A graça sobre uma mãe de oração. Mc 7.24-30 (9)
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(9) A graça sobre uma Mãe de Oração. Mc 7.24-30
(9) A graça sobre uma Mãe de Oração. Mc 7.24-30
CONTEXTO
CONTEXTO IMEDIATO E LITERAL
O que vem antes:
Versiculos anteriores Cristo repreende duramente os religiosos, que estavam colocando a tradição superior a Palavra de Deus.
O que vem depois:
Mais um grande milagre feito por Cristo, onde ele cura um surdo e gago.
CONTEXTO HISTORICO E CULTURAL
Essa nova seção constitui uma quebra geográfica definida na narrativa, pois o ministério de Jesus na Galileia termina em 7.23. A segunda divisão, os ministérios do retiro e da Pereia, começam nesse ponto (7.24) e vai até 10.52. Tiro e Sidom eram cidades da Fenícia, e ela fazia parte da Síria. Tiro ficava a uns sessenta quilômetros ao noroeste de Cafarnaum. Seu nome significa rocha. Tiro era um dos grandes portos naturais do mundo nos tempos antigos. Tiro era não só um porto famoso, mas também, uma fortaleza famosa. Alexandre, o Grande, a tomou, tendo construído uma fortaleza nessa cidade. Sidom situava-se a uns 42 quilômetros ao nordeste de Tiro e uns cem quilômetros de Cafarnaum.
A cidade de Tiro era um sinônimo de paganismo; era uma cidade mal-afamada desde os tempos do Antigo Testamento, já que dessa região vinha a rainha Jezabel, que seduziu Israel para a idolatria. Os judeus consideravam os habitantes de Tiro como cães impuros.594
Havia uma profecia de que chegaria um dia no qual o povo de Tiro e a circunvizinhança também compartilhariam as bênçãos da era messiânica (Sl 87.4). Essa profecia começou a se cumprir quando pessoas dessa região viajaram para a Galileia para ouvirem o ensino de Jesus e serem curadas das suas enfermidades (Mt 4.24,25; Lc 6.18). Agora, é o próprio Jesus quem vai até elas.
ESTRUTURA
1. Uma mãe intercessora tem discernimento sobre o que está acontecendo com os seus filhos (7.25,26)
Três coisas nos chamam a atenção acerca dessa mãe:
Em primeiro lugar, ela discerne o problema que atinge sua filha (7.25). Essa mãe sabia quem era o inimigo da sua filha. Ela sabia que o problema de sua filha era espiritual. Ela tem consciência que existe um inimigo real que estava conspirando contra a sua família para destruí-la.
Em segundo lugar, ela discerne a solução do problema que atinge sua filha (7.26). Essa mãe percebeu que o problema da sua filha não era apenas uma questão conjuntural. Não era simplesmente a questão de estudar numa escola melhor, morar num bairro mais seguro e ter mais conforto. Ela já tinha buscado ajuda em todas as outras fontes e sabia que só Jesus poderia libertar a sua filha.
Ela vai a Jesus. Ela o busca e o chama de Filho de Davi, seu título popular, aquele que fazia milagres. Depois o chama de Senhor. Finalmente, se ajoelha (7.23). Ela começa clamando e termina adorando. Ela começa atrás de Jesus e termina aos seus pés.
Em terceiro lugar, ela discerne que pode clamar a favor da sua filha (7.26). A necessidade nos faz orar por nós mesmos, mas o amor nos faz orar pelos outros. Essa mãe viu a terrível condição da sua filha, viu o poder de Jesus para libertá-la e clamou com intensidade e perseverança. Ela percebeu que nenhum ensino alcançaria a sua mente e nenhuma medicina poderia sarar o seu corpo.
Ela orou por uma pessoa que não tinha condições de orar por si mesma e não descansou até ter sua oração respondida. Pela oração ela obteve a cura que nenhum recurso humano poderia dar. Pela oração da mãe a filha foi curada. Aquela menina não falou uma palavra sequer para o Senhor, mas sua mãe falou por ela e ela foi libertada. Onde há uma mãe em oração, sempre há esperança.
2. Uma mãe intercessora está disposta a enfrentar qualquer obstáculo para ver a filha libertada (7.27,28)
Essa mãe é determinada. Como Jacó, ela agarra-se ao Senhor sem abrir mão da bênção. Ela não descansa nem dá descanso a Jesus.
três obstáculos que ela enfrentou antes de ver o milagre de Jesus acontecendo na vida da sua filha.
Em primeiro lugar, o obstáculo do desprezo dos discípulos de Jesus (Mt 15.23). Os discípulos não pedem a Jesus para atender a essa mãe, mas para despedi-la. Não se importaram com a sua dor, mas quiseram se ver livre dela. Eles não intercedem a favor dela, mas contra ela.
Mateus 15.23 “Ele, porém, não lhe respondeu palavra. E os seus discípulos, aproximando-se, rogaram-lhe: Despede-a, pois vem clamando atrás de nós.”
Em segundo lugar, a barreira do silêncio de Jesus (Mt 15.23). O silêncio de Jesus é pedagógico. Há momentos que os céus ficam em total silêncio diante do nosso clamor. Foi assim com Jó. Ele ergueu aos céus dezesseis vezes a pergunta: Por que, Senhor? Por que estou sofrendo? Por que a minha dor não cessa? Por que os meus filhos morreram? Por que eu não morri ao nascer? Por que o Senhor não me mata de uma vez? A única resposta que ele ouviu foi o total silêncio de Deus. É mais fácil crer quando estamos cercados de milagres. O difícil é continuar crendo e orando pelos filhos quando os céus estão em silêncio, quando as coisas parecem estar indo mal.
Em terceiro lugar, a barreira da resposta de Jesus (7.27, 28). A metodologia de Jesus para despertar no coração dessa mulher uma fé robusta.
Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-los aos cachorrinhos (7.27). O diminutivo sugere que a referência é aos cachorrinhos que eram guardados como animais de estimação
3. Uma mãe intercessora triunfa pela fé e toma posse da vitória dos filhos (7.29-30)
Duas coisas merecem destaque:
Em primeiro lugar, Jesus elogia a fé daquela mãe (Mt 15.28). A mulher siro-fenícia não apenas teve seu pedido atendido, mas teve, também, sua fé enaltecida. Não apenas a filha foi libertada, mas a mãe também foi elogiada.
Em segundo lugar, aquela mãe recebeu pela vitória de sua fé a libertação da sua filha (7.29,30). Jesus disse: Faça-se contigo como queres. E desde aquele momento, sua filha ficou sã. A fé reverteu a situação. O pedido foi atendido. A bênção chegou. A fé venceu.
A mãe reconheceu o senhorio de Cristo e clamou: Ajuda-me, Senhor! Ela confessou sua necessidade e confiou em Jesus para atendê-la. Os pais, que oram pelos filhos, podem esperar a intervenção de Deus.
Talvez alguns ainda estejam perdidos fora ou dentro da igreja. Derrame-se aos pés do Senhor. E não saia até que você triunfe pela fé.
GRANDE IDEIA
A Fé honra a Deus e Deus honra a fé!
RESPOSTA DESEJADA
Temos honrado a Deus com nossa fé?
TEOLOGIA BIBLICA
Jó 1.5 “Decorrido o turno de dias de seus banquetes, chamava Jó a seus filhos e os santificava; levantava-se de madrugada e oferecia holocaustos segundo o número de todos eles, pois dizia: Talvez tenham pecado os meus filhos e blasfemado contra Deus em seu coração. Assim o fazia Jó continuamente.”
APLICAÇÃO
Que aspectos da resposta que Jesus deu à mulher durante sua conversa com ela ilustram a importância que ele dá a uma comunicação que se ajusta ao contexto e à situação de vida da pessoa com quem dialoga?
O que podemos aprender com a atitude da mulher siro-fenícia perante Jesus?