INVEJA, CIÚMES E PECADOS AFINS - Pág. 145 - 152
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A armadilha da comparação – Conexão Conselho Biblico
Uma longa história de comparação e tristeza
As Escrituras estão cheias de pessoas que se compararam com os outros, resultando em tristeza. Vamos ver alguns exemplos.
No Jardim do Éden, Eva foi tentada por um pedaço de fruta que Satanás prometeu que lhe daria conhecimento comparável ao de Deus. Com um olho, ela viu a si mesma e suas deficiências intelectuais. Com o outro olho, ela viu uma Eva imaginária sem tais deficiências. Ela cobiçou ser a Eva imaginária e comeu o fruto, trazendo o pecado e a morte a um mundo anteriormente perfeito (Gn 3), e não encontrou alegria.Caim olhou para si mesmo, para sua oferta de sacrifício e para a resposta de Deus a ela. Ele colocou seu outro olho em Abel, em sua oferta de sacrifício e na resposta de Deus a Abel. Caim ficou irado, matou seu irmão (Gn 4) e não encontrou alegria.Saul colocou um olho em si mesmo e em sua reputação como guerreiro aos olhos das mulheres de Israel. Ele colocou seu outro olho em Davi e sua reputação aos olhos delas. Saul se sentiu inseguro e passou o resto de sua vida procurando matar Davi (1Sm 18), e não encontrou alegria.Um fariseu olhou para si mesmo e para sua atuação religiosa. Ele colocou seu outro olho em um cobrador de impostos e em seu registro de pecados. O fariseu se sentiu orgulhoso e condenou internamente o cobrador de impostos (Lc 18.9-14), mas não encontrou alegria.
Infelizmente, não somos diferentes de Eva, Caim, Saulo, do fariseu ou de dezenas de outros personagens bíblicos que perderam a alegria ao se compararem com outros. Todos nós fazemos comparações, e o resultado é que não encontramos a tão desejada alegria.
Alternativas que resultam em alegria
Como podemos combater a tentação de nos compararmos erradamente com os outros? A resposta está em nossos olhos. Se colocarmos um olho em nós mesmos e outro nos outros, cairemos instintivamente na armadilha da comparação. Em vez disso, devemos ser mais estratégicos no posicionamento dos olhos. Em quem devemos colocar nossos olhos se quisermos ter alegria?
Podemos colocar ambos os olhos em Deus. Quando oramos, lemos Sua Palavra e O adoramos – quando nossos olhos estão colados em Deus, em Seu caráter amoroso e em Seu amor por nós, encontramos a alegria (Sl 5.11; 71.23; 1Pe 1.8).Podemos colocar ambos os olhos nos outros. Quando compreendemos e recebemos o amor de Deus, e o derramamos sobre outras pessoas por meio do serviço sacrificial, encontramos a alegria (At 20.35).Podemos colocar um olho em nós mesmos e outro em Deus. Em outras palavras, podemos nos concentrar em nossa identidade em Cristo e viver a partir dessa identidade. Quem somos nós em Cristo? Somos filhos de Deus – justos, aceitos, preciosos, santos e amados por Ele (Gl 3.26; 1Co 5.21; Rm 15.7; Is 43.4; Ef 1.4; 1Ts 1.4). Quando compreendemos nossa posição como filhos de Deus e vivemos de acordo com isso, encontramos a alegria (Jl 2.23; Fp 3.1).
18.1. INVEJA.
18.1.1. Inveja é a percepção dolorosa, e muitas vezes cheia de ressentimento, de que alguém está usufruindo de algum privilégio. Às vezes queremos esse mesmo privilégio, o que resulta no pecado da cobiça, e podemos acabar ficando ressentidos com a pessoa que tem o que não temos.
18.1.2. Mas não invejamos as pessoas em geral. Normalmente a inveja nos tenta em duas áreas. Primeiro, somos propensos a invejar as pessoas com quem mais nos identificamos. Segundo, somos propensos a invejá-las nas coisas que mais valorizamos. Ex: Amiga.
18.1.3. O que então, instiga a inveja?
O fato da pessoa alvo da inveja usufruir um privilégio que eu não tenho. No caso aqui ser reconhecido recebendo convites para dar palestras internacionais, enquanto eu não recebo praticamente nenhum. ( A ironia é que não gosto de viajar para fora do país e todas as implicações disso)
Então, por que fui tentado a invejar minha amiga? Porque ela estava sendo mais reconhecida do que eu. Percebeu como a tentação da inveja é sutil?
18.1.4. As causas da inveja são infinitas. Sempre que nos comparamos com alguém em uma situação melhor do que a nossa, deparamo-nos com a tentação de invejá-lo. Talvez nem mesmo queiramos o que nossos vizinhos e amigos possuem; simplesmente nos ressentimos porque eles possuem o que não temos.
18.1.5. Ao sermos tentados a ter inveja de alguém, é bom lembrarmos que a inveja, embora nos pareça um pecado sutil e insignificante, faz parte dos pecados odiosos que Paulo relaciona. Romanos 1:29 e Gálatas 5:21
18.2. CIÚMES.
18.2.1. Ciúmes e inveja são pecados bem semelhantes. Na verdade, geralmente equiparamos os dois termos como sinônimos. Existe, porém, entre eles uma tênue diferença que nos ajudará a enxergar, mais uma vez, como nossos corações são pecadores. Ciúmes é normalmente definido como intolerância com os concorrentes.
18.2.2. Existem situações em que o ciúme tem razão de ser, como no caso de alguém estar tentando lhe roubar o cônjuge. Deus chegou a afirmar que ele é um Deus zeloso (ciumento) que não tolera que ninguém, nem nada, a não ser ele mesmo, sejam adorados. Êxodo 20:5
18.2.3. Contudo, o ciúme pecaminoso ocorre quando receamos que alguém se torne igual ou até mesmo superior a nós. A Bíblia oferece vários exemplos em que o ciúmes aflorou e, assim, conseguimos ver que cara ele tem.
No início da igreja cristã, quando as autoridades judaicas ainda mandavam e desmandavam, Lucas conta que o sumo sacerdote e os saduceus foram tomados de inveja dos apóstolos porque mais e mais judeus estavam aceitando Cristo. Atos 5:17-18
Mais tarde, durante o ministério de Paulo, Lucas registra que os judeus da Antioquia da Pisídia se encheram de inveja de Paulo e Barnabé porque grandes multidões se reuniram para ouvir a pregação de Paulo. Atos 13:44,45
A ilustração bíblica clássica é o ciúme perverso que o rei Saul tinha de Davi. I Samuel 18:7
18.2.4. Nós também podemos ficar enciumados se formos abençoados por Deus em alguma área da vida ou do ministério e, de repente, alguém aparecer e conseguir mais resultados do que nós. Situações assim acontecem o tempo todo.
18.2.5. Como, então, lidar com a tentação da inveja ou do ciúmes?
Primeiro - podemos sempre, como em muitas outras áreas de pecados sutis, nos abrigar na soberania de Deus. Precisamos reconhecer que é Deus quem nos concede talentos, habilidades e dons espirituais. Se quisermos sair vitoriosos no controle à inveja e ao ciúme, temos de colocar Deus em campo.
Não podemos esquecer que ele determina não apenas as nossas habilidades como também o grau dessas habilidades e da bênção que ele irá conferir em seu uso. Tudo vem de Deus, que criou o pobre e o rico, que humilha e exalta. I Samuel 2:7 e Salmo 75:7
Segundo - A arma contra a inveja e o ciúme é lembrar o que somos em Cristo. Romanos 12:5, 10.
Em vez de termos inveja daqueles que levam alguma vantagem sobre nós ou ter ciúme de quem está, aparentemente, nos superando, vamos dar-lhe honra e aplaudi-lo, pois somos todos membros do mesmo corpo em Cristo.
Terceiro - Precisamos entender que se gastarmos energia emocional com ciúme e inveja, perdemos de vista o que Deus pode realizar de especial em nossas vidas. Usando uma metáfora do esporte, não existe a condição de ser primeiro ou segundo reserva enquanto os outros jogam. Não; Deus tem uma posição e uma tarefa para cada um de nós preenchermos. Concordo que algumas tarefas ganham mais aplausos do que outras, mas todas são importantes no plano de Deus.
18.3. COMPETITIVIDADE.
18.3.1. Coligado à inveja e ao ciúmes encontramos o espírito de competitividade – o desejo de ganhar sempre ou de ser o maioral em nossa área de atividade. O ímpeto competitivo começa logo cedo na vida. Competitividade é basicamente uma manifestação de orgulho. É o impulso de vencer à custa dos outros. Certamente não é amar o próximo como a nós mesmos.
18.3.2. Sei que estou mexendo com uma “vaca sagrada” de nossa cultura, pois transformamos a competitividade em virtude. Ensinamos os filhos diretamente e pelo exemplo de que é bom ser competitivo, que é assim que somos bem-sucedidos no mundo. No entanto, questiono se o espírito de competição é uma virtude de fazermos o melhor que pudermos. II Timóteo 2:15
18.3.3. Vemos, assim, que existe um relacionamento íntimo entre inveja, ciúme e competitividade. Ficamos com inveja de um colega mais bem-sucedido em uma área que valorizamos muitíssimo. Ficamos com ciúmes se alguém tenta tirar o que é nosso. E esses dois sentimentos fomentam o espírito competitivo que anuncia: “Tenho de vencer ou ser o número um em tudo.” Todos esses comportamentos são resultantes do orgulho pecaminoso, de pensarmos só em nós mesmos.
18.3.4. Inveja, ciúme e espírito competitivo podem ser agrupados em uma palavra: rivalidade. Em lugar de vermos uns aos outros como membros participantes do corpo de Cristo, é fácil vê-los como rivais contra quem estamos lutando.
18.4. CONTROLE.
18.4.1. Existe outro pecado sutil que podemos incluir nesse grupo. É o pecado de tentar controlar os outros para nos darmos bem ou para conseguirmos o que desejamos. O controlador usa todos os métodos para conseguir o que deseja. Um desses métodos é dominar completamente o relacionamento pela pura força de vontade, de tal modo que a outra pessoa (ou pessoas) sempre cede e deixa o controlador fazer o que quer.
18.4.2. Outro jeito é ficar zangado quando sua decisão é questionada ou quando seus desejos não são satisfeitos imediatamente. Muitas vezes, quando o controlador não consegue facilmente o que quer, ele recorre à manipulação. E a coisa pode ser feita de modo a levar o outro a se sentir culpado ou incompetente.
18.4.3. É óbvio que o controlador quer as coisas sempre do seu modo. Em vez de se sujeitar uns aos outros. Claro que isso é fruto do egoísmo. É difícil lidar com esse pecado porque o controlador é o último a reconhecer essa tendência em sua vida. Efésios 5:21
CONCLUSÃO:
Como a carne continua guerreando dentro de nós, ainda temos pontos cegos de pecado - especialmente o pecado sutil – em nossas vidas. Precisamos do poder convincente do Espírito Santo, e da ajuda de outras pessoas para detectarmos esses pontos cegos.
Incentivo-o a pedir que Deus lhe abra os olhos para que você enxergue sua inclinação à inveja, ao ciúme ou ao desejo de controlar outros. Não atravesse a vida acalentando esses pecados. Não se oponha a Deus. I Pedro 5:5