POR UM POUCO...

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Texto base
João 16.16–22 “Um pouco, e não mais me vereis; outra vez um pouco, e ver-me-eis. Então, alguns dos seus discípulos disseram uns aos outros: Que vem a ser isto que nos diz: Um pouco, e não mais me vereis, e outra vez um pouco, e ver-me-eis; e: Vou para o Pai? Diziam, pois: Que vem a ser esse —um pouco? Não compreendemos o que quer dizer. Percebendo Jesus que desejavam interrogá-lo, perguntou-lhes: Indagais entre vós a respeito disto que vos disse: Um pouco, e não me vereis, e outra vez um pouco, e ver-me-eis? Em verdade, em verdade eu vos digo que chorareis e vos lamentareis, e o mundo se alegrará; vós ficareis tristes, mas a vossa tristeza se converterá em alegria. A mulher, quando está para dar à luz, tem tristeza, porque a sua hora é chegada; mas, depois de nascido o menino, já não se lembra da aflição, pelo prazer que tem de ter nascido ao mundo um homem. Assim também agora vós tendes tristeza; mas outra vez vos verei; o vosso coração se alegrará, e a vossa alegria ninguém poderá tirar.”

1. O TEOR PROTÉTICO DO “AINDA UM POUCO”

João 16.16 “Um pouco, e não mais me vereis; outra vez um pouco, e ver-me-eis.”

1.1 - Ainda um pouco - Não me verás

O caminho da sua morte
João 7.33 “Disse-lhes Jesus: Ainda por um pouco de tempo estou convosco e depois irei para junto daquele que me enviou.”
João 12.35 “Respondeu-lhes Jesus: Ainda por um pouco a luz está convosco. Andai enquanto tendes a luz, para que as trevas não vos apanhem; e quem anda nas trevas não sabe para onde vai.”
João 13.33 “Filhinhos, ainda por um pouco estou convosco; buscar-me-eis, e o que eu disse aos judeus também agora vos digo a vós outros: para onde eu vou, vós não podeis ir.”
João 14.19Ainda por um pouco, e o mundo não me verá mais; vós, porém, me vereis; porque eu vivo, vós também vivereis.”

1.2 - Ainda um pouco - Me verás

O caminho da sua volta - A promessa do consolador
João 14.18–19 “Não vos deixarei órfãos, voltarei para vós outros. Ainda por um pouco, e o mundo não me verá mais; vós, porém, me vereis; porque eu vivo, vós também vivereis.”
Afirmação
João 16.16 “Um pouco, e não mais me vereis; outra vez um pouco, e ver-me-eis.”
- Com tudo isso em mente, poderíamos parafrasear o versículo 16 como segue:
“Um pouco mais – umas poucas horas mais! –, e eu lhes serei tirado, pois serei morto e sepultado. Por essa razão, vocês não me observarão mais. Mas eu não vou permanecer longe de vocês. Ao ressuscitar gloriosamente no terceiro dia, vou introduzir a dispensação do Espírito. Nas obras poderosas, bem como por meio delas, que ele realizará na terra, vocês me verão”

1.3 - Ainda um pouco - Que grande desafio!

João 16.17–18 “Então, alguns dos seus discípulos disseram uns aos outros: Que vem a ser isto que nos diz: Um pouco, e não mais me vereis, e outra vez um pouco, e ver-me-eis; e: Vou para o Pai? Diziam, pois: Que vem a ser esse —um pouco? Não compreendemos o que quer dizer.”
- Alguns dos discípulos estavam confusos. Eles não conseguiam entender como, de um lado, Jesus podia dizer:
… outra vez um pouco, e vocês me verão”, como se sua ausência se destinasse a ser muito curta.
João 16.16Um pouco, e não mais me vereis; outra vez um pouco, e ver-me-eis.”
> Contudo, por outro lado,
Podia falar sobre ir para o Pai de modo que eles não mais o veriam, como se sua partida se destinasse a ser definitiva e final.
João 14.12 “Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai.”
João 16.10 “da justiça, porque vou para o Pai, e não me vereis mais;
- Mas, embora esses homens estejam surpresos, eles têm medo de pedir a Jesus uma explicação; talvez porque ele tivesse, por várias vezes, apontado para a ignorância pecaminosa e carnal que eles demonstravam ante suas perguntas:
Pedro
João 13.37–38 “Replicou Pedro: Senhor, por que não posso seguir-te agora? Por ti darei a própria vida. Respondeu Jesus: Darás a vida por mim? Em verdade, em verdade te digo que jamais cantará o galo antes que me negues três vezes.”
Felipe
João 14.5–10 “Disse-lhe Tomé: Senhor, não sabemos para onde vais; como saber o caminho? Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim. Se vós me tivésseis conhecido, conheceríeis também a meu Pai. Desde agora o conheceis e o tendes visto. Replicou-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta. Disse-lhe Jesus: Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me tens conhecido? Quem me vê a mim vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai? Não crês que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo por mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, faz as suas obras.”
Ou talvez
João 16.12 “Tenho ainda muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora;”
- Então, em voz abafada e tom baixo, eles continuaram perguntando uns aos outros qual poderia ser o significado desse mashal (Provérbio)
Aplicação 1
Não devemos ter medo de expor nosso coração a Deus.

2. JESUS EXPLICA O “AINDA UM POUCO”

João 16.19Percebendo Jesus que desejavam interrogá-lo, perguntou-lhes: Indagais entre vós a respeito disto que vos disse: Um pouco, e não me vereis, e outra vez um pouco, e ver-me-eis?”
- João pinta um quadro cheio de vida. Ele diz que os discípulos estavam desejando (tempo imperfeito) fazer-lhe uma pergunta, mas não se aventuravam a expressar esse desejo. Ele ressalta que Jesus sabia disso. Ele conhecia tanto seu desejo quanto sua hesitação. Mas ele sabia ainda mais do que isso. Sua onisciência penetrava não só os recônditos mais discretos das mentes, mas também os recessos secretos do coração.
Onisciência de Jesus
João 1.42 “e o levou a Jesus. Olhando Jesus para ele, disse: Tu és Simão, o filho de João; tu serás chamado Cefas (que quer dizer Pedro).”
João 1.47 “Jesus viu Natanael aproximar-se e disse a seu respeito: Eis um verdadeiro israelita, em quem não há dolo!”
João 2.24–25 “mas o próprio Jesus não se confiava a eles, porque os conhecia a todos. E não precisava de que alguém lhe desse testemunho a respeito do homem, porque ele mesmo sabia o que era a natureza humana.”
João 5.6 “Jesus, vendo-o deitado e sabendo que estava assim há muito tempo, perguntou-lhe: Queres ser curado?”
João 6.64 “Contudo, há descrentes entre vós. Pois Jesus sabia, desde o princípio, quais eram os que não criam e quem o havia de trair.”
João 16.30 “Agora, vemos que sabes todas as coisas e não precisas de que alguém te pergunte; por isso, cremos que, de fato, vieste de Deus.”
João 21.17 “Pela terceira vez Jesus lhe perguntou: Simão, filho de João, tu me amas? Pedro entristeceu-se por ele lhe ter dito, pela terceira vez: Tu me amas? E respondeu-lhe: Senhor, tu sabes todas as coisas, tu sabes que eu te amo. Jesus lhe disse: Apascenta as minhas ovelhas.”
Aplicação 2
A clara onisciência do Senhor Jesus cuidando dos maiores temores do coração.

2.1 - Por um pouco tristes...

João 16.20 “Em verdade, em verdade eu vos digo que chorareis e vos lamentareis, e o mundo se alegrará; vós ficareis tristes, mas a vossa tristeza se converterá em alegria.”
- A fim de que o conforto que ele dá fosse bem real, Jesus primeiro descreve aos discípulos sua profunda dor em conexão com sua morte. Quanto mais pungente a dor, maior a alegria que viria em seguida. Jesus prediz que, quando ele for crucificado, o mundo ímpio se regozijaria. Ele veria a morte de Jesus como um “Já vai tarde!” digno de ser festejado. Mas sua alegria seria prematura. Além disso, a tristeza dos discípulos não seria de natureza permanente. Enquanto presente, ela era, de fato, dolorosa. Os amigos de Jesus iriam chorar e gemer (ou “chorar e lamentar”). Porém essa tristeza iria, entretanto, converter-se em alegria.
Choro e lamento
Marcos 16.10 “E, partindo ela, foi anunciá-lo àqueles que, tendo sido companheiros de Jesus, se achavam tristes e choravam.”
Lucas 23.27 “Seguia-o numerosa multidão de povo, e também mulheres que batiam no peito e o lamentavam.”
João 20.13 “Então, eles lhe perguntaram: Mulher, por que choras? Ela lhes respondeu: Porque levaram o meu Senhor, e não sei onde o puseram.”

2.2 - Para sempre alegres

Causaria terrível dor seria visto depois como uma sólida razão para um grande regozijo.
João 16.21 “A mulher, quando está para dar à luz, tem tristeza, porque a sua hora é chegada; mas, depois de nascido o menino, já não se lembra da aflição, pelo prazer que tem de ter nascido ao mundo um homem.”
- A ilustração que Jesus emprega parece indicar que o significado da afirmação aqui no versículo 20 não é meramente esta, de que a tristeza seria seguida de alegria, mas, em vez disso, que exatamente esse acontecimento que causaria terrível dor seria visto depois como uma sólida razão para um grande regozijo. À luz da Páscoa e do Pentecostes, a fonte do pranto, isto é, a cruz, torna-se a fonte da exultação, de modo que Paulo pode exclamar:
Gálatas 6.14 “Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo.”
Aplicação da parábola
João 16.22 “Assim também agora vós tendes tristeza; mas outra vez vos verei; o vosso coração se alegrará, e a vossa alegria ninguém poderá tirar.”
A consumação da Alegria
- Nesse momento, os discípulos estão muito tristes:
João 14.1 “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim.”
João 14.27 “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.”
João 16.6 “Pelo contrário, porque vos tenho dito estas coisas, a tristeza encheu o vosso coração.”
- Entretanto, Jesus declara que ele os verá novamente. Essa é a contrapartida do versículo 19, “vocês me verão”. Que este “ver uns aos outros novamente” se refere a toda a dispensação do Espírito (o fruto da crucificação e da ressurreição de Cristo), e não meramente à ressurreição física, é muito claro pelo fato de que nos é dito distintamente que, como resultado, o coração dos discípulos se alegrará com uma alegria que ninguém nunca lhes poderá tirar.
Aplicação 3
Toda a plenitude alegria do crente deve ser o fruto da crucificação da ressurreição e aplicação destas bençãos através do Espirito.

3. APLICAÇÕES

Não devemos ter medo de expor nosso coração a Deus.
A clara onisciência do Senhor Jesus cuidando dos maiores temores do coração.
Toda a plenitude alegria do crente deve ser o fruto da crucificação da ressurreição e aplicação destas bençãos através do Espirito.
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