A GTRANSFORMAÇÃO DA MENTE E DO CORAÇÃO - EFÉSIOS 4:17-24

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UMA MUDANÇA RADICAL PELOS FRUTOS

INTRODUÇÃO
17 Depois que a paraklesis (“exortação”: Ef 4:1) teve como objeto inicial a unidade da igreja e o crescimento rumo ao cabeça, a regra básica “andai de modo digno de vossa vocação!” (Ef 4:1) passa a ser relacionada, nos v. 17–24, com a conduta individual dos destinatários da carta.
O trecho é subdividido em um retrospecto sobre a vida como gentios (cf. o “outrora” em Ef 2:1ss; 2:11ss) e uma recordação do começo da vida cristã, que acarreta conseqüências para o presente (v. 17–19 e 20–24).
Deixem-me relembrá-los dessas passagens:
2 1 Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados
11 Portanto, lembrai-vos de que, outrora, vós, gentios na carne, chamados incircuncisão por aqueles que se intitulam circuncisos, na carne, por mãos humanas,
1. A Condição do Velho Homem (Efésios 4:17-19)
Versículo 17: A vaidade da mente dos gentios.
Portanto digo isso. Depois de tratar do governo que Cristo ordenou para a edificação de sua Igreja, o apóstolo agora lhes assegura quais frutos seu ensino deve produzir na vida dos cristãos; ou, se você preferir, começa explicando minuciosamente a natureza daquela edificação que deve proceder da doutrina.
Que não mais andeis na vaidade
Uso do Substantivo: Futilidade — inutilidade como conseqüência de não ter propósito ou de ser incapaz de produzir resultados.
RM 8.20 Pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou,
A palavra vaidade [aqui usada no sentido de futilidade].
Nada pode levar o ser humano ao desespero de modo mais rápido e profundo do que a ideia de que a nossa dor e nosso trabalho são meros exercícios de futilidade e totalmente sem sentido.
IMAGEM DE SÍSIFO
O que poderia ser pior do que a sentença dada a Sísifo no mito grego?
Sísifo usa toda a sua energia para empurrar uma pedra gigantesca para o topo de uma montanha, mas assim que ele chega ao topo, a pedra cai de volta e ele tem que empurrar novamente e de novo, e isso para sempre. Ele foi condenado a um trabalho inútil.
As palavras de Paulo aos coríntios estabelecem contraste ao que acontece no mito:
“Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão” (1Co 15.58).
Essa é a esperança do evangelho, que a nossa dor não é sem sentido. Nosso trabalho não é em vão. Cada milímetro do esforço que gastamos neste mundo, cada lágrima que corre pelo nosso rosto, não é sem sentido.
Por enquanto, toda a criação está sujeita à aparência da futilidade, algo que não ocorreu por votação. Foi estabelecido por decreto divino.
Este mundo está cheio de dor e sofrimento, não porque Deus não é bom, mas porque ele é bom e não vai tolerar o mal.
17. Na vaidade de sua mente.
O apóstolo enfatiza um ponto de muita importância, a saber: que todos os empenhos que os gentios empregaram a fim de alcançar a felicidade terminaram em desapontamento. Suas vidas são uma longa série de expectativas frustradas.
Versículo 18: O entendimento obscurecido e a separação da vida de Deus.
SENTIDO AQUI DE OBSCURECIDO - Tornar sem valor
SENTIDO AQUI PARA ENTENDIMENTO - É disposição, ato natural adquirido.
MEUS IRMÃOS:
Nossas vidas ordinárias, como seres humanos, nada mais é senão uma imagem vazia de vida, não só porque ela rapidamente passa, mas também porque, enquanto vivemos, nossas almas, não aderindo a Deus, estão mortas.
Poderíamos pegar um punhado de versículos aqui para tirar nossa auto provisão:
Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos” [At 17.28].
E o salmista afirma: “Envias teu Espírito, e são criados; e assim renovas a face da terra” [Sl 104.30].
Temos Jó dizendo: “Vida e misericórdia me tens concedido, e tua providência me tem conservado o espírito” [Jó 10.12].
Ficar entenebrecido (obscurecido, alienados) é algo que ocorreu no passado, mas que tem efeito contínuo.
O “entendimento” ou a capacidade de raciocinar com equilíbrio sofrera os efeitos do pecado.
Esse entendimento, além do mais, é muito pior que a cegueira física, porquanto o homem que é cego fisicamente o sabe e o admite, porém, a pessoa entenebrecida espiritual e moralmente é cega até mesmo para o fato de ser cega (Jo 9.40–41).
JOÃO 9.40-41.  Alguns dentre os fariseus que estavam perto dele perguntaram-lhe: Acaso, também nós somos cegos? 41 Respondeu-lhes Jesus: Se fôsseis cegos, não teríeis pecado algum; mas, porque agora dizeis: Nós vemos, subsiste o vosso pecado.
Versículo 19: A entrega à dissolução e à impureza.
O relacionamento destruído com o Deus verdadeiro, motivo pelo qual a razão foi obscurecida, acarreta as conseqüências correspondentes para a conduta: a vida nas trevas resulta em um “embotamento”, um desinteresse para com um estilo de vida que corresponda ao relacionamento da criatura com o Criador
Os quais, tendo-se tornado insensíveis.
Tendo discutido sobre os pecados naturais, o apóstolo agora traz a lume o pior de todos os males, engendrado nos homens por sua própria conduta pecaminosa. Tendo destruído a sensibilidade do coração, e amenizado os grilhões do remorso, se entregaram a todo gênero de iniqüidade. Somos por natureza corruptos e inclinados ao mal; pior ainda: somos totalmente inclinados ao mal! Aqueles que vivem destituídos do Espírito de Cristo dão rédeas soltas à auto-indulgência, causando novas ofensas, produzindo outras em constante sucessão, até que atraiam sobre si a ira divina.
VAMOS ANALISAR COM ESSA TRADUÇÃO:
Porque se tornaram calejados e se entregaram à licenciosidade para a prática ávida de todo tipo de impureza
Para que se possa observar todo o quadro de trágica desesperança, estes dois versículos devem ser considerados como uma unidade.
Torna-se, pois, evidente que a futilidade que caracteriza a mente gentílica é o produto de um entendimento obscurecido e da alienação da vida que emana de Deus.
E, por sua vez, ambos são a conseqüência de um tipo de ignorância que de modo algum é escusável, senão que é fruto de um endurecimento voluntário e entrega a uma desenfreada licenciosidade de toda espécie.
QUAL O RESULTADO AQUI: cometerem toda sorte de impureza
O conceito seguinte amplia o estilo de vida não-divino para “toda sorte de impureza”, à qual o ser humano separado de Deus “se entrega”.
2. O Chamado para a Renovação (Efésios 4:20-21)
Versículo 20: O contraste com o aprendizado em Cristo.
A nítida diferença em relação à vida “anterior” é evidenciada pela “renovação do coração” (cf. Ef 3:17) inclusive no tocante à vida cotidiana.
3.17 e, assim, habite Cristo no vosso coração, pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em amor,
Porque os gentios andam em trevas, por isso não são capazes de distinguir entre o certo e o errado; mas, aqueles em quem a verdade de Deus brilha devem viver de uma forma muito diferente.
Aquele cuja vida não faz diferença alguma da vida dos incrédulos, na verdade nada aprendeu de Cristo; pois o conhecimento deste não pode ser dissociado da mortificação da carne.
Versículo 21: A verdade que está em Jesus.
Os gentis acreditam que são excessivamente sábios; o apóstolo, porém, declara que tal opinião não passa de conceito falso e equivocado. Ele apresenta um duplo conhecimento de Cristo: aquele que é verdadeiro e genuíno
A maioria das pessoas se persuade de que elas conhecem a Cristo, enquanto que nada conhecem senão o que é carnal.
Assim como em outra epístola Paulo diz: “Se alguém está em Cristo, nova criatura é” [2Co 5.17], também aqui nega que haja algum conhecimento de Cristo, genuíno e sincero, a não ser aquele que é acompanhado pela mortificação da carne.
3. A Nova Vida em Cristo (Efésios 4:22-24)
Versículo 22: Despir-se do velho homem, corrompido pelos desejos enganosos.
O que aos efésios fora ensinado “em Cristo” era nada menos que a necessidade de uma mudança radical em sua perspectiva mental e forma de vida, um giro de 180 graus.
Sua forma anterior de vida (2.2–3; 4.17–19; 5.8,14; cf. Cl 1.21; 2.13; 3.7) devia cessar.
As diretrizes que, desde o instante de entrar em contato vital com Cristo, haveriam de controlar todo o seu ser em todas as suas manifestações e confrontá-los cada dia e cada hora, eram precisas e cortantes:
“dispam-se do velho homem”, ou seja, “a velha natureza, tudo quanto os separa da graça” (Cl 3.9; cf. Rm 6.6), e “vistam-se do novo homem”, ou seja, “a nova natureza, tudo quanto chegaram a ser, devem ser e podem chegar a ser através da graça” (Cl 3.10; cf. Gl 3.27)
Em certo sentido, já haviam se despido do velho homem e se vestido do novo homem, ou seja, quando deram seus corações a Cristo e o confessaram publicamente por ocasião de seu batismo.
A conversão básica, porém, deve ser seguida pela conversão diária.
Mesmo quando, em princípio, o crente já se tornou uma nova criatura (ou “criação”), sempre permanecerá um pecador até o momento de sua morte.
A velha natureza, com a qual os efésios estiveram jungidos de um modo íntimo e por tantos anos, não se desfaz tão facilmente.
Livrar-se dela é tarefa difícil e dolorosa. Equivale, de fato, a uma crucifixão (Rm 6.6).
Rm 6.6 sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos;
Da salvação criada e franqueada por intermédio de Jesus Cristo resulta um trato com o “velho ser humano” que à primeira vista parece absurdo:
quando o “velho ser humano” é entregue à morte de Cristo, crucificado e despido, Deus ressuscita o crente para a vida nova e verdadeira.
Em contraposição, quando o ser humano se apega ao “corpo do pecado”, tentando preservar seu “velho ser humano”, ele acabará reconhecendo que “será aniquilado segundo as enganosas concupiscências”.
Versículo 23: Renovar-se no espírito da mente.
Com a formulação “e fostes renovados no espírito do vosso entendimento” Paulo alude a Rm 12:2, onde ele fala da “transformação pela renovação do entendimento”.
É interessante que aqui sejam usados dois termos diferentes para “novo”: neos e kainos.
É possível que ao contraste entre o “velho” e o “novo” (kainos: Ef 4:23) ser humano se acrescente o elemento do frescor da juventude na palavra “renovar” (grego: ananeomai)
Versículo 24: Revestir-se do novo homem, criado segundo Deus em justiça e santidade.
O binômio “despir-se” – “revestir-se”, que na presente passagem se refere à luta contra a velha vida e à concretização da nova, é usado por Paulo também com vistas à transição do corpo corruptível para o corpo incorruptível.
Em 2 Co 5:1ss (1 Sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos da parte de Deus um edifício, casa não feita por mãos, eterna, nos céus.
Ele expressa seu anseio pela vida junto de Deus dizendo que deseja não que sua vida seja “despida”, mas que “seja revestida”.
Isso se refere, conforme 1 Co 15:51ss,
Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos
À transformação dos crentes por ocasião da volta de Jesus Cristo: não serão libertados de sua vida terrena por meio da morte; pelo contrário, “o mortal” se reveste do “imortal”.
Visto que cabe explicar a locução “revestir-se do novo ser humano” pela formulação “revestir-se do Senhor Jesus Cristo”, essa explicação descreve igualmente o caráter do “novo ser humano”:
ele é dádiva de Deus e não resultado de esforço humano.
Quando recebemos a Cristo pela fé, revestimo-nos do novo ser humano; porque “Cristo foi feito, da parte de Deus, para nós… santificação e redenção” (1 Co 1:30).
30 Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção,
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