Casamento Restaurado

Livro de Oseias  •  Sermon  •  Submitted   •  Presented
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Oséias 2.19-23

Introdução:
Há duas semanas atrás observamos o que o profeta Oseias diz sobre a aliança entre Deus e Israel dos versos 14-18 do capítulo 2. Lá, fica claro que Deus utilizará o deserto como o mecanismo para restaurar sua relação, quebrada pela idolatria, com o seu povo. Entendemos com isso, que haverá um novo Êxodo no futuro que culminará tanto com a plenitude do Reino de Deus quanto com a restauração de Israel para nunca mais ser perdida. Quando isso acontecer, todos os meios que Deus utilizou para chamar a atenção deles, até mesmo os animais, serão amigáveis com o povo, não haverá hostilidade dentro da criação de Deus de modo abrangente, teremos paz inigualável quando isso acontecer.
Nessa semana, seguiremos pensando sobre essa restauração de Israel, o texto nos fará perceber, agora, o restabelecimento do casamento de Deus com seu povo, pois, como já dito na última mensagem: Deus garante uma aliança eterna com seu povo. Isso fala bastante sobre a fidelidade do nosso Senhor, e deve levar-nos à buscar a santidade de vida com ele. Vamos perceber essa ideia no restante do capítulo 2.
A primeira palavra que aparece ai no verso 19 é a “desposar-te-ei comigo”, esse termo é comumente utilizado para se referir ao casamento.
E, dentro desse livro, é utilizado para expressar a realidade pactual de Deus com seu povo, ele não os esqueceu, e o tipo de relação que eles têm será retomado.
Mas, como já temos explicado no livro de Oseias, a forma como esse relacionamento será terá outros desdobramentos. Porque o povo não será mais infiel ao seu Deus.
E, além de Deus não os esquecer apesar dos seus erros, essa união entre o Senhor e seu povo tem um caráter eterno.
Por isso o verso diz: “Para sempre”, o casamento entre Deus e seu povo tomará proporções eternas, não haverá outro Baal para tomar o lugar dele, e o seu povo será exclusivo.
No seguimento, há ideias sinônimas que são utilizadas no texto, dois pares e mais uma, formando cinco, o texto diz: “desposar-te-ei comigo em justiça”. O texto basicamente utiliza este e os demais termos para expressar essa união eterna, e isso é concluído no verso 20.
Em justiça descreve o seguir um “padrão”, que nesse caso é o de Deus. O povo vivia em adultério espiritual e constantemente traindo ao Senhor, mas futuramente ele não sairiam mais fora do que é estabelecido dentro dessa união.
Em juízo expressa uma ideia semelhante à anterior, fala sobre ser reto diante de Deus, ter uma conduta correta.
Em benignidade expressa o tipo de amor que o Senhor nos ama, este é um amor leal, fiel e todo cheio de compaixão.
Sabemos que é um tipo de amor que nos é entregue sem qualquer mérito nosso, ou esforço para conquistá-lo.
A próxima é: em misericórdia, ou seja, se assemelha à ideia de favor que está ligada ao nome da Favorecida, isso é sinônimo ao amor leal de Deus, um amor gracioso, que estende à mão para ajudar os seus.
A última, e a que mais se afasta da realidade dos leitores primários de Oseias, é a “em fidelidade”, essa palavra é também utilizada para se referir à veracidade de Deus em Jr 10.10.
Ela expressa confiabilidade, e dentro dos relacionamentos humanos é algo indispensável, dificilmente você vai ser amigo de alguém que não confia, e com certeza não deve se casar com alguém que não é.
Assim, esses cinco termos expressam a realidade atual de como Deus lida com a aliança que tem com seu povo, e, futuramente, Deus nos capacitará a devolver, num nível menor, o mesmo tipo de amor que ele nos dá.
E o último termo está interligado ao final do verso, o que caracteriza o que resultará dessa promessa de Deus.
O texto diz: E conhecerás ao Senhor. Isso é uma oposição clara ao versículo 8, quando Gômer/Israel não reconheceu a bondade de Deus sobre eles.
Porém, com essa mudança proporcionada por Deus, o relacionamento entre eles ganhará um novo estágio de experiencial. O povo do Senhor terá um mais puro tipo de conhecimento sobre ele, conhecimento que é parcialmente experimentado atualmente, e pode ir melhorando conforme nos aproximamos dele.
Mas que terá um nível mais sublime quando o “naquele dia” chegar. Em resumo: Só podemos conhecer mais do Senhor criando um relacionamento mais fiel com ele.
Como devemos ser leais aos amigos, familiares e cônjuge, isso implica ainda mais ao Senhor.
Aplicando: Irmãos, vivemos sob a Nova Aliança, e já temos Deus vivendo em nossa vida, apesar desse estágio de relacionamento com Deus ainda ser futuro, isso não anula nossa responsabilidade de nos aproximarmos a cada dia mais dele. Só podemos crescer em fé se nos achegarmos ao Senhor, ele é leal e devemos viver lealmente a ele, a cada dia reconhecendo que seu amor é a nossa garantia de que um dia estaremos com ele, e viver o hoje como esse dia já fosse amanhã. Não devemos ser relaxados com nosso Senhor!
Seguindo, veremos o retorno da benção de Deus.
O verso 21 cita o “naquele dia” uma outra vez, lembrando que isso se refere ao dia futuro da segunda vinda de Cristo.
Note que no seguimento há a menção ao “eu serei” que fala muito sobre o retorno da graça de Deus, seguido do obsequioso, que se refere à uma resposta positiva, e vindo de Deus, é uma resposta amorosa para com seu povo.
Perceba que antes Deus tinha fechado o céu, e por isso, a terra não poderia frutificar, mas, agora, ele faz o contrário, Deus fará o céu chover uma outra vez.
E se do céu vem chuva, o que a terra faz? Ela agradece! Pois pode uma outra vez sere regada liberar o que é necessário para o campo dar o seu fruto.
Como é descrito no verso 22, note que a terra responde aos três elementos mencionados no verso 22, trigo, vinho e ao óleo.
Algo que fica claro para o povo de Deus, é que seu subsistência provém de Deus, e Israel falhou em reconhecer isso.
Por dar esse mérito aos seus ídolos, roubou de Deus o crédito que apenas poderia ser dado a ele.
O que demonstra quão cego o povo do Norte andava, e consequentemente à mesma reação que todo o Israel terá até seu pleno cativeiro.
A falta do conhecimento de Deus não é apenas um pecado grave, mas um abismo que nos faz agir cegamente, e andamos por caminhos ou obedecemos regras que jamais seriam propostas pelo Senhor.
A idolatria produz tanto mal, que o idolatra acaba se tornando como seu ídolo, tem boca mas não fala, olhos e não vê, ouvidos e não escuta.
A idolatria não liberta ninguém, ela faz o contrário, aprisiona corações, aprisiona atitudes, transforma o que deve ser bem desfrutado em pecado, e num vício que não deve nada a qualquer droga de hoje.
Israel ao ser “Libertado” de Deus, caiu numa prisão que levou o reino a não apenas serem dois, mas a serem subjugados por nações piores do que eles.
Por isso, Jezreel se tornou sinônimo de Deus espalhando o povo, mas por graça, a mesma maldição será revertida em benção.
Jezreel, como o verso 23 diz, é a ação de Deus em semear Israel para ele. E nesse verso, Oseias retoma às palavras semelhantes ao que foi dito no fim do capítulo 1.
Os nomes que enfatizavam o juízo sobre o povo, agora, representam a benção do povo.
Apesar de ainda mencionar os nomes antigos, que indicavam a ausência da bondade de Deus, eles são acompanhados pela seu inverso.
Desfavorecida receberá compadecimento, e o não-meu-povo será chamado de Meu povo, ele responderá conscientemente: Tu és meu Deus!
Essa é a nossa realidade irmãos, não éramos o que somos hoje, antes alienados, agora unidos.
Antes estranhos, agora próximos, antes rebeldes, agora reconciliados, antes sem favor, agora totalmente agraciados.
Mediante às bençãos da Nova Aliança a nossa atitude deve ser amor, obediência e temor ao Senhor.
Tanta graça não pode nos deixar inertes, temos que ser ativos para o nosso Deus. Reconhecer quão grande amor o sangue divino de Cristo representou. Ao ponto, de não ter receio de entregar meu próprio sangue por amor a ele.
Somos gratos e, consequentemente, temos que ser gratos visivelmente por esse amor recebido na Cruz.
Aplicação: O reconhecer que Deus é o nosso Senhor, e de somos seu povo deve brilhar na nossa mente, ao ponto de não colocarmos nossa confiança em nenhum outro. Pois, como o texto deixa claro, é a ação positiva de Deus que restaura a benção ao povo, e se ele é o nosso Senhor, não precisamos perder nosso sonho por qualquer coisa, ele agirá para nos favorecer no tempo certo.
Conclusão: Notamos que ao longo desses versos Gômer, aparentemente sai de cena, e não sabemos diferenciar de quem o texto está falando. Mas, fica claro o que Deus fará com Israel, e com Gômer? Será que alguma coisa semelhante é prometida? Na próxima exposição veremos o futuro do casamento do profeta e a mulher infiel!
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