1Pedro 2.11-12
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Texto: 1Pedro 2.11-12 — Título: COMPORTE-SE ENQUANTO ESTIVER FORA
Texto: 1Pedro 2.11-12 — Título: COMPORTE-SE ENQUANTO ESTIVER FORA
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Introdução
Quem nunca, ao sair de casa ouviu dos pais: “Comporte-se enquanto estiver fora”.
Você pode ter saído de casa por vários motivos: passeio com amigos, ficar temporada com primos na casa dos tios etc., bom, os pais sempre se preocupam com isso. Com razão, pois alguns filhos são desobedientes em casa, imagina fora, não é mesmo?
Muitos, se não todos, já passaram por isso. Tudo bem, mesmo que não seja numa viagem, ou talvez passar uma noite fora de casa hospedado com algum familiar, você pode ter escutado essa frase, pelo simples fato de pedir para brincar com seus vizinhos.
Quando você pergunta: “Pai, posso jogar futebol com meus amigos, na calçada? Ou, Papai, posso brincar de boneca com as minhas amigas?”. Bem, não quero considerar a relutância de alguns pais em cederem a estes pedidos. Quero aqui, considerar uma das preocupações que os mesmo tem.
A influência que outros podem ter sobre você. Se você é adulto, ou ainda jovem ou criança. Seus pais se preocupam com sua segurança, tanto quanto com a influência que outros podem ter sobre você.
Bom, do mesmo modo, paternal e pastoral, Pedro fala nestes dois versículos à igreja que se encontrava dispersa. Rodeados de gentios. Irmãos que eram cercados por pessoas, circunstâncias etc., que potencialmente os influenciariam.
Por isso, o sermão de hoje tem como TÍTULO:
COMPORTE-SE ENQUANTO ESTIVER FORA
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OBSERVAÇÕES DO TEXTO
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Sobre este tema apresentado no texto, Pedro nos comunica lições, dentre estas, a primeira é a seguinte:
1ª VOCÊ NÃO ESTÁ EM CASA:
O apóstolo dirige palavras de exortação àqueles que são peregrinos e forasteiros.
Bem, a palavra exortação as vezes é mal compreendida por alguns interpretes. Pois pode ser confundida com admoestação, esta que significa: “fique alerta diante disto, pois é perigoso”. É como um pai chamando a atenção de um filho para o perigo iminente.
Já exortação envolve o ato de animar, encorajar, incentivar uma resposta ou ação. Deste modo então o apóstolo encontra-se diante de um grupo de irmãos que necessitada de palavras nesta direção. Precisavam de coragem para assumir sua posição e ficarem firmes.
Por isso ele diz: exorto vocês “como peregrinos e forasteiros”. O vocábulo peregrino evoca a ideia de pessoas que “moram num lugar que não é seu lar”. Por isso são também forasteiros. Possuem um lugar de origem, mas são peregrinos por não estarem em casa.
Este vocábulo é o mesmo utilizado em Hebreus 11.13, que diz:
Todos estes morreram na fé, sem ter obtido as promessas; vendo-as, porém, de longe, e saudando-as, e confessando que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra.
Estes são irmãos citados no hall intitulado “Galeria dos Heróis da Fé”. O que se diz sobre estes peregrinos e forasteiros? O seguinte:
14 Porque os que falam desse modo manifestam estar procurando uma pátria. 15 E, se, na verdade, se lembrassem daquela de onde saíram, teriam oportunidade de voltar. 16 Mas, agora, aspiram a uma pátria superior, isto é, celestial. Por isso, Deus não se envergonha deles, de ser chamado o seu Deus, porquanto lhes preparou uma cidade.
Hebreus 11.14-16
Estes irmãos sabiam que não estavam em casa. O que tomava os seus corações? R: Aspirarem por uma pátria superior! Destes o Senhor Deus não se envergonhou, eles davam testemunho de Javé ser o seu Deus e o Eterno lhes preparou uma cidade.
O coração dos que sabem não estar em casa, bate pela eternidade. Por isso, Pedro nos comunica a segunda lição:
2ª NÃO SE SINTA À VONTADE NESTE LUGAR:
Aqui o apóstolo chama a atenção destes irmãos para um problema, como comenta R. C. Sproul: “Um grande problema da igreja de hoje é que, mesmo depois de as pessoas se converterem a Cristo, elas continuam a se comportar da maneira que a cultura em que vivem aceita e espera”.
Por exemplo, de forma prática, esse problema se apresenta quando: você está no trabalho e vê alguém fazendo caixa dois e diz para si mesmo: “eu que não vou repreendê-lo, pois pode trazer problemas para mim, ela que prestará contas”. Daí você nem sequer lembra que isto é quebrar o oitavo mandamento (Não furtarás).
Temos outro exemplo: quando o seu colega de trabalho é casado há décadas, tem filhos e ainda cultiva uma vida de promiscuidade, consumindo e divulgando pornografia, e você, para não parecer o chato, prefere simplesmente ignorar e quando ele fala sobre esse assunto, você sai para beber água ou algo do tipo.
Ou até quando acontecem situações como da abertura das Olimpíadas e você escuta de "pastores” por aí que isso é fruto da laicidade, e todos tem direito a livre expressão. Livre expressão? Bom, livre expressão é uma coisa. Livre blasfêmia é totalmente o oposto.
Você não deve se sentir à vontade neste lugar, fora de casa. Mesmo que você pense: Sim, uma coisa sou eu ser fiel ao Senhor, outra coisa são os homens que estão no mundo. Com eles não devo me ocupar nesse sentido. Aí que você se engana.
Lembre-se, Pedro comunica aos irmãos que “as paixões carnais fazem guerra contra a alma”, e Paulo diz em Gálatas 5.17:
Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer.
De fato seguir a Cristo é uma maravilha. Trocar o fardo pesado que sobrecarrega nossas costas, com o suave e leve do Nosso Senhor, é reconfortante. Mas a cruz que deve ser carregada pelos discípulos, produzirá calos em nossas mãos, e as farpas ferirão os nossos ombros. Não espere uma vida sem conflitos, inclusive em momentos que exigem sua fidelidade ao Senhor, em meio a infidelidade dos demais.
Partindo deste ponto, Pedro nos comunica uma terceira lição:
3ª MANTENHA UM BOM TESTEMUNHO:
Não para fazer propaganda de si mesmo, mas para apontar para o Senhor Deus, aqu’Ele à quem você pertence.
Perceba que é provável, mais para sim do que para não, que os gentios, aqui como sinônimo para não convertidos, tanto fora como dentro da igreja visível, falarão contra vós, comparado-os até mesmo a malfeitores. Como fizeram com Nosso Senhor.
Em outras palavras: os ímpios, os incrédulos, o joio, não pegará leve com você. Mas a despeito do que você pensa sobre isso, mantenham um bom testemunho. Pois isso visa a glória de Deus, apontando para o propósito separado que você viver, antes mesmo da história existir.
Destas boas obras, Paulo fala em Ef 2.10, quando diz:
Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas.
O Senhor preparou estas obras para os eleitos andarem nelas, antes mesmos de nascerem, e até mesmo os réprobos existirem. Portanto, não há escolha para os que são Servos do Senhor: estes precisam ser fiéis, a despeito do que os outros fazem. Sobre isso certo comentarista diz:
Não importa como os outros se comportam; o que importa é como nós, como cristãos, nos comportamos. Não podemos controlar o que os outros fazem, mas podemos controlar o que nós mesmos fazemos, e Deus nos responsabiliza por isso.
R. C. Sproul
Manter um bom testemunho é desafiador, principalmente quando somos colocados sob pressão. Alguns podem se perguntar: “Quando devo manter um bom testemunho? Ou, até quando fazê-lo? Porventura terei descanso aqui, enquanto não estou em casa?”
Esses questionamentos nos levam à quarta e última lição:
4ª OCUPE-SE EM GLORIFICAR A DEUS:
Nesta última proposição do versículo 12, há um certo debate quanto ao “glorificarem a Deus no dia da visitação”. O debate gira em torno de: quem glorificará a Deus, e que dia da visitação é este.
É muito provável que o texto aponte que aqueles que glorificarão serão os gentios, outrora ímpios, dentro ou fora da igreja visível, que falam/falaram mal dos crentes, tratando-os até mesmo como bandidos. A maioria dos comentaristas compreende o texto desta forma. Pois há lógica nessa interpretação.
E o dia da visitação tem aplicação ampla, como diz o reformador João Calvino. Tanto no presente momento, na vida destes que rodeiam os fiéis ao Senhor, como no último dia, quando Nosso Senhor Jesus Cristo visitará todos. O dia que precede a eternidade.
Compreendendo deste modo, Pedro fala aos crentes que por ventura estejam sendo perseguidos, pressionados etc., que mantenham-se fieis, ocupados em glorificar a Deus, como Nosso Senhor diz em Mateus 5.16:
Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.
Deste modo, enquanto estamos ocupados em glorificarmos ao Senhor, Ele está trabalhando na vida dos seus eleitos entre estes que perseguem os crentes. Sobre isso, Calvino afirma:
Deus emprega a vida santa e honesta de seu povo, como uma preparação para reconduzir os extraviados ao caminho certo.
Claro que alguém pode interpretar da seguinte forma: “Então, eu apenas preciso viver e não pregar o evangelho”. Bem, esta pessoa está totalmente equivocada. Sua vida de piedade em nada substitui a pregação do Evangelho. Do mesmo modo que, sua pregação do Evangelho não dá carta branca para que você viva de forma despreocupada/pecaminosa, seja de forma pública ou privada.
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CONCLUSÃO:
Por isso amados filhos de Deus, peregrinos e forasteiros. Comportem-se enquanto estiverem fora. Fora do tempo preparado eternamente para os eleitos. Comporte-se no presente. Lembre-se você não está em casa, por isso, não sinta-se à vontade neste lugar.
Do mesmo modo, mantenha um bom testemunho e ocupe-se com a glória de Deus. Torne o glorificar a Deus a sua vocação acima das demais.
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O seu comportamento, aqui e lá fora, tem sido como de um cidadão dos céus? O seu coração bate pelo lar celestial?
Você se sente à vontade com a influencia do pecado na sociedade? Ou, na sua vida privada? Como você se sente quando peca contra o Senhor?
Você tem mantido um bom testemunho, tanto publico como privado? Entre os gentios e os irmãos? Tem se ocupado com a glória de Deus, tanto entre os colegas de trabalho, ou familiares que não são convertidos?