A Tentação de Jesus (Lc 4.1-13)

Jesus: Vida e Obra  •  Sermon  •  Submitted   •  Presented
0 ratings
· 5 views
Notes
Transcript

Introdução

[Resumo sobre a introdução da vida de Jesus]
Nascimento
A Fuga para o Egito e o retorno para a Palestina
João Batista anunciando o Cordeiro de Deus
O batismo de Jesus - tornou-se cheio do ES
Genealogia - Jesus é filho de Adão - 2o Adão, representante da humanidade - Assim como o 1o, o 2o Adão também será tentado
Logo a seguir, a tentação
A tentação é algo que acontece na vida de todos os filhos de Deus. Obra de Satanás, tem o objetivo de nos desviar do propósito de Deus, destruindo-nos e entristecendo a Deus.
Se você não é tentado, você não tem esperança: se você não é tentado, é porque você está acostumado a pecar.
São Cirilo de Alexandria, patriarca de Alexandria nos sécs. 4 e 5
Só é tentado quem luta contra o pecado dentro de si mesmo.
Vamos meditar na passagem.

1. Jesus é levado ao deserto (vv. 1-2).

“Cheio do ES”: aconteceu em Seu batismo.
“Voltou do Jordão”: imediatamente após o batismo. Isso acontece com muitos que acabam de se batizar: o inimigo investe contra eles.
“Foi guiado pelo mesmo Espírito”: O mesmo Espírito que O encheu O levou para ser tentado. A tentação é obra de Satanás, mas, de um modo que não compreendemos, a tentação faz parte dos planos soberanos de Deus.
Lutero: “O diabo é como um cão preso na coleira de Deus.”
“Foi guiado […] no deserto”: Há um simbolismo muito grande nessa passagem referente ao deserto. Um texto paralelo chave é Dt 6—8, onde Moisés lembra Israel das lições aprendidas durante a travessia no deserto. Curiosamente Jesus tira de lá todas as suas três respostas para Satanás.
O deserto é um lugar muito importante para a memória de Israel. Ali Deus consolidou Israel como Seu povo. Ali Deus lhes deu Sua santa Lei; ali Deus se revelou de maneira especial; ali Israel, o filho de Deus, foi tentado e reprovado. Caíram na incredulidade. Agora, Jesus se apresenta como o perfeito Filho de Deus e é levado ao mesmo lugar. Porém, Jesus é provado e aprovado na fornalha de Deus. Ali ele escreve uma história diferente. Ali Ele age como o Filho Amado e Perfeito, como Israel deveria ter sido durante a peregrinação em direção à terra prometida.
V. 2: durante quarenta dias...
“ao fim dos quais teve fome”. O diabo esperou o momento adequado para se manifestar e tentar desviar Jesus do Seu propósito divino. A tentação sempre explora uma fraqueza.
Vejamos cada uma das três tentações que assolaram a Jesus e que nos assolam hoje também:

2. Primeira tentação: autossuficiência (vv. 3-4).

a. Jesus estava com fome. O diabo lhe aconselhou a matar a fome.

Onde está o problema?
Hendriksen: “Na primeira tentação, Satanás tinha um objetivo duplo: provocar a queda do ‘segundo Adão’ e destruir a confiança do Filho no poder de Seu Pai para sustentá-Lo.”
Satanás estava tentando fazer com que Jesus caísse em pecado no sentido de abrir mão da Sua plena humanidade. Ele proocou Jesus a desistir do Seu estado de humilhação, em que Ele esvaziou-se de Si mesmo, assumiu a forma humana para, como 100% homem, Ele pudesse representar a humanidade ao subir na cruz se sacrificando em nosso favor. Dar ouvidos a Satanás naquele momento significaria abrir mão do plano de salvação do Pai e, portanto, falhar em Sua missão de salvar a humanidade.

b. No v. 4, Jesus responde com um trecho de Dt 8.1-3:

Deuteronomy 8:1–3 NAA
1 — Tenham o cuidado de cumprir todos os mandamentos que hoje lhes ordeno, para que vocês vivam, se multipliquem, entrem e tomem posse da terra que o Senhor prometeu sob juramento aos pais de vocês. 2 Lembrem-se de todo o caminho pelo qual o Senhor, seu Deus, os guiou no deserto durante estes quarenta anos, para humilhar vocês, para pôr vocês à prova, para saber o que estava no coração de vocês, se guardariam ou não os seus mandamentos. 3 Ele humilhou vocês, ele os deixou passar fome, ele os sustentou com o maná, que vocês não conheciam e que nem os pais de vocês conheciam, para que vocês compreendessem que o ser humano não viverá só de pão, mas de tudo o que procede da boca do Senhor.
O que move o ser humano não é simplesmente a satisfação das necessidades físicas. Mais importante do que isso é a obediência a Deus.
Quando Israel foi tentado e começou a passar fome, murmurou contra Deus. Jesus, ao contrário, sendo não o filho falho, mas perfeito, continua leal ao Senhor, mesmo passando fome.

c. O que essa tentação significa pra nós hoje?

Meus irmãos, precisamos tomar cuidado com a autossatisfação das nossas necessidades. Ao servirmos ao Senhor, nós teremos muitas necessidades. Em alguns momentos, Deus nos permite ter fome, medo, solidão, aperto financeiro, enfermidades… Tudo isso serve para provar nossa fé. Nessas horas somos tentados a desistir da dependência de Deus e resolver tudo por nosso próprio braço. A obediência sempre exige um preço de nós. Podemos perder emprego, amizades, segurança, saúde… Nós precisamos estar dispostos a pagar o preço pela obediência. Precisamos confiar plenamente no Pai que supre todas as nossas reais necessidades da Sua forma e no Seu tempo.

3. Segunda tentação: idolatria (vv. 5-8).

V. 5: algo extraordinário aconteceu. O diabo mostrou a Jesus todos os reinos do mundo. Mateus cita um monte muito alto. Mas nenhum monte pode mostrar o mundo inteiro. Se isso aconteceu através de uma visão ou de uma elevação sobrenatural, não sabemos.

a. O que foi a segunda tentação pra Jesus?

O que sabemos é que o diabo ofereceu a Jesus o poder e a glória de todos os reinos do mundo. A Bíblia chama o diabo de “príncipe deste mundo”. Mesmo assim, o diabo tem um campo de ação limitado por Deus. Ele não podia dar a Jesus o que é Dele. Essa segunda tentação, para Jesus, não foi se submeter ao poder do diabo, mas usufruir do que lhe é de direito sem ter passado pela cruz. O diabo queria distanciar Jesus de Sua missão salvadora. Prometeu-lhe glória e poder que lhe eram de direito apenas depois da Sua exaltação - ou seja, após a morte e a ressurreição.

c. V. 8: Jesus respondeu com Dt 6.13:

Deuteronomy 6:13 NAA
13 Temam o Senhor, seu Deus, sirvam a ele e jurem somente pelo nome dele.
Nosso instinto pecaminoso deseja deuses mais convenientes. Mais semelhantes a nós. Mas Deus é o único que merece ser adorado. Ele exige adoração exclusiva, pois só Ele é Deus. Só Ele é digno. Quando Ele exige adoração exclusiva, Ele está sendo justo. Não há outro que mereça. Não podemos atribuir a qualquer outra coisa a glória que é só Dele.

b. Mas como essa segunda tentação acontece na nossa vida?

Idolatria: somos seduzidos a abrir mão da fidelidade a Deus para usufruir de mais coisas. Status, dinheiro, poder… E aí que a idolatria se torna uma tentação para nós.
Depois que Adão e Eva pecaram, os seres humanos se tornaram idólatras por natureza. Mais uma vez encontramos uma referência a Israel no deserto. Eles construíram um bezerro de ouro, o chamaram de verdadeiro Deus e o adoraram.
Ainda hoje o ser humano continua uma fábrica de ídolos. Pode ser qualquer coisa pode se tornar um falso deus em nossa vida: bebidas, drogas. Pode ser até mesmo algo bom, como cônjuge, filhos, trabalho, saúde etc.
A idolatria é tentadora porque ela nos oferece coisas: prazeres, mais dinheiro, um trabalho melhor. “Renda-se ao curso do mundo e eu te honrarei” - é assim que o diabo nos tenta às vezes. Qual é a sua atitude diante desse tipo de tentação? Você tem se deixado levar pelo mundo e pelo diabo para ter uma vida melhor?

4. Terceira tentação: colocar Deus à prova (vv. 9-12).

V. 9: o diabo leva Jesus à parte mais alta do templo e sugere que Ele se jogue abaixo. Qual é o sentido?
Aqui o diabo cita o Sl 91. Ele vira que Jesus usa a Escritura como espada. Então o diabo tenta usar da mesma arma. Porém, usa de forma distorcida, conforme seu interesse em distanciar Jesus da vontade do Pai.
Precisamos tomar cuidado: se temos usado a Bíblia para satisfazer nossos próprios interesses, estamos usando ela assim como Satanás! Ao estarmos diante da Bíblia, precisamos de 1) submissão; e 2) conhecimento correto.

a. O que foi essa tentação para Jesus?

Essa terceira tentação consistia não em experimentar o cuidado do Pai diante de uma real necessidade, mas de criar uma situação que desafia o próprio Deus Pai a agir. Isso é “tentar a Deus”! É desafiar, provocar ao Senhor!
Deus não deve ser desrespeitado dessa forma.

b. Jesus responde no v. 12 com Dt 6.16:

Deuteronomy 6:16 NAA
16 — Não ponham à prova o Senhor, seu Deus, como o fizeram em Massá.
(Massá: quando Moisés fez jorrar água da rocha.)
Em sua resposta, Jesus deixa clara a intenção do diabo: tentar a Deus.

c. Hoje também corremos o risco de cair nessa tentação.

Hoje essa tentação seria inverter nossas posições com Deus. Ele é o Senhor, e não eu. Ele é o Criador; nós somos criatura.
Não estamos em posição de exigir nada. Além disso, também não podemos ser centro da nossa vida. Em nosso tempo corremos o risco de ser ensimesmados. Olhar apenas para nós.
Estamos no centro da nossa própria vida quando queremos que Jesus faça o nosso querer, e não que nós façamos o querer Dele. Quando só pedimos a Jesus, e nunca ouvimos o que Ele quer nos dizer em Sua Palavra. Quando não queremos dar nada para Deus e para as pessoas, mas só receber de todos.

Considerações finais

Assim como nós, Jesus enfrentou três tipos de tentação:
a tentação da autossuficiência;
a tentação da idolatria;
a tentação de colocar Deus à prova.

Aplicações

1. Tenha discernimento.

2. Resista ao diabo.

3. Dependa de Jesus para vencer as tentações.

Ele foi provado. Ele sabe como é difícil ser tentado.
Ele foi aprovado. Ele é poderoso para não cair em pecado, e é poderoso para te dar livramento na hora da tentação.

Apelo

Você que já conhece a Cristo, peça força para vencer as tentações.
Se você ainda não conhece a Jesus como Senhor e Salvador, agora é o momento.
Related Media
See more
Related Sermons
See more