Alegria
Vida Frutífera • Sermon • Submitted • Presented
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Introdução
Introdução
Texto base: Filipenses 4.4-7
4 Alegrem-se sempre no Senhor; outra vez digo: alegrem-se!
5 Que a moderação de vocês seja conhecida por todos. Perto está o Senhor. 6 Não fiquem preocupados com coisa alguma, mas, em tudo, sejam conhecidos diante de Deus os pedidos de vocês, pela oração e pela súplica, com ações de graças. 7 E a paz de Deus, que excede todo entendimento, guardará o coração e a mente de vocês em Cristo Jesus.
O que é alegria para você? Estar com os amigos? Trabalhar no que ama? Um hobby?
Alegria é muito mais do que um momento de felicidade ou diversão. Alegria é algo que Deus nos promete, é parte do Fruto do Espírito e também uma realidade do seu Reino. Romanos 14.17 diz que o Reino do Senhor é justiça, paz e alegria no Espírito. Você já parou para pensar nisso?
Logo a alegria além de ser muito mais do que uma emoção, mas uma virtude, é também um distintivo do Reino de Deus. A alegria, assim como a paz e justiça compõem nossa identidade como cidadãos do Reino de Deus. Talvez você fique indignado com a injustiça, anseie pela paz, mas você já parou para pensar que a alegria está no mesmo patamar?
No texto que lemos, Paulo dá uma ordem e não uma sugestão. Alegrem-se! Está no imperativo, assim como faz parte do Reino de Deus e também é resultado da ação do Espírito Santo em nós.
Então, se é algo tão importante, precisamos saber o que é alegria.
O mundo vive em busca da felicidade, enquanto Deus nos promete alegria. Deus não te chamou para ser feliz, mas te promete alegria. Mas como assim? Eu costumo dizer que alegria é um local aonde as pessoas querem chegar (mas nunca vão conseguir), enquanto alegria é uma forma como se anda.
Portanto, alegrar também não é ficar rindo a toa, nem mesmo rir fora de ocasião. Alegria não é ausência de tristeza, não se entristecer nunca. A bíblia diz que há tempo para chorar. O que Paulo está dizendo é que é possível ter uma alegria no Senhor apesar das circunstâncias, onde essa alegria nos sustenta. No início do ano tivemos uma série em Habacuque, e uma das suas afirmações mais conhecidas no fim do livro é aquela onde ele diz que “ainda que a figueira não floresça… eu me alegrarei no Senhor”. Em resumo, o que Habacuque diz é que ainda que o momento seja desesperador, impossível aos olhos humanos, ainda assim eu posso me alegrar no Senhor. Até nos dias tristes, nós podemos nos alegrar no Senhor. Ele é a nossa porção, nosso deleite. Você deleita no Senhor? Ou simplesmente acredita nele?
O que Paulo nos convida é em meio ao mundo que nos dá motivos de sobra para se entristecer, nós temos um Deus em quem nós podemos nos alegrar.
Logo, se alegrar no Senhor é uma atitude de louvor, diante do sucesso ou do fracasso para que o nosso coração encontre descanso Nele. Se alegrar no Senhor é se lembrar de quem Deus é, o quanto Ele nos ama independente das circunstância. Que em meio ao mundo que somos amados enquanto “merecemos”, o amor do Senhor por nós não muda, não é condicional. Se alegre no Senhor quando tudo vai mal, mas também quando tudo vai bem…
Em dias maus, temos a tendência em duvidar do amor de Deus por nós. Mas, quando nos alegramos no Senhor como um ato de louvor a Ele, o Seu amor contrasta com a circunstância e tudo se torna pequeno, pois o amor Dele é muito mais. Se alegre no Senhor, é isso.
Nos dias bons, se alegre no Senhor. Lembre-se que aquela promoção, aquele emprego, aquela namorada, aquele carro novo, a vitória do seu político favorito, nada disso pode te dar alegria. Você não depende de nada disso para ser alegre, e se você substituir Deus como sua fonte de alegria por qualquer uma dessas coisas, você não vai encontrar alegria nem muito menos a tal felicidade…
Se alegrar no Senhor é ter a perspectiva sobre as circunstâncias mudadas, mesmo que as circunstâncias não mudem. Lembre-se Jesus se alegrou no Pai em todas as circunstâncias inclusive no seu momento de maior agonia, momentos antes da sua morte, no Getsêmani, e até mesmo na cruz.
Por isso, eu gostaria de a partir disso, meditar com vocês sobre os ladrões da alegria:
1. Pecado
1. Pecado
Seja o pecado através das práticas ou até mesmo aqueles não materializados que cultivamos no coração. O pecado rouba nossa alegria uma vez que a alegria é essencialmente satisfação em Deus, e o pecado obviamente afeta essa comunhão e consequentemente retira de nós o prazer da presença do Senhor. No Salmo 51, versículo 12 Davi confessa que por conta do seu pecado com Bate Seba ele perde a alegria da salvação.
Se voltarmos aos versículos iniciais de Filipenses 4, vemos que Paulo fala sobre um conflito entre duas irmãs em Cristo, Evódia e Síntique. Ele aqui admoesta essas duas irmãs se reconciliarem, indicando que o caminho para a alegria envolve arrependimento e abandono de pecados. Mas como Paulo trata especificamente esse tipo de pecado, vejamos o ensino de Deus para nós também nesse sentido.
Há aqui um imperativo, se resolvam. Ou seja, qualquer tipo de conflito entre irmãos deve ser resolvido. Paulo não entra no mérito de quem está certa ou quem está errada, e inclusive expõe para toda a igreja a responsabilidade que ambas tem em se resolverem. Que o jeito cristão de lidar com o conflito não é deixando pra lá, fingindo que nada aconteceu, ou pior, sustentando essa quebra de comunhão.
Paulo começa apontando o caminho para a reconciliação:
Primeiro, tenham o mesmo modo de pensar em Cristo. Cristo é o exemplo máximo de reconciliação, ele não só nos manda reconciliar. Essa afirmação envolve também não se achar superior a ninguém, que apesar de qualquer divergência de opinião, como cristãos concordamos em algo que é maior que tudo, e isso derruba qualquer muro de inimizade. O evangelho não é somente a mensagem que nos salva para o futuro, é a mensagem que nos transforma enquanto estamos aqui. Somos cidadãos de um outro reino e devemos exercer essa cidadania, demonstrar de forma prática e evidente isso. Logo, o evangelho é também o mediador nas relações entre crentes. Se qualquer outra diferença de opinião, seja política, social, ou até uma questão fútil tem se tornado uma barreira a comunhão com outros crentes, sobre tudo da mesma comunidade de fé, de certa forma o evangelho não tem sido suficiente para nós. Nossa relação vertical tem desdobramentos horizontais, contra fatos não há argumentos.
Seja qual for a ofensa que você tenha recebido, a sua incapacidade de perdoar e reconciliar fala mais sobre você e sua relação com Deus do que quem te ofendeu. Não há ofensa maior do que a que causamos a Deus e ele nos perdoou e nos reconciliou. Se temos o mesmo modo de pensar que Cristo, isso deve se refletir de forma prática nas nossas relações. Porém o pecado, a falta de satisfação em Deus, que é a verdadeira alegria, faz com que a gente se ache melhor do que o outro. Sendo eu melhor, o outro não me merece. Esquecemos da nossa verdadeira identidade em Cristo, o que Ele fez por nós. A falta de reconciliação traz para nós consequências terríveis:
Mateus 5.23-24 - A importância do perdão para que nossas ofertas sejam aceitas. Mateus 6.14-15 Jesus fala sobre as implicações verticais dos nossos relacionamentos horizontais.
Hebreus 12.14-15 o autor fala como nossa amargura afeta o corpo de Cristo, por isso Paulo aos Filipenses expõe esse conflito a toda a igreja. Dá a responsabilidade as duas pelo conflito, e suplica para que se ambas não conseguem por si só, apelar para que a igreja medie essa reconciliação. Antes de entrar no mérito sobre quem está certo ou errado, Deus quer saber de você, o que você fez para reconciliar. Leve isso a sério, não viva uma vida amargurada, repreenda irmãos que vivem assim, se ele não te ouvir, siga os passos bíblicos de Mateus 18. Se ainda assim a pessoa persistir no pecado, se afaste. A desavença, o conflito entre irmãos é um anti-evangelho na prática. Leve esse pecado a sério.
2. Ansiedade
2. Ansiedade
Paulo depois exorta em relação a ansiedade, que não devemos ser tomados por ela. Ë interessante como ansiedade milita contra a alegria, não precisa nem ler a bíblia para saber disso, basta ver o filme “Divertidamente 2”. Eu assisti na sexta com alguns irmãos aqui da igreja, e se você ainda não viu, lá vai spoiler… A animação fala sobre uma menina que tem na sua mente a ansiedade dominada e como isso sufoca a alegria e traz consequências terríveis na vida personagem.
Ansiedade é algo sério, e ao mesmo tempo socialmente aceitável, em alguns contextos até mesmo elogiada como previdência e preocupação com o futuro. No filme inclusive, a ansiedade se apresenta como a preocupação com o futuro, mas essa preocupação excessiva causa estragos terríveis. O que geralmente nos deixa ansiosos? Trabalho, dívidas, filhos, doenças… Há quem fique ansioso por futebol e política. Paulo aqui faz uma afirmação poderosa, que não se supera ansiedade com a ausência dela, mas substituindo ansiedade por alegria no Senhor. Não se sinta culpado, todos nós somos inclinados a ansiedade, mas não se conforme com ela. Como a Palavra de Deus nos exorta, busque ao Senhor no momento de ansiedade com súplicas, petições e ações de graça. Ou seja, leve tudo a Deus em oração. Como deve ser essa oração? Suplique, abra o coração. Peça, diga para o Senhor seus pedidos, mas não se esqueça de contar as bênçãos para o Senhor, se lembre de quem Deus é e tudo que Ele já fez por você, sobretudo em Cristo. Deus não se esqueceu das bênçãos que Ele já nos concedeu, nós que nos esquecemos, agradecer a Ele é um exercício para nós.
3. Legalismo
3. Legalismo
Como o legalismo é um ladrão da alegria? Legalismo de certa forma é uma confiança mal empregada. Na época de Paulo o legalismo se manifestava através da lei judaica, mas para você talvez seja suas disciplinas pessoais, suas rotinas, obras piedosas, métodos, tradições… Seja qual for, se a fonte de confiança não for Jesus Cristo e sua Graça, essa alegria é frágil que a qualquer momento vai se quebrar. Não é uma questão se vai quebrar, apenas quando.
Existe um caminho da alegria, um jeito de se viver em alegria. O primeiro passo é saber que alegria é fruto do Espírito, é uma habilitação divina em nós que nos habilita durante qualquer situação, superando momentos ruins e mantendo nosso coração no eixo quando vem o sucesso. É a forma como nós superamos não só a ansiedade como também o orgulho, afinal de contas o que nos faz não querer reconciliar a não ser o orgulho?
O segundo passo é óbvio: confesse e abandone o pecado. Já fiz referência à falta de alegria ou ao espírito forte de opressão que Davi sofreu quando não tratou de seu pecado. Porém, enquanto Davi confessava seu pecado, houve uma progressão interessante em seus pensamentos, começando com a libertação da culpa, movendo-se para a fé no livramento de Deus, depois para o testemunho do amor infalível de Deus e chegando, finalmente, à alegria e ao louvor. O perdão de Deus é sempre uma fonte de fascinação para mim. Parece incrível que, apesar de pecados repetidos, se os confessarmos, ele é fiel e justo para perdoar-nos. A fidelidade contínua de Deus para perdoar-me e restabelecer-me à sua comunhão é fonte de alegria para mim. Estou pronto para louvar da mesma maneira que Davi o fez.
Um terceiro passo específico para alegria é: confiar em Deus. Romanos 15.13 fala de Deus enchendo-nos de alegria e paz à medida que confiamos nele. É Deus que fica atrás da sua Palavra. As promessas da Bíblia não são nada mais que a aliança de Deus para ser fiel a seu povo. É seu caráter que tornam essas promessas válidas.
Em quarto lugar, amplie seus horizontes, olhe para a eternidade. Entenda que comparado a tudo que Deus tem pra você em Cristo Jesus, toda dor é por enquanto. Toda provação, por pior e mais difícil que seja, comparado ao tesouro que temos em Cristo, e todo sofrimento que Ele enfrentou por você, a sua dor é leve e momentânea.
Por último, seja grato. Não é ser grato pela dificuldade, mas ser grato até na dificuldade. Isso é diferente. Não é ser grato pelo que estamos passando, mas ser grato a Deus sabendo que apesar do que estamos passando, Deus está trabalhando por nós. À medida que darmos graças a Deus, começaremos a experimentar, mais uma vez, a alegria que é nossa herança em Cristo.
Conclusão
Conclusão
Ao refletirmos sobre a alegria, percebemos que ela é uma virtude essencial, uma marca distintiva do Reino de Deus e uma evidência da obra do Espírito Santo em nossas vidas. Paulo, em Filipenses 4:4-7, nos chama a nos alegrarmos no Senhor, não como uma sugestão, mas como um imperativo. Essa alegria transcende circunstâncias, superando tanto a prosperidade quanto a adversidade.
Mas como essa alegria se conecta à mensagem do evangelho? O evangelho é, em sua essência, a boa nova de grande alegria. É a proclamação de que, em Cristo, Deus reconciliou consigo o mundo, não imputando aos homens os seus pecados, mas oferecendo-lhes vida eterna. Essa é a fonte de nossa alegria: a certeza de que, independentemente das circunstâncias, somos profundamente amados por Deus, redimidos por Sua graça e seguros em Sua promessa de vida eterna.
Em Romanos 8:32, Paulo pergunta: "Aquele que não poupou seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como não nos dará, juntamente com ele, e de graça, todas as coisas?" Essa é a garantia de que nossa alegria em Deus não depende de nossos esforços ou méritos, mas é um dom gratuito, assegurado pelo sacrifício de Cristo. No Calvário, Jesus experimentou a maior das tristezas para que nós pudéssemos conhecer a verdadeira alegria. Ele foi abandonado para que nós pudéssemos ser aceitos. Ele carregou a cruz para que nós pudéssemos receber a coroa.
Quando nos alegramos no Senhor, estamos participando dessa maravilhosa troca. Estamos dizendo que a alegria que temos em Cristo é maior do que qualquer alegria que o mundo possa oferecer. E essa alegria não é algo que guardamos para nós mesmos, mas é algo que transborda em nossas vidas, impactando aqueles ao nosso redor.
Portanto, irmãos e irmãs, sejam quais forem os desafios que enfrentamos, lembremo-nos de que nossa alegria está firmada em Cristo. Como diz Habacuque, ainda que a figueira não floresça, ainda que os campos não produzam alimento, ainda que as dificuldades sejam grandes, podemos nos alegrar no Senhor. Ele é nossa força, nosso refúgio e nossa esperança.
Que essa alegria nos leve a viver vidas que glorifiquem a Deus, mostrando ao mundo a beleza do evangelho. Que sejamos conhecidos como pessoas que, em meio às tribulações, exibem uma alegria inabalável, porque sabemos em quem temos crido. Que essa alegria nos fortaleça, nos una como corpo de Cristo e nos impulsione a viver para a glória de Deus, proclamando Sua bondade e amor.
Amém.