A Família de Jesus

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Introdução à leitura da Escritura:

Segunda passada comemoramos os 50 anos de vida de nosso irmão Marcio. Ele fez questão de comemorar com os irmãos da igreja. Uma atitude bonita. Mas mais do que isso. Uma atitude cristã. Marcio poderia ter comemorado em vários outros lugares, mas ele decidiu comemorar com os irmãos em Cristo. Sua família espiritual.
2. Com isso, Marcio não estava detratando sua família de sangue. Mas apenas mostrando o imenso valor que é fazer parte da família de Jesus Cristo. Pois somos o povo de Deus. A passagem que vamos considerar hoje irá nos falar sobre isso. Semana passado consideramos a passagem do versículo 20-30. Hoje, iremos considerá-la do verso 31-35. Por gentileza abra sua Bíblia no capítulo 3: 31-35 do Evangelho de Marcos.

Marcos: 3: 31-35

31 Nisto, chegaram sua mãe e seus irmãos e, tendo ficado do lado de fora, mandaram chamá-lo. 32 Muita gente estava assentada ao redor dele e lhe disseram: Olha, tua mãe, teus irmãos e irmãs estão lá fora à tua procura. 33 Então, ele lhes respondeu, dizendo: Quem é minha mãe e meus irmãos? 34 E, correndo o olhar pelos que estavam assentados ao redor, disse: Eis minha mãe e meus irmãos. 35 Portanto, qualquer que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, irmã e mãe.

Introdução ao sermão:

Russel Moore, em seu livro “A Famílila em meio à tormenta” afirmou o seguinte: “O problema de colocar a família em primeiro lugar, acima do reino de Deus, é que, para começo de conversa, nós substituímos um Deus vivo pela adoração à nós mesmos, e, em segundo lugar, perdemos a capacidade de ser o tipo de pessoa capaz de amar a família. Sim, o amor à família não é apenas positivo, mas também ordenado pela Bíblia. Quando, porém, o amor à família se torna supremo, ele passa a ser, na melhor das hipóteses, darwinista e ateu”.
A família é central no plano de Deus. Ele a criou para manifestar a sua glória. Mas, como o texto lido nos mostra, ela não pode estar acima de todas as coisas. Ela não pode estar acima do relacionamento com Jesus.

Elucidação:

1. Aqui novamente voltamos à narrativa da família de Jesus. A cena anterior em que os familiares de Jesus tentam prendê-lo porque pensavam que ele estivesse fora de si (verso 21), é retomada quando a mãe e os irmãos de Jesus chegam diante da casa em que Jesus está ensinando (v. 20). Maria, a mãe de Jesus, é mencionada pelo nome em 6: 3, assim como seus irmãos: “Não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmãos de Tiago, José, Judas e Simão? E não vivem aqui entre nós suas irmãs?”.
2. O termo irmãos implica que Maria concebeu novamente eteve outros filhos com José. A ausência da menção de José neste episódio sugere que ele já havia morrido. Normalmente é o pai que conduz a família nestes momentos. Marcos, então, conclui a unidade sanduíche retornando aos seguidores de Jesus em 31-35, os quais já não são mais apenas aqueles assentados “ao seu redor” (32), mas sua “mãe e seus irmãos”. O cenário continua a ser a casa cheia de pessoas do versículo 20.
Proposição: A Verdadeira família de Jesus
1. Quem são aqueles que fazem parte da verdadeira família de Jesus? Esta é uma questão de suam importância, pois em nossos dias muitos dizem estar numa relação com Jesus. Na verdade, a maioria das religiões afirmam conhecer Jesus. Todos dizem manter um vínculo com Jesus Cristo. Dizem que o conhece. Mas o que podemos aprender deste texto? Quem são os verdadeiros membros da família de Jesus? Como você sabe se é ou não da família de Jesus? Essa porção da narrativa do Evangelho de Marcos deixa claro AS MARCAS DISTINTIVAS daqueles que realmente fazem parte da Família de Jesus.
2. Mas antes de avaliarmos as marcas distintivas daqueles que (fazem parte/compõem a verdadeira família de Jesus precisamos esclarecer duas coisas.
3. A PRIMEIRA é que Jesus não está desprezando a família de sangue. Em momento algum Jesus menospreza ou desvaloriza a família. Ele não a trata como algo sem valor. Ele não a menospreza. Jesus não veio para nos ensinar a desvaloriar a nossa família. Usar esse texto, para que de alguma forma, você evite suas obrigações ou responsabiliades para com sua família é não somente algo errado, mas também pecaminoso. Pelo contrário, o Evangelho pregado por Jesus nos motiva a sermos os melhores maridos, as melhores esposas, os melhores filhos e etc. A afirmação de Jesus não está indo contra o quinto mandamento: “Honra teu pai e tua mãe”. Na verdade, ele mesmo foi um exemplo de filho em obediência. Lucas diz: “E desceu com eles para Nazaré; e era-lhes submisso” (Lc 2.51).
4. A SEGUNDA: é que Jesus não coloca seu parentesco acima do seu relacionamento espiritual com aqueles que o seguem. Dizendo isso de uma outra forma: Jesus não idolatra a familia de sangue. Na verdade, aqui, ele deixa claro que o relacionamento com ele (o discipulado) é mais importante do que o relacionamento de sangue. Portanto, para Jesus aqueles que o seguem e creem nele, constituem sua verdadeira família. Tendo dito isso, vejamos quais são as MARCAS DISTINTIVAS daqueles que verdadeiramente fazem parte da família de Jesus. A primeira marca dos verdadeiros mebros da família de Jesus

Estarem dentro do círculo de seguidores e não fora verso 31-32

1. Olhem comigo, por favor, o verso 31: “Nisto, chegaram sua mãe e seus irmãos e, tendo ficado do lado de fora, mandaram chamá-lo”. Aqui como já disse, voltamos à narrativa que teve início nos versos 20-21. Sua família, agora especificada como sendo “sua mãe e seus irmãos”, estando do lado de fora, mandam chamá-lo. Note você, que em nenhum momento o texto sugere que eles não puderam entrar por conta da multidão. Marcos simplesmente diz “tendo ficado do lado de fora”.
2. A cena não contém muitos detalhes. Apenas ficamos sabendo por duas vezes que a mãe e os irmãos de Jesus estão do lado de fora (v. 31, 32) e que a multidão está do lado de dentro com Jesus. Isso é bastante significativo. Pois Marcos usa essa palavra “está fora” com um significado teológico. Por exemplo, em 4: 10-12: “Quando Jesus ficou só, os que estavam junto dele com os doze o interrogaram a respeito das parábolas. Ele lhes respondeu: A vós outros vos é dado conhecer o mistério do reino de Deus; mas, aos de fora, tudo se ensina por meio de parábolas, para que, vendo, vejam e não percebam; e, ouvindo, ouçam e não entendam; para que não venham a converter-se, e haja perdão para eles”.
3. Portanto, notem a distinção: a família de Jesus, ao contrário da multidão, “sentada ao redor dele” não faz parte do círculo de seguidores dele. Eles não estão dentro, mas fora. Neste momento, eles, embora sendo a família de sangue de Jesus, não estão entre aqueles que são da família espiritual de Jesus. Pelo menos não até este momento. Pois como vimos em João 7.3–5Dirigiram-se, pois, a ele os seus irmãos e lhe disseram: Deixa este lugar e vai para a Judeia, para que também os teus discípulos vejam as obras que fazes. Porque ninguém há que procure ser conhecido em público e, contudo, realize os seus feitos em oculto. Se fazes estas coisas, manifesta-te ao mundo. Pois nem mesmo os seus irmãos criam nele.”
4. Até a ressurreição os irmãos de Jesus estavam fora do círculo de discípulos de JESUS. Eram sua família de sangue, mas não sua verdadeira família. Porque os que verdadeiramente fazem parte da família de Jesus são aqueles que estão dentro e não fora do círculo de seguidores de Jesus. Até mesmos os líderes religiosos como vimos nos versículos anteriores, os escribas, estão entre aqueles que se encontram fora.
5. Estando do lado de fora, eles mandam chamá-lo. Eles querem pará-lo. Claro com boas intensões, mas ainda assim querem interromper sua pregação. Certo comentarista diz que “a passagem sugere que a tentativa da família de Jesus de detê-lo provavelmente revela não tanto uma hostilidade para com Jesus, mas uma preocupação genuína decorrente da incredulidade da família”. Sim, boas intenções, mas sem fé. Enquanto a família de sangue de Jesus está fora, a verdadeira família está dentro ao redor de Cristo, olhe comigo o verso 32, : “Muita gente estava assentada ao redor dele e lhe disseram: Olha, tua mãe, teus irmãos e irmãs estão lá fora à tua procura”.
6. Quero que você note que a multidão estava “assentada ao redor dele”. É aí onde os verdadeiros membros da família de Cristo estão: Assentados aos seus pés. Aprendendo dele. Como alguém já disse: “Estar assentado “aos pés” é a posição de um discípulo, ansioso por aprender”. Lucas 10: 38-39: “Indo eles de caminho, entrou Jesus num povoado. E certa mulher, chamada Marta, hospedou-o na sua casa. 39 Tinha ela uma irmã, chamada Maria, e esta quedava-se assentada aos pés do Senhor a ouvir-lhe os ensinamentos”.
7. Onde você está? Entre aqueles que estão fora ou entre aqueles que estão dentro assentados aos pés de Jesus aprendendo dele? Embora muitos afirmem conhecer Jesus, nem todos são verdadeiramente membros de sua família. Presumem conhecê-lo, mas de longe. Afirmam está dentro, mas estão fora. Não desejam aprender dele. Não se assentam aos seus pés. Tais pessoas, têm suas próprias conclusões a respeito da pessoa de Jesus. Elas não o conhecem com base no Evangelho, na Escritura. Jesus é o centro dessa nova família. Ele é a base, o fundamento.
- A segunda MARCA DISTINTIVA daqueles que realmente fazem parte da família de Jesus é:

Seu compromisso em obediência à vontade de Deus versos

1. A pergunta retórica do versículo 33 desafia a multidão a absorver o impacto da afirmação de Jesus: “Então, ele lhes respondeu, dizendo: Quem é minha mãe e meus irmãos? . Esta pergunta é de suma importância. Pois aqui ele está perguntando quem está no círculo íntimo, quem está na minha família real. É preciso atentar para a resposta. E o bom é que não precisamos ficar nos debatendo tentando formular uma resposta para ela. Pois o própio Jesus a responde. E sua resposta é impactante. Respondendo ele diz quem de fato é sua mãe e irmãos.
2. O verso 34: “E, correndo o olhar pelos que estavam assentados ao redor, disse: Eis minha mãe e meus irmãos”. No texto paralelo em Mateus 12: verso 49: “E, estendendo a mão para os discípulos, disse: Eis minha mãe e meus irmãos”. No relato de Marcos, ele amplia a afirmação para incluir além dos discípulos os que estavam assentados ao redor de Jesus. Ou seja, as pessoas da multidão. Notem a ironia aqui. Para os que pensam está perto por conta de sua relação parental, estão longe e os que pensam estár longe estão numa relação próxima a Jesus por estarem ouvindo suas palavras.
3. Para Jesus a relação parental não é mais importante do que a relação espiritual com ele. Em Lucas 11.27–28: “Ora, aconteceu que, ao dizer Jesus estas palavras, uma mulher, que estava entre a multidão, exclamou e disse-lhe: Bem-aventurada aquela que te concebeu, e os seios que te amamentaram! Ele, porém, respondeu: Antes, bem-aventurados são os que ouvem a palavra de Deus e a guardam!”.
4. São Crisóstomo escreveu: “Nisto o Senhor mostra quem convém honrar mais aqueles que são parentes pela fé que todos os parentes de sangue”. Pseudo-Jerônimo: “Saibamos que seremos Seus irmãos e irmãs, se cumprirmos a vontade do Pai, de maneira a sermos seus co-herdeiros”. Portanto, a marca daqueles que realmente são da família de Cristo é a obediência à vontade de Deus verso 35: “Portanto, qualquer que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, irmã e mãe”.
5. Você não obedece para se tornar filho de Deus ou membro da família de Cristo. Pelo contrário, o compomisso em obediência à vontade de Deus é a marcas daqueles que são da família de Cristo. João 1.12: “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome”.
6. A afirmação de Jesus é INCLUSIVA e EXCLUSIVA:
- É inclusiva, pois todo aquele que faz a vontade de Deus pertence à família de Jesus. Ela nos dá esperança. Pois mesmo não sendo judeus ou tendo uma relação natural com Jesus ele declara que podemos pertencer à sua família espiritual. Para isso, basta crer nEle. (“Jesus faz uma declaração detalhada e decisiva sobre o verdadeiro discipulado cristão. Tal discipulado envolve uma relação espiritual que transcende a família física e está aberta a todos os que são capacitados pelo Espírito de Deus para vir a Cristo em arrependimento e fé, possibilitando uma vida de obediência à vontade de Deus” (John MacArthur).
- É exclusiva, pois apenas aqueles que fazem a vontade de Deus pertencem à sua família.
7. Qual é a vontade de Deus? Marcos não especifica. Mas podemos ter certeza que é arrepender-se e crer no Evangelho. Em João 6.27–29 Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna, a qual o Filho do Homem vos dará; porque Deus, o Pai, o confirmou com o seu selo. Dirigiram-se, pois, a ele, perguntando: Que faremos para realizar as obras de Deus? Respondeu-lhes Jesus: A obra de Deus é esta: que creiais naquele que por ele foi enviado.” Salmos 40: 8: “agrada-me fazer a tua vontade, ó Deus meu; dentro do meu coração, está a tua lei.João 7.17 Se alguém quiser fazer a vontade dele, conhecerá a respeito da doutrina, se ela é de Deus ou se eu falo por mim mesmo.”
8. Portanto, Deus não esconde de nós sua vontade. Ele a revela. E a vontade de Deus é que creiamos em seu Filho. Sua vontade é que nos arrependamos de nosos muitos pecados e depositemos nossa cofiança em Jesus.

Aplicações:

A verdadeira Família de Cristio não é aquela ligada pelos laços de sangue, mas por aqueles que o seguem: que creem nele. O que nos liga a Jesus não é o sangue nem a carne, mas o fato de estarmos unidos a ele. Os judeus se vangloriam por serem filhos de Abraão. Desta forma, acreditam que pelo fato de serem da descendêcia física do patriarca eles estão na família de Deus. João 1.12: “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome”.
Por mais importantes que sejam as relações familiares elas não podem estar acima de nosso relacionamento com Deus e com o a família de Deus. Se pensarmos que nossa família tem prescedência sobre tudo, estamos completamente enganados. Nossa família individual não tem precedência sobre as coisas de Deus. A obediência a Deus deve está acima de nossas relações familiares. Seja um bom marido uma boa esposa, um bom filho. Cuide bem de sua família. Mas não a coloque acima da obediência a vontade de Deus. Busque o bem para seus filhos, mas lute ainda mais por sua vida espiritual.
Esine a sua família a importância e prioridade da família de Cristo. Não se esqueça: todos os laços familiares de sangue durarão por pouco tempo. Eles acabam com a morte. Os laços familiares terrenos constituem uma relação temporário. Mas os vínculos espirituais permenecerão para sempre. Durará durante toda a eternidade. Ensine aos seus filhos a importância da igreja. Mostre a eles na prática que você ama estar com os irmãos e irmãos em Cristo.
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