: “Por que, então, não há sacrifícios de sangue na nossa sinagoga?” Triste, o rabino explicou que isso era impossível. O único lugar para oferecer um sacrifício legítimo era o templo em Jerusalém, mas este havia sido destruído há mais de dois milênios. “Então”, respondeu o garoto, “nós não temos expiação”.
Êxodo 29.38–42 “Isto é o que oferecerás sobre o altar: dois cordeiros de um ano, cada dia, continuamente. Um cordeiro oferecerás pela manhã e o outro, ao pôr do sol. Com um cordeiro, a décima parte de um efa de flor de farinha, amassada com a quarta parte de um him de azeite batido; e, para libação, a quarta parte de um him de vinho; o outro cordeiro oferecerás ao pôr do sol, como oferta de manjares, e a libação como de manhã, de aroma agradável, oferta queimada ao Senhor. Este será o holocausto contínuo por vossas gerações, à porta da tenda da congregação, perante o Senhor, onde vos encontrarei, para falar contigo ali.”
Assim como os israelitas iniciavam e encerravam o dia com sacrifícios, assim nós também somos chamados para iniciar e encerrar cada dia com Deus. Mas há algo mais profundo aqui. O apóstolo Paulo aludiu a isso quando escreveu: “Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; e andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave” (Ef 5.1-2). As palavras “oferta e sacrifício” se referem explicitamente aos dois sacrifícios diários que os israelitas ofertavam no tabernáculo e, mais tarde, no templo. Quando Paulo refletiu sobre o significado da crucificação, ele reconheceu que a cruz estava ligada às ofertas que o povo de Deus vinha fazendo todos os dias durante séculos. Quando Jesus fez o sacrifício expiatório pelos nossos pecados, ele encheu o céu e a terra com o perfume do seu amor. Agora somos chamados para viver o mesmo tipo de amor sacrificial. Quando damos para outros – quando damos uma prioridade maior a eles do que a nós mesmos, dando-nos para Jesus – nossa vida é como um perfume cheiroso que traz alegria ao coração de Deus.
Um outro detalhe sobre esses sacrifícios é que eles também são a base pra fazermos dois cultos nos domingos,u uma prática antiga, mas que se perdeu na modernidade, e poucas e fiéis igrejas tem oferecido esse sacrfício agradável a Deus todo dia do Senhor, adorando-o de manhão e no início ou no final da noite.
Êxodo 29.43–46 “Ali, virei aos filhos de Israel, para que, por minha glória, sejam santificados, e consagrarei a tenda da congregação e o altar; também santificarei Arão e seus filhos, para que me oficiem como sacerdotes. E habitarei no meio dos filhos de Israel e serei o seu Deus. E saberão que eu sou o Senhor, seu Deus, que os tirou da terra do Egito, para habitar no meio deles; eu sou o Senhor, seu Deus.”
Pra que tudo isso? Pra que todos esses detalhes, toda essa atenção e precisão e método de Deus com um povo fraco, pecador? Qual era o plano, qual era a intenção de Deus? Difícil acreditar, mas o plano e intenção de Deus era habitar com este povo, morar no meio deles. Essa promessa se repete durante toda a Escritura, até que no Novo Testamento, Deus se encarna e desce tabercula, e habita entre os homens. Por isso ele é chamado Emanuel, Deus conosco. Por isso quando também ele sobe ao ceú, antes ele promete que estaria conosco até a consumação dos século; então ele envia o Seu Santo Espírito, não só para habitar no meio de nós, mas dentro de nós. Por isso a Escritura que nós somos templos do Senhor:
1Coríntios 3.16 “Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?”
1Coríntios 6.19 “Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?”
Ele cumpriu sua promessa, e ainda há de cumprir. Por o livro de Apocalice nos ensina que Deus descerá com sua grande cidade, a Jerusalém lá de cima, para habitar nessa criação restaurada para sempre. Confie nisso, espere nisso, se alegre nisso e viva de acordo com essa expectativa.
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