Testemunhando Verdades

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SERMÃO DOMINICAL – IEA
Domingo, 11/08/2024 – 9h
Testemunhando Verdades
Êxodo 20:16
Êxodo 20. 16 - Não darás falso testemunho contra seu próximo.
Vamos orar...
Introdução:
Em 1972 um homem chamado Richard Phillips foi condenado em Detroit nos Estados Unidos.
Ele foi acusado de matar Gregory Harris, baseado em um testemunho de Fred Mitchell, Fred afirmou ter visto Phillips cometer o crime. Durante o julgamento, não houve evidências físicas ligando Philips ao crime, mas o processo todo, então, se baseou nas palavras de Mitchell.
O resultado do testemunho de Fred Mitchell levou Richard Phillips à condenação e à prisão perpétua por ter participado do crime e matado Gregory Harris.
Em 2010, quase 40 anos depois, Richard escreveu uma carta a Clínica de Inocentes da Universidade de Michigan, que revisa casos de possíveis condenações injustas, e a Clínica descobriu, após muitas investigações, que Fred Mitchell havia mentido em seu testemunho, e descobriram também que o co-réu de Phillips, Richard Palombo, admitiu que Phillips não estava envolvido no crime.
A partir dessas novas informações o caso foi aberto novamente, e em 2017, um juiz determinou que Phillips merecia um novo julgamento devido às novas evidências.
Em março de 2018, após 45 anos na prisão, Richard Phillips foi solto, e estabeleceu um recorde de pessoa que passou o maior tempo encarcerada injustamente nos Estados Unidos.
Phillips hoje vive como artista e faz pinturas, talentos desenvolvidos enquanto estava preso, o estado de Michigan deu a ele uma quantia financeira como forma de amenizar seu erro.
O caso de Richard Phillips ilustra claramente a violação do nono mandamento. O falso testemunho e a falta de veracidade têm consequências profundas, não apenas em nossas vidas, mas também na vida das pessoas envolvidas. Muitas vezes, essas mentiras, fofocas ou exposições desnecessárias podem privar alguém de uma vida normal e causar danos irreparáveis.
Transição: Hoje, vamos refletir sobre a breve história de Nabote, um homem simples com uma vinha.
1 Reis 21: 1-7:
1 Algum tempo depois houve um incidente envolvendo uma vinha que pertencia a Nabote, de Jezreel. A vinha ficava em Jezreel, ao lado do palácio de Acabe, rei de Samaria.
2 Acabe tinha dito a Nabote: "Dê-me a sua vinha para eu usar como horta, já que fica ao lado do meu palácio. Em troca eu lhe darei uma vinha melhor ou, se preferir, eu lhe pagarei, seja qual for o seu valor".
3 Nabote, contudo, respondeu: "O SENHOR me livre de dar a ti a herança dos meus pais! "
4 Então Acabe foi para casa, aborrecido e indignado porque Nabote, de Jezreel, lhe dissera: "Não te darei a herança dos meus pais". Deitou-se na cama, virou o rosto para a parede e recusou-se a comer.
5 Sua mulher Jezabel entrou e lhe perguntou: "Por que você está tão aborrecido? Por que não come? "
6 Ele respondeu-lhe: "Porque eu disse a Nabote, de Jezreel: Venda-me a sua vinha; ou, se preferir, eu lhe darei outra vinha em lugar dessa. Mas ele disse: ‘Não te darei minha vinha’ ".
7 Disse-lhe Jezabel, sua mulher: "É assim que você age como rei de Israel? Levante-se e coma! Anime-se. Conseguirei para você a vinha de Nabote, de Jezreel"
(pausa)
Irmãos, observamos aqui o início de um problema que poderia ter sido resolvido de várias maneiras, sem recorrer à mentira e à desonestidade. Nabote possuía uma vinha preciosa, que era uma herança de seus pais, e o Rei Acabe desejava adquirir parte dessa terra para criar hortas. Quando Nabote se recusou a vender a vinha, o rei ficou abatido. Sua esposa, Jezabel, notou sua tristeza e, ao invés de buscar uma solução justa, decidiu que conseguiria a terra a qualquer custo.
Hoje, refletiremos sobre o que Deus desejava de Jezabel e o que Ele espera de nós em relação a esse mandamento. Desde o início desta série sobre os Dez Mandamentos, temos falado sobre a importância de não sermos legalistas nem antinomistas. Os legalistas, além de seguir a lei estabelecida, criavam regras adicionais, acreditando que, ao seguir todas as leis rigorosamente, seriam salvos por Deus. Vemos isso claramente no caso dos escribas e fariseus (pausa). Por outro lado, os antinomistas desprezam a lei moral de Deus, tanto no passado quanto nos dias atuais.
Devemos buscar o equilíbrio, sem nos desviar para nenhum desses extremos. Precisamos seguir os padrões bíblicos e usar a lei de maneira legítima em nossa vida cristã. O Apóstolo Paulo nos ensina sobre isso em 1 Timóteo 1:8: “Sabemos, porém, que a lei é boa, se alguém dela se utiliza de modo legítimo.”
Então dividiremos a exposição de hoje neste texto em 3 partes:
1. O QUE TEMOS TESTEMUNHADO?
2. O QUE TEMOS GERADO COM NOSSO TESTEMUNHO?
3. O QUE DEUS ESPERA DE NÓS?
1. O que temos testemunhado?
Após perceber o abatimento de seu marido, Jezabel se motivou a ajudá-lo. Em 1 Reis 21:8-10, lemos o plano que ela arquitetou: 8"Ela escreveu cartas em nome de Acabe, colocou o selo do rei e enviou-as às autoridades e nobres da cidade de Nabote. 9 Nessas cartas, escreveu: 'Decretem um dia de jejum e coloquem Nabote em um lugar de destaque entre o povo. 10 Enviem dois homens desonestos para se sentarem em frente a ele e fazerem falsas acusações de que ele amaldiçoou Deus e o rei. Então, levem-no para fora e apedrejem-no até a morte.'"
Irmãos, na época, havia um método padrão para a acusação de pessoas, muito diferente dos processos modernos.
Deuteronômio 19:15 nos mostra como as denúncias eram tratadas: “Uma só testemunha não se levantará contra alguém por qualquer iniquidade ou pecado; pelo depoimento de duas ou três testemunhas se estabelecerá o fato.”
A lei exigia que qualquer acusação fosse corroborada por duas ou três testemunhas, garantindo maior confiabilidade e justiça ao processo.
Além disso, as falsas testemunhas eram severamente punidas.
Deuteronômio 19:16-19 estabelece que, se fosse provado que uma testemunha era falsa, ela deveria sofrer a mesma pena que pretendia impor ao acusado. Essa medida visava desincentivar a mentira e promover a justiça.
E em Zacarias 8:16, lemos como o processo deveria seguir: “Isto é o que vocês devem fazer: falem a verdade uns aos outros; façam nos tribunais julgamentos que sejam verdadeiros e que tragam paz.”
Voltando à história, vemos que Jezabel distorceu de maneira fraudulenta o método padrão estabelecido no Antigo Testamento. Esse método foi criado para assegurar justiça, verdade e imparcialidade nos processos legais da época, com o objetivo de prevenir injustiças como a que ocorreu contra Nabote.
No caso de Jezabel, ela manipulou o sistema legal ao reunir falsas testemunhas e um juiz para fazer acusações infundadas contra Nabote, planejando e executando um ato de maldade premeditado.
Transição: A motivação dela era garantir que a terra que seu marido desejava fosse adquirida a qualquer custo, mesmo que isso significasse recorrer à mentira, calúnia e assassinato. Ao refletirmos sobre a vida de Jezabel, somos desafiados a considerar o que temos testemunhado sobre as pessoas ao nosso redor e a avaliar como reagimos em diferentes circunstâncias. Precisamos examinar se as nossas ações e testemunhos estão alinhados com a justiça e a verdade que Deus deseja para nós.
Aplicação:
Irmãos, sabemos que o pai da mentira é o diabo, como afirma João 8:44. Deus nos chama a testemunhar a verdade sobre as pessoas. Então, a pergunta que precisamos considerar é: Qual tem sido nossa motivação quando falamos sobre os outros — seja na mesa de jantar, no sofá de casa, sobre o patrão, colegas de trabalho, colegas de escola, ou até mesmo nossos irmãos na igreja?
A verdade deve prevalecer em nossas vidas, como deveria ter ocorrido com Nabote. No entanto, muitas vezes não agimos com honestidade e desrespeitamos os outros. Romanos 1:25 e 3:8-18 nos mostram que mentir e caluniar são características comuns entre aqueles que não foram transformados por Cristo. A serpente (o diabo) mentiu para Eva, implantando uma falsa verdade que a levou a desobedecer a Deus.
Qual é a motivação por trás do que testemunhamos?
Quando espalhando notícias falsas (fake News): Ao repassar fofocas e informações não confirmadas, não apenas violamos o nono mandamento, mas também contribuímos para um ciclo de destruição e injustiça. A prática de espalhar mentiras, sem considerar a veracidade, pode destruir reputações e causar danos irreparáveis. Pensemos em Richard Phillips, cuja vida foi destruída por mentiras e injustiças. Somos chamados a refletir sobre o impacto real de nossas palavras e como elas podem perpetuar um ciclo de dano.
Quando manipulando pessoas e informações para benefício próprio: Quando mentimos sobre a presença de nossos filhos na escola, falsificamos atestados médicos ou distorcemos a verdade em negociações, não estamos apenas quebrando regras; estamos corrompendo o tecido moral da nossa vida e da vida dos outros. Essas pequenas mentiras e manipulações, aparentemente inofensivas, acumulam-se e minam nossa integridade, desestabilizando nossas relações e afetando nosso testemunho cristão.
Quando ficando em silêncio e falando demais: A exposição de informações privadas, mesmo que verdadeiras, pode ferir profundamente o próximo. Quando compartilhamos "preocupações" ou "pedimos orações" para os outros, podemos estar violando a privacidade e dignidade de alguém, movidos por um desejo de nos sentir importantes ou necessários. O nosso desafio como servos de Cristo é manter a confidencialidade e o respeito, nós precisamos alinha nossas ações com os princípios de amor e compaixão ensinados por Cristo.
Transição: E quando agimos assim, isso traz resultados, muitas vezes devastadores, Richard Phillips ficou 45 anos preso injustamente, perdeu metade de sua vida, no mínimo, por uma pessoa maldosa, sem princípios e sem escrúpulos, a falta de um senso moral faz com que as pessoas ajam desta forma, e veremos o preço disso no nosso segundo ponto....
2. O que temos gerado com nosso testemunho?
Vamos continuar agora vendo o que aconteceu com Nabote, 1 Reis 21: 11-16
11 As autoridades e os nobres da cidade de Nabote fizeram conforme Jezabel os orientara nas cartas que lhes tinha escrito.
12 Decretaram jejum e fizeram Nabote sentar-se num local destacado no meio do povo.
13 Então dois homens vadios vieram e se sentaram em frente dele e o acusaram diante do povo, dizendo: "Nabote amaldiçoou tanto a Deus quanto ao rei". Por isso o levaram para fora da cidade e o apedrejaram até a morte.
14 Então mandaram informar a Jezabel: "Nabote foi apedrejado e está morto".
15 Assim que Jezabel soube que Nabote tinha sido apedrejado até a morte, disse a Acabe: "Levante-se e tome posse da vinha que Nabote, de Jezreel, recusou-se a vender-lhe. Ele não está mais vivo; está morto! "
16 Quando Acabe ouviu que Nabote estava morto, levantou-se e foi tomar posse da vinha.
O falso testemunho resultou na morte de Nabote. Para o rei, parecia uma sorte, pois a mentira e a calúnia deram certo. Jezabel pensou consigo mesma: "Finalmente, temos a vinha que queríamos para nossa horta!" O meio pelo qual conseguiram o que desejavam não importava; o que importava era o resultado.
Para Nabote e Richard, suas vidas foram destruídas. Seu direito de viver em comunidade foi retirado, e o convívio com seus familiares, amigos e colegas foi severamente comprometido.
Será que estamos verdadeiramente conscientes do mal que causamos quando mentimos e o quão caro pagaremos por isso?
Para o rei Acaba e sua esposa Jezabel foi caro, Acabe foi morto em batalha e Jezabel foi jogada pela janela do palácio, pisoteada pelos cavaleiros depois devorada pelos cães.
Quantas vezes agimos sabendo que estamos violando o mandamento de Deus? Para nosso Deus encarnado, a mentira e a calúnia custaram a cruz. Mateus 26:59-61 revela como os chefes dos sacerdotes e todo o sinédrio procuravam falsas acusações contra Jesus, sem se importar com a verdade, apenas desejando causar-lhe dor. E em Mateus 26:62-68, vemos a concretização desse plano.
Vamos ler:
62 Então o sumo sacerdote levantou-se e disse a Jesus: "Você não vai responder à acusação que estes lhe fazem? "
63 Mas Jesus permaneceu em silêncio. O sumo sacerdote lhe disse: "Exijo que você jure pelo Deus vivo: se você é o Cristo, o Filho de Deus, diga-nos".
64 "Tu mesmo o disseste", respondeu Jesus. "Mas eu digo a todos vós: chegará o dia em que vereis o Filho do homem assentado à direita do Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu".
65 Foi quando o sumo sacerdote rasgou as próprias vestes e disse: "Blasfemou! Por que precisamos de mais testemunhas? Vocês acabaram de ouvir a blasfêmia.
66 Que acham? " "É réu de morte! ", responderam eles.
67 Então alguns lhe cuspiram no rosto e lhe deram murros. Outros lhe davam tapas
68 e diziam: "Profetize-nos, Cristo. Quem foi que lhe bateu? "
(pausa)
Transição: Irmãos, nossas atitudes mentirosas, fraudulentas e enganosas têm consequências reais e profundas. A falta de temor a Deus ao desobedecermos a este mandamento não apenas fere as pessoas ao nosso redor, mas também trouxe consequências terríveis para Jesus de Nazaré, nosso Sumo Sacerdote.
Aplicação:
Quando espalhamos falsas notícias sobre outras pessoas, raramente paramos para considerar o impacto real que estamos causando em suas vidas. Apenas repassamos a informação, sem pensar nas consequências. Expomos a intimidade alheia como se fossem placas nas ruas, discutimos os problemas familiares dos outros, e até mentimos para que nossas versões dos fatos pareçam mais favoráveis.
Em Marcos 7, Jesus nos alerta que o que domina o homem é o que sai dele, pois é do coração que procedem os maus pensamentos e desvios.
Curiosamente, somos rápidos em proteger nossa própria intimidade e reputação, mas muitas vezes não demonstramos a mesma preocupação com a do próximo. Somos feitos à imagem e semelhança de Deus, mas quando falamos mal ou fofocamos sobre alguém, esquecemos dessa verdade e acabamos ferindo a nós mesmos e ao corpo de Cristo.
(pausa)
Irmãos, precisamos ponderar cuidadosamente nossas palavras. Devemos lembrar que podemos causar danos profundos, muitas vezes irreparáveis, e até mesmo destruir famílias. O que sai de nossa boca não pode ser desfeito. Quando fofocamos e espalhamos mentiras, podemos destruir a reputação de uma pessoa por algo que nem sequer aconteceu, causando isolamento e sofrimento profundo.
Quem aqui nunca viu o estrago que ocorre quando conversas privadas de WhatsApp são vazadas na internet? Mesmo que sejam apenas opiniões ou comentários triviais, essa exposição gera um grande alvoroço e violação da privacidade, causando dor e sofrimento ao envolvido.
Quando olhamos para o Éden, vemos o amor de Deus em ação. Mesmo sabendo que Adão e Eva haviam pecado, Deus, em Sua graça, não os expulsou do jardim nus; Ele cobriu sua nudez e vergonha. Nosso Deus é um Deus de amor e não se alegra na humilhação de Seus filhos; nenhum pai amoroso se alegra com isso.
Por isso, quando sabemos que um irmão está enfrentando dificuldades ou até mesmo em pecado, não devemos expô-lo e envergonhá-lo publicamente. Isso não significa ser omisso ou negligente; pelo contrário, podemos ajudá-lo de maneiras construtivas, como orando por ele, oferecendo apoio, ou, se necessário, levando o caso ao pastor. Mas não podemos transformar essas situações em fofoca, espalhando-as na igreja, na família, no trabalho ou na escola.
Provérbios 26:17 nos adverte que quem se envolve em assuntos alheios é como alguém que pega um cão pelas orelhas – tanto quem fala quanto quem é alvo da conversa sofrem as consequências. Que nossas palavras sejam sempre usadas para edificar, nunca para destruir.
(pausa)
Para vivermos bem e evitarmos quebrar o nono mandamento, devemos nos fazer as seguintes perguntas: Este assunto realmente me envolve? Se não me envolve, se eu não estava presente para saber dos detalhes, e se não posso contribuir de maneira positiva, então o que eu tenho a ver com isso? Absolutamente nada!
Se, no entanto, o assunto me envolve, devo agir com verdade e integridade, falando apenas a verdade, no momento certo, para a pessoa certa, e, se necessário, levando a questão ao responsável apropriado. Testemunhar a verdade é essencial.
A curiosidade, por sua vez, pode nos levar a quebrar o mandamento. Não devemos nos envolver com aqueles que falam demais e espalham rumores sobre a vida dos outros. Se nos depararmos com essas situações, devemos corrigir com amor, mas, se essas pessoas não estiverem dispostas a mudar, é melhor nos afastarmos delas. Lembre-se sempre: falso testemunho é pecado!
Transição: Mas, irmãos, temos uma esperança de que nos chama a testemunhar a verdade. O mesmo Jesus de Nazaré que foi crucificado por causa de uma mentira nos concedeu a graça de nos despirmos do velho homem. Ele nos capacitou a viver uma vida que glorifica a Deus, pautada na verdade, e a ser testemunhas fiéis de Sua justiça.
3. O que Deus espera de nós
Paulo em Efésios 4: 20-25 nos traz o que Deus espera de nós, vamos ler...
20 Todavia, não foi assim que vocês aprenderam de Cristo.
21 De fato, vocês ouviram falar dele, e nele foram ensinados de acordo com a verdade que está em Jesus.
22 Quanto à antiga maneira de viver, vocês foram ensinados a despir-se do velho homem, que se corrompe por desejos enganosos,
23 a serem renovados no modo de pensar e
24 a revestir-se do novo homem, criado para ser semelhante a Deus em justiça e em santidade provenientes da verdade.
25 Portanto, cada um de vocês deve abandonar a mentira e falar a verdade ao seu próximo, pois todos somos membros de um mesmo corpo.
O nono mandamento, segundo o Catecismo de Heidelberg, espera que "não levantemos falso testemunho contra ninguém, que não deturpemos as palavras de ninguém, que não sejamos bisbilhoteiros ou caluniadores, que não participemos de um julgamento injusto e que evitemos toda sorte de mentiras e enganos como obras-primas do diabo, a fim de não sermos condenados pela severa ira de Deus.
O povo de Deus é o povo da verdade. Devemos honrar e sempre dizer a verdade, defender e discernir as coisas com precisão e cuidado. Devemos amar a Bíblia como a Palavra de Deus, que é a verdade sem mistura de erros, e o único padrão para nossa vida. Devemos nos apegar a essa verdade mesmo que o mundo inteiro não a aceite, a odeie ou tente diminui-la.
Somos o povo da verdade por uma razão única: nosso Deus é verdadeiro.
Citação: Michael Horton, em seu livro Redescobrindo as Verdades que Todo Cristão Deve Saber, afirma que “encontramos refúgio na justiça daquele que é a própria verdade, Jesus Cristo. Nele, nossos enganos, erros, hipocrisias, mentiras, fofocas e difamações não são mais lançados contra nós, porque Deus o fez pecado por nós; para que, nele, nos tornássemos justiça de Deus."
Irmãos, quando Cristo se aproxima de nós e estabelecemos um relacionamento genuíno com Ele, somos transformados profundamente. Somos libertos do pecado da mentira, da fofoca, e de toda forma de falsidade. Em João 1:17, lemos que "a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo", e mais adiante, em João 17:17, Jesus declara que devemos ser santificados na verdade, pois "a palavra de Deus é a verdade".
Quando Deus verdadeiramente nos encontra e Cristo nos despoja do velho homem, moldando-nos à Sua imagem e semelhança, é nesse momento que conhecemos a verdade de Deus em sua plenitude e experimentamos a liberdade que ela nos oferece. Ao contemplarmos Sua glória, percebemos que Sua verdade é inseparável da graça; é uma verdade que liberta, transforma e renova.
Portanto, devemos dedicar nosso tempo e energia para compartilhar essas verdades com as pessoas ao nosso redor, abençoando suas vidas e proclamando Cristo como o caminho, a verdade e a vida. Ele é nossa única esperança, nosso único Salvador, e a fonte de toda justiça. Que nossas palavras e ações sejam sempre um testemunho vivo dessa verdade, para a glória de Deus.
(final)
Que tenhamos Cristo como a fonte e inspiração para todas as nossas palavras, permitindo que nosso falar seja um bálsamo para as almas ao nosso redor. Que nossas palavras sejam cuidadosamente escolhidas, cheias de sabedoria, graça, e verdade, refletindo o amor e a compaixão de Cristo. Que aprendamos a falar menos, mas com mais profundidade e discernimento, evitando palavras vãs e prejudiciais. Que sejamos criteriosos e sensíveis, cuidando para não expor nem ferir a intimidade daqueles que nos cercam. Que, através de nossas palavras, possamos construir, encorajar, e edificar, sempre preservando e honrando a dignidade e a confiança dos outros. Deus espera e deseja que vivamos assim, como reflexos de Sua verdade e amor em nossos relacionamentos.
Vamos orar...
SERMÃO DOMINICAL – IEA
Domingo, 11/08/2024 – 9h
Testemunhando Verdades
Êxodo 20:16
Êxodo 20. 16 - Não darás falso testemunho contra seu próximo.
Vamos orar...
Introdução:
Em 1972 um homem chamado Richard Phillips foi condenado em Detroit nos Estados Unidos.
Ele foi acusado de matar Gregory Harris, baseado em um testemunho de Fred Mitchell, Fred afirmou ter visto Phillips cometer o crime. Durante o julgamento, não houve evidências físicas ligando Philips ao crime, mas o processo todo, então, baseou-se nas palavras de Mitchell.
O resultado do testemunho de Fred Mitchell levou Richard Phillips à condenação e à prisão perpétua por ter participado do crime e matado Gregory Harris.
Em 2010, quase 40 anos depois, Richard escreveu uma carta a Clínica de Inocentes da Universidade de Michigan, que revisa casos de possíveis condenações injustas, e a Clínica descobriu, após muitas investigações, que Fred Mitchell havia mentido em seu testemunho, e descobriram também que o co-réu de Phillips, Richard Palombo, admitiu que Phillips não estava envolvido no crime.
A partir dessas novas informações o caso foi aberto novamente, e em 2017, um juiz determinou que Phillips merecia um novo julgamento devido às novas evidências.
Em março de 2018, após 45 anos na prisão, Richard Phillips foi liberado, e estabeleceu um recorde de pessoa que passou o maior tempo encarcerada injustamente nos Estados Unidos.
Phillips hoje vive como artista e faz pinturas, talentos desenvolvidos enquanto estava preso, o estado de Michigan deu a ele uma quantia financeira como forma de amenizar seu erro.
O caso de Richard Phillips, nos traz o nono mandamento. O testemunho falso, não dizer a verdade, não testemunhar a verdade gera consequências, nas nossas vidas e na vida das pessoas envolvidas, que muitas vezes jamais terão uma vida normal, serão privadas de uma vida inteira, por uma mentira, uma fofoca ou até uma exposição desnecessária.
Transição: E hoje quero ver com vocês sobre a história de Nabote, um homem simples que tinha uma vinha.
1 Reis 21: 1-7:
1 Algum tempo depois houve um incidente envolvendo uma vinha que pertencia a Nabote, de Jezreel. A vinha ficava em Jezreel, ao lado do palácio de Acabe, rei de Samaria.
2 Acabe tinha dito a Nabote: "Dê-me a sua vinha para eu usar como horta, já que fica ao lado do meu palácio. Em troca eu lhe darei uma vinha melhor ou, se preferir, eu lhe pagarei, seja qual for o seu valor".
3 Nabote, contudo, respondeu: "O SENHOR me livre de dar a ti a herança dos meus pais! "
4 Então Acabe foi para casa, aborrecido e indignado porque Nabote, de Jezreel, lhe dissera: "Não te darei a herança dos meus pais". Deitou-se na cama, virou o rosto para a parede e recusou-se a comer.
5 Sua mulher Jezabel entrou e lhe perguntou: "Por que você está tão aborrecido? Por que não come? "
6 Ele respondeu-lhe: "Porque eu disse a Nabote, de Jezreel: Venda-me a sua vinha; ou, se preferir, eu lhe darei outra vinha em lugar dessa. Mas ele disse: ‘Não te darei minha vinha’ ".
7 Disse-lhe Jezabel, sua mulher: "É assim que você age como rei de Israel? Levante-se e coma! Anime-se. Conseguirei para você a vinha de Nabote, de Jezreel"
(pausa)
Irmãos, aqui vemos que havia um problema que poderia ser resolvido de várias maneiras, havia vários caminhos sensatos, Nabote tinha uma vinha, o Rei Acabe queria a parte da terra de Nabote para fazer hortas, e Nabote não queria vender ao rei por tinha muita estima, pois era herança de seus pais, então o rei chega em sua casa, abatido e sua esposa percebe, chega até ele e diz que não pode ficar daquele jeito, pois ele era um rei, Rei de Israel, e no final diz que conseguiria pra ele aquela terra.
E hoje veremos o que Deus desejava e deseja de nós com este mandamento, pois, já falamos desde o primeiro sermão desta série dos Dez Mandamentos, que devemos ter cuidado para não sermos legalistas com a lei e nem antinomistas, pois os legalistas além da lei estabelecida ainda criavam mais leis, achando que se fizessem tudo à risca seriam salvos por Deus, vemos isso no caso dos escribas e fariseus (pausa) e por outro lado, os antinomistas, aqueles que desprezam a lei moral de Deus para a vida Cristã, daquele tempo e nos dias atuais; devemos seguir sem nos desviarmos para um extremo e nem para outro, devemos procurar os padrões bíblicos para uso legítimo da lei para nossa vida como cristãos, o Apóstolo Paulo fala sobre isso em 1 Timóteo 1:8 “Sabemos, porém, que a lei é boa, se alguém dela se utiliza de modo legítimo”.
Então dividiremos a exposição de hoje neste texto em 3 partes:
O QUE TEMOS TESTEMUNHADO?
Qual a motivação para o que testemunhamos a respeito do próximo
O QUE TEMOS GERADO COM NOSSO TESTEMUNHO?
Qual o resultado de nosso testemunho a respeito do próximo
O QUE DEUS ESPERA DE NÓS?
Como de fato, podemos testemunhar e gerar coisas que Deus deseja na vida do próximo
1. O que temos testemunhado?
Após Jezabel ter visto como seu marido ficou, ela então teve a motivação de ajudá-lo, e vemos isso nos versos de 9 a 10, vamos ler: “Então ela escreveu cartas em nome de Acabe, pôs nelas o selo do rei, e as enviou às autoridades e aos nobres da cidade de Nabote.
9 Naquelas cartas ela escreveu: "Decretem um dia de jejum e ponham Nabote sentado num lugar de destaque entre o povo.
10 E mandem dois homens vadios sentar-se em frente dele e façam com que testemunhem que ele amaldiçoou tanto a Deus quanto ao rei. Levem-no para fora e apedrejem-no até a morte".
(pausa)
Aqui, Jezabel utiliza de forma mentirosa, com falso testemunho, do método padrão estabelecido no antigo testamento, este padrão foi estabelecido para garantir justiça, verdade e imparcialidade nos procedimentos legais da época. Este método utilizado foi criado para que injustiças como essa não acontecessem e se caso houvesse, também havia métodos de punições a quem deu o falso testemunho.
Vemos isso em Deuteronômio 19:15: "Uma só testemunha não se levantará contra alguém por qualquer iniquidade ou por qualquer pecado, seja qual for o pecado que cometeu; pelo depoimento de duas ou três testemunhas se estabelecerá o fato”.
E as falsas testemunhas eram severamente condenadas, vemos isso em Deuteronômio 19:16-19, a lei prescreve que, se uma testemunha fosse comprovadamente falsa, ela sofreria a pena que queria impor ao acusado. Isso era uma forma de dissuadir a mentira e promover a justiça.
Então vemos que Jezabel, usa o sistema de leis, de forma fraudulenta contra Nabote, duas testemunhas e um juiz, que testemunharam falsamente, planejaram o mal.
Transição: A motivação dela era que a terra que seu marido desejava fosse dele, a qualquer custo, seja mentindo, fazendo uma calúnia e planejando a morte, e olhando para a vida de Jezabel podemos tirar algumas lições e refletir sobre o que temos testemunhado sobre as pessoas ao nosso redor, e como de fato agimos diante de circunstâncias.
Aplicação:
Irmãos, nós sabemos que o pai da mentira é o diabo, João 8:44 diz isso, então, Deus nos chama a testemunhar a verdade sobre as pessoas. Qual a motivação que temos tido quando nos sentamos em uma mesa, ou em nosso sofá de casa para falar das pessoas que convivemos, do nosso patrão, colegas de trabalho e escola ou até dos nossos irmãos da igreja?
Sabemos que o que deve prevalecer em nossas vidas é a verdade, também era o que deveria ter acontecido com Nabote, mas muitas vezes não agimos com a verdade, com a honestidade e não respeitamos as pessoas.
Em Romanos 1:25 e 3:8-18 nós vemos que mentir, caluniar, é uma característica regular das pessoas que não foram transformadas por Cristo, a serpente (o diabo) mentiu para Eva, construiu uma falsa verdade nela que a fez ir contra a vontade de Deus.
(pausa)
E como nós hoje, podemos quebrar este mandamento testemunhando?
Quando espalhamos notícias falsas (fake News) da vida dos outros.
Damos ouvidos a pessoas que sempre falam da vida dos outros, e para piorar, muitas vezes passamos o que ouvimos a diante, sem ao menos saber se é a verdade, o importante é ter assunto.
Olhe para a vida de Richard lá do começo, uma pessoa com a intenção e um objetivo, mentiu e isso trouxe um resultado terrível na vida dele, fazemos e falamos sem pensar nas consequências.
Quando manipulamos pessoas e informações para o nosso benefício.
Quando mentimos o porquê nosso filho não ter ido à escola, quando pedimos para eles dizerem que não estamos em casa, e com isso ainda construímos da mente de nossos filhos que não é tão errado assim mentir, quando é por uma boa causa; quando mentimos ao nosso patrão o motivo de não termos ido ao trabalho e para piorar ainda levamos um atestado médico para garantir a mentira.
Quando não ficamos em silêncio e falamos demais.
Muitas vezes, nós sabemos de algo, por dar ouvidos a fofoqueiros, mesmo sendo algo que é verdade, é um fato real na vida de uma pessoa, mas que deve ser guardado. E repare que não estamos testemunhando falsamente, mas estamos ferindo a pessoa em questão, “com uma boa intenção”, chegamos em lugares onde o assunto é relevante ou encontramos pessoas e contamos para pedir uma “oração” por exemplo, ou para expressar nossa “preocupação”, expomos a intimidade que não temos nada a ver com isso, mas fazemos pelo prazer de testemunhar.
Transição: E quando agimos assim, isso traz resultados, muitas vezes devastadores, Richard Phillips ficou 45 anos preso injustamente, perdeu metade de sua vida, no mínimo, por uma pessoa maldosa, sem princípios e sem escrúpulos, a falta de um senso moral faz com que as pessoas ajam desta forma, mas não foi só Phillips que pagou o preço por isso…
2. O que temos gerado com nosso testemunho?
Vamos continuar agora vendo o que aconteceu com Nabote, 1 Reis 21: 11-16
11 As autoridades e os nobres da cidade de Nabote fizeram conforme Jezabel os orientara nas cartas que lhes tinha escrito.
12 Decretaram jejum e fizeram Nabote sentar-se num local destacado no meio do povo.
13 Então dois homens vadios vieram e se sentaram em frente dele e o acusaram diante do povo, dizendo: "Nabote amaldiçoou tanto a Deus quanto ao rei". Por isso o levaram para fora da cidade e o apedrejaram até a morte.
14 Então mandaram informar a Jezabel: "Nabote foi apedrejado e está morto".
15 Assim que Jezabel soube que Nabote tinha sido apedrejado até a morte, disse a Acabe: "Levante-se e tome posse da vinha que Nabote, de Jezreel, recusou-se a vender-lhe. Ele não está mais vivo; está morto! "
16 Quando Acabe ouviu que Nabote estava morto, levantou-se e foi tomar posse da vinha.
Pronto! Aqui o falso testemunho custou a morte de Nabote, para o rei, foi sorte, a mentira, calúnia falsa deu certo, conseguimos o que queríamos, pensou Jezabel, temos uma vinha para fazermos nossa horta!
Não importava o meio pelo qual seria feito, o importante era o resultado.
A calúnia, aquela mentira planejada custou a vida de um homem. Tanto o rei quanto sua esposa estavam satisfeitos, pois alcançaram seu objetivo, planejaram e executaram o plano perfeitamente e tudo saiu como esperado.
Tanto para Nabote quanto para Richard, suas vidas foram destruídas, seu direito à vida em comunidade foi retirado, seu convívio com sua família, colegas e amigos.
Será que nós estamos cientes do mau que causamos quando mentimos?
Quantas vezes agimos cientes que estamos quebrando o mandamento dado a nós por Deus?
Para nosso Deus encarnado, custou a cruz, Mateus 26: 59-61 nos mostra que os chefes dos sacerdotes e todo o sinédrio estavam procurando falsas acusações contra Jesus, não importava a verdade, eles queriam causar a dor, e em Mateus 26: 62-68 vemos isso de fato acontecendo:
Vamos ler:
62 Então o sumo sacerdote levantou-se e disse a Jesus: "Você não vai responder à acusação que estes lhe fazem? "
63 Mas Jesus permaneceu em silêncio. O sumo sacerdote lhe disse: "Exijo que você jure pelo Deus vivo: se você é o Cristo, o Filho de Deus, diga-nos".
64 "Tu mesmo o disseste", respondeu Jesus. "Mas eu digo a todos vós: chegará o dia em que vereis o Filho do homem assentado à direita do Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu".
65 Foi quando o sumo sacerdote rasgou as próprias vestes e disse: "Blasfemou! Por que precisamos de mais testemunhas? Vocês acabaram de ouvir a blasfêmia.
66 Que acham? " "É réu de morte! ", responderam eles.
67 Então alguns lhe cuspiram no rosto e lhe deram murros. Outros lhe davam tapas
68 e diziam: "Profetize-nos, Cristo. Quem foi que lhe bateu? "
(pausa)
Transição: Irmãos, nossas atitudes mentirosas, fraudulentas e enganosas geram efeitos reais, nossa falta de temor a Deus em não atentarmos a este mandamento traz consequências terríveis as pessoas ao nosso redor como também gerou a Jesus de Nazaré, ao nosso sumo sacerdote.
Aplicação:
Quando espalhamos falsas notícias sobre as pessoas, não pensamos sobre o que de fato estamos causando na vida delas, nós simplesmente passamos adiante. Colocamos a intimidade das pessoas como placas nas ruas com nossas fofocas, falamos dos problemas familiares dos outros, mentimos sobre os outros para que nossa história caia bem.
Marcos 7 fala que o que domina o homem é o que sai dele, pois é de dentro do coração que sai e procedem os maus desvios.
Nós gostamos de guardar a nossa intimidade e reputação, mas não nos preocupamos com a do próximo, somos imagem e semelhança de Deus, mas quando falamos mal ou fofocamos do outro nos esquecemos disso e estamos ferindo nosso próprio corpo.
Irmãos, nós devemos ponderar o que falamos, devemos lembrar que podemos causar danos terríveis e muitas vezes destruir famílias, o que sai da nossa boca não volta mais, muitas vezes fofocamos mentiras, a reputação da pessoa fica destruída por algo que nem aconteceu, ela não consegue mais se relacionar com família e amigos, a pessoa é obrigada a se afastar…
Quem aqui já viu quando conversas de WhatsApp vazam na internet? Mesmo que não tenha nada de errado e só tenha conversas comuns e opiniões, isso já gera um burburinho gigantesco, leva a exposição de coisas particulares, a intimidade foi exposta.
A exposição causa dor nas pessoas, a intimidade é violada, o constrangimento pela exposição traz sofrimento a alma do envolvido.
Outra coisa, quando olhamos para o éden novamente, vemos Deus e seu amor, sabendo que Adão e Eva haviam pecado, Deus poderia ter os expulsos eles do jardim pelados, mas não, Deus com sua graça os ajuda, cobre a sua nudez, cobre a sua vergonha.
Nosso Deus é um Deus de amor e não se alegra na vergonha de seus filhos, nenhum pai se alegra…
E muitas vezes sabemos que um irmão está enfrentando uma dificuldade, está muitas vezes em pecado e fofocamos da vida dele, colocamos a nudez de nosso irmão em público para ser constrangido, fazendo sofrer, não devemos contar e passar a diante.
(pausa)
Isso não tem a ver com ser omisso, negligente, passar a mão na cabeça, pois podemos orar por ele, podemos ajudá-lo a caminhar no momento de luta, ou até levar o caso ao pastor, caso seja sério, mas não podemos fazer virar notícia de jornal na igreja, na família, no trabalho ou até na escola.
Provérbios 26:17 diz que aquele que se mete na vida alheia é semelhante a alguém que pega um cão solto na rua pelas orelhas, tanto quem fala quanto quem está no centro do assunto sofrem.
Nós devemos fazer as seguintes perguntas para vivermos bem e não quebrar o mandamento: Este assunto me envolve? Se não me envolve, se não estava lá para saber do assunto, e se não posso contribuir para o bem, o que eu tenho com isso? nada!
Se o assunto me envolve, devo ser verdadeiro, íntegro e dizer somente a verdade no momento certo para a pessoa certa, e se necessário ao responsável maior, testemunhe a verdade!
A curiosidade nos leva a quebrar o mandamento também, evite se relacionar com quem fala demais e da vida dos outros, corrija-os com amor, mas caso não queiram mudar, fuja deles!
Não se esqueçam, falso testemunho é pecado!
(pausa)
Transição: Mas irmãos, nós temos uma esperança de vida, para testemunharmos verdades, o mesmo Jesus de Nazaré que foi morto por uma mentira, nos deu a condição de nos despir do velho homem, nos deu a condição de viver uma vida para sua glória
3. O que Deus espera de nós
Paulo em Efésios 4: 20-25 nos traz o que Deus espera de nós, vamos ler...
20 Todavia, não foi assim que vocês aprenderam de Cristo.
21 De fato, vocês ouviram falar dele, e nele foram ensinados de acordo com a verdade que está em Jesus.
22 Quanto à antiga maneira de viver, vocês foram ensinados a despir-se do velho homem, que se corrompe por desejos enganosos,
23 a serem renovados no modo de pensar e
24 a revestir-se do novo homem, criado para ser semelhante a Deus em justiça e em santidade provenientes da verdade.
25 Portanto, cada um de vocês deve abandonar a mentira e falar a verdade ao seu próximo, pois todos somos membros de um mesmo corpo.
O povo de Deus é o povo da verdade. Devemos honrar e sempre dizer a verdade, defender e discernir as coisas com precisão. Devemos amar a Bíblia como a Palavra de Deus, que é a verdade sem mistura de erros, e o único padrão para nossa vida. Devemos nos apegar a essa verdade mesmo que o mundo inteiro não a aceite, a odeie ou tente diminui-la.
Somos o povo da verdade por uma razão única: nosso Deus é verdadeiro.
Citação: Michael Horton em seu livro "Redescobrindo as Verdades que Todo Cristão Deve Saber". diz que nós “Encontramos refúgio na justiça daquele que é a própria verdade, Jesus Cristo. Nele, nossosenganos, erros, hipocrisias, mentiras, fofocas e difamações não são mais lançados contra nós, porque Deus o fez pecado por nós; para que, nele, nos tornássemos justiça de Deus."
Irmãos, quando Cristo se achega a nós e nos relacionamos com Ele verdadeiramente, somos transformados, somos libertos do pecado da mentira, da fofoca, João 1:17 fala que a “Graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo” e depois no capítulo 17:17, ele diz que “Devemos nos santificar na verdade, e que a palavra de Deus é a verdade”.
Quando Deus verdadeiramente nos encontra e Cristo nos despoja do velho homem, moldando-nos ao Seu padrão, é então que conhecemos verdadeiramente a Sua verdade e experimentamos a liberdade que ela traz. Ao contemplarmos Sua glória, percebemos que Sua verdade é cheia de graça e veracidade.
Devemos usar nosso tempo e disposição para compartilhar essas verdades com as pessoas ao nosso redor, abençoar suas vidas e proclamando Cristo a elas, pois Ele é o caminho, a verdade e a vida. Nossa única esperança, nosso único substituto.
Que nós tenhamos Cristo como fonte para nossas palavras, que o nosso falar traga refrigério a alma, que possamos falar menos, ser criteriosos, cuidadosos, e preservar a intimidade das pessoas próximas a nós, Deus espera e deseja isso de cada um de nós.
Vamos orar...
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