A VISÃO AMPLIA A MISSÃO! Atos 11

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Grande ideia: Quando a igreja olha para fora dos seus limites consegue determinar um alvo em sua missão de “anunciar o evangelho do Senhor Jesus”.
Foi John Piper diz que “as missões não são o alvo fundamental da igreja. A adoração é”. Ele se inspirou em um texto de Jonathan Edwards, pastor e teólogo do século XVIII, que tinha uma cosmovisão teocêntrica, ou seja, Deus é o centro de tudo. Dizia ele: “Qual é o fim principal da criação, da Histórica, da redenção, de sua vida e de tudo o mais?... Tudo o que é dito na Escritura sobre o fim principal das obras de Deus está incluído nesta única frase: a glória de Deus”. John Piper justifica ter usado a expressão “adoração” em vez de “glória de Deus”, pois, segundo ele, poderia ter dito: “As missões não são o alvo fundamental da igreja. A glória de Deus é”. O argumento dele é este: “A razão para isto é que as missões não são necessárias por causa de uma falha de Deus em mostrar sua glória, mas por uma falha humana em saborear a glória. A criação está narrando a glória de Deus, mas as pessoas não a estão valorizando”, como a Bíblia declara: “Os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos” (Salmo 19.1). Mas, Piper diz: “a revelação natural não está alcançando seu objetivo (Romanos 1.20-21). A honra e a gratidão a Deus não estão inflamando o coração das pessoas quando elas veem sua glória manifesta na natureza. Elas não estão adorando o Deus verdadeiro. É por isso que as missões são necessárias”.
A estrutura geográfica segue, então nestes termos:
Testemunho em Jerusalém. (1 a 7)
Testemunho da Judéia e Samária. (8 a 12)
Testemunho até os confins da terra (Roma). (13 a 28)
Craig Keener: Para Lucas, o objetivo último é a comunicação transcultural e a evangelização mundial, e o poder requerido para realizar a tarefa é somente o Espírito Santo.
“Espírito Santo”: 14 vezes.
Atos dos Apóstolos 1.8 NAA
Mas vocês receberão poder, ao descer sobre vocês o Espírito Santo, e serão minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até os confins da terra.
Atos dos Apóstolos 9.31 NAA
Assim, a igreja tinha paz por toda a Judeia, Galileia e Samaria, edificando-se e caminhando no temor do Senhor; e, no consolo do Espírito Santo, crescia em número.
Atos dos Apóstolos 20.28 NAA
Cuidem de vocês mesmos e de todo o rebanho no qual o Espírito Santo os colocou como bispos, para pastorearem a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue.
1. A igreja expande a sua visão. (vv. 1-18)
(a) A notícia do que havia acontecido em Cesareia já havia chegado em Jerusalém.
Atos dos Apóstolos 10.45 NAA
E os fiéis que eram da circuncisão, que tinham vindo com Pedro, admiraram-se, porque também sobre os gentios foi derramado o dom do Espírito Santo.
(b) E o ponto de preconceito era o fato de Pedro ter partilhado de uma refeição com os gentios. A igreja estava segmentada.
NVI:
(Ats 11:3) "Você entrou na casa de homens incircuncisos e comeu com eles".
“Se um homem sabe que tem razão, a sua melhor defesa é uma explicação direta do que fez, e do porquê”.
Lucas 15.1–2 NAA
Aproximavam-se de Jesus todos os publicanos e pecadores para o ouvir. Os fariseus e os escribas murmuravam, dizendo: — Este recebe pecadores e come com eles.
(c) Esse relato agora é contado na primeira pessoa do singular, o que dá um tom bem pessoal.
Sua conclusão está no verso 17: NVT
17 E, uma vez que Deus deu a esses gentios a mesma dádiva que concedeu a nós quando cremos no Senhor Jesus Cristo, quem era eu para me opor a Deus?".
(d) A igreja então reconhece o que no plano de Deus era óbvio: aos gentios também foi concedido “o arrependimento para a vida”.
A mensagem:
Atos 11.18: Ao ouvir o relato, eles ficam quietos e, em seguida, começaram a louvar a Deus: “Então aconteceu! Deus se manifestou a outras nações, abrindo para elas o caminho da Vida!”.
2. A igreja expande a sua missão. (vv. 19-30)
(a) Aqui que começou em Atos 8.1 ainda tem desdobramentos em Atos 11.19.
Atos dos Apóstolos 8.1 NAA
E Saulo consentia na morte de Estêvão. Naquele dia, teve início uma grande perseguição contra a igreja em Jerusalém. Todos, exceto os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judeia e da Samaria.
Atos dos Apóstolos 11.19 NAA
Os que foram dispersos a partir da perseguição que começou com a morte de Estêvão se espalharam até a Fenícia, Chipre e Antioquia, não anunciando a palavra a ninguém que não fosse judeu.

O movimento dos seguidores de Jesus deixa de ser um movimento predominantemente rural na Galileia para se tornar um movimento urbano em Jerusalém e, então, um movimento cosmopolita em Antioquia. Essa transição rápida praticamente não tem paralelo na história e indica considerável flexibilidade social. O fato de o judaísmo haver se adaptado a esses vários ambientes ao longo dos séculos fornecia um meio para essas rápidas transições na comunidade de judeus cristãos.

(b )Mas repare que mesmo assim há uma restrição na missão: “apenas aos judeus”.
Em Antioquia, homens vindo de Chipre e Cirene falaram “também aos gregos”.
Atos dos Apóstolos 4.36–37 NAA
Então José, a quem os apóstolos chamavam de Barnabé, que quer dizer filho da consolação, um levita natural de Chipre, vendeu um campo que possuía, trouxe o dinheiro e o depositou aos pés dos apóstolos.
Marcos 15.21 NAA
E obrigaram Simão Cireneu, que passava, vindo do campo, pai de Alexandre e de Rufo, a carregar a cruz de Jesus.
(c) Barnabé foi enviado como uma espécie de observador da igreja de Jerusalém.
Atos dos Apóstolos 9.27 NAA
Mas Barnabé, tomando-o consigo, levou-o aos apóstolos. Contou-lhes como Saulo tinha visto o Senhor no caminho, e que o Senhor tinha falado com ele. Também contou como, em Damasco, Saulo tinha pregado ousadamente em nome de Jesus.
Atos dos Apóstolos 15.37–39 NAA
Barnabé queria levar também João, chamado Marcos. Mas Paulo não achava justo levar aquele que tinha se afastado deles desde a Panfília, não os acompanhando no trabalho. Houve tal desavença entre eles, que vieram a separar-se. Então Barnabé, levando consigo Marcos, navegou para Chipre.
E quando a igreja se espalhou pra todo canto que havia.
Providência, sim, por mão de Deus, chegou à Antioquia.
Precisando de um pastor de almas, mesmo de um pastor de homens.
Foram procurar àquele que qualificou.
(d) Barnabé: alegra-se em ver a graça de Deus atuante por ali; exorta a igreja a manter-se em firmeza de coração; e como resultado, “muita gente se une ao Senhor”.
E.W. Grant: “É impressionante como esse relato desacredita o formalismo. Não sabemos o nome de nenhuma das pessoas que participaram desse trabalho”.
(e) Agora, Saulo entra em cena: é chamado para ser companheiro de Barnabé. Ele chega Saulo e vai sair Paulo.
John Stott:
Se compararmos a conversão de Saulo com a conversão de Cornélio, veremos que um era judeu e o outro gentio; quanto a cultura, Saulo era um erudito, e Cornélio, um soldado; quanto a religião, Saulo era um fariseu fanático, e Cornélio, um simpatizante. Mas ambos foram salvos pela graciosa iniciativa de Deus; ambos receberam o perdão de seus pecados e a dádiva do Espirito Santo; ambos foram batizados e recebidos na família cristã em igualdade de condições. Esse é um testemunho do poder e da imparcialidade do evangelho.
(f) Interessante que o nome de cristão foi dado em um contexto de discipulado, instrução e reunião da igreja.

O termo “cristãos” só ocorre nesta passagem do Novo Testamento, como apelido dado por pessoas de fora da igreja, e em 1Pedro 4.16, como uma espécie de acusação legal. O apelido segue o modelo dos epítetos dados aos adeptos de grupos políticos: os “cesarianos”, os “herodianos”, os “pompeianos” e assim por diante. Se fosse interpretado politicamente (“partidários do rei da Judeia que foi executado”), poderia provocar uma perseguição; aqui, contudo, parece que sua função é meramente de escárnio. Em período posterior, ao menos, os habitantes de Antioquia eram notórios pelo hábito de zombar das pessoas. No começo do século 2 d.C., no entanto, os seguidores de Jesus já aceitavam de bom grado a designação “cristãos”.

1Pedro 4.16 NAA
Mas, se sofrer como cristão, não se envergonhe; pelo contrário, glorifique a Deus por causa disso.
(g) E também percebemos aqui o perfil descentralizador dos primeiros líderes da igreja.
F.B. Meyer:
Se esses cristãos tivessem saído de uma congregação moderna na qual o ministério é da responsabilidade exclusiva de um homem, esse período triunfante da história da Igreja jamais teria sido escrito.
(h) Parece deslocado esse relato da profecia de Agabo. Mas, apenas parece, o foco aqui é que os gentios que eram vistos com preconceito por parte dos judeus, são os primeiros que se prontificam a ajuda-los na ocasião da “grande fome”.

Antioquia era uma cidade rica, com muitas relações comerciais. Parte da comunidade judaica ali era abastada. A maioria dos serviços de assistência aos necessitados dos judeus visava a comunidade local, a não ser em casos severos, por exemplo, quando a rainha Helena ajudou os judeus palestinos assolados pela fome. Entretanto, o foco na comunidade local devia-se mais à natureza do Império Romano — em que as organizações transprovinciais eram suspeitas — do que à natureza do judaísmo. Veja comentário de 2Coríntios 8–9. Com frequência, os patronos ricos davam assistência à população assolada pela fome nas cidades; aqui, contudo, todos os cristãos participam. É significativo o fato de que os cristãos agem antes de a própria fome chegar por causa de sua fé na profecia (cf. Gn 41.33–36) — mesmo que as dificuldades provavelmente também afetem Antioquia.

Hernandes Dias Lopes:
A fé cristã não abre apenas nosso coração para crer, mas também nosso bolso para contribuir. Recebemos não apenas a graça da salvação, mas também a graça da contribuição. A generosidade não é a causa da salvação, mas sua consequência.
3. Outras aplicações:
(a) A igreja precisa aceitar o seu chamado para ser multirracial, multicultural, multinacional, multiétnico, “multitudo”.
Delcyr de Souza Lima:
O preconceito, o orgulho e a soberba da vida são manifestações do pecado. Deus não faz distinção de raças nem de pessoas. Seu amor abrange toda a humanidade. Se no início escolheu um povo, era para, através dele, abençoar todas as famílias da terra, como havia dito a Abraão quando o chamou (Gn 12.1-3). O povo de Israel de Israel é que criou a crosta do exclusivismo, porém o Espírito Santo a quebrou e revelou um caráter universalista do evangelho. Diante desses fatos, é preciso que as igrejas do Senhor tanto evangelizem nacionais como estrangeiros, tanto gente de posição normal na sociedade como os grupos de marginalizados.
A manifestação sensível do Espírito Santo na casa do gentio Cornélio assinalou a inauguração do ministério do Espírito Santo entre os gentios como extensão necessária do batismo no Espírito Santo, que veio para todos os homens. Ele serviu para que os gentios fossem recebidos no círculo dos discípulos sem discriminação. Também não é uma marca para ser buscada e repetida. O Espírito Santo não tem mais necessidade de manifestações sensíveis. Ele é dado a cada pessoa no momento de sua regeneração, e sua presença e atuação manifestam-se pela qualidade espiritual de vida chamada por Paulo de fruto do Espírito (Gl 5.22-23).
Apocalipse 7.9–10 NAA
Depois destas coisas, vi, e eis grande multidão que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestes brancas, com ramos de palmeira nas mãos. E clamavam com voz forte, dizendo: “Ao nosso Deus, que está sentado no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação.”
(b) O cristianismo só se impõe quando rompe as barreiras da tradição.
Gálatas 3.28–29 NAA
Assim sendo, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vocês são um em Cristo Jesus. E, se vocês são de Cristo, são também descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa.
(c) Um dos sinais de um avivamento é quando o crescimento do evangelho surpreende até mesmo os que pensam ser seus promotores. O Espírito Santo sopra onde e como quer!
João 3.8 NAA
O vento sopra onde quer, você ouve o barulho que ele faz, mas não sabe de onde ele vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito.
(d) A igreja missionária é aquela que investe em instrução e não em diversão para as pessoas.
Efésios 2.19–22 NAA
Assim, vocês não são mais estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular. Nele, todo o edifício, bem-ajustado, cresce para ser um santuário dedicado ao Senhor. Nele também vocês estão sendo edificados, junto com os outros, para serem morada de Deus no Espírito.
(e) A solidariedade rompe paredes de separação que nenhuma outra virtude consegue fazer, por si só.
2Coríntios 8.1–2 NAA
Também, irmãos, queremos que estejam informados a respeito da graça de Deus que foi concedida às igrejas da Macedônia. Porque, no meio de muita prova de tribulação, manifestaram abundância de alegria, e a profunda pobreza deles transbordou em grande riqueza de generosidade.
Ilust.
Ronaldo Lidório:
LUZ EM UMA NOITE ESCURA Há alguns anos, visitando aldeias em uma região na Amazônia, parei para pernoitar em uma comunidade ao longo do rio. O lugar que eu dormiria era um pouco retirado. Assim, atei a minha rede em duas árvores, comi alguma coisa e preparei-me para dormir. Após deitar, desliguei a lanterna e notei que aquela era uma noite totalmente escura, céu nublado, sem luar e estrelas. Alguns minutos após ter desligado a lanterna, ouvi um barulho bem próximo à minha rede. Liguei a lanterna e notei que dois pequenos pássaros da noite brincavam sobre uma linda flor. Interessante não ter notado algo tão belo e próximo, motivo de alegria. Desliguei a lanterna e comecei a dormir quando um barulho diferente surgiu do outro lado da rede. Movimentei a lanterna em direção ao barulho e vi que se tratava de uma cobra que passou por um pequeno lamaçal e não conseguia sair, esforçando-se para deslizar pela lama até finalmente entrar no mato. Ocorreu-me que a luz do evangelho é como a lanterna em uma noite escura. Revela tanto a bondade de Deus, como a desgraça humana. Tanto os motivos de celebração da graça do Pai, quanto os pecados do nosso coração quebrado. Assim, o evangelho afirma e confronta. Perante as expressões da graça de Deus, como a própria criação, somos levados à adoração. Perante a miséria do pecado humano, somos levados ao arrependimento. É a mesma luz, o mesmo evangelho, que revela o Deus eterno e o homem caído. Como diz o salmista: “Pois em ti está o manancial da vida; na tua luz, vemos a luz” (Sl 36:9). Que seja esta a nossa caminhada, cheia de adoração e quebrantamento, até o dia em que veremos face a face Aquele cujo esplendor é maior do que o sol ao meio-dia.
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