Maridos, amai vossa mulher

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Leitura do texto

Efésios 5.25–33 ARA
Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito. Assim também os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si mesmo se ama. Porque ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida, como também Cristo o faz com a igreja; porque somos membros do seu corpo. Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne. Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à igreja. Não obstante, vós, cada um de per si também ame a própria esposa como a si mesmo, e a esposa respeite ao marido.
Oração: Santo Deus, que o Senhor nos dê a graça de compreender o texto desta manhã. Que o Senhor nos ajude a fazer com que as palavras deste texto mexam com todo nosso ser, de forma que as família possam ser modificadas, de forma que os maridos, as esposas, os filhos e todas aquelas pessoas, Pai, que tem se achegado à Ti com o propósito de aprender da tua palavra, com propósito de adorar o Teu nome, sejam estas pessoas conformados à Tua imagem e semelhança; Pedimos também que o Senhor salve os que estão aqui nesta manhã e não te conhecem, para que não só o obedeçam, mas sejam salvos da ira vindoura.
O título do sermão de hoje é: Maridos, amai vossa mulher. A palavra que a gente constantemente vai utilizar esta manhã é Cristo. Cristo é a palavra que vai ser mais dita esta manhã, porque não dá para falar de relacionamento de maridos e esposas sem ter Cristo como fundamento disso. Para que a gente possa entender, então, todo o nosso texto, é necessário explicar qual o objetivo de Paulo quando ele está falando para os maridos amarem as suas esposas.
Objetivo: verificamos no v. 21, quando diz Ef 5:21
Efésios 5.21 ARA
sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo.
e a finalidade dessa sujeição vemos no v. 18, que diz: Ef. 5:18
Efésios 5.18 ARA
E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito,
Perceba que a maneira de ficar cheia do Espírito Santo é: sujeitando-vos uns aos outros.
As mulheres ficarão cheias do Espírito sendo submissas ao marido; e os maridos ficarão cheios do Espírito amando suas esposas. E é necessário que sejamos repetitivos quanto ao significado do homem amar à sua esposa e como isso deve ser feito.
As mulheres devem ser submissas aos seu maridos da mesma forma que a Igreja é submissa à Cristo; e os maridos devem amar suas esposas como Cristo amou à Igreja.
Agora vejam a heresia por trás da negativa dessas verdades. Se por acaso eu falasse hoje nessa oportunidade que as mulheres não precisam ser submissas aos seus maridos, logo, implicará dizer que a Igreja não precisa ser submissa à Cristo, podendo, a partir de agora, se submeter ao Estado, a uma outra religião ou mesmo à tradições humanas;
Do mesmo modo, se eu disser que o homem não precisa amar sua esposa, eu também terei que sustentar a ideia de que Cristo não amou a Igreja, que a obra de Cristo não foi em amor à Igreja e, de imediato, entenderíamos que não faz nenhum sentido nos reunirmos aqui hoje como Igreja, porque fazendo algo que o próprio Cristo odiaria.
Só que Paulo fundamenta as orientações do relacionamento de maridos e esposas, na pessoa e na obra de Jesus Cristo. Se o que Paulo diz à respeito de Cristo não é verdade, também não o que ele está dizendo à respeito dos relacionamentos conjugais.
É verdade o que Paulo diz à respeito de Cristo? A Igreja de fato tem que se submeter à Cristo? Cristo, de fato, amou a Igreja e se entregou por ela?
Se estas coisas são verdades, então também é verdade que as mulheres devem se submeter aos seus maridos e os maridos devem amar suas esposas com amor sacrificial.
Vejam que não é simples ler um texto como esse e dizer “não concordo” ou “acho que não deve funcionar assim”. É muito mais complexo, porque se fundamentamos nossa prática em algo que não é verdadeiro, então a nossa prática também é falsa.
Dito isso, podemos refletir: Eu entendo a lógica do mundo a respeito do casamento, porque, se Cristo não é o fundamento do meu casamento, por exemplo, o que fundamenta o meu casamento são os meus próprios interesses. É por isso que o casamento é desvalorizado no mundo, porque é baseado em interesses egoístas, interesses esses humanos, opiniões mundanas e, na lógica diabólica do mundo, a esposa só terá os benefícios do seu marido enquanto ela está satisfazendo os seus interesses. Porque, a partir do momento que eu não tenho fundamento em Cristo e a minha esposa não está mais satisfazendo o meu interesse, eu basta ir no cartório e desfazer toda a assinatura que eu realizei diante do juiz.
Percebe que, se o fundamento do casamento não é Cristo, o casamento é um mero papel, é um mero acordo que você fez em um cartório, não é nada além disso. E é por isso que, sem Cristo, faz muito sentido que haja tantos divórcios, faz muito sentido que o casamento seja desvalorizado, que façam chacotas do casamento, porque o fundamento não é Jesus. E é por isso que o homem ímpio, quando diz que ama a sua esposa, é um falso amor; não tem como ele amá-la genuinamente de forma verdadeira, sem ter como fundamento a Jesus Cristo, porque homens sem Deus não são movidos por uma boa moralidade. Um homem sem Deus é movido apenas pelo seu instinto, assim como um animal também é. Por isso, maridos e esposas devem se sujeitar um ao outro para que eles sejam cheios do Espírito Santo.
A rejeição deliberada disso não apenas significa que o Espírito não está no matrimônio, como também pode significar que aquele que está rejeitando essa verdade talvez nem tenha o Espírito de Deus, necessitando inclusive nascer de novo.
Por isso que a sujeição é uma questão de fé genuína na obra de Jesus. A fundamentação da sujeição é o Senhor Jesus Cristo; não é uma questão de hierarquia, de quem é melhor, de quem é pior ou de quem é mais hábil. É uma questão de papéis que são diferentes, papéis esses que foram designados pelo próprio Deus.
Os maridos, como a gente vê no texto de hoje, devem amar suas esposas com um amor que não é conforme o que a gente acha, que não é conforme a psicologia, um amor que inclusive não é conforme o que você aprendeu dos seus pais. Veja que Paulo não está fundamentando que o amor dos maridos deve ser conforme aprenderam de seus pais, porque ele sabia dos perigos que haveria em algo assim. Porque, ainda que você tenha tido uma criação cristã, na melhor das hipóteses, essa criação e esse ensinamento foram incompletos, pois mesmo seus pais crentes são pessoas imperfeitas. Então, mesmo uma criação cristã seria uma maneira imperfeita de ensinar sobre o casamento.
Agora, pense numa criação não cristã, uma criação que, além de não ser cristã, não é apenas mundana, mas também depravada. E aí, além de ser imperfeita, ela também se torna prejudicial para que os meninos que se tornaram homens possam cumprir o papel de amar as suas esposas. É por isso que o padrão de como os maridos devem amar as suas esposas é a maneira como Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela.
Acompanhe novamente a leitura a partir do final do v. 25 e os vs. 26 e 27.
Efésios 5.25 (ARA)
Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela
Efésios 5.26–27 ARA
para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito.
Enquanto eu estava preparando esse sermão no dia de hoje, eu me recordei do dia do meu casamento, dia 01 de julho de 2019 no civil, 06 de julho 2019 com a cerimônia religiosa. Eu não precisei anotar aqui para lembrar a data, só para deixar claro. Mas eu lembrei desse dia porque na oportunidade, eu chamei o meu cunhado, Pr. Pedro, para poder falar algumas palavras religiosas naquele dia e ele leu exatamente este texto no dia do meu casamento e eu nunca esqueci o que ele disse naquele momento para nós. Ele disse que Deus estava me entregando uma de suas filhas e que Deus estava me entregando uma mulher bela e feliz, e que meu papel naquele momento seria devolvê-la a Cristo ainda mais bela e ainda mais feliz.
Eu achei muito bonito isso que ele falou, mas para ser bem sincero, eu não entendi nada. E não me entendam mal, eu compreendi o fato de que eu precisava fazer a minha esposa feliz. O que realmente eu não tinha entendido era como eu faria essa esposa feliz.
Até porque, vou ter que expor a minha esposa aqui, ela vinha de um contexto sócioeconômico diferente do que assumiríamos a partir dali. Como é que eu faço uma mulher dessa feliz? Ainda fiquei um pouco tranquilo, porque ela sempre gostou muito de receber flores, então já não seria um super esforço presenteá-la… Mas vocês percebem que a gente pensa que fazer feliz é dar coisas à nossa esposa.
E parece engraçado isso, mas é dessa forma que muitos maridos pensam. Eles pensam que farão suas esposas felizes dando coisas a elas: "Eu vou dar uma boa casa, eu vou dar presentes, eu vou dar um carro, eu vou dar isso, eu vou dar aquilo." Porque aí, elas verdadeiramente serão felizes.
E calma, mulheres, eu não vou falar para os maridos pararem de fazer isso, tudo bem? Podem ficar tranquilas, porque realmente nós precisamos sim fazer essas coisas, nós podemos presentear as nossas esposas. Só que isso não as tornará genuinamente mais belas e felizes segundo o propósito de Deus.
A maneira correta e bíblica do marido tornar a sua esposa mais bela e feliz é como Cristo fez: santificando e purificando através da palavra.
O dever de todo marido é ser o sacerdote do lar, um meio de graça que indica a direção da plena beleza e felicidade que há em Jesus Cristo. Esse é o papel do marido e é dessa forma que ela será plenamente bela e feliz. Quando maridos diligentemente exercem esse papel, eles preparam a sua esposa para que ela seja gloriosa, sem mácula, sem ruga e sem defeito. O marido cristão é aquele que lê as Escrituras, que ora juntamente com a sua esposa, que a ensina as maravilhas de Deus para que ela tenha verdadeira felicidade e deleite em Jesus.
Maridos, aprendam uma coisa: quanto mais a sua esposa conhecer a Jesus Cristo, mais bela e feliz ela será. Quanto mais ela conhecer o Senhor Jesus, mais bela e mais feliz ela será. Mas os maridos, conforme as Escrituras, além de cuidar espiritualmente delas, também precisam cuidar delas fisicamente. É o que vamos ler agora nos versículos 28 até 32 do capítulo 5.
Efésios 5.28–32 ARA
Assim também os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si mesmo se ama. Porque ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida, como também Cristo o faz com a igreja; porque somos membros do seu corpo. Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne. Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à igreja.
O princípio desses versículos está relacionado ao fato dos maridos amarem as suas esposas assim como eles amam o próprio corpo e dele cuidam. É bem simples: você ama o seu próprio corpo, você cuida dele, então ame e cuide da sua esposa, porque agora vocês são apenas um só corpo, como Cristo é um só com a igreja. Grande é esse mistério, como o texto diz, o mistério da união sobrenatural de Cristo e a igreja, e ainda assim Deus revela nas sagradas escrituras uma analogia dessa união sobrenatural de Cristo com a igreja através do matrimônio.
O casamento é extremamente precioso para Deus. Ele é extremamente precioso para Deus. Por isso que tudo que nós fazemos no âmbito familiar atinge diretamente aquele que criou a família. Você, por exemplo, já se perguntou por que precisamos de pastores na igreja? Por que precisamos dos pastores na igreja? De forma bem clara e direta, talvez você responda que é porque alguém precisa pregar, alguém precisa ensinar o povo sobre a Palavra de Deus, pregar o Evangelho, expor os textos. Sim, esse é um dos aspectos do porquê precisamos de pastores na igreja, mas é apenas uma parte do serviço. O outro aspecto é que os pastores precisam pastorear o rebanho de Deus, e é um aspecto indispensável ao ministério pastoral. Quando pastores realizam discipulados e aconselhamentos, não é porque eles querem ficar sabendo da vida dos membros da igreja, mas saber o que ocorre no âmbito familiar dos membros da igreja faz com que o corpo de Cristo seja bem cuidado.
Na união sobrenatural de Cristo e a igreja, nós somos os membros do corpo de Cristo, e quando uma parte desse corpo não vai bem, todo o corpo sofre. É por isso o interesse dos pastores em saber o que você faz no seu âmbito familiar.
O que você, como marido, faz no tratamento com a sua esposa? De que forma você, esposa, tem tratado com o seu marido? Como vocês criam os seus filhos? O pastore não servem simplesmente para que vocês e eu nos amoldemos ao padrão que ele, pela graça de Deus, conseguem reger em seus lares, nem para que nós sejamos como o pastor, mas o objetivo é que juntos, pastor e comunidade eclesiástica, olhemos para as escrituras e possamos ver como Deus quer que sejamos.
Porque qualquer coisa que a gente fizer de errado e pecaminoso afeta toda a igreja. Somos membros de um só corpo; se somos membros de um só corpo, quando uma parte desse corpo sofre, todo o corpo vai sofrer.
Creio eu que seja um desafio muito grande para um pastor quando surge uma emergência ministerial, não se limitando aqui apenas às questões conjugais. Imagino que nem sempre um pastor saiba o que deve ser dito em determinado momento, mas ainda assim, se toda palavra que proferir estiver em acordo com a Palavra de Deus, Deus seja glorificado por isso.
E falo isso, porque, em muitos momentos quando precisamos ouvir nossa liderança em um aconselhamento e, graças a Deus, aconselha com fundamentado na Santa Palavra, não é difícil ouvir: “Ah! Mas isso eu já sei, já li na Bíblia”.
Ora, se soubesse verdadeiramente e guardasse no coração o que afirma saber, certamente não precisaria de aconselhamento, porque não estaria com problema na sua vida, não estaria escravo de pecado a, b ou c, enfim, não estaria passando pelo que está passando.
O fundamento de Paulo sobre o marido cuidar da sua esposa de forma física novamente não está fundamentado em algo terreno ou na tradição humana, mas a fundamentação é a criação de Deus, conforme nós lemos em Gênesis. É repetido no versículo 31: nós podemos ver que o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá a sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne. Paulo aqui remete à própria criação para sustentar o argumento e explicar o motivo pelo qual o marido deve amar a sua esposa, cuidando dela como quem cuida do próprio corpo, justamente agora porque eles são uma só carne. E veja que esse padrão matrimonial é um padrão heterossexual e monogâmico. Nós temos a figura de um homem que sai da casa do seu pai e da sua mãe e esse homem une a sua mulher, tornando-se uma só carne. Esse é o padrão do casamento; qualquer coisa fora disso não é casamento. Pode até ser chamado de casamento, mas segundo os padrões bíblicos, segundo aquele que criou o casamento, não é casamento.
De maneira bem prática, o homem que se importa com o bem-estar da sua esposa, ele se importa consigo mesmo porque aquilo que afeta a esposa também afeta o marido. É por isso a importância de proporcionar um ambiente seguro e harmonioso para que a esposa viva. Um bom marido é aquele que sustenta financeiramente a sua esposa; ele deve garantir que, através do seu trabalho, a mulher tem o que vestir, tem o que comer, tem o que beber, de forma que ela não ande ansiosa sem saber se ela vai ter essas coisas.
Atentos e familiarizados com as Escrituras, tenham-se lembrado do texto em que o próprio Senhor Jesus diz para que nós não andemos ansiosos nem pelo que comer, beber ou vestir, porque Deus sabe que nós precisamos dessas coisas. Então, você, marido, deve saber que a sua esposa precisa dessas coisas, e o seu papel é ser um representante de Cristo no lar, igualmente fazendo com que ela não ande ansiosa por essas coisas, dando-lhe a segurança de que ela terá essas coisas porque você, como verdadeiro provedor, irá trazer isso a ela.
E com isso, eu não estou dizendo que mulheres não podem trabalhar, mas a motivação para o trabalho deve ser avaliada, a quantidade de horas trabalhada, os trabalhos aos quais essas mulheres se associam; tudo isso deve ser discutido antes mesmo de decisões serem tomadas. Mulheres, por exemplo, que realizam o sustento familiar no lugar do marido estão deixando de ser submissas para se tornarem provedoras e, assim, serão as cabeças de seus lares.
Mas aqui, eu não estou falando de casos esporádicos, extraordinários, como por exemplo, de um homem que perde o seu emprego e temporariamente a esposa, sim, deve trabalhar um pouco mais, caso ela já trabalhe, para que aquele sustento familiar venha. Mas veja que é algo temporário, é algo que o homem deve procurar um outro emprego e deve então retomar essa posição de provedor. A admoestação aqui não é para aqueles homens que estão desempregados e estão em busca de um emprego não são o foco da admoestação; a admoestação é para aqueles homens que abdicaram do seu papel de provedor para que a mulher seja a provedora, para que ele fique em casa cuidando das coisas da casa e dos filhos, enquanto ela sai para trabalhar. Essa é a admoestação para esses homens que abdicaram de ser o provedor, em outras palavras, de homens que abdicaram de ser homens.
E após dizer tudo isso, Paulo finaliza o seu argumento no versículo 33 dizendo:
Efésios 5.33 ARA
Não obstante, vós, cada um de per si também ame a própria esposa como a si mesmo, e a esposa respeite ao marido.
Paulo encerra a parte da sua argumentação dizendo que os maridos devem amar as suas esposas e as esposas devem respeitar os seus maridos. Mas será que isso significa que, porque os maridos devem amar as suas esposas, ele não deve respeitar? Será que porque está dizendo que a mulher deve respeitar o seu marido, então ela não deve amar o seu marido? Como diria Paulo em diversas situações, 'de maneira alguma.'
De forma alguma eu quero pensar aqui com vocês um pouco sobre a diferença entre homens e mulheres. Paulo, por exemplo, diz que as mulheres devem ser submissas aos seus maridos e essa submissão parece estar mais ligada ao fato de respeitar a autoridade do homem, e essa seria a forma em que a mulher iria amá-lo. É como se Paulo estivesse dizendo aqui: 'Esposa, você ama o seu marido? Então, o respeite, se submeta a ele; se você de fato o ama, você vai se submeter, você vai ser submissa a ele.' Já está implícito aqui que a mulher deve amar o seu marido. A ênfase de Paulo pela submissão da mulher ao marido pressupõe uma dificuldade inerente à mulher sobre respeitar o seu marido, e para deixar claro, a submissão da mulher não é fruto da queda, mas o desejo de não querer se submeter ao seu marido, isto sim, é fruto da queda, porque agora isso já não é feito mais de forma alegre.
Uma mulher pode mais facilmente exercer um amor sacrificial e, ao mesmo tempo, não respeitar o seu marido. Sabe aquelas frases que talvez você já tenha ouvido ou você, mulher, já tenha dito algo do tipo: 'Meu marido é um amor de pessoa, mas é tão lerdo que se eu depender da agilidade dele, a gente só vai resolver as coisas na nova Jerusalém'? Coisas como essas são ditas e muitas vezes ditas na frente de outras pessoas, na frente do próprio marido, e de forma bem clara, isso é uma tremenda falta de respeito. Se você, mulher, tem um problema com o seu marido, você deve resolver isso com ele; você deve chamá-lo ao arrependimento; você precisa dizer que ele está errado e não ridicularizá-lo na frente dos outros; isso não é respeito.
Quanto aos homens, ao contrário das mulheres, eles suportam mais facilmente não ser amados, desde que sejam respeitados. Vamos pensar na figura dos ditadores, por exemplo. Vocês acham que os ditadores estavam preocupados em ser amados pelas pessoas? Eles queriam ser respeitados, ainda que esse respeito viesse pelo medo, mas eles queriam ser respeitados; eles não estavam preocupados em ser amados. E é por isso que maridos, ao perceberem que não são respeitados, eles irão impor o respeito por meio de medo, pressões psicológicas e, infelizmente, em muitos casos, agressões físicas. Os homens têm mais facilidade em respeitar e grande dificuldade de exercer um amor sacrificial. Quando o homem admira sua esposa, ele a respeita por sua postura, sua beleza, sua inteligência. Mas mesmo tendo grande admiração por sua esposa, se sacrificar por ela é muito custoso.
E nem precisa ser um grande sacrifício; o menor dos sacrifícios, muitas vezes, é penoso demais. Ouvir o que a esposa tem a dizer após um longo dia de trabalho é muito difícil para o homem; é sacrifício demais. Aliás, ele já trabalhou o dia todo. Vou ter que chegar em casa e ainda ter que ouvir a minha esposa? Que absurdo! Eu não preciso fazer isso. Por isso, maridos, experimentem um dia sentar ao lado da sua esposa, ouvir o que ela tem a dizer e diga para ela assim depois: 'Olha, a Bíblia diz que eu preciso amar a minha esposa e, como eu sou um homem obediente a Deus, eu estou aqui ouvindo tudo que você está falando em obediência ao Senhor. Mas não me interesso por nada do que você está falando porque eu nem queria estar aqui.' Vocês acham que isso é amor? Isso é uma espécie de amor real? Isso, na verdade, é uma obediência vã.
E vejam que eu estou falando de um pequeno sacrifício: de suportar o cansaço após um dia de trabalho. O amor dos maridos por sua esposa deve ser sacrificial. E nós, homens, precisamos buscar em Cristo o deleite em se sacrificar pela nossa esposa. Alguém aqui consegue imaginar Cristo indo para a cruz totalmente insatisfeito, não querendo ir para a cruz, resmungando, murmurando sobre aquela situação? Será que foi dessa forma que Cristo foi para a cruz? Porque nós precisamos amar as nossas esposas como Cristo amou a igreja. Foi assim que Cristo amou a igreja, murmurando sobre a obra que ele estava realizando? Na verdade, o que a gente lê nas Escrituras é que, como ovelha muda, ele foi entregue ao matadouro. As Escrituras também dizem que Cristo olharia o penoso fruto do seu trabalho e ficaria satisfeito. Por isso, marido, se vocês estiverem se sacrificando pela sua esposa, vocês devem estar satisfeitos com isso e não reclamando por estar realizando essa atividade.
Paulo então parece estar enfatizando, no versículo 33, as principais dificuldades de homens e mulheres no matrimônio. É por isso que ele orienta: marido, ame a sua esposa, e esposa, respeite o seu marido. Diante disso, meus irmãos, eu quero fazer algumas aplicações sobre esse texto, tendo em vista os diferentes grupos de pessoas que nós temos aqui. Eu quero continuar, por enquanto, falando àquele grupo de homens que são maridos: nós, maridos, não estaremos amando as nossas esposas se as tratamos com amargura. Lembremos do que nos fala Colossenses 3.19
Colossenses 3.19 ARA
Maridos, amai vossa esposa e não a trateis com amargura.
Se você é um homem que trata sua esposa com ignorância e rispidez, você não está a amando. Você pode até dizer com a sua boca que ama, mas no fundo você não está amando ela, você não está amando conforme Cristo amou a igreja. Quando nós amamos algo, nós cuidamos e zelamos por isso, nós não desprezamos o objeto do nosso amor.
Vocês também trarão amargura à sua esposa se ficarem falando mal dela. Tem marido que não perde a oportunidade de ficar falando mal da sua esposa para qualquer um que ele converse. Ainda que você esteja chateado por algum motivo real, você precisa chamá-la ao arrependimento.
Maridos que, de repente, têm alguma esposa insubmissa, se você lida com essa situação, por exemplo, não vai ser gritando, não vai ser colocando medo nela que você vai adquirir respeito. A maneira de amar a sua esposa é amar como Cristo amou a igreja: através da palavra, você deve santificá-la, você deve purificá-la, você deve santificar o seu lar. Você deve ser um crente fiel no seu lar, para que o seu lar seja santificado, para que a sua esposa olhe para você e veja realmente a clara diferença de alguém que é crente de alguém que não é. Porque se a sua esposa é insubmissa e, de repente, nem seja salva, se ela olha para você e você age igual a ela ou pior, que diferença há entre quem é crente e quem não é crente? Por isso, seja um crente fiel, santifique o seu lar através da palavra de Deus.
Eu quero me dirigir agora também aos homens solteiros, viúvos e divorciados. Aos viúvos e divorciados, eu não sei se vocês casarão novamente. E aos solteiros, eu não sei se um dia vocês irão casar. Mas caso esse seja o desejo do seu coração, primeiro busque a liderança da igreja para que vocês sejam orientados a respeito disso. Mas pelo menos duas coisas vocês têm que ter em mente ao buscar uma mulher. Primeira coisa: ela precisa ser cristã. Não existe a possibilidade de um crente se relacionar com uma não cristã; você não vai evangelizar até que ela se converta. Você nem tem poder para isso; a conversão é obra de Deus. Segundo: você precisa ver se essa mulher tem um espírito ensinável. Porque se, desde o começo, você sequer consegue ensinar absolutamente nada a ela e ela é uma mulher totalmente orgulhosa, não leve esse relacionamento adiante, porque você vai suar sangue antes mesmo de conseguir ser autoridade no lar, se é que um dia você vai conseguir.
Aos adolescentes da nossa igreja, algo que eu já falei para eles pessoalmente no nosso grupo, mas que eu quero reforçar aqui novamente: adolescente não namora. Se você é um jovem garoto, você tem que estar preocupado agora em amar a Deus, em estudar, em aprender uma profissão para depois pensar em uma mulher. Você mal consegue sustentar uma casa e está querendo agora ter uma esposa? Vá se preparar para ser um bom marido e depois você pensa na possibilidade de ter uma esposa. Não é momento para você ficar pensando em namorar agora, até porque a própria palavra 'namoro' biblicamente nem sequer existe
Caminhando aqui para o final, agora é muito óbvio, quando a gente lê um texto como esse, a grande responsabilidade que é amar as nossas esposas como Cristo amou a igreja. Eventualmente, nós iremos falhar; nós, como homens, iremos falhar. Mas nós devemos estar preparados para quando isso acontecer. Quando você se deparar com uma falha sua, com algum pecado seu, a primeira coisa a fazer é assumir a responsabilidade pelo seu erro. Assuma a sua responsabilidade como um verdadeiro homem: diga que está errado, peça perdão, abandone esse pecado e siga em frente.
Uma outra forma de lidar com isso é também você colocar uma outra barreira a esse respeito. Vocês, homens, que estão preocupados com a glória de Deus, devem chegar nas suas esposas e fazer o seguinte acordo com elas: 'Se eu estiver pecando contra o Senhor e eu não te ouvir, eu te autorizo a buscar ajuda com a liderança da igreja.' Porque se a sua preocupação é a glória de Deus, você não vai temer fazer isso. Em algum momento, você poderá estar cego no seu pecado, estar cego em seu erro, e vai precisar de ajuda externa. Nós, maridos, não podemos nos sentir traídos porque nossas esposas foram buscar ajuda na igreja local. Isso não é traição, isso é amor, porque antes de serem submissas a nós, elas são submissas a Deus.
Nós devemos viver a vida comum no lar, e deveria ser comum nos nossos lares os maridos amarem suas esposas como Cristo amou a igreja. Mas isso não é comum, porque isso não é natural para nós; isso é obra do Espírito de Deus. Nós precisamos a todo momento da graça e da misericórdia de Deus. Eu não estou aqui numa posição de superioridade, eu não estou lendo e falando todas essas coisas para falar para vocês: 'me imitem, façam como eu faço.' Pelo contrário, eu sou tão dependente da graça e da misericórdia de Deus como qualquer um de vocês. O chamado é que a gente vá a Cristo e aprenda dele como fazer essas coisas, e para que a gente possa perseguir a excelência como maridos, nós devemos aprender com os erros do primeiro Adão e imitar as obras do segundo Adão.
O primeiro Adão, por exemplo, ele não lavou Eva pela palavra; ele recebeu a palavra de Deus, ele recebeu uma ordem de Deus, mas ele não santificou a sua esposa e nem a purificou após receber a ordem. Ele não cuidou da sua mulher e permitiu o diálogo dela com a serpente, o que resultou na queda de toda a humanidade. Mas graças a Deus que a Palavra, o Verbo, se fez carne e habitou entre nós para nos lavar, para lavar a sua noiva, noiva essa que ele chama de igreja, para santificar e purificá-la. Conforme a gente já leu em algumas frases na internet, e constantemente essa frase volta: 'Adão recebeu sua noiva em um jardim e a levou para o deserto, mas Cristo recebeu a sua noiva no deserto e a levou para um jardim.'
Por isso, a nossa confiança tem que estar totalmente em Cristo Jesus. Ele é o único capaz de nos ajudar, ele é o único capaz de fazer com que nós executemos todas essas coisas. Nós somos a noiva de Cristo, a igreja que se reúne para adorar o Cordeiro é a noiva de Cristo, e essa noiva deve se vestir de atos de justiça. É por isso que o chamado é para os homens, mulheres, jovens, crianças e idosos. O chamado é que nós devemos nos sujeitar uns aos outros no temor de Cristo, enchendo-se assim do Espírito Santo, porque logo chegarão as bodas do Cordeiro. E o reino de Deus continua crescendo e avançando, e nós devemos verificar se estaremos realmente vestidos com as obras de justiça que foram previamente preparadas para nós.
E esse é um chamado não apenas para os crentes. Se você, homem, não é cristão, não pense que você vai escapar desse juízo. Não pense que não vai precisar prestar contas ao Deus que você não segue. Talvez você não siga a Cristo e pense: 'Bom, como eu não sigo essas coisas, essas coisas não servem para mim.' Miserável é você se pensa dessa forma, porque você ainda não entendeu que, além de prestar contas por não amar a sua esposa como Cristo amou a igreja, você será condenado porque rejeitou o Filho de Deus, o único que era capaz de te salvar.
É por isso que, mesmo que você não creia nessas coisas, você comparecerá diante de Deus e terá que prestar contas sobre rejeitar o Filho de Deus, sobre não amar a sua esposa como Cristo amou a igreja. E isso é muito sério. Eu não descansaria até que essa pergunta fosse respondida. Você precisa realmente saber se está em Cristo ou não.
E talvez não haja nem tempo de você pensar nisso amanhã. Talvez hoje mesmo pedirão a sua alma e você não sabe disso. Alguém aqui pode dizer com certeza o horário da sua morte? Ninguém é capaz de fazer isso. Considere essas coisas com seriedade. Eu peço que Deus tenha misericórdia de nós para que possamos obedecê-lo, não com obediência vã, sem querer obedecê-lo e sem ter satisfação na obediência, mas que possamos obedecê-lo amando os seus mandamentos.
E quando nós estivermos amando as nossas esposas como Cristo amou a igreja, percebamos que isso não é fruto nosso, é fruto daquele que morreu e se entregou pela igreja. Para que nós possamos, então, observar essas coisas e cumpri-las para a glória de Deus.
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