Como lidar com a Soberania de Deus?

Introdução:

Quanto de vocês já assistiram o filme o Todo Poderoso?

O Filme conta a história do jornalista Bruce Nolan, que cansado e frustrado com a vida começa a questionar Deus e as decisões de Deus.

Em um momento de Raiva ele então desafia Deus, dizendo que se estivesse no lugar de Deus faria tudo melhor.

Deus atende seu pedido e lhe concede o poder de Deus por um dia.

Isso se torna caótico, Bruce começa a entender as complexidades da criação e a soberania de Deus sobre todas as coisas.

É claro que esse filme é uma comédia, com situações absurdas, mas nos faz refletir qual tem sido nossa postura frente as decisões de Deus, para nossa vida e para a humanidade.

O Ser Humano está cada vez mais Egocêntrico e Soberbo, olhando para Deus e ousando questionar as decisões de Deus, como se Deus tivesse que a partir de agora explicar suas ações para nós, por nós sabemos o que é o melhor.

Não sei quanto a vocês, mas eu me incluo nisso, quantas vezes eu já não questionei Deus, do por que isso está acontecendo comigo, ou o contrário, por que isso não aconteceu comigo.

Transição:

O texto que veremos hoje fala justamente sobre isso, o momento em que Paulo lida com esses questionamentos sobre as decisões de Deus.

Vamos ler nosso texto de hoje

Romanos 9.19–33 BEARA

19 Tu, porém, me dirás: De que se queixa ele ainda? Pois quem jamais resistiu à sua vontade? 20 Quem és tu, ó homem, para discutires com Deus?! Porventura, pode o objeto perguntar a quem o fez: Por que me fizeste assim? 21 Ou não tem o oleiro direito sobre a massa, para do mesmo barro fazer um vaso para honra e outro, para desonra? 22 Que diremos, pois, se Deus, querendo mostrar a sua ira e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita longanimidade os vasos de ira, preparados para a perdição, 23 a fim de que também desse a conhecer as riquezas da sua glória em vasos de misericórdia, que para glória preparou de antemão, 24 os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios? 25 Assim como também diz em Oséias: Chamarei povo meu ao que não era meu povo; e amada, à que não era amada; 26 e no lugar em que se lhes disse: Vós não sois meu povo, ali mesmo serão chamados filhos do Deus vivo. 27 Mas, relativamente a Israel, dele clama Isaías: Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente é que será salvo. 28 Porque o Senhor cumprirá a sua palavra sobre a terra, cabalmente e em breve; 29 como Isaías já disse: Se o Senhor dos Exércitos não nos tivesse deixado descendência, ter-nos-íamos tornado como Sodoma e semelhantes a Gomorra. 30 Que diremos, pois? Que os gentios, que não buscavam a justificação, vieram a alcançá-la, todavia, a que decorre da fé; 31 e Israel, que buscava a lei de justiça, não chegou a atingir essa lei. 32 Por quê? Porque não decorreu da fé, e sim como que das obras. Tropeçaram na pedra de tropeço, 33 como está escrito: Eis que ponho em Sião uma pedra de tropeço e rocha de escândalo, e aquele que nela crê não será confundido.

Contexto:

Paulo está escrevendo uma carta aos Romanos, mas nos capítulos 9-11 eles faz um adendo especial dentro dessa carta aos Judeus, mostrando tanto a eleição como o juízo, a forma como Deus escolheu alguns e ao mesmo tempo condenou outros.

Paulo termina o primeiro trecho do capitulo 9 de forma bem incisiva:

18: Ele tem misericórdia de quem quer e também endurece a quem lhe apraz.

Assim terminamos o estudo da semana passada.

Paulo está até aqui mostrando a forma como Deus está agindo frente ao mundo caído, salvando alguns e condenando outros, mas como as pessoas reagem frente a essa informação?

Esboço:

1- O Homem Culpa a Deus

Romanos 9.19 BEARA

19 Tu, porém, me dirás: De que se queixa ele ainda? Pois quem jamais resistiu à sua vontade?

Uma tradução mais literal ficaria assim: Então você pergunta: “Como pode Deus nos culpar por qualquer coisa se ele está no controle de tudo? Se as grandes decisões já foram tomadas, que temos nós com isso?” (Eugene Peterson, Biblia - A Mensagem, [s.d.]).

9:19 A insistência de Paulo no direito de Deus de fazer conforme lhe apraz leva alguns a objetar: se é assim, ele não deve culpar ninguém, uma vez que ninguém jamais resistiu a sua vontade. Quem levanta essa objeção considera o ser humano um pião impotente no tabuleiro de xadrez de Deus. Ninguém pode fazer ou dizer nada para mudar seu destino. (Comentário Popular).

O Homem muitas vezes tem a ousadia de culpar Deus

Romanos 9 é difícil de entender ou ensinar

Nós temos a tendencia a acreditar que temos domínio sobre algo.

É um texto que mexe com nosso orgulho, mexe com nosso ser, mexe com nosso senso de justiça própria.

Temos a necessidade de estar no controle de tudo e de recebermos o mérito por todas as nossas conquistas.

Isso revela:

Orgulho (eu tenho o mérito por minha própria salvação)

Soberba (eu posso decidir os caminhos que quero segui sozinho)

Altivez (Deus me oferece algo e eu decido se quero ou não)

E justamente esses sentimentos são aqueles que na realidade nos tornam indigno de qualquer salvação.

Foi exatamente isso que aconteceu no Éden – Adão quis se tornar conhecedor como Deus de todas a coisas, quis tomar as rédeas sobre seu próprio destino.

Nosso pecado nos faz achar que somos merecedores de algo, mas a Palavra de Deus diz justamente o oposto. Textos como:

“Não há justo, não há um sequer, não há ninguém que entenda, não há ninguém que busque a Deus” (Rm 3.10-11);

“Todos pecaram e destituídos estão da Glória de Deus” (Rm 3.26);

“Estávamos mortos em nossos delitos e pecados” (Ef 2.1),

nos mostram que na realidade nenhum de nós merecia absolutamente nada.

Então, QUEM SOMOS NÓS PARA CULPAR AQUELE QUE NOS DEU O QUE NÃO MERECÍAMOS?

2- O Homem questiona a Deus

Romanos 9.20–21 BEARA

20 Quem és tu, ó homem, para discutires com Deus?! Porventura, pode o objeto perguntar a quem o fez: Por que me fizeste assim? 21 Ou não tem o oleiro direito sobre a massa, para do mesmo barro fazer um vaso para honra e outro, para desonra?

Temos a triste mania de tentar entender todas as coisas.

Eu mesmo quando criança adorava desmontar meus brinquedos para saber como funcionavam

Quando olhamos para Deus tentamos muitas vezes aplicar os mesmos princípios.

Muitas vezes perguntando para Deus – Por que o Senhor não salvou esse ou aquele? Qual o Seu plano com isso? Por que isso me parece absurdo.

Jogamos a culpa da perdição de muitos em Deus, nos esquecendo de que é o pecado que causou tudo isso.

No fundo é mais fácil culpar alguém.

Muitas vezes queremos “forçar” Deus a nos dar respostas de Suas ações, como um patrão exigindo de seu empregado que se justifique por seus atos.

QUEM ÉS TU HOMEM PARA FAZER ISSO?

Como Paulo mesmo explicou somos simples barro não mão de um oleiro, o mesmo oleiro pode usar o mesmo lote de barro para fazer lindos vasos de flores como também vasos sanitários.

Devemos aprender algo que há tempos me foi ensinado por minha mãe: Não devemos perguntar a Deus POR QUE e sim PARA QUE.

Sinto muito, mas tem doutrinas que não foram feitas para serem entendidas e sim aceitadas.

3- O Homem deve confiar na Soberania de Deus

Romanos 9.22–23 BEARA

22 Que diremos, pois, se Deus, querendo mostrar a sua ira e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita longanimidade os vasos de ira, preparados para a perdição, 23 a fim de que também desse a conhecer as riquezas da sua glória em vasos de misericórdia, que para glória preparou de antemão,

Distinção entre Soberania e Arbitrariedade.

• Arbitrariedade: a vontade do agente controla a ação, sem que tenha em vista um propósito sábio ou bom a ser realizado.

• Soberania: Quando Deus age, Ele o faz de acordo com o Seu beneplácito que sempre é bom e dirigido a um fim bom (Ef 1.5).

Há mistérios na natureza divina que são demasiadamente profundos para podermos sondar (cf. Rm 11.33-36). Romanos 11.33 “33 Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos!”

Nossa tendência é exigir de Deus que Ele nos dê a razão que regula todos os Seus atos.

A doutrina da eleição deve gerar humildade em nós!

A graça vai além da mera justiça – distribuição de benção a quem não merece. Ninguém merece!

Devemos confiar que Deus está no controle, suas decisões não são maldosas ou arbitrárias.

4- O homem deve descansar em Deus

O Homem pode descansar na soberania de Deus, Ele nos escolheu para salvação, descansamos pois sabemos que Ele está no controle de tudo, descansamos por que confiamos em sua bondade.

A prova disso é a salvação de todos os povos, tanto Gentios como Judeus:

Salvação aos Gentios

Romanos 9.24–26 BEARA

24 os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios? 25 Assim como também diz em Oséias: Chamarei povo meu ao que não era meu povo; e amada, à que não era amada; 26 e no lugar em que se lhes disse: Vós não sois meu povo, ali mesmo serão chamados filhos do Deus vivo.

Essa salvação por meio da Graça atingiu a todos os povos, nós os gentios fomos também agraciados com o dom da salvação através da decisão de Deus.

Deus aqui mais uma vez demonstra sua GRAÇA, a salvação é imerecida

Rm 9-11 está se referindo a Judeus, mas Paulo demonstra a Graça estendida a todos os povos.

Mesmo nós que éramos inimigos de Deus, novamente Paulo está mostrando a bondade de Deus presente na Salvação.

Salvação dos Judeus

Romanos 9.27–29 BEARA

27 Mas, relativamente a Israel, dele clama Isaías: Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente é que será salvo. 28 Porque o Senhor cumprirá a sua palavra sobre a terra, cabalmente e em breve; 29 como Isaías já disse: Se o Senhor dos Exércitos não nos tivesse deixado descendência, ter-nos-íamos tornado como Sodoma e semelhantes a Gomorra.

Para provar ao seu povo que Deus não é injusto ou arbitrário, Paulo inclusive demonstra que mesmo entre os Judeus há vasos de honra e vasos de desonra.

Mesmo dentre o povo escolhido de Deus (Judeus) somente um remanescente é que será salvo.

Não os nascidos de Abraão, mas sim o novo nascimento.

Ser Judeu não lhe garante a salvação, assim como ser gentio não lhe garante a condenação.

5- O Homem deve ter fé em Deus

Romanos 9.30–33 BEARA

30 Que diremos, pois? Que os gentios, que não buscavam a justificação, vieram a alcançá-la, todavia, a que decorre da fé; 31 e Israel, que buscava a lei de justiça, não chegou a atingir essa lei. 32 Por quê? Porque não decorreu da fé, e sim como que das obras. Tropeçaram na pedra de tropeço, 33 como está escrito: Eis que ponho em Sião uma pedra de tropeço e rocha de escândalo, e aquele que nela crê não será confundido.

A Salvação pela fé volta a ser o tema principal

O Justo viverá pela fé é o tema principal do livro e volta a aparecer por aqui, a salvação e a nova vida em Cristo é pode ser alcançada de uma forma, pela fé.

Não vem por sangue, herança ou mérito, a salvação é somente pela fé em Cristo, e você, já tem certeza de sua salvação?