Ordinariamente Cristão
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Handout
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Introdução
Atos 8.1-3 Naquele dia, levantou-se grande perseguição contra a igreja em Jerusalém; e todos, exceto os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judeia e Samaria.
2 Alguns homens piedosos sepultaram Estêvão e fizeram grande pranto sobre ele.
3 Saulo, porém, assolava a igreja, entrando pelas casas; e, arrastando homens e mulheres, encerrava-os no cárcere.
O sagrado como mistério tremendo e fascinante
O teólogo e estudioso das religiões comparadas, chamado Rudolf Otto, elaborou uma interessante teoria para explicar como ocorre o entendimento do sagrado nas mais diversas religiões. O sagrado, para ele, embora possa ser parcialmente compreendido pela racionalidade, na verdade envolve noções que vão além da capacidade intelectual, entrando na esfera do sentimento, como um estado psíquico intenso de devoção e arrebatamento.
Por isso, ele afirmou que o sentido do sagrado é o “irracional”. Ele não está dizendo que é algo incoerente ou estúpido (como a irracionalidade é compreendida popularmente);
Sua tese é que Quando o religioso se depara com o sagrado, tem uma reação existencial: ele se vê como criatura, sentindo-se um nada diante daquele que é tudo, absoluto e inacessível. Rudolf Otto, então, definiu o sentimento do sagrado como a resposta àquilo que se mostra um "Mysterium tremendum et fascinans"
Mircea Eliade, por sua vez, desenvolve a noção do “sagrado” a partir do contraste com o “profano”.
“O sagrado manifesta-se sempre como uma realidade inteiramente diferente das realidades “naturais.”
Nós temos exemplos bíblicos disso: Lembre de Jacó, que teve uma percepção muito clara a respeito do sagrado quando sonhou e viu uma escada pela qual anjos subiam e desciam, ligando céu e terra (Gênesis 28:12-19). E o que ele fez diante disso? Consagrou o lugar; chamou de Betel, que significa “Casa de Deus”.
No evangelho é diferente
Mas eu gostaria de lembrá-los que temos uma ótica diferente a partir do evangelho. Até porque, antes de tudo, é importante entender que o evangelho não é uma religião (1), e depois entender que ele deve moldar nossas ações, desde uma louça lavada à um sermão pregado no domingo.
O evangelho não é uma religião (1)
Ele é o quê então?
É uma notícia que anuncia que fomos resgatados ou salvos. É fundamental definir os termos, porque constantemente confundimos o evangelho com os resultados do evangelho - invertendo a ordem dos fatos e transformando o evangelho em religião.
Por exemplo: muita gente acha que ter sido batizado na igreja e vim regularmente aos cultos é uma prova irrefutável do seu compromisso com Deus - não importa muito suas relações trabalhistas com empresário que sonega impostos ou um funcionário que faz corpo mole, não importa muito a participação em conversas indecentes no trabalho ou na faculdade, nem mesmo importa a maneira como trata a esposa ou marido e os filhos: “o que importa”, eles pensam, “é que domingo eu estarei na EBD e no culto, louvando a Deus e ouvindo a pregação.”
Isso é típico de uma pessoa religiosa. A mente trabalha em compartimentos; existe a gaveta da família, a gaveta do trabalho, a gaveta dos amigos, a caveta individual e a gaveta da religião; Em resumo, existe um dualismo entre o profano - ou comum - e o sagrado.
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“O evangelho não diz respeito ao que fazemos, mesmo assim, ele resulta em um modo de vida totalmente novo.” O nosso ser interior foi mudado; foi-nos dado um novo coração - de tal modo que não são apenas as nossas atitudes que mudam, mas as nossas motivações:
Eu perdoo não por mera obrigação, mas porque eu fui perdoado por Cristo;
eu amo não por mera obrigação, mas porque eu fui amado por Deus em Cristo;
Eu trabalho com descẽncia e compromisso não por medo de ser demitido, mas porque o trabalho deve ser realizado como se fosse para o Senhor,
eu trato bem meus funcionários porque lembro que eu tenho um Senhor no céu também; entende?
As Motivações são transformadas.
O evangelho deve moldar nossas ações 2
Acts 11:19–20 (ARA)
Então, os que foram dispersos por causa da tribulação que sobreveio a Estêvão se espalharam até à Fenícia, Chipre e Antioquia, não anunciando a ninguém a palavra, senão somente aos judeus. Alguns deles, porém, que eram de Chipre e de Cirene e que foram até Antioquia, falavam também aos gregos, anunciando-lhes o evangelho do Senhor Jesus.
“Como Cristãos, acordamos a cada manhã como batizados. Somos unidos a Cristo e a aprovação do pai é declarada sobre nós. Somos marcados desde o nosso primeiro momento da manhã por uma identidade que nos foi dada pela graça: uma identidade que é mais profunda e mais real do que qualquer outra identidade que vestiremos no decorrer do dia.” Tish Warrem
E sabe porque Deus se importa com sua rotina ? Porque a maior parte da nossa vida é formada por rotinas e repetições: Acordar, escovar os dentes, tomar café, sair para trabalhar, fazer o mesmo percurso, almoçar no mesmo horário, voltar para casa etc.
Portanto não se esqueça que o grande Senhor dos exércitos é também o Senhor da sua rotina.
E são essas rotinas que formam o nossa caráter e personalidade. A falta dessa concepção do senhorio de Cristo no todo da nossa vida nos faz cristãos defeituosos.
Pense em como nós, cristãos, somos verdadeiros leões na hora de defender nossa fé nas redes sociais; gritamos como é absurdo a proibição de se pregar o evangelho publicamente lá na França, mas muitas das vezes não falamos do evangelho com os descrentes na nossa rotina;
Levantamos nossas espadas contra a legalização do aborto - e devemos lutar contra isso mesmo -, orientamos as pessoas a doarem seus filhos, caso não queiram criá-los; todavia, os orfanatos permanecem cheios; adoção é algo que achamos bonito de longe, mas poucos querem envolver “estranhos” nas suas rotinas.
Não desperdice a sua rotina; seja Ordinariamente um Cristão; demonstre confiança nas coisas extraordinárias como uma salvação imporvável, uma cura improvável, mas também demonstre sua confiança em Deus na sua vida ordinária, quando você perde uma chave, se atrasa para um compromisso, quando sua voz falha, quando a corda do violão tora, quando a coluna dói, quando o grau dos óculos aumenta.
Deus considera importante cada momento desse.
Maridos, vós, igualmente, vivei a vida comum do lar, com discernimento; e, tendo consideração para com a vossa mulher como parte mais frágil, tratai-a com dignidade, porque sois, juntamente, herdeiros da mesma graça de vida, para que não se interrompam as vossas orações.
Lembre-se de uma coisa: Os anos ordinários de Cristo são parte da história da redenção. A cruz e a ressureição são a consumação de uma vida vivida Ordinariamente por Jesus, em família, ajudando seu pai no trabalho, ficando doente, passando pelo processo de arrancar dentes e esperar nascer outro no lugar.
Essa vida simples de Jesus também foi imputada a nós pela fé. Stênio Marcius canta uma das mais belas canções que já ouvi: ALguém como eu.
Entra Mestre,descansa um pouco
Estás cansado,estás sedento e rouco
Dorme Mestre, a casa é Tua
Já fechei porta e janela pra rua
Conclusão
Deus nos chama para uma adoração integral. Uma vida ordinária, mas diante de Deus, é uma preparação para o culto domingo; nossa rotina faz parte do culto que prestamos a Deus, não é algo deslocado dele.
Somos desafiados hoje a pensar no evangelho em todos os aspectos da nossa vida. De tal modo que que todas as suas preferências, desejos e atitudes passe pelo crivo do evangelho e seja abandonado, se necessário.