Sem título Sermão (10)

Sermon  •  Submitted   •  Presented
0 ratings
· 6 views
Notes
Transcript
Lição 12
23 de junho de 2024
A BENDITA ESPERANÇA: A MARCA DO CRISTÃO
Texto áureo/Verdade prática
INTRODUÇÃO
1. Uma viva esperança. A vida do cristão autêntico, que está trilhando o caminho estreito, atribulado (Mt 7.13,14), é marcada pela esperança firmada em Deus (1Pe 1.21) desde o novo nascimento (Jo 16.33), a qual é "uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos" (v. 3). Temos a esperança de que experimentaremos bênçãos neste mundo, mesmo em meio às provações, mas sabemos que o melhor para nós está reservado para o futuro, quando seremos glorificados, naquele grande Dia (1Co 15.50-55; Rm 8.18).
2. Abordagem sobre Romanos 8.18-25. Nesta perícope, o apóstolo Paulo trata da bem-aventurada esperança do cristão (cf. Tt 2.13), a qual consiste na certeza de que o Senhor Jesus aparecerá nas nuvens, a qualquer momento, para livrar a Igreja da ira futura e nos levar para o Céu (Rm 5.9-11; 1Ts 1.9,10; Jo 14.1-3; Fp 3.20,21). Essa esperança abarca a convicção de que o Senhor trará à Terra uma nova ordem, por ocasião do Milênio (Ap 19.11-21; 20.1-7), bem como fará novo Céu e novo Terra, após esse período de mil anos (caps. 21-22), o que será objeto da nossa última lição. O assunto abordado em Romanos 8.18-25, de modo geral, é a esperança quanto ao nosso estado eterno, o qual contempla tudo o que ocorre a partir do Arrebatamento da Igreja (1 Ts 4.13-18).
a) O crente passa por sofrimentos, mas sua esperança é bem-aventurada (vv. 18,23-25). Essa "glória que em nós há de revelada" é o fim do processo da santificação perfectiva (glorificação), quando o pecado estará ausente de nosso corpo, que será revestido de imortalidade e incorruptibilidade (1 Co 15.53-55; Fp 3.20,21). No presente estado, nós, que temos "as primícias do Espírito", sofremos e gememos, aguardando esperançosos a adoção ou a redenção finais, isto é, a glorificação do nosso corpo. Ainda que esperemos o que não vemos, somos constantes, pois sabemos que veremos o Senhor como Ele é (1 Jo 3.1-3).
b) A Criação espera a revelação dos filhos de Deus (vv. 19-22). Quando Cristo descer à Terra para instaurar o Milênio, após a Grande Tribulação, haverá uma nova ordem mundial. Em razão da Queda, a natureza, mesmo sem ter pecado, vem sofrendo os efeitos deletérios do pecado (Gn 3). Mas mantemos a esperança firme de que Deus restaurará a Criação, libertando-a da corrupção que a escraviza. Enquanto isso não ocorre, os animais e o meio ambiente, de modo geral, gemem com "dores de parto".
I. PARA ONDE APONTA A ESPERANÇA DO CRISTÃO?
1. A esperança cristã. Esta (gr. ἐλπίς, elpis) não é como a esperança do mundo, que é a última que morre. A nossa é "a bem-aventurada esperança" (Tt 2.13; gr. τὴν μακαρίαν ἐλπίδα, ten makarían elpida), uma expectativa fundamentada, sobretudo, no que não se vê (Rm 8.24,25), é viva, já que nada pode nos separar do amor de Deus, nem a morte (vv. 38,39). A esperança do cristão tem essa qualidade porque o próprio Cristo vivo (Ap 1.18), que habita em nós (Jo 14.23), garante a nossa expectativa quanto a nossa glorificação (Cl 1.27).
2. A esperança nas cartas do apóstolo Paulo. Estas podem ser divididas em três grupos: as Doutrinais (Gálatas, 1 e 2 Tessalonicenses, 1 e 2 Coríntios e Romanos), as Prisionais (Filipenses, Colossenses, Efésios e Filemom) e as Pastorais (1 Timóteo, Tito e 2 Timóteo). Paulo trata da esperança do cristão em todas as suas epístolas, praticamente.
a) Esperança nas Epístolas Doutrinais:
Gálatas. Nesta sua primeira epístola, escrita, possivelmente, em Antioquia da Síria, entre o fim da primeira viagem missionária e o início da segunda (49-50 d.C.), Paulo critica a conduta dos judaizantes, que estavam separados de Cristo, caídos da graça, já que se justificavam pela lei mosaica (5.4). Esse apóstolo afirma que "nós pelo Espírito da fé aguardamos a esperança da justiça" (v. 6). Claro que a nossa justificação ocorreu no momento da conversão, mas seus efeitos abrangem o presente e o futuro. Daí esse apóstolo falar da esperança da justiça para os salvos pela graça do Senhor.
1 Tessalonicenses. O tema principal desta epístola, escrita em Corinto, por ocasião da segunda viagem missionária de Paulo (50-52 d.C.), é o Arrebatamento da Igreja como um livramento da ira futura. Paulo começa dizendo que se lembra das qualidades dos tessalonicenses, entre elas a esperança (1.3). Em seguida, afirma que esses crentes fiéis serão a sua esperança, gozo e coroa de glória quando Cristo voltar (2.19). Nos capítulos subsequentes, esse apóstolo aborda a esperança na ressurreição e no rapto da Igreja antes do período tribulacional de sete anos, isto é, a ira do Senhor (4.13; 5.8,9).
2 Tessalonicenses. Nesta segunda carta aos crentes de Tessalônica, a qual se lhes enviou cerca de seis meses após a primeira, Paulo continua abordando a esperança dos salvos relacionada com o Arrebatamento da Igreja. Ele chama a nossa consolação de eterna — a qual está ligada ao que ele já havia escrito na primeira epístola (1 Ts 4.13-18) — e a nossa esperança quanto a isso de boa, visto que ambas nos foram dadas por meio da graça de Deus (2 Ts 2.16).
1 Coríntios. Já por ocasião de sua terceira viagem missionária, Paulo escreve essa epístola em Éfeso, importante cidade da província da Ásia. No capítulo 9, esse apóstolo se vale do exemplo do trabalhador que lavra a terra com esperança de ter uma boa colheita para falar da nossa esperança quanto aos frutos para o Reino de Deus e nosso futuro galardão (vv. 10-18). Ele conclui o capítulo 13 dizendo que agora "permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor" (v. 13). Finalmente, esse apóstolo enfatiza que o fato de Cristo ter ressuscitado é a garantia de que nós também ressuscitaremos (15.1-20). Mas alerta: "Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens" (v. 19).
2 Coríntios. Nesta carta, escrita na Macedônia, por ocasião da sua terceira viagem missionária, Paulo a inicia mencionando a sua esperança firme quanto aos crentes de Corinto, "sabendo que, como sois participantes das aflições, assim o sereis também da consolação" (1.7). Em seguida, ao discorrer sobre o glorioso ministério do Espírito por meio da Igreja, Paulo diz: "Tendo, pois, tal esperança, usamos de muita ousadia no falar" (3.12). Esse apóstolo era um obreiro muito animado e confiante nas promessas de Deus. Ele acreditava também que os coríntios melhorariam cada vez mais. Por isso, afirma: "tendo esperança de que, crescendo a vossa fé, seremos abundantemente engrandecidos entre vós, conforme a nossa regra" (10.15).
Romanos. Ao escrever esta última epístola antes de sua prisão em Jerusalém, no fim de sua terceira viagem missionária, Paulo aborda a esperança paradigmática de Abraão (4.18) e, em seguida, afirma que temos esperança porque Cristo nos justificou pela fé, o que resulta em paz com Deus e entrada à sua graça, "na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da glória de Deus", a qual "não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado" (5.1-5). Ele, então, enfatiza que essa nossa esperança diz respeito à nossa glorificação futura (8.21-24) e diz que devemos nos alegrar nela (12.12). Devemos saber que as principais fontes da nossa esperança são a Palavra de Deus e o Deus da Palavra, o "Deus da esperança", que nos enche alegria e paz em crença, fazendo-nos abundar "em esperança pela virtude do Espírito Santo" (15.4,13).
b) Esperança nas Epístolas Prisionais. Após sua prisão em Jerusalém, Paulo foi conduzido a Cesareia Marítima, onde permaneceu preso por dois longos anos. Depois disso, apelou a César e foi levado para Roma, onde também ficou preso por dois anos, mas em um uma prisão domiciliar, onde exerceu seu ministério e escreveu mais quatro epístolas (At 22-28).
Filipenses. Referindo-se a seus opositores judeus que o acusavam perante os tribunais de Roma, Paulo afirma que o Evangelho deve ser pregado inclusive por discórdia, insinceramente ou por pretexto. Ou seja, mesmo querendo seu mau, seus inimigos eram obrigados a dizer que ele estava pregando sobre a morte e a ressurreição do Senhor. Indiretamente, pregavam o Evangelho! Por isso, Paulo se regozija com o resultado de seu sofrimento e afirma: "que importa? Contanto que Cristo seja anunciado de toda a maneira, ou com fingimento ou em verdade, nisto me regozijo, e me regozijarei ainda. Porque sei que disto me resultará salvação, pela vossa oração e pelo socorro do Espírito de Jesus Cristo, segundo a minha intensa expectação e esperança, de que em nada serei confundido; antes, com toda a confiança, Cristo será, tanto agora como sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte" (1.18-20).
Colossenses. Paulo começa esta carta falando da "esperança que vos está reservada nos céus, da qual já antes ouvistes pela palavra da verdade do evangelho" (1.5). Em seguida, ele diz que devemos permanecer "fundados e firmes na fé", não nos movendo "da esperança do evangelho" que recebemos (v. 23) quando passamos a ser habitação de Deus em Espírito: "Cristo em vós, esperança da glória" (v. 27).
Filemom. Esta é a única epístola em que Paulo não trata da doutrina da esperança. Isso é justificado pelo fato de essa carta ser muito curta e dirigida a um único cristão. Entretanto, o apóstolo Paulo menciona elementos que sempre associa à esperança: "temos grande gozo e consolação do teu amor, porque por ti, ó irmão, as entranhas dos santos foram recreadas" (v. 7; cf. 2 Co 1.7; 2 Ts 2.16; Rm 15.4,13; 1 Ts 2.19,20).
Efésios. Paulo diz aos crentes de Éfeso que eles foram iluminados para saber "qual seja a esperança da sua vocação, e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos" (1.18). Em seguida, afirma que, outrora, estávamos sem Cristo, separados dos propósitos divinos. Por isso, também não tínhamos esperança, "sem Deus no mundo" (2.12). Louvamos ao Senhor porque fomos chamados em uma só esperança da nossa vocação (4.4).
c) Esperança nas Epístolas Pastorais:
1 Timóteo. Paulo começa esta sua primeira carta pastoral dizendo que era "apóstolo de Jesus Cristo, segundo o mandado de Deus, nosso Salvador, e do Senhor Jesus Cristo, esperança nossa" (1.1). Ele diz ao jovem obreiro Timóteo que o que nos mantém, mesmo ante injúrias, é a esperança no "Deus vivo, que é o Salvador de todos os homens, principalmente dos fiéis" (4.10). Afinal, nossa esperança deve ser posta em Deus — "que abundantemente nos dá todas as coisas para delas gozarmos" —, e não "na incerteza das riquezas" (6.17).
Tito. Paulo saúda esse seu especial companheiro dizendo que seu chamado apostólico é "segundo a fé dos eleitos de Deus, e o conhecimento da verdade, que é segundo a piedade, em esperança da vida eterna, a qual Deus, que não pode mentir, prometeu antes dos tempos dos séculos" (1.1,2). Em seguida, esse apóstolo menciona a "bem-aventura esperança", que, nesse caso, é uma referência ao Arrebatamento da Igreja (2.13), o qual desencadeia todos os outros eventos referentes à nossa "esperança da vida eterna" (3.7).
2 Timóteo. Embora a palavra "esperança" não apareça nesta última epístola paulina, essa virtude cristã está presente nas palavras de Paulo a respeito do nossos galardão e futuro glorioso com Cristo (4.7,8).
3. Deus: o autor da nossa esperança. A esperança do cristão está ligada ao novo nascimento (1 Pe 1.23; Jo 3.3) e foi gerada pelo Espírito Santo em nossos corações (Rm 5.1-5). O livro de Hebreus, especialmente em seus capítulos 10 a 12, mostra-nos que somente com a esperança gerada em nós por meio da graça do Senhor Jesus, o qual é também o autor e consumador da nossa fé, "estamos prontos para suportar os dissabores ao longo da nossa jornada ao Céu" (GOMES, p. 85). Sem essa esperança, muitos cristãos já teriam sucumbido ante as provações, lutas e perseguições. Mas, porque temos essa esperança viva, avançamos, olhando para Jesus (Hb 12.1,2).
II. A PERSPECTIVA ESCATOLÓGICA DA ESPERANÇA CRISTÃ
1. A Bíblia focaliza o futuro. Quando estudamos sobre a santificação, vimos que ela tem o seu aspecto perfectivo, que tem a ver com o futuro glorioso da Igreja. A santificação é um processo, o qual tem começo, meio e fim. O novo nascimento é o começo dessa jornada "processual", e a glorificação encerra esse processo. A mensagem de esperança da Bíblia nos ensina que o crente vence no presente aspirando pelas bênçãos futuras. Ao estudarmos as dispensações bíblicas, aprendemos que cada quebra de concerto com Deus enseja um recomeço. Os servos do Senhor sempre são instados a olhar para frente e avançar.
a) Dispensação da Inocência. No princípio, Deus criou o mundo e pôs nele o primeiro casal, e este o decepcionou. O Criador, então, vestiu Adão e Eva de peles e estabeleceu novas metas para a humanidade (Gn 1–3). Quando o pecado entrou no mundo, o Senhor já tinha um plano estabelecido (Ap 13.8; Jo 1.29). Os fins e recomeços mencionados a seguir são oportunidades para a humanidade se reencontrar e entender os propósitos do Criador.
b) Dispensação da Consciência. Mais uma vez o homem decepcionou a Deus. Os "filhos de Deus", descendentes de Sete — filho de Adão —, misturaram-se aos ímpios, possuíram suas filhas, e a Terra ficou cheia de violência e materialismo. Veio, então, o Dilúvio. Deus preservou Noé e sua família, para com eles estabelecer um novo pacto e um novo período (Gn 4–6).
c) Dispensação do Governo Civil. Outra vez os homens fracassaram, ao tentarem construir uma cidade, com uma grande torre, para glória própria, esquecendo-se de que toda a glória pertence ao Criador (Is 42.8). Ele frustrou esse mau intento, a fim de que houvesse um novo começo para os homens. A Torre de Babel caiu. "Do homem são as preparações do coração, mas do Senhor é a resposta da boca" (Pv 16.1). Mas, quando fazemos planos e eles desmoronam, isso não significa o fim. Deus espalhou as pessoas para um novo começo (Gn 7–11).
d) Dispensação Patriarcal. O Senhor fez alianças com Abraão, Isaque e Jacó, e nasceram aqueles que formariam as doze tribos de Israel (Gn 12–50), mas o livro dos começos, o Gênesis, terminaria de modo aparentemente trágico: "E morreu José da idade de cento e dez anos; e o embalsamaram, e o puseram num caixão no Egito" (50.26). Que ironia! O livro que começa com uma frase cheia de vida "No princípio, criou Deus os céus e a terra" termina com morte, embalsamamento e caixão, palavras que gostaríamos de riscar do vocabulário!
e) Dispensação da Lei. Não podemos nos esquecer de que cremos no Doador da vida! E de que a morte, para os seus servos, é um recomeço, em outra dimensão, a celestial! Nem a morte pode nos separar do amor de Deus (Rm 8.38,39). Começa, então, a Dispensação da Lei, com a saída dos filhos de Israel do Egito — liderados por Moisés —, que não eram mais apenas uma família, mas um grande povo. Esse período duraria até a plenitude dos tempos, quando Deus enviaria seu Filho, "nascido de mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos" (Gl 4.4,5). No decurso desse período, entre os livros de Êxodo e Malaquias, houve vários fins e recomeços. E, como a humanidade não foi capaz de retomar o rumo segundo a vontade de Deus, mais uma dispensação teria de acabar.
f) Dispensação da Graça. Como lemos em João 1.17, "a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo". Cristo, o Deus-Homem, o verdadeiro Deus encarnado (Jo 1.1,14; 1 Tm 3.16), dá início à Dispensação da Graça. Mas somente a sua encarnação não seria suficiente. Teria Ele de passar pelas angústias humanas. O véu precisaria ser rasgado: o corpo de nosso Senhor (Hb 10.20). Jesus nasceu, viveu e morreu. Se a sua morte fosse o fim, estaríamos perdidos. Contudo, Ele ressuscitou para que tenhamos a esperança quanto ao futuro glorioso da Igreja, na Dispensação Futura, que começa com o Arrebatamento (1 Co 15.17-20,50-55).
2. A esperança no porvir traz consolo e alegria ao crente. Este ponto faz menção da Escatologia, a doutrina das últimas coisas (gr. ἔσχατος, éschatos, "último"; cf. At 1.8; Ap 2.19 [em contraste com prôtos]; 15.1; 22.13 [ὁ πρῶτος καὶ ὁ ἔσχατος]). Mas esse estudo sobre o fim não é aterrorizante nem especulativo.
a) Evite os extremos da escatofobia e da escatomania. Estas brotam da tentativa de associar eventos atuais a profecias. Enquanto muitos têm pavor das profecias bíblicas (escatofobia), outros abraçam qualquer especulação ou invencione sobre elas (escatomania). O crente se alegra e se consola com o que a Bíblia diz acerca do futuro (Rm 8.18; 15.4).
b) Por que estudar Escatologia? Dos mais de 31.100 versículos da Bíblia, quase 8.400 incluem previsões escatológicas: 27% das Escrituras ou mais de 1/4 da Palavra de Deus. O estudo das profecias é muito importante e prioritário, pois elas nos lembram de que Deus é soberano, o Senhor da História (Ap 4-5). Lembram-nos, também, de que Deus é bom; motivam-nos a viver de forma santa (Hb 12.14; 1 Pe 5.4-8; 1 Jo 3.1-3); ajudam-nos a estabelecer prioridades (Cl 3.1,2; Fp 3.20,21); e nos dão esperança (1 Ts 4.18; Tt 2.11-14).
3. Por que uma doutrina da esperança? Nós somos a Igreja do Arrebatamento. Mas não somente nós! Todos os salvos de todas as épocas fazem parte da Igreja do Arrebatamento! Isso porque a doutrina da esperança abarca a ressurreição dos mortos em Cristo (1 Co 15.51,52; 1 Ts 4.13-15). Estes ressuscitarão primeiro e serão transformados. Em seguida, os salvos vivos, também transformados, juntar-se-ão àqueles, formando um único grupo, o da Igreja do Arrebatamento, que irá ao encontro do Senhor, nos ares (vv. 16-18; cf. Hb 9.28; 10.23).
III. A ESPERANÇA CRISTÃ COMO ÂNCORA DA ALMA
1. Nossa esperança como âncora. O autor desconhecido de Hebreus também discorre sobre a esperança em sua epístola. Em 3.6, motiva-nos a "conservarmos firme a confiança e a glória da esperança até ao fim", o que é repisado em 6.11: "desejamos que cada um de vós mostre o mesmo cuidado até ao fim, para completa certeza da esperança". Neste mesmo capítulo, ele afirma que a esperança dos salvos é "como âncora da alma, segura e firme, e que penetra até ao interior do véu" (vv. 18,19). Em 7.19, explica que a esperança da Igreja, na presente Dispensação da Graça, trouxe-nos "uma melhor esperança, pela qual chegamos a Deus". O conselho final do autor de Hebreus quanto à nossa esperança é o seguinte: "Retenhamos firmes a confissão da nossa esperança; porque fiel é o que prometeu" (10.23). Portanto, mantenhamos essa nossa âncora, por meio da qual não nos movemos facilmente do nosso entendimento, nem nos perturbamos quanto ao futuro (2 Ts 2.2).
2. Por que a esperança do crente é a melhor? O autor de Hebreus diz que a nossa esperança é melhor que a dos que viveram na dispensação anterior (Hb 7.19), mas também é melhor em relação à esperança dos ímpios, que é falsa e vã. Sabemos que estes estão em "lugares escorregadios" (Sl 73.18) e não têm esperança, de fato (Ef 2.12), pois estão "mortos em ofensas e pecados" (v. 1). Somente em Cristo e na Bíblia há uma viva esperança. São falsas as esperanças não baseadas no teísmo, mas em cosmovisões como: ateísmo (falsa ciência), politeísmo (crença em falsos deuses), dualismo (ideia da luta entre o bem o mal que limita o Deus Todo-poderoso), panteísmo (culto à natureza, que abarca crenças como hinduísmo), agnosticismo (crença relativista) e deísmo (culto à razão).
3. Mantendo firme a esperança. A Segunda Vinda, que tem o Arrebatamento da Igreja como seu evento inaugural, desencadeador, iminente (Mt 25.1-13), é o grande motivo para nos mantermos firmes em Cristo. Esta é a nossa bem-aventurada esperança! Sabemos que, ao se manifestar, naquele grande Dia, o Senhor glorificará nosso corpo mortal e seremos como Ele é. O rapto dos salvos pode acontecer a qualquer momento. Estejamos prontos, mantendo a nossa esperança viva e firme (Fp 3.20,21; 1 Jo 3.2,3).
REFERÊNCIAS
ARRINGTON, French L. et al. Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 1. ed. Rio de Janeiro, RJ: CPAD, 2003.
CGADB. Declaração de Fé das Assembleias de Deus. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.
GOMES, Osiel. Lições Bíblicas: A Carreira que nos Está Proposta. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2024.
MCKENZIE, John L. Dicionário Bíblico. 9. ed. São Paulo: Paulus, 2005.
VINCENT, Marvint R. Vincent: Estudo no Vocabulário Grego do Novo Testamento. Vol. 1, 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.
VINE, W. E. et al. Dicionário Vine. 2. ed. Rio de Janeiro, RJ: CPAD, 2003.
Related Media
See more
Related Sermons
See more