Mt 26.1-16 O Rei prediz sua morte

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IGREJA PRESBITERIANA DE APIAÍ
PLANEJAMENTO PASTORAL – SERMÕES EXPOSITIVOS
AGOSTO/2024
Rev. Mateus Lages
Tema: Como Deus se tornou Rei!
Dia 11/08: Mt 26.1-16 O Rei prediz sua morte
Deus fala: Saudação - Salmo 46.1
Nós falamos: Oração inicial
Nós cantamos: Hino 155 - Castelo Forte
INTERCESSÃO POR MISSIONÁRIOS E SEUS CAMPOS, IGREJA, OFICIAIS, MEMBRESIA E CONGREGAÇÕES
Deus fala: Êxodo 12.23
Nós falamos: Oração de confissão
Nós cantamos: Hino 157 - Segurança em Cristo
LOUVOR
Salmo 19
Abra os olhos
Seja a Ti
Tema: Como Deus se tornou Rei
Mt 26.1-16 O Rei prediz sua morte
INTRODUÇÃO/CONTEXTO
Como tenho comentado com os irmãos, o evangelista Mateus propõe uma estrutura para o seu livro que é a exposição dos temas em grandes blocos de assuntos. O versículo 1 deixa isso evidente: Mateus 26.1“Quando Jesus acabou de proferir estas palavras, disse aos seus discípulos:”
Quais palavras? No bloco anterior encontramos o assunto escatológico, sobre a consumação de todas as coisas. Este foi o último assunto de Jesus com os discípulos na intenção de ensinamento.
Agora, no capítulo 26, encontramos um novo bloco que traz consigo um novo tema, que é o fim imediato, no sentido de ser os detalhes a respeito de como Jesus será levado a crucificação. Portanto, iniciamos aqui o bloco que traz consigo o tema da paixão de Cristo.
Para isso, Mateus inicia registrando um novo anúncio de Jesus sobre sua própria morte, o que revela seu domínio divino sobre a própria vida, depois, os detalhes sobre o modo com isso sucederá, a traição. Então, uma unção, mas não semelhante a unção com óleo, como eram ungidos reis ou sacerdotes, mas semelhante aos que eram ungidos com perfume, porque haviam morrido. Jesus mesmo deixa isso evidente no versículo 12.
Vamos ao texto: Mt 26.1-16 O Rei prediz sua morte: por meio de traição (1-5; 14-16); por meio da unção (6-13 [12])
1) O Rei prediz sua morte: por meio de traição (1-5; 14-16);
Notemos, irmãos, pelo verso 2, qual é a preocupação de Jesus: recordar a Páscoa. O que é a Páscoa judaica. Já comentei isso algumas vezes nas celebrações de Santa Ceia, que conforme Êx 12, é uma exigência feita por Deus para que recordassem da libertação do Egito por meio das 10 pragas, de modo que a décima praga, da morte dos primogênitos, pudessem os judeus ser popados por meio da obediência a Deus que exigiu o sangue de um cordeiro passado no batente das portas para marcar as casas e poupá-los da morte.
Jesus está prestes a celebrar este fato, de terem sido os hebreus poupados da morte no Egito, contudo, na sequência, afirma: “e o Filho do Homem será entregue para ser crucificado”. Ou seja, a celebração dessa próxima Páscoa será diferente e o diferencial será o objeto do sacrifício. O cordeiro.
Pela primeira vez Jesus diz claramente que será crucificado.
Como isso ocorrerá? Pelos versos 3 a 5 Mateus nos avisa: Por meio de Caifás, o sumo sacerdote nos dias de Jesus, ou seja, o principal na estrutura religiosa que aguardava o Messias. Por meio de sua deliberação, determinaram trair e matar. Não durante a festa, porque é sacra? Não. Para não gerar tumulto. Contudo, isso não está debaixo da vontade deles. Deus determinou que seria durante a festa e Jesus, aqui, já declarou: “em dois dias.”
Os versos 14 a 16 nos revelam como isso poderia ser possível: pela disposição voluntária de um dos discípulos de Jesus. Um dos 12 que caminhavam mais proximamamente vai até esse grupo que em Mateus 21.46 “e, embora quisessem prendê-lo, tinham medo das multidões, porque estas o consideravam como profeta.” já haviam manifestado o desejo de prendê-lo, mas novamente por causa da multidão não fizeram. Ou seja, Juda Iscariotes já havia percebido essa reação, e, querendo dinheiro - isso é evidenciado em sua pergunta (15A) - vende Jesus por 30 moedas de prata. Valor de um escravo (Êx 21.32).
Não é possível reconhecermos o motivo dessa traição. Um misto que envolvia avareza e ciúmes combinados com profundo desapontamento por Jesus não agir como o Messias que ele esperava. De todo modo, acontece aqui uma sucessão de maldades intervaladas por um momento único, memorável, que nos ensina até hoje sobre como devemos também proceder diante de Jesus, mas não somente isso, pois algo estraordinário também será revelado agora.
2) O Rei prediz sua morte: por meio da unção (6-13 [12])
Sproul nomeia este trecho como: “Jesus ungido para o sepultamento”.
Hendriksen pinta a cena para nós de modo excelente:
Mateus, Volumes 1 e 2 26.6–13 A Unção em Betânia

No versículo 6, Mateus começa a contar uma nova história. Para fazer isso ele deve ter voltado uns poucos dias, à noite do sábado anterior, quando se deu uma ceia em Betânia em honra de Jesus. A esta ceia estavam presentes no mínimo quinze homens: Jesus, os Doze, Lázaro (Jo 12.2) e um certo Simão, mencionado só aqui (Mt 26.6) e em Marcos 14.3. A ideia sugere por si só que a ceia (ou “jantar”) foi inspirada no amor pelo Senhor, especificamente em gratidão pela ressurreição de Lázaro e pela cura de Simão, homem que fora leproso e que ainda é chamado “Simão, o leproso”, mas que presumivelmente fora curado por Jesus. Foi na casa deste Simão que o jantar fora oferecido. À luz de João 12.2, descobrimos que Marta, a irmã de Maria e de Lázaro, estava servindo, enquanto Lázaro era um dos que se reclinavam com Jesus.

Enquanto os convivas, segundo o costume prevalecente nessa região, se reclinavam à mesa, “aproximou-se dele uma mulher”.

Normalmente, o que mantemos na memória sobre o que segue é o relato de João, sobre o fato dela ter ungido os pés e enxugado com seus cabelos, contudo, quero chamar a atenção dos irmão para o início do verso 7 (Mc 14.4): Mateus 26.7 “aproximou-se dele uma mulher, trazendo um frasco feito de alabastro com um perfume precioso, que ela derramou sobre a cabeça de Jesus, estando ele à mesa.”
Agora, tal como não entrei nos detalhes sobre Caifás no trecho anterior, não entrarei agora quanto ao verso 8, porque o verso 12 é o mais importante para nós. Aqui, Mateus mostra o fracasso dos discípulos em entender o que está acontecendo, não só na unção, mas também em quem Jesus realmente é e na rapidez com que os eventos caminham para a cruz: Mt 16.21-28; 17.22-23; 20.18-19. (LER)
Por causa do que estava dizendo já há algum tempo, Jesus repreende os discípulos que repreenderam a mulher e o que eles chama de desperdício (8), Jesus chama de boa ação (10). Nisso, ele não exalta a boa ação propriamente, até porque a venda de um único vaso de alabastro jamais seria capaz de acabar com a pobreza em Betânia, mas exalta a si, como digno de ter recebido aquele perfume caríssimo, porque é digno de muito mais glória.
Porém, este que é digno de toda glória, está prestes a receber desonra. Para causar a libertação, precisará se sujeitar à prisão. E se no Êxodo, pela décima praga, na morte dos primogênitos, foi a causa da libertação do povo, agora, ele sabe, qual primogênito é esse e como a morte acontecerá.
Essa unção de Jesus não o designa como Messias, mas o prepara para o funeral depois de ter uma morte de criminoso, no madeiro. Claro, a mulher não tem dimensão do que está fazendo, mas Jesus usa esse momento para notificar mais uma vez sua crucificação iminente, que não será apenas uma entrega sacrificial pelo bem do povo, mas uma oferta sacricifial conforme exige a lei de Deus: Hebreus 9.22 “De fato, segundo a lei, quase todas as coisas são purificadas com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão.”
CONCLUSÃO/APLICAÇÃO
Concluindo, aprendemos hoje o Rei prediz sua morte por meio de traição e por meio de unção.
Isso nos faz pensar sobre nossas exigências diante de Deus. Jesus foi traído, mas não admito ser. Paradoxalmente, Jesus foi ungido, eu também quero ser. O problema é que o texto nos coloca no exato oposto das duas posições. Somos propensos a trair Jesus tal como somos propensos a desejar sermos ungidos como ele foi. Desejamos a glória dele e seus benefícios, enquanto negamos nossa condição pecaminosa que nos conduz a traí-lo todos os dias em nossos pensamentos, sentimentos e ações.
Por isso, o que nos cabe é a compreensão de que nosso dever é servi-lo com o melhor que podemos oferecer, pois não sabemos o dia nem a hora, mas ele que sabe de todas as coisas recordará tudo o que fizemos para servi-lo enquanto tivemos oportunidade.
Termino com as palavras de John Charles Ryle sobre esse trecho:
Meditações no Evangelho de Mateus A Mulher que Ungiu Nosso Senhor (Leia Mateus 26.1–13)

Sabemos o que significa trabalhar por Cristo? Se sabemos, tenhamos coragem e trabalhemos ainda mais. Qual encorajamento haveríamos de desejar maior do que este que encontramos aqui? O mundo pode rir de nós e nos ridicularizar. Nossos motivos podem ser mal interpretados, e nossa conduta, deturpada. Nossos sacrifícios por amor a Cristo podem ser chamados de “desperdício” — desperdício de tempo, desperdício de dinheiro, desperdício de energia. Porém, que nada disso nos abale!

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