(Rm 10:1-11) O Método da Salvação
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Vídeo de um grupo de católicos adorando uma imagem de Maria.
O texto trata do método da salvação, estabelecendo uma diferença básica entre a justiça da lei, a que os judeus incrédulos se agarravam, e a justiça da fé, oferecida no evangelho. Hoje, você deve fazer essa escolha, a que tipo de justiça você irá se agarrar.
O texto começa relembrando o amor de Paulo por seus parentes judeus.
Romanos 10.1 “Irmãos, a boa vontade do meu coração e a minha súplica a Deus a favor deles são para que sejam salvos.”
Paulo, com o coração humilde, confessa como amava seus inimigos e orava por eles.
Seu amor era expresso em oração
Sua oração era sincera, porque ele diz que era um desejo do coração. Como o nosso catecismo define oração: “um oferecimento dos nossos desejos a Deus”.
Paulo pregava contra eles, e orava por eles.
É nosso dever desejar a salvação dos outros.
Então Paulo explica algo inusitado sobre os judeus. É nessário sabedoria pra avaliar o ser humano dessa forma. O verso 2 diz:
Romanos 10.2 “Porque lhes dou testemunho de que eles têm zelo por Deus, porém não com entendimento.”
Paulo vê nos seus inimigos mortais alguma qualidade. Apesar de ela estar muito prejudicada por um vício terrível, Paulo não deixa de reconhecê-la. Eles tinham zêlo.
Matthew Henry: “Os judeus incrédulos eram os mais amargos inimigos que Paulo tinha no mundo, contudo, ele lhes atribui um caráter tão bom quanto podia ser verdade. Nós devemos dizer o melhor que pudermos até de nossos piores inimigos; isso é abençoar aqueles que nos amaldiçoam. A caridade nos ensina a ter a melhor opinião das pessoas, e dar a melhor interpretação possível das palavras e ações delas. Devemos notar aquilo que é elogiável até nas piores pessoas.
O zelo é uma coisa boa, e todos devem possuir. O zelo demonstra fidelidade, compromisso. Você tem convicção do que você crê, do que você defende. Os judeus eram zelosos. Mas isso não é tudo.
Esse zelo dos judeus não possuia entendimento. Ou seja, não estava fundamentado na verdade. E isso era muito danoso pra eles e pra os outros. O verso 3 diz:
Romanos 10.3 “Porquanto, desconhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à que vem de Deus.”
O zelo dessas pessoas estava desprovida da coisa mais importante que um ser humano deve possuir: fé!
Muitos hoje dizem que o que importa é ter sinceridade...
Entenda do que Paulo está falando. Ele está falando sobre incredulidade. O que é incredulidade? É não se sujeitar à justiça que vem de Deus.
Eles não se sujeitaram aos termos do evangelho. Não se sujeitaram à sua oferta de justificação pela fé em Cristo.
MH: “A incredulidade é a insubmissão à justiça de Deus, resistindo à proclamação do evangelho da reparação”.
Aprendemos que na verdadeira fé existe verdadeira submissão, por isso é necessário abnegação. Negar-se a si mesmo. E isso é extremamente difício pra um coração orgulhoso. Pra um coração zeloso e ignorando. Pra um zelo sem fundamento.
Perceba de onde vinha essa incredulidade. Vinha primeira da ignorância da justiça de Deus. Eles não consideraram a necessidade que nós temos de uma justiça perfeita para podermos nos apresentar diante de Deus, e desmereceram, desprezaram a justiça de Cristo.
Segundo, eles tinham uma opinião orgulhosa da própria justiça. Eles dependiam do próprio desempenho pra se apresentar diante de Deus. Esse é o maior erro que ser humano pode cometer. Eles recusaram o método de Deus para a salvação: a justiça por meio da fé. Por isso Paulo diz:
Filipenses 3.8–9 “Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo e ser achado nele, não tendo justiça própria, que procede de lei, senão a que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé;”
Eles não entendiam o que era fé, baseavam sua salvação na lei, e ironicamente não entendiam o propósito da lei. O verso 4 explica:
Romanos 10.4 “Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê.”
Entenda como é forte a alegação de Paulo: eles não tinham ENTEDIMENTO. Significa que desprezar a Cristo e sua justiça é algo IRRACIONAL.
Aqui não devemos entender “fim” como término, mas como sinônimo de finalidade, propósito. Qual era o propósito da lei? A lei moral, os 10 mandamentos, examinam a ferida, revelam que somos pecadores. Como assim? Em outro lugar Paulo diz que descobriu que era um cobiçoso por causa do décimo mandamento “não cobiçarás”. Devemos guardar a lei, mas ao buscar guardá-la, descobrimos que não conseguimos guardá-la perfeitamente, e descobrimos que somos pecadores. E qual é o salário do pecado? A morte. E como conseguimos vida, se a lei mostrou que eu sou um pecador e devo morrer? Eu devo correr pra Cristo. E a lei cerimonial é a mesma coisa..., pra que servia, os sacrifícios etc…? Era pra prefiguar Cristo.
Gálatas 3.23–24 “Mas, antes que viesse a fé, estávamos sob a tutela da lei e nela encerrados, para essa fé que, de futuro, haveria de revelar-se. De maneira que a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos justificados por fé.”
Qual é a justiça da lei? O verso 5 diz:
Romanos 10.5 “Ora, Moisés escreveu que o homem que praticar a justiça decorrente da lei viverá por ela.”
Paulo, baseado em Lv 18 afirma que a pessoa que busca vida na lei, deve guardá-la perfeitamente. É isso. É possível você ser salvo pelas suas obras, digamos, se você cumprir a lei externamente e internamente, ou seja, nos seus pensamentos, palavras e ações. Mas na verdade isso não é possível. Não seja tolo. Então você deve compreender, agora baseado em outro texto de Moisés, o que a justiça da fé faz. Versos 6 à 8 dizem:
Romanos 10.6–8 “Mas a justiça decorrente da fé assim diz: Não perguntes em teu coração: Quem subirá ao céu?, isto é, para trazer do alto a Cristo; ou: Quem descerá ao abismo?, isto é, para levantar Cristo dentre os mortos. Porém que se diz? A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração; isto é, a palavra da fé que pregamos.”
Pra entender melhor o uso de Paulo desse texto é importante a gente ler o texto citado:
Deuteronômio 30.11–14 “Porque este mandamento que, hoje, te ordeno não é demasiado difícil, nem está longe de ti. Não está nos céus, para dizeres: Quem subirá por nós aos céus, que no-lo traga e no-lo faça ouvir, para que o cumpramos? Nem está além do mar, para dizeres: Quem passará por nós além do mar que no-lo traga e no-lo faça ouvir, para que o cumpramos? Pois esta palavra está mui perto de ti, na tua boca e no teu coração, para a cumprires.”
Veja o que é um Apóstolo. Perceba a autoridade apostólica pra interpretar o texto de Moisés de tal forma que muda o texto. Veja com ele acrescenta Cristo ao texto de Moisés no lugar daquelas partes que falam: para que o cumpramos… E no final do texto de Moisés, que diz: “esta palavra está mui perto de ti, na tua boca e no teu coração, para a cumprires.” … Paulo diz: “A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração; isto é, a palavra da fé que pregamos.”
Note que Paulo usa dois textos de Moisés, ambos falam de conquistar vida guardando a lei. Mas o texto de Deuteronômio é mais profundo. Ele apresenta uma interioridade. Ele fala do coração. É algo mais espiritualizado. O livro de Deuteronômio repete a lei, mas mostra um lado mais profundo da lei, como ela alcança o coração. Por isso Deuteronômio é mais evangélico do que outros livros do AT. Paulo mostra como a lei nos leva a Cristo a partir dele.
O que Paulo está querendo dizer é o seguinte… O caminho da salvação é maravilho e profundo: Isaías 35.8 “E ali haverá bom caminho, caminho que se chamará o Caminho Santo; o imundo não passará por ele, pois será somente para o seu povo; quem quer que por ele caminhe não errará, nem mesmo o louco.” Mas não é um caminho tão difícil quanto pensamos. Nós não precisamos subir ao céu, ou descer ao abismo, pra examinar o céu ou fazer aquilo que só uma pessoa conseguiu fazer, e não precisamos descer ao abismo pra tirar Cristo do túmulo, pra fazê-lo ressucitar, pra vencer a morte, porque ele já fez isso. Não precisamos subir ao céu pra conquistar a salvação. Cristo fez isso por nós, ele entrega tudo nas nossas mãos. Basta você se apossar disso. Como? Essa é a função da fé. Se aproprirar dos méritos e da obra de Cristo.
John Stott: “Ninguém precisa escalar os muros do céu nem descer às cavernas do Hades em busca de Cristo. Cristo mesmo veio e morreu, ressuscitou e encontra-se à inteira disposição de qualquer um, pela fé. O acesso é imediato. Não precisamos fazer coisíssima alguma. Tudo o que era necessário já foi feito. E já que Cristo está perto, o evangelho de Cristo também está perto. Encontra-se no coração e na boca de todo crente. Toda a ênfase reside no acesso – próximo, pronto e fácil – a Cristo e ao evangelho.”
Confissão Belga, 22: “Esta fé abraça Jesus Cristo com todos os seus méritos, apropria-se dEle e nada mais busca fora dEle2. Pois das duas, uma: ou não se ache em Jesus Cristo tudo o que é necessário para nossa salvação, ou tudo se acha nEle, e, então, aquele que possui Jesus Cristo pela fé, tem a salvação completa. Dizer porém que Cristo não é suficiente, mas que, além dEle, algo mais é necessário, significaria uma blasfêmia horrível. Pois Cristo seria apenas um salvador incompleto. Por isso, dizemos, com razão, junto com o apóstolo Paulo, que somos justificados somente pela fé, ou pela fe sem as obras (Romanos 3:28). Entretanto, não entendemos isto como se a própria fé nos justificasse, mas ela é somente o instrumento com que abraçamos Cristo, nossa justiça.”
A salvação está próxima. Está perto nós. Na boca e no coração. Como assim?
Romanos 10.9–10 “Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação.”
Duas coisas aqui são exigidas de nós com relação a fé. Primeiro, uma confissão. Confessar ao Senhor Jesus. Confessá-lo abertamente, e a confessar a nossa total dependência dele, como nosso Príncipe e Salvador. Se colocando do lado do cristianismo fiel, da sã doutrina, contra todas as mentiras e perseguições e avanços do diabo e seus seguidores.
Mateus 10.32–33 “Portanto, todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus; mas aquele que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai, que está nos céus.”
É nessário abnegação, amor a Deus, coragem, zelo, fidelidade. Imagine o contexto em que Jesus e Paulo ensinaram isso. O que é fazer uma confissão?! Eles estavam ensinando: vocês perderam suas posses, serão escarnecidos, espancados e mortos; tenham coragem. Avancem. Permaneçam. Perseverem.
Por isso, a segunda parte dessa piedade é “crer com o coração”. Isso é mais do que um consetimento da razão. Crer com o coração é um consentimento da vontade. Algo interior, sincero, genuíno. É crer para justiça. Enfim, o que Paulo está dizendo é:
MH: “nós devemos devotar, dedicar e entregar as nossas almas e corpos a Deus - nossas almar, ao crermos com o coração; nossos corpos, ao confessarmos com a boca. Faze isto e viverás.
Então, no verso 11, Paulo cita Isaías 28:16. O verso 11 diz:
Romanos 10.11 “Porquanto a Escritura diz: Todo aquele que nele crê não será confundido.”
Isso é uma promessa. Você não será confundido ao confessar aquele Cristo em quem você confia verdadeiramente. Ele irá te honrar e dar a compreensão devida. Siga firme. Não se envergonhe. A vergnha pecaminosa é o que faz as pessoas negarem a Cristo.
Marcos 8.38 “Porque qualquer que, nesta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai com os santos anjos.”
MH: “Aquele que crê não se apressa - não se apressará em se afastar das aflições que encontrar no caminho de seu dever, não se envergonhará por uma religião desprezada. Ele não se envergonhará de sua esperança em Cristo; não se frustrará em relação ao seu fim. É nosso dever que não devemos ser, é nosso privilégio que não seremos, envergonhados de nossa fé em Cristo.”
As aparências dizem que não vale à pena servir ao Senhor Jesus. Porque esse mundo é vaidade, depende do louvor dos homens, da aprovação, da moda, da tendência, do consumo, de tudo que é imediato. Nós aguardamos, confiamos, e vivemos… vivemos pra ele, praquele que por nós morreu e ressuscitou. No final você verá, como valeu a pena esperar. Esse é o verdadeiro zelo com entendimento. Entregar a sua vida radicalmente a Jesus, mas bem fundamento na Palavra da fé, na Palavra da promessa.