13 -O chamado de Jesus: Segue-me - Mc 8.34-9.1
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· 5 viewso chamado do Senhor, pra todos os crente segui-lo fielmente.
Notes
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13 - O chamado de Jesus: Segue-me
Texto Base: Marcos 8:34-9:1
Introdução:
Nos versículos anteriores, Jesus estava conversando com seus discípulos sobre sua identidade e a natureza de sua missão. Pedro havia acabado de declarar que Jesus era o Cristo, mas logo em seguida, ele repreendeu Jesus por falar sobre seu sofrimento e morte iminente (Marcos 8:31-33). Jesus, por sua vez, repreendeu Pedro, chamando-o de Satanás, porque ele não entendia o plano divino e estava pensando apenas de forma humana.
Jesus só tem uma espécie de seguidor: discípulos. Ele ordenou a sua igreja a fazer discípulos e não admiradores. O discipulado é o mais fascinante projeto de vida.
Esta passagem desafia nossas prioridades e nos convida a considerar o que realmente importa em nossa caminhada com Cristo.
Estrutura:
I. O Convite (Marcos 8.34 “Então, convocando a multidão e juntamente os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me.”
Convocação à multidão e aos discípulos: Jesus não faz esse chamado apenas aos seus seguidores mais próximos, mas a todo
O discipulado é um convite pessoal . Jesus começa com uma chamada condicional: Se alguém quer. A soberania de Deus não violenta a vontade humana. É preciso existir uma predisposição para seguir a Cristo.
Jesus falou de quatro tipos de ouvintes: os endurecidos, os superficiais, os ocupados e os receptivos. Muitos querem apenas o glamour do evangelho, mas não a cruz. Querem os milagres, mas não a renúncia. Querem prosperidade e saúde, mas não arrependimento.
Querem o paraíso na terra e não a bem-aventurança no céu
Negar a si mesmo: Implica em renunciar aos próprios desejos, vontades e ego para se submeter à vontade de Deus.
Cristo nos chama não para a afirmação do eu, mas para sua renúncia. Precisamos depor as armas antes de seguir a Cristo. Precisamos abdicar do nosso orgulho, soberba, presunção e autoconfiança antes de seguirmos as pegadas de Jesus. Entrementes, negar-se a si mesmo não equivale à aniquilação pessoal. Não se trata de anular-se, mas de servir.
Negar-se a si mesmo é permitir que Jesus reine supremo onde o ego tinha previamente exercido controle total.
Tomar a cruz: A cruz simboliza sofrimento, sacrifício e morte. Seguir a Cristo significa estar disposto a enfrentar desafios e perseguições.
Um convite para morrer (8.34). Tomar a cruz é abraçar a morte, é seguir para o estrada, é escolher a vereda do sacrifício. A cruz era um instrumento de morte vergonhoso. Era necessário que […] sofresse muitas coisas, fosse rejeitado (8.31).
A carta aos Hebreus fala da crucificação de Jesus com termos fortes: Expondo-o à ignomínia (grande desonra) (Hebreus 6.6 “e caíram, sim, é impossível outra vez renová-los para arrependimento, visto que, de novo, estão crucificando para si mesmos o Filho de Deus e expondo-o à ignomínia.” o opróbrio de Cristo (11.26), não fazendo caso da ignomínia (12.2), sofreu fora da porta (13.12) e levando o seu vitupério (13.13). O que o condenado faz sob coação, o discípulo de Cristo faz de boa vontade.
A cruz não é apenas um emblema ou um símbolo cristão, mas um instrumento de morte. Lucas fala de tomar a cruz dia a dia. Somos entregues à morte diariamente. Somos levados como ovelhas para o matadouro. Estamos carimbados para morrer.
Essa cruz não é uma doença, um inimigo, uma fraqueza, uma dor, um filho rebelde, um casamento infeliz. Os monges viram nessa cruz a exigência da flagelação e da renúncia ao casamento. Essa cruz fala da nossa disposição de morrer para nós mesmos, para os prazeres e deleites. É considerar-se morto para o pecado e andar com um atestado de óbito no bolso.
Seguir a Jesus: É um chamado contínuo para andar em obediência, amor e devoção.
Seguir a Cristo é algo sublime e dinâmico. Esse desafio nos é exigido todos os dias, em nossas escolhas, decisões, propósitos, sonhos e realizações. Seguir a Cristo é imitá-lo. É fazer o que ele faria em nosso lugar. É amar o que ele ama e aborrecer o que ele aborrece. É viver a vida na sua perspectiva.
II. A Vida Cristã (Marcos 8.35 “Quem quiser, pois, salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por causa de mim e do evangelho salvá-la-á.”
Salvar ou perder a vida: Aqueles que tentam preservar sua vida para si mesmos, buscando seus próprios interesses, acabarão perdendo o verdadeiro propósito da vida.
O discipulado implica no maior paradoxo da existência humana. Os valores de um discípulo estão invertidos: ganhar é perder e perder é ganhar. O discípulo vive num mundo de ponta-cabeça.
Para ele, ser grande é ser servo de todos. Ser rico é ter a mão aberta para dar. Ser feliz é renunciar aos prazeres do mundo. Satanás promete a você glória, mas no fim lhe dá sofrimento. Cristo oferece a você uma cruz, mas no fim lhe oferece uma coroa e o conduz à glória.
Como uma pessoa pode ganhar a vida e ao mesmo tempo perdê-la?
Em primeiro lugar, quando busca a felicidade sem Deus.
Em segundo lugar, quando busca salvação fora de Cristo.
Em terceiro lugar, quando busca realização em coisas materiais.
Perder a vida por Cristo e pelo Evangelho: Este é o caminho para encontrar a vida eterna e verdadeira satisfação.
O homem natural não entende as coisas de Deus e as vê como loucura. Ele considera tolo aquilo que renuncia às riquezas e prazeres desta vida para buscar uma herança eterna através da renúncia.
O homem sem Deus vive sem esperança. Seus olhos estão embaçados para enxergar o futuro. Seus tesouros e seu coração estão aqui. Mas o cristão aspira a uma Pátria superior. Ele aguarda uma herança incorruptível, ele busca uma recompensa eterna.
O que nós leva a viver para Cristo:
Em primeiro lugar, o amor a Cristo. Perder a vida por amor a Cristo não é um ato de desperdício, mas de devoção.
Em segundo lugar, o amor ao evangelho. A segunda motivação além de Cristo são as pessoas.
III. O Valor da Alma (Marcos 8.36–37 “Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Que daria um homem em troca de sua alma?”
A pergunta retórica de Jesus: "Que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?"
Transigir com os absolutos de Deus, vender a consciência e a própria alma para juntar riquezas é uma grande tolice.
A vida é curta e o dinheiro perde o seu valor para quem vai para o túmulo. A morte nivela os ricos e os pobres. Nada trouxemos e nada levaremos do mundo. Passar a vida correndo atrás de um tesouro falaz é loucura. Pôr sua confiança na instabilidade e efemeridade da riqueza é estultícia.
O que importa é como aparecerá aos olhos de Deus o balanço da nossa vida. Até porque, depois de tudo, Deus é o auditor que, ao final, devemos enfrentar.
O valor da alma: Nada neste mundo é mais valioso do que a nossa alma. O que estamos dispostos a sacrificar pela nossa fé?
É melhor ser salvo do que ser rico. A riqueza só pode nos acompanhar até o túmulo, mas a salvação será desfrutada por toda a eternidade.
Jesus chamou de louco o homem que negligenciou a salvação da sua alma e pôs sua confiança nos bens materiais. A morte chegou e com ela o juízo.
O dinheiro se ganha e se perde. Mesmo depois de perdê-lo, é possível readquiri-lo. Contudo, quando se perde a alma, não tem como reavê-la. É impossível mudar o destino eterno de uma pessoa. O rico que estava no inferno não teve suas orações ouvidas, nem seu tormento aliviado.
IV. A Advertência (Marcos 8.38 “Porque qualquer que, nesta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai com os santos anjos.”
Vergonha de Cristo e de Suas palavras: Jesus alerta sobre a seriedade de se envergonhar d'Ele e de Seus ensinamentos.
Envergonhar-se de Cristo significa ser tão orgulhoso a ponto de não desejar ter nada com ele. Nós somos culpados de envergonhar-nos de Cristo quando temos medo que as pessoas saibam que o amamos bem como a sua doutrina, que desejamos viver de acordo com os seus mandamentos e que nos sentimos constrangidos quando nos identificam como membros do seu povo.
Ser cristão nunca foi e jamais será uma posição de popularidade. Todos aqueles que querem viver piedosamente em Cristo serão perseguidos. Contudo, é mil vezes melhor confessar a Cristo agora e ser desprezado pelo povo, do que ser popular agora e desonrado por Cristo diante do Pai no dia do julgamento.
Consequência futura: Aqueles que se envergonham de Cristo agora enfrentarão a vergonha eterna quando Ele voltar em glória.
Aqueles que se envergonham de Cristo agora, Cristo se envergonhará deles na sua segunda vinda. O julgamento mais pesado que os homens receberão no dia do juízo é que eles vão receber exatamente aquilo que sempre desejaram. O injusto continuará sendo injusto. Quem se envergonhou de Cristo durante esta vida, vai apartar-se dele eternamente.
V. A Promessa (Marcos 9.1 “Dizia-lhes ainda: Em verdade vos afirmo que, dos que aqui se encontram, alguns há que, de maneira nenhuma, passarão pela morte até que vejam ter chegado com poder o reino de Deus.”
Antecipação do Reino de Deus: Jesus promete que alguns presentes veriam a manifestação do Reino de Deus em poder, uma referência possível à transfiguração ou ao início da Igreja no Pentecostes.
A certeza da vitória: O Reino de Deus virá com poder, e os discípulos terão um vislumbre disso em breve.
O Reino não podia vir mediante o poder político, mas por meio da cruz e da ressurreição. A verdadeira prova do poder de Deus evidenciou-se na Páscoa.Jesus foi ressuscitado pelo poder de Deus (2Coríntios 13.4 “Porque, de fato, foi crucificado em fraqueza; contudo, vive pelo poder de Deus. Porque nós também somos fracos nele, mas viveremos, com ele, para vós outros pelo poder de Deus.” é agora Filho de Deus em poder (Romanos 1.4 “e foi designado Filho de Deus com poder, segundo o espírito de santidade pela ressurreição dos mortos, a saber, Jesus Cristo, nosso Senhor,” e é, ele mesmo, o poder de Deus (1Coríntios 1.24 “mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus.”
Grande ideia: Jesus nos chama a refletir sobre nossas prioridades e o verdadeiro custo de segui-Lo.
Teologia biblica:
1. Lucas 9.23–27 “Dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; quem perder a vida por minha causa, esse a salvará. Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder-se ou a causar dano a si mesmo? Porque qualquer que de mim e das minhas palavras se envergonhar, dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na sua glória e na do Pai e dos santos anjos. Verdadeiramente, vos digo: alguns há dos que aqui se encontram que, de maneira nenhuma, passarão pela morte até que vejam o reino de Deus.”
Jesus ensina sobre a necessidade de renunciar a si mesmo para segui-lo, com uma ênfase similar no sofrimento e na recompensa futura.
2. Gálatas 2.20 “logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim.”
Paulo escreve sobre ser "crucificado com Cristo", o que ecoa o chamado de Jesus para carregar a cruz e viver para Deus.
3. Romanos 12.1–2 “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.”
Paulo exorta os crentes a oferecerem seus corpos como sacrifício vivo, o que se conecta ao conceito de tomar a cruz e seguir a Jesus.
4. Filipenses 3.7–11“Mas o que, para mim, era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo. Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo e ser achado nele, não tendo justiça própria, que procede de lei, senão a que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé; para o conhecer, e o poder da sua ressurreição, e a comunhão dos seus sofrimentos, conformando-me com ele na sua morte; para, de algum modo, alcançar a ressurreição dentre os mortos.”
Paulo fala sobre considerar tudo como perda por causa de Cristo, desejando conhecer o poder da ressurreição de Cristo e participar de seus sofrimentos.
Conclusão:
O discipulado exige sacrifício, mas a recompensa é uma vida plena e eterna em Cristo.
Devemos nos perguntar: estamos dispostos a negar a nós mesmos, tomar nossa cruz e seguir Jesus, não importa o custo?
Aplicação Prática:
Avalie sua vida . O que precisa ser deixado para trás para seguir Jesus mais plenamente?
Confie na promessa de que o sacrifício por Cristo não é em vão e que o Reino de Deus será revelado em poder.