O Amor leal de Deus

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Oseias 3.1-5

Introdução:
Certo estudioso da Bíblia fez um ótimo resumo sobre os três primeiros capítulos do livro de Oseias, ele diz o seguinte:
“O tema principal é o custoso amor redentor exibido por Oseias como uma descrição notável do modo como o SENHOR lida com a sua esposa infiel, Israel”.
O amor leal de Deus é amor que nos perdoa apesar dos nossos pecados, mas nunca deixa de lidar com eles, não podemos ter as duas coisas, isso é dividir o amor. Deus deixa bem claro que não podemos dar o que é dele para o pecado, nosso coração e tudo o que somos deve ser dedicado agora ao Senhor. É exatamente o que veremos no casamento do profeta e a mulher do capítulo três, não há espaço para divisão, um deve ser só do outro, mas vamos percebendo isso no texto em três partes, a primeira:
1 - Oseias é comandado a buscar uma mulher (1-2)
1. Se os irmãos observarem com bastante atenção, esse comando que Deus dá no início do verso 1, é bem semelhante ao que ele já deu a Oseias.
2. Oseias 1.2 “Quando, pela primeira vez, falou o Senhor por intermédio de Oseias, então, o Senhor lhe disse: Vai, toma uma mulher de prostituições....”
3. Deus está, novamente, mandando o profeta receber uma mulher de caráter duvidoso, uma mulher promiscua.
4. Porém, quem seria essa mulher? É Gômer ou seria uma outra esposa?
5. E se for Gômer, o que aconteceu com ela entre o período do capítulo 2 e 3?
6. Bom, para a primeira pergunta, se for uma outra esposa, a ilustração do casamento de Oseias perde a força, e aparenta que Deus trocou de povo.
7. Isso enfraquece a questão da fidelidade de Deus, sua lealdade à aliança que temos visto ser enfatizada no livro de Oseias.
8. E a expressão “outra vez” parece indicar não apenas uma repetição de busca por uma esposa, mas com o complemento “amada de seu amigo e adúltera”, nos faz pensar que é Gômer a mulher comentada na passagem.
9. A segunda coisa, o que aconteceu com ela? É provável que ela tenha abandonado o profeta, e voltando-se às práticas perversas de modo ainda pior.
10. Ela abandonou o seu esposo, e foi atras dos seus namorados, para que eles a sustentassem em todos os sentidos. Isso representa muito bem às vezes que Israel deu às costas ao Senhor e se entregou aos prazeres, o que tantas vezes nós, a sua igreja, o abandonamos por tão pouco também.
11. Na continuação fica claro que essa atitude de Oseias simboliza bastante o amor de Deus, pois:
1.1 Ele é advertido a entregar o amor compassivo, como Deus faz.
1. Note no seguimento do verso 1, “como o Senhor ama os filhos de Israel”.
2. O profeta é chamado a entregar para aquela mulher infiel o mesmo tipo de amor que Deus dava ao seu povo.
3. A palavra “como” funciona de modo comparativo, Oseias deveria observar no amor de Deus o amor com que deveria amar sua esposa.
4. Esse passo é bastante importante: No casamento e nas demais relações humanas, sabemos que às pessoas falham, porém, como Deus nos ama e perdoa, devemos também perdoar àqueles que nos ferem.
5. Se perdemos o olhar para Deus, também perdemos a base do tipo de amor que devemos amar; e se Deus não existir, o pior acontece, nem mesmo sabemos o que é amor de fato.
6. Deus ama o seu povo, e o profeta deve entregar para uma pessoa que não merece o mesmo sentimento.
7. Note que no restante do verso 1 isso é explicado.
8. “Embora” ou seja, Deus ama apesar das ações do povo que são descritas no restante do verso.
9. O verbo “olhem” descreve a atitude de confiar ou dar interesse a alguém, ou seja, Deus ama o povo, mesmo eles não estejam olhando/confiando no Senhor.
10. Eles não tinham interesse em Deus, mas nos outros deuses, e, assim, a figura “bolos de passas” representa o sentimento que tinham.
11. Esse bolo era utilizado em rituais idólatras, onde o ofertante entregava o bolo e comia também parte dele que poderia dar benefícios ao ser ingerido.
12. Esse bolo despertava as pessoas, e com isso, eles se voltavam ainda mais para os pecados semelhantes aos de Gômer.
13. O povo amava esses pecados, e não entregavam ao Senhor os seus sentimentos verdadeiros, por isso há o contraste de amor no verso 1 e a tripla repetição da palavra.
14. O profeta é chamado a amar corretamente como o Senhor ama, amor com misericórdia, e não amar pecaminosamente como o povo e Gômer.
15. E a nós fica o mesmo recado, amem como o Senhor! Isso não é fácil, mas é um desafio que não podemos fugir!
16. Como o profeta demonstra esse tipo de amor, o amor leal? Ao comprar Gômer. Pois,
1.2 Ela é comprada por 30 moedas de prata, aproximadamente
1. Gômer, ao se afastar do seu esposo, caiu em depravação, se voltou aos seus amantes ao ponto de se tornar uma escrava. Agora, ela tinha um dono!
2. Esse valor comentado no texto seria o equivalente a trinta moedas de prata, que era o valor regular pago pelos escravos.
3. Gômer antes livre para pecar, porém, como já comentamos nas outras mensagens, o resultado do pecado não é liberdade, não somos livres por praticá-lo.
4. Mas como foi o caso dessa mulher, ele pode aprisionar e levar às pessoas a se tornarem escravos de outros.
5. Se formos trazer para nossos dias, quantos não vivem apostando nesses jogos modernos, e acumulam dívidas e mais dívidas?
6. Pedem dinheiro emprestado para apostar, e não recebem o valor esperado e caem em desgraça? Devendo o que não tem aos outros.
7. E o que acarreta isso? O devedor vira uma espécie de escravo e deve pagar a dívida de algum modo.
8. Logo, Gômer ao se voltar para seus amantes, acabou atraindo tanto mal para si ao ponto de virar uma escrava.
9. E Oseias é chamado a amá-la, apesar de quem ela é, e a pagar o preço para torná-la livre e dele outra vez.
10. Ele entrega o amor no ato de se sacrificar financeiramente para libertar sua esposa, como podemos perceber isso?
11. Note que no verso 2, ele não entrega o valor integralmente em dinheiro, mas ele preenche o restante com cevada.
12. Esse era um grão menos valioso do que o trigo, o que atesta o quão difícil foi ele completar o valor necessário para redimir sua esposa.
13. Pois teve que reunir todos os recursos que tinha para libertá-la, ou seja, teve que se sacrificar para tirá-la daquela situação.
14. A base do amor é o sacrifício, e o profeta é chamado para praticar isso na sua vida.
15. Igualmente, somos chamados a praticar a mesma ação, recordando o grande amor que é simbolizado pelo sangue de Cristo.
16. Nós amamos porque temos o verdadeiro padrão de amor, e o profeta tinha que ver em Deus o modelo de amor para redimir sua esposa, e não se abster da atitude sacrificial em prol dela, mesmo não sendo por qualquer mérito que ela tivesse.
17. Assim, nos versos 3 e 4 vemos que:
2 - Gômer volta e é advertida, representando que Israel será privado dos benefícios do Senhor (3-4)
1. Após o profeta comprar sua esposa, ele fala algumas palavras que demonstram a futura condição do povo de Israel.
2. Ele diz: “Tu esperarás por mim”, isso fala de um tempo de privação que Gômer terá.
3. Após sua libertação da condição de escrava, ela deveria se privar de algumas coisas do seu passado.
4. O restante do verso esclarece do que se trata:
2.1 Ela é advertida a não voltar às mesmas práticas
1. “Não te prostituirás”, Gômer não deveria repetir o mesmo erro de voltar para seus amantes, afinal, de lá ele já veio numa condição triste.
2. Logo, não volte para lá, agora a condição de sua relação com o profeta deveria ser diferente.
3. Também, ela não pode estar envolvida com nenhum homem, por isso o verso diz: “nem serás de outro homem”.
4. Mas, nem mesmo com o profeta ela deveria exercer o papel de esposa, apesar do casamento ser reatado, durante um tempo, não determinado, eles estariam limitados um ao outro.
5. Por isso, o verso fecha “também eu esperarei por ti”, tanto o profeta quanto Gômer estariam juntos, mas sem consumar sua união.
6. A pergunta que fica é: Por que eles deveriam ficar nessa assim?
7. Bom, como o casamento deles representa Israel e Deus, um limite semelhante seria imposto sobre o povo de Deus. Pois:
2.2 O povo seria restrito em sua existência como nação
1. Note que o texto segue com um “Porque” no verso 4, explicando a razão que eles estariam juntos de modo limitado.
2. Israel, apesar de não deixar de existir, com o início do exílio, ainda existiria, mas em novas condições.
3. Note que o texto trabalha com pares outra vez, como aconteceu na última mensagem, aqui são três pares:
4. Rei e prínciperepresentam que Israel ainda existiria, mas sem ser um reino como era nesse momento. Não haveria uma cabeça liderando o povo.
5. Sacrifício e colunarepresentam que Israel ainda que existisse não faria mais ofertas como antes, não participaria de rituais de sacrifício.
6. Por último, estola sacerdotal e ídolos do lar representam que Israel não se envolveria mais com deuses durante um tempo. Eles não teriam objetos para cair em qualquer tipo de idolatria.
7. Ou seja, uma nação no exílio não deixa de existir, mas se torna totalmente restrita, e isso entristece demais aqueles que passarão por algo assim.
8. Temos que lembrar: As consequências do pecado trazem tristeza, e nos limita totalmente, carregamos o sentimento de culpa, e, sozinhos, não achamos o modo de sair dessa situação.
9. Assim estava o povo, ainda existente mas apenas como uma sombra do que já foi, apenas uma pequena lembrança da grandeza dos seus primeiros dias.
10. O que sobra? Apenas zombaria como Salomão já havia alertado em 2Crônicas 7.20 “e esta casa, a tornarei em provérbio e motejo entre todos os povos.” Ou seja, objeto de piada.
11. Assim é o pecado, ele tenta nos seduzir e aparenta ser algo prazeroso no momento, mas seu fim é de morte, não é algo bonito, e ainda traz vergonha para quem cai nele.
12. Os pecados de estimação são uma amostra disso, eles devem ser largados e arrancados da nossa vida. Se há algum em você, dê um basta nele hoje! Ele já está te aprisionando!
12. Porém, como sabemos, chegará o dia que a situação do povo mudará, será transformada, ou seja:
3 - Chegará o dia em que às limitações serão canceladas (5)
1. No início do verso 5, aparece a expressão de tempo “depois” que expressa que o tempo dito no verso 4 não é eterno, ele é indeterminado.
2. Assim, após esse período, eles tornarão, porém, apesar de sabermos que isso se refere ao cativeiro, parece que a ligação maior seja à adoração ao Senhor, não apenas o retorno à sua terra.
3. Logo, “tornarão e buscarão” expressam o sentido do retorno ao culto do seu Senhor e ao rei que o representa. Então:
3.1 Israel tornará à aliança
1. Eles ao invés de dedicarem todo seu esforço aos ídolos, agora, após esse tempo, o entregarão com toda sua alma ao Senhor.
2. E sabemos bem que o livro de Ageu fala exatamente isso, que após o cativeiro da babilônia o povo voltou e foi totalmente reverente ao seu Deus, certo?
3. Não! Ai que faz sentido o restante do verso 5, “nos últimos dias”, o profeta ao entregar essa mensagem, ele olha para o futuro sem saber ao certo quando será cumprido, há dois tempos em vista. Portanto, num futuro...
3.2 Tornarão somente ao Senhor com temor.
1. Após a Babilônia o povo ainda foi descompromissado com Deus, e caíram em desleixo, e não estava completamente restaurado em sua terra.
2. Apenas o povo do Sul retornou, e esse mesmo povo rejeitou o seu Messias, o rei davídico, fato que mudará na segunda vinda de Cristo.
3. O restante do verso 5 expressa como será esse reencontro entre eles.
4. “Tremendo”, ou seja, naquele dia, com a mesma reverência que houve no Sinai, agora, com Cristo, o que faltou na primeira vinda.
5. O povo de Deus tornará ao Senhor, para não ser mais separado, agora reconhecendo o descendente de Davi como seu Deus.
6. Não sabemos ainda o tempo que se dará essas coisas, mas, aguardamos com grande expectativa esse dia, quando veremos o nosso Senhor e renderemos a reverência que deve marcar nossa adoração.
7. Mesmo agora, ainda não o vendo, somos chamados a aguardar com amor e tremor o grande dia, o grande Dia do Senhor, que para nós será o dia do eterno descanso nele.
8. Já começamos os últimos dias, mas aguardamos o fim deles. Até lá, que nosso coração não seja movido por outros Deuses, até lá que olhemos para o céu esperando a nossa redenção.
9. Até lá que já amemos uns aos outros com o mesmo amor sacrificial que na Cruz foi demonstrado por Jesus.
10. Até lá que o pecado seja combatido em sua vida, e não incentivado nem em você e nem por você.
Conclusão: Acabamos a primeira parte do livro de Oseias, nela há um arranjo geral da condição atual e futura do povo. O profeta não especifica tanto o pecado quanto fará agora em diante. O que acontecerá? Como será no capítulo 4? Entenderemos isso, conforme a vontade de Deus, a partir da próxima semana!
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