LUTANDO CONTRA A INCREDULIDADE

Notes
Transcript
Hebreus 3.7-19
1. Introdução
John Piper, famoso pastor batista escreveu um livro intitulado “Graça Futura: O Caminho Para Prevalecer Sobre as Promessas Enganosas do Pecado”
O foco do autor é mostrar qual é a base da nossa segurança, ou porque podemos confiar plenamente em Deus.
A bem da verdade irmãos, a igreja do antigo e novo testamento nos mostram que um dos maiores desafios à vida cristã é o pecado da incredulidade. Dessa forma, o objetivo de Piper em seu livro é mostrar qual a base para o cristão vencer a incredulidade, e os pecados que dela procedem, tais como: a ansiedade, do orgulho, da vergonha inapropriada, da impaciência, da cobiça, da amargura, do abatimento e da lascívia. Segundo ele, a base para o cristão lutar contra a incredulidade é a fé na graça futura.
Incredulidade é a falta de confiança nas promessas de Deus, que podem sustentar nossa obediência radical no presente e no futuro.
Essas promessas se referem ao que Deus planeja fazer por nós no futuro, e é isso que ele quer dizer por graça futura.
É graça, porque é bom para nós e um favor totalmente imerecido.
E é futura, porque não nos aconteceu ainda, mas pode acontecer nos próximos cinco segundos ou nos próximos cinco mil anos.
Para o cristão, as promessas de Deus são maravilhosas. Elas dizem respeito ao nosso futuro imediato, antes que esse minuto passe, e ao nosso futuro eterno.
Promessas como:
“E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades” (Fp 4:19)
“Bondade e misericórdia certamente me seguirão todos os dias da minha vida” (Sl 23:6)
“Nenhum bem sonega aos que andam retamente” (Sl 84:11)
“Vosso Pai se agradou em dar-vos o seu reino” (Lc 12:32)
“Eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel” (Is 41:10)
“Porque tudo é vosso... seja o mundo, seja a vida, seja a morte, sejam as coisas presentes, sejam as futuras, tudo é vosso, e vós, de Cristo, e Cristo, de Deus” (1Co 3:21-23)
“Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8:28)
“E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mt 28:20)
“Nem a morte, nem a vida... nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 8:38-39)
Essas, e outras centenas mais, estão na Bíblia para sustentar a nossa fé na graça futura de Deus.
Entretanto, na caminhada cristã, as circunstâncias da vida por vezes nos levam à incredulidade. Quando deixamos de pregar tais promessas aos nossos corações, e nos esquecemos da graça futura de Deus, somos tomados pela incredulidade, e tomados por ela, somos levados a todos esses pecados.
O escritor aos Hebreus é consciente disso. Por isso exorta à Igreja de Cristo a lutar individualmente, e coletivamente contra esse mal que assola o povo de Deus.
É justamente por causa desse terrível mal que rodeou a igreja desde a antiga aliança, desde o primeiro século, e rodeia até os dias atuais, que o escritor inspirado exorta a igreja de Cristo a batalhar contra a incredulidade.
Essa é a ideia central da sua exortação nessa sessão. Veja: citando as escrituras do antigo testamento no verso 8 ele diz: “não endureçais o vosso coração como foi na provocação, no dia da tentação no deserto”.
Aplicando o mal exemplo de Israel aos Cristãos Hebreus ele diz no verso 12 “tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos afaste do Deus vivo.
Por fim, e introduzindo o tema do descanso, ele afirma que o principal fator para o povo de Deus na antiga aliança não ter adentrado a terra prometida foi a incredulidade.
Breve declaração da Proposição: Dito isso, é salutar entendermos irmãos, O povo de Deus deve lutar contra a incredulidade. Essa verdade norteará toda a exposição dessa noite.
Vamos ao texto sagrado.
Oração.
2. Elucidação
Os dois primeiros capítulos do livro de Hebreus nos apresentam em destaque uma exposição sobre a superioridade de Jesus em relação aos anjos (1.5-14), e uma exposição sobre o Filho de Deus encarnado e sua superioridade (2.10-18).
Quando chegamos ao capítulo 3, o autor muda drasticamente sua forma de escrever para um gênero diferente, a exortação.
Na primeira parte do capítulo 3 (1-6) ele nos apresenta uma comparação entre Jesus e Moisés exortando os hebreus a fitarem os olhos em Jesus (considerai).
Ele não rebaixa Moisés de todo, mas o coloca no seu devido lugar.
Moisés é considerado em alta estima tanto pelos leitores quanto pelo escritor aos hebreus, entretanto, para o escritor, maior honra, maior estima deve ser dada a Jesus, o Apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa confissão (ofícios não dados a Moisés).
Quanto a isso, seu argumento é claro, fazendo alusão a Nm 12.7, ele diz no verso 2 que Moisés era um servo que assistia e era fiel em toda a casa de Deus, casa de Deus aqui uma clara alusão a todo o ministério de Moisés na antiga Aliança.
Nesse versículo, o autor volta sua atenção para Jesus e o considera digno de maior honra do que Moisés. Certamente tanto Jesus quanto Moisés foram fiéis a Deus, mas a diferença entre os dois vai além da virtude da fidelidade.
O escritor já chamou Jesus de apóstolo e sumo sacerdote; Moisés nunca exerceu esses dois ofícios.
Para atestar a superioridade de Jesus ele lançou mão da analogia da construção, uma ilustração por todos conhecida.Façamos um breve paralelo com a nossa cultura, usando o mesmo raciocínio do escritor aos hebreus: A pergunta é a seguinte, a quem é dada maior honra após a construção de um grande empreendimento? Aos idealizadores, construtores, arquitetos, engenheiros, ou à própria casa?
Como sabemos, após a construção as honras dispensadas aos idealizadores suplantam os elogios dados a própria casa. Quando um empreendimento é construído, as pessoas podem admirar a beleza da estrutura e até elogiarem a construção, mas elas reservam tributo e honra para o arquiteto e para o construtor.
O arquiteto e o construtor levantam-se, figurativamente, acima da estrutura que eles criaram.
Eles estão num nível diferente. Por analogia, o autor diz que Deus é o arquiteto e Jesus é o construtor da casa de Deus; Moisés é um servo na casa de Deus.
Ao fazer tal comparação entre Jesus e Moisés, o autor não minimiza a obra de Moisés. A sua fidelidade não está em questão; na verdade, a Escritura revela que Deus honrou Moisés de muitas maneiras. O próprio Deus apareceu a Moisés face a face (Êx 33.11) e conferiu-lhe o dom de um a vida longa - para ser preciso, 120 anos. E quando Moisés morreu em Moabe, Deus o sepultou (Dt 34.6).
Mas o escritor de Hebreus está dizendo que não há comparação entre Jesus e Moisés, porque nós realmente estamos falando sobre duas categorias diferentes.
Jesus constrói a casa espiritual de Deus; Moisés foi um servo fiel em toda a casa de Deus. Jesus é o fundador da família de Deus (que tem seu começo na criação) e o próprio Moisés pertence a esta família. Moisés é o tipo, apontava para as coisas que haviam de ser anunciadas, Cristo é o antítipo, é o próprio anúncio de Deus, o verbo que se fez carne, o cumprimento do testemunho de Moisés. E mais, o assento de honra à destra de Deus pertence a Jesus. Jesus foi honrado por Deus porque por meio dele Deus fez o universo (Hb 1.2).
Após todo esse arrazoado para atestar a superioridade de Cristo em contraste com o herói Moisés, chegamos ao cap 3, em que a principal preocupação do autor é, a luz do péssimo exemplo do povo de Israel, tratar nos hebreus a dureza do coração que pode ser causada pela incredulidade.
Após ressaltar a superioridade de Cristo, e diferenciá-lo de Moisés, o autor continua utilizando contrastes. Dessa vez ele contrasta a fidelidade de Moisés e de Cristo à infidelidade do povo de Deus na antiga aliança, especificamente no período dos 40 anos de peregrinação no deserto após a saída do Egito rumo a Canaã.
O Salmo 95 passará agora a fazer parte de todo o seu argumento de 3.7 a 4.11. O péssimo exemplo de Israel não deve servir de modelo aos hebreus.
Assim a sua principal exortação aos hebreus é essa:
3. PROPOSIÇÃO
Diante das provações da peregrinação não endureçam os vossos corações como os vossos pais.
Vocês povo de Deus, Devem juntos lutarem contra a incredulidade.
Vocês juntos devem lutar contra a dureza do vosso coração, e levar uns aos outros a lutarem contra a incredulidade.
Portanto, O povo de Deus deve lutar contra a incredulidade.
4. PERGUNTA DE TRANSIÇÃO
Quais as lições o autor aos hebreus ensina àquele povo na luta contra a incredulidade?
E nós, como podemos lutar contra a dureza do coração fruto da incredulidade?
5. ARGUMENTO 1 – NÃO ENDUREÇAM O CORAÇÃO, PELO CONTRÁRIO OUÇAM A VOZ DO SENHOR REVELADA NA PALAVRA E NOS ATOS/OBRAS DE DEUS. 7-11
O escritor aos hebreus introduz seu argumento afirmando que as escrituras do Antigo Testamento são as Palavras do Espírito Santo. Ele é o falante aos hebreus. Ele é quem exorta diretamente aos Hebreus. É Deus quem os exorta diretamente, assim como fez através do Salmista no Salmo 95.
Perceba, em que pese ele afirme no Cap 4.7, que Davi é o escritor do Salmo 95 utilizado por ele, aqui ele ao exortar o povo de Deus, faz questão de afirmar diretamente que essas são as palavras do espírito santo àquela igreja local.
Veja irmãos, ele está utilizando a mesma regra hermenêutica (de interpretação e aplicação) do Salmista. Ele sabe que a incredulidade é um mal que assombra o povo de Deus em toda a história da redenção. Por isso, para trazer força ao seu argumento ele se ampara nas palavras do Salmista, no modelo bíblico de exortação.
A exortação é clara, não endureçais o vosso coração como fizeram o povo de Deus (8).
O verso 12 nos mostra claramente que o coração endurecido é fruto da incredulidade.
Geralmente tal coração endurecido é demonstrado no contexto em que Deus está falando, tanto por intermédio de sua palavra, de seus profetas, seus pregadores, através também dos meios de graça, e na antiga aliança por intermédio dos seus sinais e atos, mas ainda assim, e independente do tempo em que se está exposto à revelação de Deus, o indivíduo permanece incrédulo quanto às promessas de graça futura do Senhor.
Veja se esse não é o exemplo de Israel.
O escritor aos hebreus para exemplificar isso usa o Salmo 95.
Em seu contexto original o salmo 95 divide-se em duas partes distintas.
A primeira é um cântico de ação de graças (95.1-7b), e a segunda, um a palavra profética de exortação à comunidade do Salmista, que se estende a todo o povo de Deus.
Nos deteremos na exortação profética do salmista.
No texto hebraico, em sua exortação o salmista alerta a sua comunidade a não endurecerem o coração como foi no episódio das águas de Meribá (nfríbâ) e Massá [massa] conforme (Êx 17.1-7), que é identificada como a região de Cades em Números 20.1-14, local em que Deus jurou que o povo não entraria na Terra Prometida, conforme (Nm 14.20-23,28-35).
O Salmista está utilizando o mal exemplo do povo de Deus para alertá-los contra o endurecimento do coração fruto da incredulidade. Ele utiliza dois textos que demonstram isso.
Leiamos Ex 17.1-7
1 Tendo partido toda a congregação dos filhos de Israel do deserto de Sim,
fazendo suas paradas, segundo o mandamento do Senhor, acamparam-se em
Refidim; e não havia ali água para o povo beber.2 Contendeu, pois, o povo
com Moisés e disse: Dá-nos água para beber. Respondeu-lhes Moisés: Por
que contendeis comigo? Por que tentais ao Senhor?3 Tendo aí o povo sede
de água, murmurou contra Moisés e disse: Por que nos fizeste subir do
Egito, para nos matares de sede, a nós, a nossos filhos e aos nossos
rebanhos?4 Então, clamou Moisés ao Senhor: Que farei a este povo? Só lhe
resta apedrejar-me.5 Respondeu o Senhor a Moisés: Passa adiante do povo e
toma contigo alguns dos anciãos de Israel, leva contigo em mão o bordãocom que feriste o rio e vai.6 Eis que estarei ali diante de ti sobre a rocha em
Horebe; ferirás a rocha, e dela sairá água, e o povo beberá. Moisés assim o
fez na presença dos anciãos de Israel.7 E chamou o nome daquele lugar
Massá e Meribá, por causa da contenda dos filhos de Israel e porque
tentaram ao Senhor, dizendo: Está o Senhor no meio de nós ou não?
Nm 14.20-23,28-35.
1 Levantou-se, pois, toda a congregação e gritou em voz alta; e o povo
chorou aquela noite.2 Todos os filhos de Israel murmuraram contra Moisés e
contra Arão; e toda a congregação lhes disse: Tomara tivéssemos morrido na
terra do Egito ou mesmo neste deserto!3 E por que nos traz o Senhor a esta
terra, para cairmos à espada e para que nossas mulheres e nossas crianças
sejam por presa? Não nos seria melhor voltarmos para o Egito?4 E diziam
uns aos outros: Levantemos um capitão e voltemos para o Egito.
5 Então, Moisés e Arão caíram sobre o seu rosto perante a congregação dos
filhos de Israel.6 E Josué, filho de Num, e Calebe, filho de Jefoné, dentre os
que espiaram a terra, rasgaram as suas vestes7 e falaram a toda a
congregação dos filhos de Israel, dizendo: A terra pelo meio da qual
passamos a espiar é terra muitíssimo boa.8 Se o Senhor se agradar de nós,
então, nos fará entrar nessa terra e no-la dará, terra que mana leite e
mel.9 Tão somente não sejais rebeldes contra o Senhor e não temais o povo
dessa terra, porquanto, como pão, os podemos devorar; retirou-se deles o
seu amparo; o Senhor é conosco; não os temais.
10 Apesar disso, toda a congregação disse que os apedrejassem; porém a
glória do Senhor apareceu na tenda da congregação a todos os filhos de
Israel.11 Disse o Senhor a Moisés: Até quando me provocará este povo e até
quando não crerá em mim, a despeito de todos os sinais que fiz no meio
dele?12 Com pestilência o ferirei e o deserdarei; e farei de ti povo maior e
mais forte do que este.
20 Tornou-lhe o Senhor: Segundo a tua palavra, eu lhe perdoei.21 Porém, tão
certo como eu vivo, e como toda a terra se encherá da glória
do Senhor,22 nenhum dos homens que, tendo visto a minha glória e os
prodígios que fiz no Egito e no deserto, todavia, me puseram à prova já dez
vezes e não obedeceram à minha voz,23 nenhum deles verá a terra que, com
juramento, prometi a seus pais, sim, nenhum daqueles que me desprezaram
a verá.24 Porém o meu servo Calebe, visto que nele houve outro espírito, e
perseverou em seguir-me, eu o farei entrar a terra que espiou, e a sua
descendência a possuirá.25 Ora, os amalequitas e os cananeus habitam no
vale; mudai, amanhã, de rumo e caminhai para o deserto, pelo caminho do
mar Vermelho. 26 Depois, disse o Senhor a Moisés e a Arão:27 Até quando
sofrerei esta má congregação que murmura contra mim? Tenho ouvido as
murmurações que os filhos de Israel proferem contra mim.28 Dize-lhes: Por
minha vida, diz o Senhor, que, como falastes aos meus ouvidos, assim farei
a vós outros.29 Neste deserto, cairá o vosso cadáver, como também todos os
que de vós foram contados segundo o censo, de vinte anos para cima, os quedentre vós contra mim murmurastes;30 não entrareis na terra a respeito da
qual jurei que vos faria habitar nela, salvo Calebe, filho de Jefoné, e Josué,
filho de Num.31 Mas os vossos filhos, de que dizeis: Por presa serão, farei
entrar nela; e eles conhecerão a terra que vós desprezastes.32 Porém, quanto
a vós outros, o vosso cadáver cairá neste deserto.33 Vossos filhos serão
pastores neste deserto quarenta anos e levarão sobre si as vossas
infidelidades, até que o vosso cadáver se consuma neste deserto.34 Segundo
o número dos dias em que espiastes a terra, quarenta dias, cada dia
representando um ano, levareis sobre vós as vossas iniquidades quarenta
anos e tereis experiência do meu desagrado.35 Eu, o Senhor, falei; assim
farei a toda esta má congregação, que se levantou contra mim; neste deserto,
se consumirão e aí falecerão.36 Os homens que Moisés mandara a espiar a
terra e que, voltando, fizeram murmurar toda a congregação contra ele,
infamando a terra,37 esses mesmos homens que infamaram a terra morreram
de praga perante o Senhor.38 Mas Josué, filho de Num, e Calebe, filho de
Jefoné, que eram dos homens que foram espiar a terra, sobreviveram.
O escritor aos hebreus se apropria do mesmo método, e ao citar o Salmo
95, cita diretamente o texto de Números 14 e transforma os nomes “Meribá” e
“Massá” em seus significados: “revolta” (parapikrasmos) e “tentação” /
“provação” [peirasmos), provocação.
Ao ligar à incredulidade do povo de Israel, à iminente apostasia dos
Hebreus, é como se ele estivesse gritando em voz alta, dizendo:
“Vejam o mal exemplo do povo de Deus cristãos hebreus, e não sejam
assim. Esse povo foi tirado com mão poderosa do Egito, da casa de servidão. O
Senhor os fez promessas de redenção. O Senhor provou que cumpriria essas
promessas através de palavras e atos. Os entregou a sua lei, fez sinais (os 12
sinais no Egito) e prodígios ao libertá-los (Mar vermelho), os sustentou no
período de peregrinação não deixando faltar o alimento (maná e codornizes), a
vestimenta e as sandálias (a roupa e as sandálias não se desgastavam) não os
deixando passar frio nem calor (nuvem para proteger do calor do sol de dia; à
noite, uma coluna de fogo para iluminar o caminho), fez brotar água da rocha,
mas ainda assim, diante de pequenos problemas, se comparados a todos os
outros que o Senhor já havia resolvido, eles se puseram a murmurar, reclamar,
desconfiar se Deus estava com eles, colocaram Deus a prova, provocaram o todo
poderoso, foram incrédulos.
Assim, diante de tamanha incredulidade Deus “estava enojado” (TM:
qwt) ou “muito irado” (LXX: prosochlhizõ) por causa da obstinação do coração
deles e por não andarem em seus caminhos. Por isso, jurou que eles não
entrariam no descanso divino (Canaã), de modo que os únicos que entraram
foram Josué e Calebe, e a geração posterior à geração de infiéis do deserto.APLICAÇÕES
Como se pode perceber desse texto, tempo de Igreja não quer dizer muita
coisa, se o seu coração continua obstinado e incrédulo. Por 40 anos Deus falou e
agiu, e por 40 anos aqueles corações continuaram incrédulos.
Dessa forma segue o apelo do escritor para a sua comunidade e para nós
nesse tempo que se chama hoje (7).
Como diz certo comentarista, o hoje aqui é visto como uma era de
oportunidades para a mudança, e não um dia de 24 horas.
O apelo do Salmista e posteriormente do escritor é para que o mais
rápido possível, a luz do mal exemplo do povo de Deus na peregrinação, os
cristãos hebreus ouvissem a voz do Senhor revelada em sua palavra, em suas
obras, em seus meios de graça, e respondessem ao Senhor com fé, e não
endurecessem seus corações por causa da incredulidade. Esse é o apelo que
também nos é feito no dia de hoje.
A quanto tempo temos ouvido a voz do Senhor através das exposições da
sua palavra, a quanto tempo temos visto o agir de Deus em nossas vidas e na
vida do seu povo, a quanto tempo o Senhor tem nos falado por palavras e atos, e
ainda continuamos incrédulos, obstinados, querendo voltar ao Egito para comer
as cebolas de lá.
Diante da menor circunstância de provação, ao invés de clamarmos a
Deus, olhamos para os convites do pecado, e nos colocamos, por vezes a
murmurar, e até mesmo a desconfiar se Deus existe, ou se está contemplando
nossas dores.
Será que você se identifica com a postura de incredulidade do povo de
Deus? Mesmo Deus tendo aberto o Mar Vermelho para eles, feito sinais e
prodígios, eles não estavam acreditando que Deus os poderia dar água. Você se
identifica com essa postura? Mesmo Deus tendo destronado seus inimigos no
Mar Vermelho, e prometido que eles entrariam na terra prometida, eles ainda
desconfiavam que Deus poderia matar aqueles que habitavam em Canaã.
Será que nos também não temos provas infinitamente maiores já dadas
por Deus de que ele supre todas as nossas necessidades, e que devemos confiar
em sua providência?
A incredulidade nos coloca na mesma posição do povo de Deus na antiga
aliança, a de rebelião, e provocação contra Deus. O resultado da incredulidade é
um coração endurecido que só busca pecar.Esse é o coração incrédulo, duro, em rebelião mesmo diante de
irrefutáveis e inequívocas provas do cumprimento das promessas de graça futura
do Senhor.
Assim, o tempo que se chama hoje é o momento de focarmos nas
promessas de graça futura do Senhor, naquele que inúmeras vezes já demonstrou
cumprir suas promessas a seu povo.
6. LUTEM JUNTOS CONTRA A INCREDULIDADE. 12-14
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