EPISÓDIO 2 – A QUEDA E ESPERANÇA DEMONSTRADA NOS BRAÇOS ABERTOS DO PAI

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DE QUEBRADO A RESTAURADO: A JORNADA DO CORAÇÃO
EPISÓDIO 2 – A QUEDA E ESPERANÇA DEMONSTRADA NOS BRAÇOS ABERTOS DO PAI
Pedro Silva de Araújo
TEXTO – Lucas 15:14-24
14 Depois de ter consumido tudo, sobreveio àquele país uma grande fome, e ele começou a passar necessidade. 15 Então, ele foi e se agregou a um dos cidadãos daquela terra, e este o mandou para os seus campos a guardar porcos. 16 Ali, desejava ele fartar-se das alfarrobas que os porcos comiam; mas ninguém lhe dava nada. 17 Então, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui morro de fome! 18 Levantar-me-ei, e irei ter com o meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; 19 já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus trabalhadores. 20 E, levantando-se, foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou. 21 E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho. 22 O pai, porém, disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés; 23 trazei também e matai o novilho cevado. Comamos e regozijemo-nos, 24 porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado. E começaram a regozijar-se. [1]
INTRODUÇÃO
· Em 22 versos a palavra pai ocorre 13 vezes;
· Nesses versos a figura do pai que é apresentada é de uma nobreza que alcança até mesmo o filho rebelde;
· Iremos dividir essa reflexão em quatro partes – o choque de realidade do filho; pai, a única esperança; o reencontro e restituição e a alegria da salvação.
DESENVOLVIMENTO
1. ⁠Choque de realidade ou infeliz conscientemente (VERSOS 14-17):
· O filho mais novo não se privou de nada, experimentou tudo o que seus olhos desejaram;
· A consequência foi solidão, fome e por fim um chiqueiro com os porcos;
· É uma olhada sensual e depois impureza total;
· É um trago em um cigarro e depois uma carteira inteira, é uma dose e depois uma garrafa, é uma festa na noite e depois uma alma vazia;[2]
· Ele descobriu na prática que, “o pecado é uma fraude: promete vida e paga com a morte; promete liberdade e escraviza; promete felicidade e deixa um imenso vazio na alma. O diabo é um estelionatário. Ele promete a você uma vida cheia de encantos e joga você no chiqueiro”.[3]
2. Pai, a esperança (VERSOS 18-20a):
· No fundo do poço o “jovem cai em si”;
· Ele estava anestesiado, sem bom senso, o pecado tinha desvirtuado seus pensamentos;
· Mas, agora ele coloca um ponto final e lembra do seu pai;
· Ele não fala mais em herança, em regras, ele só quer a companhia do Pai, ainda que fosse apenas para ser servo lá;
· Hernandes Dias Lopes diz que:
Há muitas pessoas que apenas decidem, mas não agem. Desejam, mas não se levantam. Você não é o que você sente, mas o que você faz. Agora é tempo de se levantar. É tempo de sair da sua terra distante e correr para os braços do Pai. Muitas pessoas fracassam porque pensam: Um dia vou mudar minha vida. Um dia vou sair desse buraco. Um dia eu vou deixar o vício. Levante-se! Aja![4]
· Que maravilhoso e estranho: ao invés de o filho abraçar o pai, é o pai quem o abraça. O filho não esperava por uma recepção tão extraordinária.[5]
· A recepção do pai foi grandiosa e sublime demais para ele.[6]
· O pai é aquele que antes de falar qualquer palavra, ele age, 4 ações:
o Ele se compadece – o coração doeu pelo filho;
o Ele corre – embora não fosse digno para uma pessoa de idade correr, ele correu, mas valia o filho do que o costume de sua época;
o Ele o abraça – a ideia aqui é lançar-se ao pescoço;
o Ele beija – repetidamente, ternamente e ardentemente.
3. ⁠Reencontro e restituição (VERSOS 20b-23a):
· Por mais que a intenção do filho fosse dizer que queria ser um empregado, o pai não deu chance;
· Por mais que a intenção do filho fosse pedir perdão, no silencio o pai transmitia perdão;
· O reencontro em silencio comunicava que o relacionamento entre pai e filho estava restabelecido;
· Quando o pai quebra o silencio o faz para restituir a condição do filho, tragam roupa, anel e sandálias. A melhor roupa como diz o texto bíblico, condição de alguém importante, símbolo de alto nível social; anel, provavelmente com selo, indicando autoridade e sandálias só homens livres usavam. Na casa do Pai o jovem é reconhecido como alguém importante e livre.
· O jovem recebe então, perdão, posição e liberdade.
4. Alegria consciente da salvação (VERSOS 23b-24):
· Morris diz, com razão, que “na festa em que começaram a regozijar-se o filho mais jovem achou algo do prazer sólido que procurara em vão no país distante”.[7](Morris, Leon L. Lucas: introdução e comentário, p. 229.[8])
· Quer ser feliz? Não é saindo da casa do pai, pelo contrário, é aqui que temos a felicidade verdadeira;
Deus tem pressa em nos perdoar. Ele se deleita na misericórdia. O filho encontrou os braços do pai abertos, a casa do pai preparada, e uma festa na terra e no céu começou a acontecer por causa da sua volta. Não importa quão longe você tenha ido. Haverá uma festa na sua volta. É tempo de voltar para a casa do pai![9]
· A razão para a alegria é “A circunstância de que o filho estava morto e perdido, mas tornou a viver e foi reencontrado, preenche todo o pensar, sentir e querer do pai”.[10]
· Sendo ainda mais claro a festa acontece porque o filho longe da casa do pai estava na condição de morto e perdido, já na casa do pai essa condição muda para vivo e achado;
· É muito claro, longe do pai é morte e perdição com o pai é vida e salvação. Uma coisa a dizer a você pai. Deus usou a figura de um pai para ilustrar a salvação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
1. Lembre, começa com um olhar ou envolvimento discreto depois te escraviza, o pecado é uma fraude e o diabo é um impostor;
2. A única esperança é voltar para o pai;
3. A reencontro com Deus, as vezes é silencioso, mas oferece perdão, posição e liberdade;
4. O morto e perdido encontra sentido na vida quando volta ao pai.
APELO
Talvez, hoje você esteja vivendo um choque de realidade, se afastou do pai e como consequência veio a solidão e o sofrimento.
Nessa noite precisamos reforçar alguns pontos, o pecado é uma fraude, o diabo é um estelionatário.
Aliás, ele é um excelente vendedor de miragem, é um encantador, vende fantasias, mas o que ele entrega mesmo é vida vazias, sofrimento, sujeira, escravidão e por fim, a morte.
Em contrapartida, temos o pai que restitui, que veste, coloca um anel no dedo, dar sandálias. Nessa história temos um pai esperando um filho voltar!!!
Lembre, de um lado morte e perdição, do outro, vida e libertação. Hoje o grande Pai espera os seus filhos, não quer você voltar para ele?
Ser pai é abnegação, renúncia, ser pai é amor, ser pai é esperar, ser pai é um dom, ser pai é aprender, ser pai é ensinar, ser pai é sorrir, ser pai é chorar, ser pai é coragem, quando olho para a parábola entendo que ser pai é missão, e essa só termina com a certeza da salvação.
[1] Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Lc 15.14–24. [2]Hernandes Dias Lopes, Lucas: Jesus, o Homem Perfeito, ed. Juan Carlos Martinez, 1‍a edição., Comentários Expositivos Hagnos (São Paulo: Hagnos, 2017), 464. [3]Hernandes Dias Lopes, Lucas: Jesus, o Homem Perfeito, ed. Juan Carlos Martinez, 1‍a edição., Comentários Expositivos Hagnos (São Paulo: Hagnos, 2017), 464. [4]Hernandes Dias Lopes, Lucas: Jesus, o Homem Perfeito, ed. Juan Carlos Martinez, 1‍a edição., Comentários Expositivos Hagnos (São Paulo: Hagnos, 2017), 465. [5] Fritz Rienecker, Comentário Esperança, Evangelho de Lucas (Curitiba: Editora Evangélica Esperança, 2005), 325. [6] Fritz Rienecker, Comentário Esperança, Evangelho de Lucas (Curitiba: Editora Evangélica Esperança, 2005), 325. [7]Hernandes Dias Lopes, Lucas: Jesus, o Homem Perfeito, ed. Juan Carlos Martinez, 1‍a edição., Comentários Expositivos Hagnos (São Paulo: Hagnos, 2017), 465–466. [8]Hernandes Dias Lopes, Lucas: Jesus, o Homem Perfeito, ed. Juan Carlos Martinez, 1‍a edição., Comentários Expositivos Hagnos (São Paulo: Hagnos, 2017). [9]Hernandes Dias Lopes, Lucas: Jesus, o Homem Perfeito, ed. Juan Carlos Martinez, 1‍a edição., Comentários Expositivos Hagnos (São Paulo: Hagnos, 2017), 466. [10] Fritz Rienecker, Comentário Esperança, Evangelho de Lucas (Curitiba: Editora Evangélica Esperança, 2005), 326.
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