Justiça mais profunda - Não Adulterarás
1 - Justiça Mais profunda (v27,28)
O farisaísmo pensava que, desse modo, estaria servindo severa e conscienciosamente à castidade! Por isso o escriba também ensinava: “Não fale muito com uma mulher. Todo o que fala muito com uma mulher atrai desgraça para si, e no final herdará o inferno. Por isso não fale com uma mulher na rua, ainda que seja sua própria esposa, filha ou irmã. Pois nem todos conhecem seu parentesco!”
Quem transgride o mandamento da castidade não é aquele que chegou ao ponto de executar a ação de adultério, mas já é um adúltero quem contempla com olhares desejosos uma mulher
T. Bovet afirma: “Constitui um dos mais profundos mistérios da criação de Deus que a integralidade não foi atribuída à pessoa individualmente, mas está repartida entre ambos os indivíduos, homem e mulher”
A exigência de Jesus em relação à mulher trouxe como conseqüência a importância de sua posição na história universal. O islamismo apresenta-nos ainda hoje o desprezo à mulher.
O que, pois, se deve fazer com respeito ao coração e ao olho luxuriosos? A resposta se encontra nos v. 29 e 30.
2 - Os prazeres de hoje não se comparam com a glória de amanhã (v29,30)
Mais detalhadamente, é possível que as seguintes lições estejam sendo ensinadas aqui:
a. A presente vida não é a única que temos. Estamos destinados à eternidade. Note-se: “[…] e todo o teu corpo seja lançado em – ou vá para – o inferno”.
b. Nada, não importa quão precioso possa nos parecer no momento – pense-se no olho direito e na mão direita –, deve permitir que o nosso destino glorioso seja perdido.
c. O pecado, por ser uma força muito destrutiva, não deve ser mimoseado. Ele precisa “morrer” (Cl 3.5). A tentação deveria ser arrojada longe imediata e decisivamente
3 - O que Deus uniu, não separa o homem (v31,32)
Faz-se evidente que aqui outra vez, como anteriormente, Jesus retrocede para além das opiniões rabínicas, focalizando a intenção original da lei
Os seguidores do mestre Hillel entendiam “coisa indecente” como tudo que o homem pudesse usar como pretexto para uma separação, até coisas inofensivas, de modo que, enfim, cada homem podia alegar qualquer motivo para despedir a esposa. Bastava uma sopa queimada ou outra mulher que agradava mais ao homem. Outros motivos eram: não ter filhos, que a mulher comeu ou bebeu na rua etc.
Para Deus o matrimônio é uma ordem divina e indissolúvel, por isso ele rejeita o divórcio. Somente num único caso Jesus permite a separação, a saber, por causa de adultério!