O Agir do Justo e do Injusto - 1
Notes
Transcript
Honestidade nos negócios, o prazer de Deus –
Pv. 11:1 – “Balança enganosa é abominação para o Senhor, mas o peso justo é o seu prazer.”
A lei do levar vantagem em tudo está na moda, mas muito tempo.
A falta de integridade nos negócios é um mal crônico. A balança enganosa é um símbolo dessa desonestidade. Nos dias do profeta Amós, os ricos vendiam o produto inferior do trigo, por um peso menor e um preço maior, a fim de explorar os pobres e encher seus cofres com riquezas ilícitas. Esquecem-se os avarentos que Deus abomina a balança enganosa. Deus não tolera a desonestidade nas transações comerciais, pois o peso justo é o seu prazer. As riquezas da impiedade, fruto da corrupção e produto do roubo e da exploração, granjeadas sem trabalho honesto e sem a bênção de Deus, trazem pesar e desgosto. Essas riquezas se tornarão combustível para a destruição daqueles que as acumularam. A bênção de Deus, porém, enriquece e com ela não traz desgosto. A honestidade nos negócios é o prazer de Deus. Aquele que é o dono de todas as coisas e a fonte de todo o bem requer dos seus filhos integridade em todas as áreas da vida.
“Na Antiguidade, os pesos eram pedras… com bases planas e esculpidas em diferentes formatos que facilitavam sua identificação (e.g., tartarugas, patos, leões). Era comum trazerem gravados o peso e o padrão seguido. Os pesos eram carregados numa bolsa ou estojo de couro (Dt 25.13; Mq 6.11; Pv 16.11) para que o comprador pudesse verificar os pesos usados pelos comerciantes de determinado local.
Um negociante inescrupuloso carregava pesos diferentes em sua bolsa (Dt 25.13; Pv 16.11), um pesado demais para compras, e um leve demais para vendas. Exteriormente, os comerciantes desonestos defraudam seus próximos e, interiormente, negam a Deus. O Criador e sustentador da ordem moral tem aversão a eles.
Esse ensino era particularmente necessário em função dos instrumentos de medida rudes usados no antigo Oriente.
Uma balança falsa é uma abominação para o Senhor: Uma balança falsa é literalmente "balança de engano”.
"O Senhor odeia qualquer um que trapaceie na venda" ou "... que trapaceie nas trocas".
Mas um peso justo é seu prazer: Um peso justo é literalmente "uma pedra perfeita", ou seja, um peso que é correto ou que pesa as coisas honestamente.
O temor de Deus na consciência também ensina medidas honestas.
2. A autopercepção do indivíduo é inversamente proporcional ao respeito que merece.
“Em vindo a soberba, sobrevém a desonra, mas com os humildes está a sabedoria.”
Humildade, o caminho da sabedoria
O soberbo é aquele que deseja ser mais do que é, e ainda se coloca acima dos outros para humilhá-los e envergonhá-los. O soberbo é aquele que superdimensiona a própria imagem e diminui o valor dos outros. É o narcisista que, ao se olhar no espelho, dá nota máxima para si mesmo, aplaude a si mesmo, ao mesmo tempo que endereça suas vaias aos que estão ao redor. Por isso, o sábio diz que, em vindo a soberba, sobrevém a desonra. A soberba é a sala de espera da desonra.
É o corredor do vexame. É a porta de entrada da vergonha e da humilhação. A Bíblia diz que Deus resiste ao soberbo, declarando guerra contra ele.
Orgulho (zādôn) indica um estado psicológico no qual o indivíduo possui uma opinião exagerada de si mesmo que não corresponde à realidade social.
Os perversos chamam o orgulho para vir como seu convidado, mas como uma gêmea inseparável, a desgraça o acompanha sem ser convidada.
Por outro lado, com os humildes está a sabedoria. O humilde é aquele que dá a glória devida a Deus e trata o próximo com honra. A humildade é o palácio onde mora a sabedoria. Os humildes são aqueles que se prostram diante de Deus, reconhecendo seus pecados e nada reivindicando para si mesmos; estes, em tempo oportuno, serão exaltados por Deus. A Palavra de Deus é categórica em nos dizer que Deus humilha os soberbos, mas exalta os humildes. O reino de Deus pertence não aos soberbos, mas aos humildes de espírito.
Caminhar em humildade e simplicidade reduz o perigo de tropeçar.
3. A atitude do indivíduo para com a verdade irá guiá-lo ou destruí-lo.
“A integridade dos retos os guia; mas, aos pérfidos, a sua mesma falsidade os destrói.”
Integridade, um farol na escuridão –
O provérbio declara os princípios internos opostos que orientam os retos e os perversos.
A integridade (tummat; i.e., inteireza, completude, totalidade que se reflete em atos concretos;
O estilo de vida de completa lealdade ao Senhor e aos outros é o bem inalienável daqueles que, por definição, não se desviam do caminho reto divinamente revelado. O resultado de desfrutar de liberdade dentro da forma e de liberdade dentro da lei os conduz como um pastor pelo caminho da segurança e salvação. O caminho “reto” de José até o trono do Egito o conduziu pela escravidão e pela prisão.
A infidelidade dos desleais, entretanto, se voltará contra eles com tanta ferocidade que os destruirá completamente.
Assim como a pessoa boa será guiada por sua integridade, a pessoa perversa será arruinada por seu comportamento perverso.
A perversidade dos pérfidosos leva à ruína, segundo o exemplo de Balaão.
Riquezas, um frágil bordão, justiça um grande apoio da na vida.
4- “As riquezas de nada aproveitam no dia da ira, mas a justiça livra da morte.”
Há dois mitos acerca das riquezas. O primeiro deles é que as riquezas produzem felicidade. Há muitas pessoas que se casam e se divorciam por causa das riquezas. Outras morrem e matam por causa do dinheiro. Há aqueles que se corrompem e são corrompidos pelo amor ao dinheiro. Mas, quando chegam ao topo da pirâmide social, descobrem que a felicidade não está lá. O apóstolo Paulo diz que aqueles que querem ficar ricos caem em tentação e cilada e atormentam a sua alma com muitos flagelos. O segundo mito é que as riquezas produzem segurança.
O dinheiro oferece uma falsa segurança. Por essa razão, o apóstolo Paulo ordena aos ricos não colocarem sua confiança na instabilidade das riquezas, mas em Deus. O sábio diz que as riquezas de nada aproveitam no dia da ira; ao contrário, elas podem atrair ainda maior fúria e devastação. Porém, a justiça livra da morte.
É melhor ser justo do que ser rico. A riqueza sem justiça é pobreza, mas a justiça, mesmo desprovida de riqueza, é grande tesouro. No dia do juízo, o dinheiro não nos livrará, mas, se estivermos vestidos com o manto da justiça de Cristo, estaremos seguros.
5. O caráter moral do indivíduo edifica ou arruína sua vida.
“A justiça do íntegro endireita o seu caminho, mas pela sua impiedade cai o perverso.”
11:5 O íntegro é conduzido pela justiça, o guia ideal. O perverso cai vítima de sua própria impiedade.
A maior crise da atualidade é a crise de integridade. Essa crise está presente nos palácios e nas choupanas, entre os ricos e no meio dos pobres, dentro das famílias e até mesmo nas igrejas. A falta de integridade é um câncer moral que adoece mortalmente nossa sociedade. No meio desse mar de corrupção, o íntegro é uma ilha que ergue sua bandeira e faz ouvir sua voz. A justiça do íntegro endireita seu caminho.
Porém, a impiedade é para o perverso uma armadilha mortal. O injusto maquina o mal contra o próximo e cai nessa mesma armadilha. O perverso despende suas energias arquitetando estratagemas para explorar o próximo e enriquecer-se ilicitamente, mas essas tramas urdidas na calada da noite se voltam contra ele mesmo. Seu malfeito cai sobre sua própria cabeça. O ímpio pode até escapar por um tempo, mas não escapará a vida toda. Pode até livrar-se do juízo humano, porém jamais será inocentado no juízo divino. Por sua impiedade cai o perverso, mas a justiça do íntegro endireita seu caminho.
Maldade, um laço para os pés – A justiça dos retos os livrará, mas na sua maldade os pérfidos serão apanhados (Pv 11.6). Vale a pena ser honesto. Mesmo que a integridade prive você dos tesouros da terra, ela concederá paz na pobreza e livramento na hora da crise. A consciência sem culpa é melhor do que a riqueza iníqua, e o caráter íntegro vale mais do que o sucesso meteórico.
A justiça dos retos os livrará, senão diante dos seres humanos, certamente diante de Deus. José do Egito foi considerado culpado pelo tribunal humano, mas era inocente diante do tribunal divino. Daniel foi condenado à cova dos leões pelos homens, mas sua integridade o livrou da morte. João Batista, mesmo degolado por ordem de um rei bêbado, tem sua memória abençoada na terra. Não é assim, porém, com o ímpio. Ele pratica o mal às escondidas, na calada da noite. Mas aquilo que ele faz no anonimato, Deus traz à tona em plena luz do dia. Os pérfidos serão apanhados na sua maldade. Eles cairão na própria armadilha que arquitetaram para os outros. Receberão a maldita recompensa de seus próprios atos malignos. A Bíblia diz que só os loucos zombam do pecado, pois estes serão apanhados pelas cordas do seu pecado, e o salário do pecado é a morte.