Exposições em Gálatas - Sermão 7: O Evangelho da benção e da vida
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Introdução
Introdução
Irmãos, desde o nascimento, dois caminhos são apresentados diante do ser humano: um caminho em direção à benção e a vida e outro caminho em direção à madição e à morte. Qualquer que olhe para esses dois caminhos deveria chegar à conclusão óbivia de que o melhor caminho a trilhar é o caminho para a benção e para a vida, afinal, qual tolo escolheria para si a maldição e a morte? Mas todos, por si só, estão encerrados sob esse julgo de tolice, afinal, por si só, o ser humano sempre escolherá o caminho de maldiçao e de morte.
Mas qual seria esse caminho de maldição e de morte? É o mesmo caminho escolhido no Éden por Adão e Eva, o mesmo caminho escolhido no deserto pelos hebreus, o mesmo caminho escolhido pelos reis de Israel, o mesmo caminho escolhido por aqueles que rejeitaram a Luz do Mundo, caminho que muitos hoje ainda vivem.
Esse é o caminho daqueles que buscam, incessantemente, transformar a sua responsabilidade em soberania e transformar a Soberania de Deus em responsabilidade, quando desejam colocar sobre si o poder e autoridade para para realizar aquilo que fará com que Deus lhes proporcione bençãos e vida. Ao invés de viverem olhando para Deus como o único fim de suas vidas, tornam Ele um meio para a satisfazer a sua própria cobiça.
Contexto imediato
Contexto imediato
O apóstolo Paulo, até então, já deixou bem claro aos gálatas que só existe uma forma para a o ser humano alcançar justiça diante de Deus: a fé em Jesus Cristo como Filho de Deus, que, por Graça, se entregou à Cruz para redimir aqueles que o Pai lhe havia entregue. Essas são as boas novas de Cristo: Cristo, o Rei dos Reis, venceu a maior batalha que todos, desde Adão até cada um de nós, estávamos fadados a perder miseravelmente.
Em sua morte e ressurreição, Cristo venceu o pecado e a morte que entraram no mundo através de Adão. Paulo então começou o capítulo 3 com uma sequência contundente de 5 perguntas retóricas aos gálatas que mostram como eles, mesmo havendo sido alcançados pela graça de Cristo, estavam fascinados pelo engano dos falsos profetas e tornando vã essa maravilhosa benção que haviam recebido quando retrocediam para a batalha que já havia sido vencida por Cristo e, com isso, tornavam vãs as obras do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Agora, Paulo inicia uma série de 5 argumentos para que os gálatas atentassem para o tamanho da insensatez do caminho que estavam trilhando, retrocedendo no caminho da benção e da vida, em direção a um caminho de maldição e de morte. Cada um dos 5 argumentos de Paulo é sustendado por Paulo pelos livros da Lei e dos Profetas, como quem diz: “se esses falsos profetas querem destruir o Evangelho de Cristo pelos ensinos da Lei e dos Profetas, eu com o ensino da Lei e dos Profetas anuncio e exalto o maravilhoso Evangelho de Cristo”.
Divisão do texto
Divisão do texto
Gálatas 3.6-9 - A benção pela Fé
Gálatas 3.10 - A maldição pela Lei
Gálatas 3.11 - A vida pela Fé
Gálatas 3.12 - A morte pela Lei
Gálatas 3.13-14 - O caminho para a benção e para a vida
A benção pela Fé (Gálatas 3.6-9)
A benção pela Fé (Gálatas 3.6-9)
Gálatas 3.6 (ARA)
É o caso de Abraão, que creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça.
O primeiro argumento de Paulo é um ataque contundente aos falsos profetas que anunciavam a justificação pelas obras com base nos requisitos da Lei. Ele evoca o texto de Gn 15.6 para declarar que a benção e do favor divino são alcançados pela fé na palavra de Deus e que o próprio Abraão havia sido justificado pela fé e não por suas obras, de modo que o texto em seu contexto declara o seguinte:
Gênesis 15.1–6 (ARA)
Depois destes acontecimentos, veio a palavra do Senhor a Abrão, numa visão, e disse: Não temas, Abrão, eu sou o teu escudo, e teu galardão será sobremodo grande. Respondeu Abrão: Senhor Deus, que me haverás de dar, se continuo sem filhos e o herdeiro da minha casa é o damasceno Eliézer? Disse mais Abrão: A mim não me concedeste descendência, e um servo nascido na minha casa será o meu herdeiro. A isto respondeu logo o Senhor, dizendo: Não será esse o teu herdeiro; mas aquele que será gerado de ti será o teu herdeiro. Então, conduziu-o até fora e disse: Olha para os céus e conta as estrelas, se é que o podes. E lhe disse: Será assim a tua posteridade. Ele creu no Senhor, e isso lhe foi imputado para justiça.
O texto que Paulo evoca nos mostra que Abraão foi justificado por uma ação de fé, afinal, ele não era circuncidado, ele não havia recebido a Lei que Moisés recebeu e nem mesmo nos é declarado que ele cumpriu atos de justiça diante de Deus para que encontrasse favor diante de Deus, mas ele creu na palavra de Deus, mesmo com todas as circunstâncias contrárias, e sua obediência era fruto da sua fé na palavra divina. O ato de Abraão foi crer que a obra era completamente divina, afinal Deus quem era seu Escudo, seu Soberano, enquando o ato de Deus foi imputar justiça a ele por isso.
Gálatas 3.7–9 (ARA)
Sabei, pois, que os da fé é que são filhos de Abraão. Ora, tendo a Escritura previsto que Deus justificaria pela fé os gentios, preanunciou o evangelho a Abraão:
Em ti, serão abençoados todos os povos.
De modo que os da fé são abençoados com o crente Abraão.
Paulo, então, continua seu primeiro argumento declarando que os verdadeiros filhos de Abraão são aqueles que compartilham da mesma fé pela qual Abraão encontrou justiça. Ele não diz que “além daqueles que compartilham o vínculo étnico ou que se submetem aos ritos e requisitos judaicos, os da fé também são filhos de Abraão”, mas diz que, na verdade, a despeito dos vínculos étnicos e religiosos, os da fé é quem são os verdadeiros filhos de Abraão. A isso, soma-se o que o Próprio Cristo declarou:
João 8.39–44 (ARA)
Então, lhe responderam: Nosso pai é Abraão. Disse-lhes Jesus: Se sois filhos de Abraão, praticai as obras de Abraão. Mas agora procurais matar-me, a mim que vos tenho falado a verdade que ouvi de Deus; assim não procedeu Abraão. Vós fazeis as obras de vosso pai. Disseram-lhe eles: Nós não somos bastardos; temos um pai, que é Deus. Replicou-lhes Jesus: Se Deus fosse, de fato, vosso pai, certamente, me havíeis de amar; porque eu vim de Deus e aqui estou; pois não vim de mim mesmo, mas ele me enviou. Qual a razão por que não compreendeis a minha linguagem? É porque sois incapazes de ouvir a minha palavra. Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira.
Abraão recebeu o evangelho de Cristo pré-anunciado quando Deus lhe prometera que, nele, todos os povos seriam abençoados. A fé que levou Abraão a encontrar justiça foi a fé na promessa de que, através de sua descendência, a promessa de Gn 3.15 seria consumada em Cristo e que todos os povos seriam abençoados por ela, de modo que os verdadeiros filhos de Abraão são aqueles que creem verdadeiramento no Evangelho da graça de Cristo. Estes, são abençoados juntamente com Abraão, pois, assim como ele, encontram sua justiça diante de Deus e compartilham do galardão prometido a ele. Cristo declara:
João 8.56 (ARA)
Abraão, vosso pai, alegrou-se por ver o meu dia, viu-o e regozijou-se.
Abraão, pela fé, viu a benção que alcançara da parte de Deus ao enxergar que todas as suas esperanças e alegrias se consumariam na Pessoa e Obra de Cristo, não em seus próprios méritos, nem em sua própria justiça. Viver a mesma fé que Abraão viveu nos torna fruto da promessa dada a ele e nos direciona a essa mesma benção da qual ele usurfruiu.
A maldição pela Lei (Gálatas 3.10)
A maldição pela Lei (Gálatas 3.10)
Gálatas 3.10 (ARA)
Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição; porque está escrito:
Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no Livro da lei, para praticá-las.
Paulo continua para seu segundo argumento fazendo um paralelo com a benção que aqueles que são verdadeiramente filhos de Abraão pela fé em Cristo, mas agora, tratando acerca do caminho alternativo: um caminho de maldição. Se antes ele declara que só existe um caminho para o ser humano ser justificado, que é compartilhar da fé de Abraão, todos aqueles não vivem essa fé, encontram-se sob a maldição de um decreto de condenação. Ele declara que isso “está escrito”, ou seja, foi estabelecido ou decretado por Deus em Dt 27.26:
Deuteronômio 27.26 (ARA)
Maldito aquele que não confirmar as palavras desta lei, não as cumprindo. E todo o povo dirá: Amém!
Em Deuteronômio, o povo está prestes a entrar na Terra Prometida e Moisés se coloca diante dAo povo para promulgar a Lei e uma série de bençãos e maldições. O interessante é que eles estão prestes a alacançar uma parte da promessa de benção que havia sido firmada por Deus com Abraão, mas uma série de maldições são proferidas relacionadas ao descumprimento da Lei. É como se Deus estivesse declarando que: “vocês podem estar entrando na Terra que Eu prometi aos pais de vocês, mas a verdadeira e maior benção ainda não foi alcançada por vocês; olhem para a Lei e vejam o que ela aponta acerca de vocês”.
Moisés progride em uma série de maldições até alcançar a principal dentre elas, aquela a qual ninguém pode escapar: qualquer um que não permanecer, não somente de intelecto, mas também na prática de todas as palavras da Lei, é, por consequência, maldito. Moisés e Paulo nos mostram que todos, não só os gentios, mas também os judeus, são carentes da graça de Deus, porque, aquele que não praticar tudo que está escrito na Lei tem sob si a maldição de ser merecedor da condenação divina, ao que o próprio salmista constata:
Salmo 14.1–3 (ARA)
Diz o insensato no seu coração: Não há Deus.
Corrompem-se e praticam abominação;
já não há quem faça o bem.
Do céu olha o Senhor para os filhos dos homens,
para ver se há quem entenda,
se há quem busque a Deus.
Todos se extraviaram e juntamente se corromperam;
não há quem faça o bem,
não há nem um sequer.
Paulo está deixando bem claro, aos gálatas, que só existem dois grupos de pessoas: os da fé e os das obras da lei. Os da fé seguem o caminho de Abraão, fazem parte da descendência da promessa, sob a qual reside a mesma justiça imputada sobre Abraão e sob a qual reside a vitória do descendente de Abraão prometido em Gn 3.15; enquanto isso, os das obras da lei, por mais que venham a julgar-se os reais descendentes de Abraão, não partilham da sua fé e nem da justiça que foi imputada sobre ele, já que colocam sob si o peso da maldição de, conhecerem a lei e não perceberem o que a lei mostra a seu respeito, que à parte da graça de Deus só lhes resta a condenação.
A vida pela Fé (Gálatas 3.11)
A vida pela Fé (Gálatas 3.11)
Gálatas 3.11 (ARA)
E é evidente que, pela lei, ninguém é justificado diante de Deus, porque
o justo viverá pela fé.
Paulo, agora, inicia mais dois argumentos relacionados ao fruto da benção e ao fruto da maldição dos dois argumentos anteriores. Iniciando pelo fruto da benção alcançada pela fé, o apóstolo deixa claro que seu argumento é algo “evidente”, ou seja, algo óbvio, que está claro aos olhos de todos, mas que, mesmo estando explícito e claro, muitos ainda não conseguiam compreender e conssentir, a saber que, “pela lei, ninguém é justificado diante de Deus”.
Quando Paulo faz tamanha afirmação, ele está declarando o seguinte: “olhe para a Lei e a entenda como a vontade de Deus para o seu povo que reflete a santidade dEle; você que, diretamente ou indiretamente, confia que faz o suficiente para ser achado justo diante de Deus, olhe para si à luz da Lei e olhe para Deus como Aquele de quem veio a Lei; pergunte-se: eu sou justo? Certamente a resposta será não!”. Interessante é que, algumas vezes, no ministério de Jesus, alguns homens se direcionaram a Jesus sob a pretensão de serem justos diante dos resuisitos da Lei, mas quando Jesus efetivamente os apresentava a Lei, percebiam o quão pecadores eram. Isso foi exatamente o que Jesus aplicou ao jovem rico:
Mateus 19.16–22 (ARA)
E eis que alguém, aproximando-se, lhe perguntou: Mestre, que farei eu de bom, para alcançar a vida eterna? Respondeu-lhe Jesus: Por que me perguntas acerca do que é bom? Bom só existe um. Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos. E ele lhe perguntou: Quais? Respondeu Jesus: Não matarás, não adulterarás, não furtarás, não dirás falso testemunho; honra a teu pai e a tua mãe e amarás o teu próximo como a ti mesmo. Replicou-lhe o jovem: Tudo isso tenho observado; que me falta ainda? Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, dá aos pobres e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-me. Tendo, porém, o jovem ouvido esta palavra, retirou-se triste, por ser dono de muitas propriedades.
Aquele jovem desejava a vida eterna, mas a desejava pelo seu próprio mérito, pela sua própria capacidade, pelas obras da Lei. Ao contrário de Abraão, ele não se sentia dependente de Deus, nem mesmo desejava passar perto de qualquer dependência, mas desejava ter o controle sob quaisquer métodos terrrenos que o levasse à vida eterna. Na verdade ele já justificava a si mesmo por meio da Lei, ao ponto de não julgar lhe faltar nada. É aí que Cristo sonda o seu coração e diz: “bem, você não entendeu que diante de Deus, ninguém se justificará pela Lei e, com isso, não conhece a mim, nem à minha obra; mas veja bem, se você deseja a vida eterna, prove que você ama a Deus acima de todas as coisas, inclusive acima do seu dinheiro.”. É então que aquele jovem testifica que diante de Deus, por mais moralmente correto que seja o indivíduo, ninguém será justificado pelas obras da Lei.
Bem, então, já que Cristo mostra que por nossas práprias obras não somos capazes de alcançar a vida, o que responde à pergunta do jovem rico? É o que Paulo continua declarando aos gálatas quando evoca o texto de Habacuque 2.4:
Habacuque 2.4 (ARA)
Eis o soberbo! Sua alma não é reta nele; mas o justo viverá pela sua fé.
O profeta aqui está declarando que o verdadeiro justo é aquele que não vive diante de Deus na posição de soberbo, ou seja, na posição de alguém que não se porta como o jovem rico, mas que vive diante de Deus como Abraão, em total dependência de Deus através da fé na Sua Palavra. O caminho do soberbo é a condenação da morte e o caminho do justo é a vida pela fé.
O termo que Paulo usa para “viverá” tem o sentido de uma vida ressucitada com o pecado subjulgado, ou seja, o apóstolo está declarando que os justos são aqueles que, condenados pela maldição da Lei, se agarram à mesma fé de Abraão quando creem na graça que lhes é oferecida através da justificação através da Pessoa e da Obra de Jesus Cristo.
A morte pela Lei (Gálatas 3.12)
A morte pela Lei (Gálatas 3.12)
Gálatas 3.12 (ARA)
Ora, a lei não procede de fé, mas:
Aquele que observar os seus preceitos por eles viverá.
Se o fruto da benção que alcançamos pela fé é a vida, o fruto da maldição que o ser humano alcança pelas obras da Lei é a morte. Esse é o argumento que Paulo utiliza no versículo 12. Ele começa dizendo que “a lei não procede da fé”, mas o que ele quer dizer com isso?
Paulo está declarando que para o caminho da justificação humana, a Lei aponta para a necessidade da nossa morte, afinal, como já argumentado anteriormente, somos incapazes de, por nossas próprias forças, cumprirmos integralmente a Lei de Deus e, com isso, só nos resta a condenação da morte; entretanto, nesse mesmo caminho da justificação, a fé aponta para a certeza da vida eterna daqueles que, reconhecendo-se como pecadores, creem na vitória de Cristo na cruz sobre o pecado e sobre a morte. A lei aponta para a condenação do ser humano, mas, a obediência a ela é fruto da nova vida daqueles que são justificados pela fé em Cristo.
Paulo continua evocando mais um texto da Lei, agora do livro de Levítico:
Levítico 18.1–5 (ARA)
Disse mais o Senhor a Moisés: Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Eu sou o Senhor, vosso Deus. Não fareis segundo as obras da terra do Egito, em que habitastes, nem fareis segundo as obras da terra de Canaã, para a qual eu vos levo, nem andareis nos seus estatutos. Fareis segundo os meus juízos e os meus estatutos guardareis, para andardes neles. Eu sou o Senhor, vosso Deus. Portanto, os meus estatutos e os meus juízos guardareis; cumprindo-os, o homem viverá por eles. Eu sou o Senhor.
Para a Lei, não existe meio termo, não existe justiça parcial, afinal, a vida é prometida para aqueles que cumprem integralmente a todos os mandamentos. Por mais insensatos que fossem os gálatas, Paulo esperava que eles compreendessem o tamanho da loucura de retroceder da fé para as obras da Lei. Eles estavam retrocedendo da benção que leva à vida eterna, para a maldição que leva à condenação da morte.
Paulo se coloca como o segundo Moisés ao clamar aos gálatas como Moisés clamou aos israelitas:
Deuteronômio 30.19–20 (ARA)
Os céus e a terra tomo, hoje, por testemunhas contra ti, que te propus a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência, amando o Senhor, teu Deus, dando ouvidos à sua voz e apegando-te a ele; pois disto depende a tua vida e a tua longevidade; para que habites na terra que o Senhor, sob juramento, prometeu dar a teus pais, Abraão , Isaque e Jacó.
O caminho para a benção e para a vida (Gálatas 3.13-14)
O caminho para a benção e para a vida (Gálatas 3.13-14)
Gálatas 3.13 (ARA)
Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito:
Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro),
Agora, Paulo conclui o seu quinto argumento mostrando o único caminho que viabilizou a benção e a vida pela fé. Quando Deus nos declara que fomos salvos pela graça, mediante a fé que nos justifica, não quer dizer que Ele deixou impune a maldição requerida pela Lei.
Jesus declara que nós éramos escravos do pecado, subjulgados a ele e condenados à morte pela maldição da Lei, mas que pelo Seu Evangelho da verdade, somos libertos da prisão do pecado:
João 8.31–34 (ARA)
Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. Responderam-lhe: Somos descendência de Abraão e jamais fomos escravos de alguém; como dizes tu: Sereis livres? Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: todo o que comete pecado é escravo do pecado.
Qual o evangelho que liberta o ser humano da escravidão do pecado? O evangelho que anuncia que Cristo se entregou à cruz em nosso lugar, pagando o preço da maldição da Lei quando Ele mesmo se fez maldito em nosso lugar, nos comprando de volta, ou nos resgatando, do poder do pecado para o poder do Espírito que habita em nós. Paulo evoca mais uma vez um texto da própria Lei para descrever o preço pago por Cristo:
Deuteronômio 21.22–23 (ARA)
Se alguém houver pecado, passível da pena de morte, e tiver sido morto, e o pendurares num madeiro, o seu cadáver não permanecerá no madeiro durante a noite, mas, certamente, o enterrarás no mesmo dia; porquanto o que for pendurado no madeiro é maldito de Deus; assim, não contaminarás a terra que o Senhor, teu Deus, te dá em herança.
Nós éramos os malditos de Deus que deveriam ser pendurados na cruz, nós os que cometemos toda sorte de pecado passível de morte diante de Deus, mas Cristo pagou o preço dessa maldição quando Ele próprio se fez, na cruz, maldito em nosso lugar.
Gálatas 3.14 (ARA)
para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios, em Jesus Cristo, a fim de que recebêssemos, pela fé, o Espírito prometido.
Paulo então conclui declarando que foi exatamente a cruz de Cristo que nos deu o caminho para a benção e para a vida. Sem o sacrifício de Cristo, estaríamos fadados a sempre escolher o caminho de maldição e de morte diante de nós, mas quando Cristo se fez maldição em nosso lugar, Ele:
Proporcionou que a bênção de Abraão chegasse aos gentios, visto que Ele circuncidou os nossos corações, nos fazendo descendência de Abraão, compartilhando de sua justiça e de sua promessa;
Romanos 2.29 (ARA)
Porém judeu é aquele que o é interiormente, e circuncisão, a que é do coração, no espírito, não segundo a letra, e cujo louvor não procede dos homens, mas de Deus.
De modo que fomos regenerados com uma nova vida pelo recebimento do Espírito Santo, prometido desde os Profetas, e que se regozija em ser povo de Deus e obedecê-lo pela fé na obra que Ele realizou:
Ezequiel 36.26–28 (ARA)
Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne. Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis. Habitareis na terra que eu dei a vossos pais; vós sereis o meu povo, e eu serei o vosso Deus.
Conclusão e aplicações
Conclusão e aplicações
Irmãos, Deus constantemente apresenta diante de nós esses dois caminhos, como sempre apresentou diante do seu povo na história da redenção. Não podemos nos achar superiores, precisamos sempre nos avaliarmos se estamos firmes no caminho da fé que leva à benção e à vida ou se estamos nos fascinando pelo engano de Satanás e nos enredando pelo caminho das obras que leva à maldição e à morte.
Acima de tudo, não se enganem meus irmãos, da mesma forma que Satanás levou o engano a muitos judeus que pensavam ser justos e salvos somente por terem a marca da descendência de Abraão, ele continua levando esse engano a muitos que passam anos e anos na igreja, enganando a si mesmos quando acham que são salvos simplesmente por comporem o quadro de membros da igreja. Simplesmente estar na igreja é diferente de ser Igreja.
Como descendência de Abraão, precisamos nos multiplicar como instrumentos da promessa, isso se dá pela pregação da palavra do Evangelho de Cristo! Pregar o Evangelho de Cristo significa lervarmos a benção e a vida que alcançamos em Cristo àqueles que se encontram perdidos no caminho da maldição e da morte. A fé genuína em Cristo Jesus não nos leva a esconder o evangelho, as obras da lei fazem isso para atender à cobiça do coração; com a fé não é assim, ela nos leva a um impulso natural que nos impele a compartilhar a benção e a vida pela mesma misericórdia e pelo mesmo amor pelos quais um dia fomos alcançados.
Além disso, se você está aqui nessa noite, você só pode estar em dois possíveis grupos: os da fé ou os das obras da lei. Se no seu coração você ora como o publicano, bate no peito e clama “Ó Deus, sê propício a mim, pecador”, meu irmão saiba que a sua fé é capaz de te levar pelo caminho da benção e da vida eterna; se agarre na obra de Cristo e não na sua própria! Continue olhando para a lei e enxergando quem você diante dAquele que é Santo, Santo, Santo, e compreenda o tamanho da graça que foi direcionada a você. Agarre-se na benção das promessas que temos em Cristo, em total dependência da obra do Espírito Santo, e usurfrua da vida e liberdade em abundância que flui dEle.
Não esteja dentre os das obras da lei, que olham para si e oram a Deus como fariseu, que não conseguem olhar para a lei e enxergar quem verdadeiramente são, mas como cegos que, obscurecidos pelo pecado, enxergam apenas o que você fazem; olham para o pecado do próximo, não com os olhar de restauração, mas com na busca sedenta pela condenação e nisso, esquecem-se do próprio pecado. Não se distancie do caminho da fé! Não se distancie do caminho da benção e da vida!