Deus Abençea pessoas dispostas
Em primeiro lugar, Boaz foi um rico remidor (2.1). Boaz era parente de Noemi e um homem rico. Ele era um homem íntegro, influente e grande fazendeiro. Seu nome significa “nele há força”. Ele podia cumprir os requisitos legais de casar-se com Rute, no regime do levirato, e suscitar descendência à família de Elimeleque. Daí foi que surgiram tanto Davi, o rei, quanto o Rei dos reis, o Messias. Desta forma, Rute entrou tanto na linhagem real quanto na linhagem divina
Em segundo lugar, Boaz foi um homem de Deus (2.4). John Peter Lange diz que um verdadeiro crente é também o melhor patrão. Uma fé viva em Deus é o melhor vínculo entre patrão e empregado, prevenindo o uso indevido de autoridade de um lado e a pretensiosa insubordinação do outro lado.
Boaz é um abençoador. Ele transforma as coisas comuns da vida em liturgia de adoração a Deus. Ele faz do seu trabalho um tributo de glória ao Senhor. Ele trafega do altar ao campo com a mesma devoção. Ele não dicotomiza a vida entre secular e sagrado. Para ele, tudo é sagrado. Ele se dirige a seus empregados com devoção. Por onde passa, Boaz deixa as marcas de sua benfazeja influência. As pessoas se tornam melhores por se relacionarem com ele. O relacionamento de Boaz com os homens revela o seu íntimo relacionamento com Deus. A maneira de ele tratar seus empregados dava abundantes provas de que ele era um homem pleno de Deus.
Em terceiro lugar, Boaz foi um homem de qualidades muito especiais (2.8–16). Destacamos seis pontos importantes sobre Boaz:
Boaz é um homem que oferece graça (2.8,10). Quando Rute saiu naquela manhã para respigar nos campos, estava procurando alguém que lhe mostrasse graça (2.2,10,13). A graça é o favor concedido a alguém que não o merece e que não tem como obtê-lo por seu esforço. Como mulher, viúva pobre e estrangeira, Rute não poderia reivindicar coisa alguma a quem quer que fosse. O canal dessa graça foi Boaz. Graça significa que Deus dá o primeiro passo a fim de nos socorrer, não porque mereçamos, mas porque Ele nos ama e nos quer para si. “Nós amamos porque ele nos amou primeiro” (1Jo 4.19). A salvação não foi algo que Deus improvisou, mas, sim, aquilo que planejou desde a eternidade.
Boaz tratou Rute com especial cuidado. Deu-lhe ordem para ficar em seu campo e não ir além em busca de provisão. Rute reconheceu que o gesto de Boaz era um ato de graça, uma vez que ela era uma viúva pobre e também estrangeira. Graça é favor imerecido. Graça é receber tudo quando não se tem nada para dar em troca. Graça é o amor que paga o preço para ajudar alguém que não merece. Nesse sentido, Boaz retrata Cristo em Seu relacionamento com Sua noiva, a Igreja
Boaz é um homem que transcende em seus atos de bondade (2.15,16). Ele não somente ofereceu a Rute seu campo, sua proteção, sua provisão, sua companhia, sua consolação, mas também deu ordens a seus trabalhadores que deixassem porções especiais para Rute recolher. Ele foi além do esperado, além do exigido pela lei. Boaz foi um homem que excedeu em sua generosidade. Assim também Deus nos trata. Ele é o Deus de toda a graça, de toda a consolação. Suas bênçãos são incontáveis, Seu amor incomensurável, Suas misericórdias não têm fim.
Rute, uma mulher que busca abrigo sob as asas de Deus