Encontros Transformadores

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O Encontro transformador de Isaías com o Senhor (Is 6:1-8)

INTRODUÇÃO
Refletimos nas últimas semanas acerca da consequente transformação que experimentamos quando temos um encontro genuíno com o Senhor. Vimos, na primeira mensagem da série (Ex 3;4), como Ele transformou a Moisés, o qual, olhando para suas incapacidades, resistiu ao chamado de Deus para libertar o seu povo da escravidão no Egito, vindo a entender o privilégio de ser instrumento para a manifestação do poder de Deus, rompendo as barreiras que o impediam de cumprir e se submeter aos propósitos do Senhor para sua vida. No domingo anterior, refletimos acerca da transformação experimentada pelo apóstolo Paulo, o qual também experimentou de verdadeira transformação após seu encontro com Jesus (At 9:1-22), rompendo com toda arrogância, prepotência e religiosidade, tornando-se um verdadeiro discípulo de Cristo. Assim como Moisés e Paulo, incontáveis são as vidas transformadas pelo Senhor, que, em sua soberana vontade, decide vir ao nosso encontro e fazer novas todas as coisas. Hoje vamos aprender um pouco mais sobre essa transformação a partir da narrativa do encontro do profeta Isaías, conhecido como “príncipe dos profetas” e/ou “profeta messiânico”, o qual apresenta ter firme consciência de sua condição de pecado diante de Deus.
Nova Versão Internacional (6.1 O Chamado de Isaías)
O Chamado de Isaías
6.1 No ano em que o rei Uzias morreu, eu vi o Senhor assentado num trono alto e exaltado, e a aba de sua veste enchia o templo.
2 Acima dele estavam serafins; cada um deles tinha seis asas: com duas cobriam o rosto, com duas cobriam os pés e com duas voavam.
3 E proclamavam uns aos outros:
“Santo, santo, santo
é o SENHOR dos Exércitos,
a terra inteira está cheia da sua glória”.
4 Ao som das suas vozes os batentes das portas tremeram, e o templo ficou cheio de fumaça.
5 Então gritei: Ai de mim! Estou perdido! Pois sou um homem de lábios impuros e vivo no meio de um povo de lábios impuros; os meus olhos viram o Rei, o SENHOR dos Exércitos!
6 Logo um dos serafins voou até mim trazendo uma brasa viva, que havia tirado do altar com uma tenaz.
7 Com ela tocou a minha boca e disse: “Veja, isto tocou os seus lábios; por isso, a sua culpa será removida, e o seu pecado será perdoado”.
8 Então ouvi a voz do Senhor, conclamando: “Quem enviarei? Quem irá por nós?”
E eu respondi: Eis-me aqui. Envia-me!
O que aprendemos sobre essa transformação a partir do encontro de Isaías com o Senhor?
Isaías foi um profeta pré-exílico que se destacou por sua mensagem de juízo e redenção apontando para a vinda do messias. Os primeiros capítulos do livro de Isaías trazem oráculos que prenunciam o juízo de Deus sobre Israel e a partir do capítulo 6 temos o registro do início do ministério do profeta por volta de 740 a.C. No texto que lemos Isaías relata que teve uma visão na qual ele declara ter visto o Senhor e a descrição feita pelo profeta revelam sua percepção da glória e santidade de Deus (Is 6:1-4). Logo em seguida, no versículo 5. vemos que Isaías fica aflito pois reconhece sua condição de pecador e se entende indigno de estar na presença do Senhor. Nos versículos seguintes (Is 6:6-8) então nos deparamos com a ação transformadora do Senhor na vida de Isaías, a partir da qual podemos aprender algumas lições importantes para nossas vidas.
Quando o Senhor nos encontra, somos PERDOADOS
Como lemos no versículo 5, Isaías se enxergava pecador, e, assim como nós, o era. Uma vez reconhecendo essa realidade e sendo alguém que conhecia a Torah, sabia que qualquer pecador que visse a Deus morreria (Ex 33:20). Contudo, o relato segue com a narrativa graciosa de um serafim que leva até Isaías uma brasa tirada do altar e toca sua boca e declara a remoção da culpa e perdão dos pecados dele.
Perdoar, no hebraico כפר kaphar, significa cobrir, purificar, fazer expiação, fazer reconciliação, cobrir com betume 2. Sendo assim, entendemos que Isaías, por ato gracioso (imerecido) do Senhor teve seus pecados apagados e foi reconciliado, já não mais carregando a culpa por sua iniquidade, mas agora experimenta essa transformação da sua condição diante de Deus. Antes pecador/devedor/culpado, mas agora perdoado/purificado/reconciliado.
Da mesma forma, quando temos um encontro com o Senhor, nos reconhecemos pecadores e nos arrependemos dos nossos pecados Ele nos perdoa, purifica e nos reconcilia consigo.
2. Quando o Senhor nos encontra, somos SANTIFICADOS
John MacArthur afirma que “Onde não há reconhecimento de culpa não pode haver salvação nem santificação”1. Isaías reconhece a santidade de Deus e se constrange por não corresponder à santidade que lhe era requerida.
A brasa viva tirada do altar com a qual o serafim tocou a boca de Isaías nos remete a cerimônia do Dia da expiação, conforme Levítico 16.12:
“Pegará o incensário cheio de brasas do altar que está perante o Senhor e dois punhados de incenso aromático em pó, e os levará para trás do véu.”
Como sabemos, as leis cerimoniais do antigo testamento, por si, não tinham a capacidade de aperfeiçoar ninguém em santidade, mas seu simbolismo e seu cumprimento apontavam e conduziam o povo de Israel a desenvolverem uma relação íntima, sincera e santa com o Senhor.
Esse é o apelo feito pelo Senhor ao seu povo: “Sejam santos porque eu, o SENHOR, o Deus de vocês, sou santo”. (Lv 19:2)
Como vemos, vem do próprio Senhor o exemplo e a iniciativa para que sejamos santificados, contudo é algo para o que também precisamos dos esforçar, conforme também nos instrui o apóstolo Pedro em sua segunda carta:
“Portanto, amados, enquanto esperam estas coisas, empenhem-se para serem encontrados por ele em paz, imaculados e inculpáveis.” (2Pe 3:14)
Isaías foi perdoado e santificado pelo Senhor, mas a sua vida nos revela todo seu esforço e toda a sua luta contra o pecado, evidenciada na sua mensagem de juízo e restauração levada a Israel. Sendo assim, também devemos entender e viver conforme a santidade requerida pelo Senhor, esforçando-nos a cada dia para nos parecermos cada vez mais com Aquele que nos encontrou e é capaz de transformar tudo em nós e em nossa vida.
3. Quando o Senhor nos encontra, somos ENVIADOS
Como vimos, Isaías tem um visão do Senhor em seu trono, com toda a sua glória, majestade, poder e santidade, e diante disso ficou aflito reconhecendo sua condição de pecador, portanto indigno de ver a Deus e estar em sua presença. Em seguida é perdoado e uma voz ecoa:
“Quem enviarei? Quem irá por nós?”
O encontro transformador de Isaías com o Senhor, não apenas lhe trouxe perdão e santificação, mas também uma missão. A resposta de Isaías não poderia ser outra, senão:
“Eis-me aqui. Envia-me!”
Diferentemente da postura de Moisés que relutou diante do chamado de Deus, ou de Paulo que ao ouvir a voz de Cristo perguntou quem era, Isaías sem ao menos saber o que o esperava e qual seria sua missão, reconhecendo quem o estava chamando resolve apenas obedecer.
John MacArthur nos ensina que “a submissão à autoridade absoluta de Cristo não é uma opção, mas obrigação suprema”.4 Nesse sentido, entendemos que a obediência irrestrita ao chamado do Senhor e envolvimento na sua missão é parte primordial da transformação experimentada pelo cristão.
Antes indiferentes e até opositores, agora envolvidos e comprometidos com a mensagem de juízo e salvação. Essa é mais uma evidência na vida de alguém encontrado e transformado pelo Senhor.
CONCLUSÃO
O perdão, a santidade e o envolvimento na missão de Cristo evidenciam vidas transformadas pelo Senhor.
Para aqueles que já entendem que são pecadores e tiveram seus pecados perdoados na cruz permanece o desafio diário para nos santificarmos e sermos agentes do reino.
Para aqueles que até então não se reconheciam pecadores como Isaías o fez, o Senhor vem ao seu encontro para te apresentar o seu perdão, apagando os seus pecados, santificando a tua vida e te chamando a serví-lo. Não perca a oportunidade. Seja transformado pela graça, pelo amor e pelo poder de Cristo.
Deus nos abençoe.
REFERÊNCIAS
1 John MacArthur, A Verdade Sobre o Perdão, ed. Wendell Lessa, Wilson Ferreira de Souza Neto, e Filipe Delage, trans. Érica Campos, 1a edição. (São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã, 2014).
2. James Strong, Léxico Hebraico, Aramaico e Grego de Strong (Sociedade Bíblica do Brasil, 2002).
3. Nova Versão Internacional (São Paulo: Sociedade Bíblica Internacional, 2001)
4. John MacArthur, A Verdade Sobre o Senhorio de Cristo, ed. Vagner Barbosa, Rina Mári Furuta, e Wilton Vital Lima, trans. Meire Portes Santos, 1a edição. (São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã, 2014)
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