EPISÓDIO 1 – A PARTIDA

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DE QUEBRADO A RESTAURADO: A JORNADA DO CORAÇÃO
EPISÓDIO 1 – A PARTIDA
Pedro Silva de Araújo
TEXTO – Lucas 15:11-13
11 Continuou: Certo homem tinha dois filhos; 12 o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me cabe. E ele lhes repartiu os haveres. 13 Passados não muitos dias, o filho mais moço, ajuntando tudo o que era seu, partiu para uma terra distante e lá dissipou todos os seus bens, vivendo dissolutamente.[1]
INTRODUÇÃO
· A parábola do filho pródigo constitui-se num dos mais belos quadros pintados na tela da nossa mente pelo maior de todos os mestres, Jesus de Nazaré.[2]
· Os versos lidos hoje tratam da primeira parte, a partida do Filho Prodigo;
DESENVOLVIMENTO
1. Um vocativo doloroso (Lucas 15:12):
· Um pai de dois filhos é instado pelo mais jovem a acertar as contas referentes aos bens que lhe cabem.[3]
· O filho pródigo sabia que teria direito a um terço de tudo o que seu pai possuía quando ele morresse, mas ele exige agora.
· Estava convicto de que, ao ficar sozinho, longe dos olhos de seus pais, poderia fazer o que bem quisesse, e essa “liberdade” o faria feliz.[4]
· Ele era feliz inconscientemente na casa do Pai[5]
O filho vivia na casa do Pai, tinha comunhão e conforto. Nada lhe faltava: ele tinha abrigo, pão, roupa, calçado e anel no dedo. Tudo o que pai possuía também lhe pertencia. Ele vivia cercado de bênçãos[6]
· O pai não diz nada ao filho. No começo da parábola o pai é o grande calado. Da mesma maneira também Deus permite silenciosamente que o ser humano faça o que quer. [7]
· O jovem não reconhece nenhuma obrigação para com o pai, e não exprime gratidão, contudo reclama o privilégio de filho para participar dos bens de seu pai. EGW, Parábolas de Jesus, p. 199.
· O Pai que tantas vezes é chamado para orientar o filho e atender um pedido gentil, dessa vez é tomado por uma ordem do filho que quebra o seu coração ao ponto de não falar nenhuma palavra.
· Penso que não temos o direito de julgar esse jovem, porque tantas vezes nós abandonamos o pai, e por mais que nosso discurso não seja tão duro, as vezes a vida fala que estamos saindo da casa do pai.
2. A partida (Lucas 15:13):
· Uma narrativa interessante sobra a partido do jovem é apresentada por Ellen G White:
· O jovem, alegre e despreocupado, quando abandonou a mansão paterna, pouco imaginou a dor e saudade deixadas no coração do pai. EGW, Parábolas de Jesus, p. 203
· O que temos aqui é um jovem orgulhoso que abandona o pai e todo seu lar;
· Por algum momento a mente daquele jovem pesa, tantas obrigações e regras na casa do meu pai e uma vida de liberdade, sem restrições lá fora. E tragicamente escolhe ir embora da casa do pai.
3. Infeliz inconsciente (Lucas 15:13)
· Ele era infeliz inconscientemente no país distante[8]
O país distante é um símbolo do mundo atraente. Seus prazeres parecem borbulhar por todos os lados. No começo, o jovem, fascinado com as festas, os amigos e os prazeres, mergulhou de cabeça em todas as aventuras. Bebeu todas as taças dos prazeres e sorveu cada gota das alegrias que o mundo podia lhe oferecer. Obcecadamente bateu em todas as portas e conheceu cada proposta sedutora daquele carrossel de aventuras. Enquanto tinha dinheiro, sua mesa estava rodeada de amigos. Enquanto estava sendo explorado, era o centro das atenções.[9]
· Primeiro ele pede tudo o que é seu e depois gasta tudo que tem;
· De posse de sua herança, foi para uma terra distante, afastando-se do pai. Por lá gastou de forma inadequada, dissolutamente, tudo o que tinha. Quando o dinheiro acabou, ficou numa situação lastimável.[10]
· Até que fica:
o Sem dinheiro;
o Com fome não saciada;
o Com o orgulho humilhado;
o A natureza moral atrofiada;
o A vontade enfraquecida;
o Indigna de confiança;
o Sentimentos nobres mortos;
o É O MAIS MISERÁVEL DOS MORTAIS.
· Está é uma vida centrada no eu, o resultado foi ruína.
4. Aplicações práticas:
· Se existe algo que machuca o coração do pai é o trocar por prazeres, não é porque o pai é um sentimental, é porque ele sabe que a consequência dessa troca é sofrimento e possível perdição;
· Quando não entendemos que a companhia do pai é suficiente, corremos o risco de cair na máxima conhecida que diz: eu era feliz e não sabia;
· A vida centrada no eu tem o poder de tornar a pessoa infeliz inconscientemente, ao ponto de precisar do sofrimento para cair em si.
APELO
Ellen G. White diz que:
Que quadro nos é apresentado da condição do pecador! Embora envolto pelas bênçãos do amor de Deus, nada há que o pecador, inclinado à satisfação própria e aos prazeres pecaminosos, mais deseje do que a separação de Deus.
Pensando nisso, se você tiver algo a pedir ao Pai, não peça para ir embora, peça o pão de cada dia, peça o Espírito Santo, peça tantas coisas, mas não peça para partir.
As regras, obrigações e restrições não são uma carga para te privar do bem, é uma blindagem de um Pai que ama.
Talvez hoje você esteja vivendo longe do Pai ou até pensando em ir para longe do Pai, as razões são diversas. Uma intriga, frieza espiritual, hipocrisia, falta de fé, a lista pode ser gigante.
Quero lembrar você a história de Desmond Doss é um poderoso lembrete de que a fé e os princípios pessoais podem ser mantidos mesmo nas circunstâncias mais difíceis. Sua dedicação à sua crença e sua disposição de ajudar os outros, mesmo arriscando sua própria vida, são um exemplo inspirador para qualquer pessoa que enfrente desafios em sua jornada espiritual.
[1] Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Lc 15.11–13. [2]Hernandes Dias Lopes, Lucas: Jesus, o Homem Perfeito, ed. Juan Carlos Martinez, 1‍a edição., Comentários Expositivos Hagnos (São Paulo: Hagnos, 2017), 461. [3] Fritz Rienecker, Comentário Esperança, Evangelho de Lucas (Curitiba: Editora Evangélica Esperança, 2005), 323. [4] William Hendriksen, Lucas, trans. Valter Graciano Martins, 2a edição., vol. 2, Comentário do Novo Testamento (São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã, 2014), 277. [5]Hernandes Dias Lopes, Lucas: Jesus, o Homem Perfeito, ed. Juan Carlos Martinez, 1‍a edição., Comentários Expositivos Hagnos (São Paulo: Hagnos, 2017), 461. [6]Hernandes Dias Lopes, Lucas: Jesus, o Homem Perfeito, ed. Juan Carlos Martinez, 1‍a edição., Comentários Expositivos Hagnos (São Paulo: Hagnos, 2017), 461. [7] Fritz Rienecker, Comentário Esperança, Evangelho de Lucas (Curitiba: Editora Evangélica Esperança, 2005), 323. [8]Hernandes Dias Lopes, Lucas: Jesus, o Homem Perfeito, ed. Juan Carlos Martinez, 1‍a edição., Comentários Expositivos Hagnos (São Paulo: Hagnos, 2017), 462. [9]Hernandes Dias Lopes, Lucas: Jesus, o Homem Perfeito, ed. Juan Carlos Martinez, 1‍a edição., Comentários Expositivos Hagnos (São Paulo: Hagnos, 2017), 462. [10] Itamir Neves e John Vernon McGee, Comentário Bíblico de Lucas: Através da Bíblia, ed. Israel Mazzacorati, Primeira edição., Série Através da Bíblia (São Paulo, SP: Rádio Trans Mundial, 2012), 159.
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