CUIDADO COM A FALSA RELIGIÃO

Exposições em Filipenses  •  Sermon  •  Submitted   •  Presented
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INTRODUÇÃO

-O que nos identifica como membros de um família, de um sobrenome?
Muitas vezes, especialmente quando vamos a lugares onde há pouca mistura etnica e cultural, identificamos as famílias, e suas origens, pela cor da pele e alguns traços estéticos no corpo - nariz, olhos, orelha, altura, mãos e dedos etc.
- Mas, o que nos identifica como membros do povo de Deus? Como são aqueles que estão em um relacionamento saudável e promissor com Deus?
Ao longo da história, a igreja se esbarrou diversas vezes nesta questão, e cometeu vários deslizes e horres, e por razões diversas. Teve guerras, teve sangue, teve morte, por questões superficiais.
Mas… a pergunta fica: O que nos identifica como povo de Deus?
O modo como respondermos a esta pergunta pode excluir do povo de Deus algumas pessoas, muitas pessoas, uma denominação inteira ou a nós mesmos. O modo como respondermos a esta pergunta pode produzir uma falsa religião.

NARRATIVA

- Na época de Paulo, um grupo de cristãos judeus”, hoje chamado de judaizantes, rodava as igrejas dos gentios ensinando que para ser identificado como o verdadeiro povo de Deus eles deveriam: 1) circuncidar-se; 2) seguir a dieta judaica; 3) seguir o calendário/agenda judaico.
- Paulo teve de lidar com eles, de modo muito intenso, escrevendo aos Gálatas. De modo mais articulado, aos Romanos. De modo muito menos intenso aos Efésios. De modo um tanto confuso aos Colossenses (lá o problema era uma mistura com filosofia grega).
Mas, na carta aos Filipenses, o problema é citado como um alerta, uma advertência. Eles não tinham este problema na igreja, porém o contexto de sofrimento em que viviam estava propício para o seu surgimento, porque o judaísmo era uma religião permitida e o cristianismo surgiu como uma religião rival ao império romano, rival a César.
Desta forma, Paulo utiliza o momento em que vai falar sobre como ele está seguindo o caminho de Cristo, para inserir este importante alerta à igreja.
MAS, POR QUE ELE FAZ ISTO? O QUE UMA COISA TEM A VER COM A OUTRA?
A questão é que o exemplo de Paulo é sua própria história. A história de Paulo é uma história de abandono a tudo aquilo que era considerado de valor no judaísmo, para se ter um relacionamento correto com Deus e ser identificado como parte do povo de Deus.
Paulo renunciou a tudo isto, por causa de Cristo. Mas, os falsos mestres diziam aos cristãos gentios que eles deviam se circuncidar, e assumir a dieta e o calendário judaico, para serem identificados com povo de Deus, e, portanto, terem um relacionamento saudável com Deus.
POR ESTA RAZÃO, Paulo abre esta seção (3.1-16), onde ele vai falar sobre si mesmo, alertando a igreja sobre o problema da falsa religião. Ele diz cuidado!

COMO PROTEGER-SE DA FALSA RELIGIÃO?

I. ENCONTRANDO ALEGRIA NO SENHOR - v.1a

Filipenses 3.1 “Quanto ao mais, meus irmãos, alegrem-se no Senhor…”
Há três coisas importantes nestas poucas palavras.
(1) Paulo inicia o bloco com uma ordem, uma exortação, que envolve a palavra/termos mais importante da carta aos filipenses - alegria.
1.27 - ele os ordenou a terem “alegria na fé”
2.18 - a se alegrarem com ele em seu sofrimento;
2.29 - a receberem epafrodito com alegria;
Fp 4.4 “Alegrem-se sempre no Senhor; outra vez digo: alegrem-se!”
A carta aos Filipenses é a carta da alegria. É sobre como Jesus deve ser nossa maior alegria, a ponto dele ser tudo o que importa na vida e na morte… a ponto de estarmos dispostos a serví-lo independente do custo pessoal - arriscando nossa vida. É sobre como ao conhecermos mais de Jesus e termos mais alegria nele, iremos colocar os interesses de Jesus acima dos nossos.
Aquilo que traz mais alegria para nós, é aquilo que é mais importante para nós, e o que mais tememos perder. Se Cristo for nossa maior alegria, abriremos mão até da família, caso seja necessário, por ele.
Ex.: Cristãos em terras mulçumanas;
Mas… se Cristo for apenas aquele que usamos para financiar nossas alegrias, então está é a prova de que estamos falhando em seguí-lo, porque estamos esperando que ele se submeta aos nossos interesses, e aos nossos sonhos e desejos. Que ele aprove o nosso estilo de vida.
(2) Paulo dá a base da alegria - “no Senhor”. Isto significa…
Que nossa alegria deve existir em um relacionamento pessoal com Deus | Ex.: Pais x filhos
Que esta alegria é fruto do evangelho | Lucas 2.10–11 “O anjo, porém, lhes disse: — Não tenham medo! Estou aqui para lhes trazer boa-nova de grande alegria, que será para todo o povo: é que hoje, na cidade de Davi, lhes nasceu o Salvador, que é Cristo, o Senhor.”
Que esta alegria é fruto do Espírito | Gl 5.22
Que esta alegria não se refere à alegria natural do ser humano | Ex.: Casamento + filhos + faculdade + compra de carro
Portanto, a alegria cristã deve estar baseada na obra de Cristo que nos reconciliou com Deus, e nunca, em hipótese alguma, nas circunstâncias da vida ou naquilo que podemos receber, ou não, de Deus.
A alegria cristã não pode estar firmada nas circunstâncias estéticas da igreja…
Ex.: Erro - Alegria no Senhor x Alegria que surge da estética musical e teatral da igreja;
Ex.: Igreja na África | Cultos pós enchente | Cultos muito pós enchente - ops!
A alegria cristã não pode, também, estar firmada nas circunstâncias favoráveis da vida...
Ex.: Compra de carro | casa nova | casamento | sucesso = muita alegria, um senso de gratidão que passa…
Ex.: Circunstâncias favoráveis escondem o pecado do coração x elevam o nosso senso de justiça, de “bons cristãos”;
(3) O contexto desta ordem. Paulo está ordenando alegria a uma igreja que está cemeçando a sofrer perseguição por causa do evangelho, e que, portanto, pode facilmente cair nas armadilhas atrativas da falsa religião dos judaizantes.
Ex.: “Vocês estão sofrendo? Mas… Deus quer que você seja feliz, tenha paz e alegria na vida! Este sofrimento existe porque você está fora das ordenanças de Deus! Sabe de uma coisa… você precisa se circuncidar…
Tempos de sofrimento sempre são momentos em que ficamo suscetíveis às mentiras da falsa religião. O coração fica um tanto choroso… duvisoso… cheio de questionamentos em relação a si mesmo e em relação a Deus!
Então, vem o “filho do diabo” e diz ao crente sofredor: você está sofrendo porque não foi fiel a Deus… A falsa religião dirá que você não pode sofrer, e, que para você sair deste sofrimento você precisa fazer alguma coisa. E esta “coisa” que você precisa fazer parece ser muito espiritual… é algo que dá a impressão de que você estará mais perto de Deus…
Você precisa fazer a campanha da “fogueira santa” e renunciar a tudo o que tem de valor, para obter a bênção…
Você precisa fazer a “campanha de Josué”, e rodar a sua casa para expulsar os demônios e os poderes do diabo…
Você precisa fazer uma “paregrinação a algum lugar santo”…
Você precisa orar durante 40 dias o Salmo 23 ou Salmo 91;

APLICAÇÃO

Para protegere-se da falsa religião você precisa encontrar alegria no Senhor, a fim de que a falsa religião não se torne atrativa demais em seu momento de sofrimento.
Paulo, está em uma prisão, dizendo a crentes que estão sofrendo perseguição, para se alegrarem no Senhor!
Ele mesmo, estando em prisão, está alegre no Senhor (2.17; 4.10 - o tom da carta).
- Mas Pastor… como ela funciona como este antídoto?
A alegria no Senhor é o antídoto contra a falsa religião, porque ela é tanto o sinal, de que, de fato, Cristo é tudo o que importa, seja na vida ou na morte, quanto a busca para tê-lo como tudo o que importa, seja na vida ou na morte…
Ter alegria no Senhor significa perceber a Jesus como o bem mais valioso que temos, o maior dos tesouros, o nome mais doce e belo que poderíamos guardar em nosso coração.
A alegria no Senhor é o resultado do descanso na palavra do Senhor que diz:
Romanos 8.35 “Quem nos separará do amor de Cristo? Será a tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo ou a espada?”
Nada pode nos separar do amor de Deus que está em Cristo em Jesus, e, por isso, podemos cantar:
Se paz a mais doce me deres gozar Se dor a mais forte sofrer Oh! Seja o que for, tu me fazes saber Que feliz com Jesus sempre sou!
Sou feliz com Jesus Sou feliz com Jesus, meu senhor!

II. EXERCENDO ATENTA VIGILÂNCIA - v.1b-2

Filipenses 3.1–2 “Escrever de novo as mesmas coisas não é um problema para mim e é segurança para vocês. Cuidado com os cães! Cuidado com os maus obreiros! Cuidado com a falsa circuncisão!”
Há duas coisas importantes nestes versos.
(1) Como Paulo preocupa-se com este tema, e em proteger a igreja da falsa religião.
Ele está sendo repetitivo aos Filipenses - “escrever de novo as mesmas coisas...
Ele está exortando-os de modo intenso - “Cuidado… Cuidado… Cuidado” | a palavra significa estar vigilante e atento. É a mesma palavra que Jesus usa para exortar os discípulos a terem cuidado com o fermento dos fariseus e com os falsos mestres que surgirão nos últimos dias.
Para Paulo este tema é importante, e deve ser, também, para nós. Porque não existe outro evangelho, “outro evangelho” é um falso evangelho, que cria uma falsa religião.
É necessário que a você esteja sempre vigilante em relação àquilo que ouve, àquilo que vê e àquilo que você imagina e crê.
A única verdade é a palavra de Deus, portanto não existe espaço para uma “fé pessoal” que seja diferente da fé evangélica - bíblia;
O número de seguidores de uma pessoa na internet não tem valor nenhum acerca da verdade. Não significa que a pessoa diga a verdade.
A internet, muitas vezes, funciona como um supermercado de ideias, e cada um pega a sua, a que mais gosta e mais agrada, e, assim, como a produção acelerada de alimentos fastfood, não há quase nada saudável nela…
(2) Paulo identifica estes “falsos mestres” de modo muito irônico. Eles procuravam os gentios para lhes oferecerem um caminho puro, um verdadeiro e saudável relacionamento com Deus, mas, na verdade, eles lhe ofereciam um caminho de impureza, iniquidade e pecado, ao acrescentarem obra humana à obra de Cristo.
“Cuidado com os cães” - eram animais nojentos para os gregos e romanos e impuros para os judeus. Paulo está dizendo que estes falsos mestres, ao oferecerem um caminho de pureza, na verdade estavam oferecendo um caminho de impureza, porque ofereciam algo além da obra de Cristo.
Apenas o sangue de Cristo nos limpa e nos purifica do pecado.
“Cuidado com os maus obreiros” - Paulo utiliza-se de uma palavra muito comum no livro dos Salmos, que se refere a iníquos. Eles querem oferecer uma caminho de justiça, de relacionamento correto com Deus, mas entregam o inverso: um relacionamento falso.
Apenas a justiça de Cristo nos reconcilia com Deus.
“Cuidado com os multiladores” - Paulo não utiliza-se da palavra usada para circuncisão, mas uma palavra que se refere a um pecado que os Levitas não deveriam cometer, que era multilar o corpo, como faziam os sacerdotes pagãos. Ele está dizendo, portanto, que os falsos mestres, ao dizerem aos gentios que deveiam se circuncidar, estavam, na verdade, os obrigando a cometerem um pecado em seus corações - o de confiar na carne, nas obras humanas, como se fosse pagão, rejeitando assim a suficiencia da obra completa de Cristo.
A obra de Cristo é suficiente, e só ela é necessária e aceita, para sermos identificados como povo de Deus.
A falsa religião promete uma identidade genuína e pura, para se ter um relacionamento correto com Deus e ter acesso às suas bênçãos, mas entregam o pecado, a impureza e a dor, travestida de religião.

APLICAÇÃO

Para proteger-se da falsa religião, você precisa exercer uma atenta vigilância, a fim de não cair nas suas atraentes ideias, que, na verdade, são uma ilusão.
Atente-se ao que dizem que você deve fazer para estar mais perto de Deus, e ser abençoado!
Votos (?) - não torna ninguém mais santo, não coloca ninguém mais perto de Cristo - não tem poder!
Sabe qual o voto que tem poder? Ser discípulo de Cristo! Relacionar-se pessoalmente com Jesus, por meio de sua palavra!
Sabe qual o outro voto que tem poder? O de arrepender-se todas as vezes que pecar contra Deus!
Orações repetitivas -
Peregrinações -
Tenha cuidado com os marcadores de identidade cristã!
Roupas - mulher cristã é aquela que veste saia longa | homem - veste roupa social;
Vocabulários - “paz do Senhor”
Fique em alertar! Se alguém disser para você que ele tem o método para você receber a bênção que deseja - saia correndo! É um falso mestre!
Deus só vai te dar o que você quer, quando Jesus for o que você quer.

III. VIVENDO A PARTIR DO EVANGELHO - v.3

Filipenses 3.3 “Porque nós é que somos a circuncisão, nós, que adoramos a Deus no Espírito e nos gloriamos em Cristo Jesus, em vez de confiarmos na carne.”
Há duas coisas muito importantes no texto.
(1) Paulo diz que “nós é que somos a circuncisão, nós... | ele faz uma clara distinção entre um grupo e outro, porque a verdadeira circuncisão é a do coração. É o corte da carne pela regeneração do Espírito Santo. Os verdadeiros filhos de Abraão são os da fé.
Os cristãos gentios não precisavam se submeter à estas normais da lei, porque ela cumpriu seu papel.
Romanos 10.4 “Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê.”
Desde o AT a circuncisão já apontava para o que deveria acontecer principalmente no coração, e não no corpo.
Deuteronômio 10.16 “Portanto, circuncidem o coração de vocês e deixem de ser teimosos.”
Jeremias 4.4 “Deixem-se circuncidar para o Senhor; circuncidem o seu coração…”
E quando Jesus chegou, inaugurando o Reino e tornando a realidade apenas espiritual, encerrou-se a necessidade da circuncisão física.
Romanos 2.29 “Porém judeu é aquele que o é interiormente, e circuncisão é a do coração, pelo Espírito, não segundo a letra, e cujo louvor não procede de seres humanos, mas de Deus.”
(2) Em razão disto, o verdadeiro povo de Deus é identificado de três formas:
Pelo culto a Deus - “adoramos a Deus no Espírito” | a palavra significa o serviço religioso completo, portanto se refere tanto ao culto que prestamos a Deus quanto uma vida de culto a Deus;
O povo de Deus é identificado por uma vida de culto a Deus, que ocorre pela direção do Espírito Santo.
Viver uma vida de culto a Deus, na direção do Espírito, não é ser guiado pela própria imaginação, por sonhos ou intuições do coração…
Viver uma vida de culto a Deus, no Espírito, é ser guiado pelo Espírito que fala pela sua palavra!
Tecnicamente, esta é uma vida muito simples. As pessoas colocam coisas demais, acrescentam demais, falam demais. Inserem coisas demais, seja no culto, ou na vida.
Pela centralidade de Cristo - “nos gloriamos em Cristo Jesus” | significa ter Cristo como tudo o que importa, seja na vida ou na morte;
O povo de Deus é identifica em seu relacionamento com Jesus. Em ter Jesus como a pesso mais importante!
A igreja não precisa de regras e ordenanças, ela só precisa aprender a colocar Jesus diante de seus olhar para ele, ouví-lo em sua palavra, e seguí-lo.
Você só precisa aprender a sentar-se, olhar para ele e ouví-lo - esta é a melhor parte. Não é ficar inventando coisas na cozinha. É gloriar-se nele.
Pela renúncia - “não confiamos na carne” | significa não descansar no próprio mérito, mas no mérito de Jesus; não confiar na própria justiça, mas na justiça de Cristo, na obra de Cristo.
A falsa religião sempre lhe oferecerá algo para você fazer para ter acesso a Deus. Mas, o evangelho não é sobre o que fazemos para Deus, é sobre o que Jesus fez em nosso lugar.

APLICAÇÃO

Para se proteger da falsa religião devemos viver a partir do evangelho.
O evangelho é boa nova sobre o quem Jesus é e o que ele fez. Quando cremos nesta mensagem, nossa vida é mudada, e passamos a viver para Deus, no Espírito, por causa de Cristo.
Quando cremos nesta mensagem, começamos a seguir a Cristo, no caminho de Cristo, do jeito de Cristo, e isto sempre nos obra a não confiarmos na carne, a não confiarmos naquilo que fazemos, mas somente no que Cristo fez por nós.
A falsa religião nos torna orgulhosos de nossos atos, o evangelho nos torna orgulhosos do que Cristo fez por nós;
A falsa religião frutifica em soberba, inveja e desejo por sempre estar acima de todos, o evangelho em humildade e mansidão;
A falsa religião promove moralismo e legalismo, o evangelho traz liberdade e santidade;
A falsa religião frutifica em disputas ministeriais, o evangelho frutifica em serviço;
A falsa religião quer agradar o seu “eu”, o evangelho lhe diz para renunciar o “eu”;
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