1Pedro 1.10-12
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Tema: QUANDO O DISCÍPULO FALAR
Tema: QUANDO O DISCÍPULO FALAR
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Introdução
Você já teve que vender algum produto? E para vender, oferecer às pessoas, se esforçando até convence-las de que elas precisavam daquele produto? Imagino que alguns tenham vivido essa experiência. Talvez a maioria.
Bom, nesse ramo de negócios, existem pessoas que você não conseguiu convencer, certo? Nas primeiras respostas negativas como você reagiu? Talvez frustrado? Isso o fez parar por ali?
Daí então, você apenas recuo: não ofereceu mais nada a ninguém, esperou as pessoas virem até você por interesse delas. Mas não demorou muito e você ficou cansado ao constatar que ninguém iria até você, daí todo o material que sobrou ficou em casa. Guardado? Não mesmo!
No fim das contas, quem utilizou tudo foi você e as pessoas que receberam sua doação, pois você não aguentava mais olhar para esse produto. Talvez lembrando da frustração de não ter conseguido vender a metade.
É, de fato existem pessoas que tem essa aptidão inata para vendas. Principalmente com essa configuração. Esse tipo de negócio é desafiador. Para exercer essa atividade é preciso pontuar em certos pré-requisitos: um deles é a paciência. Não é da noite para o dia que você terá exito nas vendas.
As vezes você tem que várias e várias vezes visitar a casa daquela pessoa, — claro: se ela educadamente lhe receber — para então conseguir vender o produto (seja qual for). Por isso, não pense que o ramo de vendas exige que você apenas “ofereça um produto”. Não mesmo.
Bom, parece que há certa semelhança quando um discípulo de Jesus prega. Parece, mas não é a mesma coisa. Quando você oferece um produto: você necessita de um retorno dessa pessoa que ouviu sua oferta. Se ela responde negativo, você passa para outro e assim segue, até convencer e ter exito na venda.
Mas quando um discípulo fala, quando este comunica a boa notícia que alegra os homens, sua expectativa deve ser diferente. Você não proclama com a intenção de convencer a pessoa. Você faz por uma ordem. Claro que você espera e deseja ver alguém mudando de vida, mas isso não deve mover seu coração.
O que deve mover seu coração deve ser a graça de participar dessa maravilhosa comissão: declarar a boa notícia entre os homens perdidos. Para dentre estes, os eleitos por Deus serem chamados eficazmente.
Mas, existe certa semelhança entre um discípulo de Jesus hoje, e uma parcela do conteúdo que os profetas declaravam, tanto quanto da disposição que estes servos — no Antigo Testamento — tinham.
Bom, sobre isso, vamos observar o que nosso texto apresenta:
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OBSERVAÇÕES DO TEXTO
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[Ler o v.10]
"Foi a respeito desta salvação que os profetas… profetizaram acerca da graça a vós outros destinada”.
Foi a respeito da salvação que os irmãos aqui receberiam que os profetas se questionaram e investigaram cuidadosamente. Em outras palavras: estudaram. Pois eram homens conhecedores das sagradas letras.
Bom, eles estudaram a respeito da salvação que não estava preparada para o tempo deles. Dos próprios profetas. Mas isso não os desanimou estudar e profetizar. Em outras palavras: pregar!
Veja então que estes eram homens de Deus preparados para: não ver o consolo em seus dias.
Que desafiador não? Imagine ser um profeta como Isaías, que foi chamado para a seguinte missão, como encontramos em Is 6.9-10, que diz:
Então, disse ele: Vai e dize a este povo: Ouvi, ouvi e não entendais; vede, vede, mas não percebais. Torna insensível o coração deste povo, endurece-lhe os ouvidos e fecha-lhe os olhos, para que não venha ele a ver com os olhos, a ouvir com os ouvidos e a entender com o coração, e se converta, e seja salvo.
Palavras duras? Sim! Mas e aquele que pregava para esse povo? Ele tinha um grandioso desafio. Ele era o pregador que não seria compreendido.
Mas um dos desafios que os profetas tinham é mencionado no versículo 11, que diz:
[Ler o v.11]
Aqui no versículo 11, Pedro nos comunica que eles eram homens nos quais habitava o Espírito de Cristo. Portanto, suas pregações, as declarações que eles receberam não eram sobre ganhar benefícios pessoais etc., eram sobre o Nosso Senhor Jesus Cristo.
Estes, “de antemão testemunharam sobre os sofrimentos referentes a Cristo e as glórias que os seguiriam”. Eles pregavam a Palavra do Senhor. Seus discursos eram profundamente cristológicos!
Vide o cap.53 do livro do profeta Isaías, onde temos o relato dos sofrimentos e vitória do Servo do Senhor, o Cristo de Israel. Aquele que teve a glória apresentada também, como diz Is 53.11:
Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si.
Aqui temos sofrimentos (iniquidades sobre si) e glórias (satisfação e justificação). A pregação deles tinha um tema, e este era: Cristo.
Mas, veja o que Pedro continua declarando no versículo seguinte:
[Ler o v.12]
Pedro diz que “a eles foi revelado”. O que? Que as palavras que pregavam não eram para si mesmos, mas para os que viriam depois deles.
Em outras palavras: “não seria para eles, mas para nós”. Na verdade, para Pedro e seus contemporâneos, tanto quanto para a nossa geração. Era para nós que eles registraram/declararam de forma escrita, tais palavras.
Agora não são os profetas que declaram as palavras que registraram. Tudo isso iniciou nos discípulos enviados por Nosso Senhor Jesus Cristo. Por isso Pedro diz: “agora, vos foram anunciadas por aqueles que, pelo Espírito Santo enviado do céu, vos pregaram o evangelho”.
Deste modo, os profetas trabalharam a sua época, Pedro e os irmãos à sua e nós hoje!
Mas, esse é trabalho magnifico. Tanto que, “os anjos anelam perscrutar”. Em outras palavras: “estas são coisas que os anjos anelam observar”. Observar porque? Não é o ato de pregar, ou falar do evangelho em si, que eles desejariam observar. Mas é por causa do tesouro que temos em mãos.
O Evangelho. Ele deve estar na boca no discípulo de Jesus Cristo. Não é sobre um oficio que temos e os anjos não. É sobre o evangelho! Não é sobre nós! É sobre Cristo! Deste modo, não seja levado pela interpretação que o conduzirá num caminho a investigações misticas (comparando homens à anjos), mas siga uma interpretação bíblica que o levará a Cristo!
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Existe desafios para a pregação hoje, tanto quanto à época dos profetas. Não foi diferente entre os discípulos quando a igreja expandiu.
Eu diria que o desafio maior não está naqueles que nos ouvem, mas em nós. Naqueles que pregam, não somente por terem sido vocacionados para isso. Mas todo discípulo de Jesus Cristo tem o desafio de pregar aos que o rodeiam, principalmente se estes são perdidos.
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TRANSIÇÃO:
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Mas antes do discípulo comunicar algo ele precisa saber TRÊS VERDADES, e estas nos são apresentadas no texto.
Deste modo, o DISCÍPULO DEVE FALAR:
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1. DAQUILO QUE CONHECE:
E para conhecer você precisa: indagar, investigar minuciosamente e estudar bem sobre o assunto. Os verbos nos versículos 10-11: indagar, inquirir e investigar envolvem esse exercício. Isso aprendemos com os antigos pregadores: os profetas e os primeiros discípulos.
Não pensem os irmãos que os profetas vomitavam palavras. Eles as conheciam, deste modo então pregavam. Imagina se um profeta falasse daquilo que não conhecia? Que tipo de mensagem ele comunicaria? Ou melhor: de que Deus ele seria o mensageiro?
Pois o Único Deus Vivo e Verdadeiro, é um Deus de ordem, clareza e não de obscuridade, ou mistério. Portanto, você deve conhecer para poder falar. E não é algo restrito a iniciado, mas sim a todo discípulo de Cristo, lavado e remido no sangue do Cordeiro.
Aplicações:
Você conhece as doutrinas básicas da fé cristã? Consegue falar sobre pecado se alguém aparecer confuso, precisando de “ajuste”?
Consegue falar sobre salvação? Caso alguém esteja enveredado numa doutrina de salvação por obras? Como conversar sobre isso?
Você consegue apresentar quem é o Deus Bíblico para esta pessoa? Este indivíduo que acredita num deus falso?
Se todas as respostas forem: não. Responda esta última: Como você alimenta a sua alma? Se você não conhece nada nesse sentido, acredito que seja muito difícil você edificar-se com as Escrituras.
Deste modo, o DISCÍPULO DEVE FALAR:
TRANSIÇÃO:
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2. DO SOFRIMENTO E GLÓRIA DE CRISTO:
Este era o tema central da pregação dos profetas e dos primeiros discípulos de Jesus Cristo.
Os sofrimentos: envolve o pecado! Tudo que o Nosso Senhor passou em nosso favor, tinha como objetivo nos limpar da sujeira do pecado em nossas vidas. Como vemos em Is 53.10a, que diz:
Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade e prolongará os seus dias; e a vontade do Senhor prosperará nas suas mãos.
As glórias: envolve a vitória sobre o pecado e a vida eterna! Tudo que o Nosso Senhor conferiu a nós, diz respeito à sua graça (Is 53.11), não a nossos obras, desta que, até as justas são como “trapos com a sujeira mais nojenta”.
Aplicações:
Quando você fala de Jesus para alguém, você esquece de falar do pecado? A má notícia precisa ser comunicada!
Quando você fala de Jesus para alguém, você esquece de falar da redenção pela graça? A má notícia sem a boa não é o Evangelho!
Caso você seja faltoso num destes tópicos, indague a si mesmo: “Porque você é desenvolto em comunicar mais uma notícia, do que a outra”? Alguns gostam de apresentar o problema, mas não a resolução deste. Entretanto no nosso texto é diferente, deste modo não esqueça essa estrutura que Pedro apresenta a nós: sofrimentos e glórias. Pecado e perdão.
Por fim, o DISCÍPULO DEVE FALAR:
TRANSIÇÃO:
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3. POIS É UM PRIVILÉGIO:
Ele não prega como se exigisse ver bons resultados. Quando o Senhor comissionou os discípulos à pregarem, Ele os preparou caso não fosse bem recebidos (Mt 10.14-15). É o Senhor que cuida dos que desprezam o Evangelho.
Do mesmo modo, o Senhor disse que os estava enviando como “ovelhas entre lobos” e os discípulos deveriam ser astutos e sem malícia (Mt 10.16). Pregar é um privilégio. É carregar em vasos de barro um tesouro inigualável (2Co 4.7). Não é para nós aparecermos, ou usarmos nossa imagem para promovermos o Evangelho. O Senhor não divide sua glória com ninguém.
Deste modo somos os que participam por pura graça.
Aplicações:
Você já viveu esse choque de realidade? Você teve sua vida radicalmente mudada! O que o impede de abrir a boca e pregar o Evangelho? Vergonha? Se for, a sua preocupação é com sua imagem e deste modo você peca tanto quanto aquele que deseja aparecer.
Você tem consciência do valor deste tesouro que você carrega? Por isso Apostolo Paulo diz em 2Co 4.5:
Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor e a nós mesmos como vossos servos, por amor de Jesus.
Nada deve nos impedir de pregar. Nem nós mesmos.
TRANSIÇÃO:
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CONCLUSÃO:
Meus amigos, lembram da frustração que vendedores podem ter que falei na introdução? Aquela frustração por oferecer o seu produto e ninguém lhe dar atenção?
Então, isso não deve acontecer com o discípulo de Jesus Cristo. Essa frustração não cabe no coração daqueles que compreendem ser apenas um instrumento nas mãos do Redentor, pois sabem que Ele mesmo que convencerá seus eleitos. O chamado do Senhor é eficaz, não o nosso.
Portanto, quando você apresentar o Evangelho à alguém, saiba (conheça) o que está falando, seja cristocêntrico e aproveite todas as oportunidades deste privilégio. Mas, quanto aos resultados, fale como o Apóstolo Paulo em 1Co 3.6-7:
Eu plantei, Apolo regou; mas o crescimento veio de Deus. De modo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento.