A cruz de Cristo, a maior expressão de amor (2)
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Referência: Isaías 53.1-12
INTRODUÇÃO
1. A cruz de Cristo é a mais eloquente expressão do amor de Deus por você
• Deus ama você. Ele não escreveu essa verdade em letras de fogo nas nuvens, mas revelou esse amor na cruz do seu Filho. Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.
• Você é tão especial para Deus, que ele amou você de tal maneira que deu tudo, deu a si mesmo, deu o seu único Filho.
2. A cruz de Cristo não foi um acidente, mas um apontamento de Deus desde a eternidade
• Cristo veio para morrer. Ele foi morto desde a fundação do mundo. Ele nasceu para ser o nosso substituto, representante e fiador. A cruz sempre esteve encrustrada no coração de Deus, sempre esteve diante dos olhos de Cristo. Ele jamais recuou da cruz. Ele marchou para ela como um rei caminha para a coroação.
• O amor de Deus por você é eterno. A causa do amor de Deus está nele mesmo. Ele não desiste de você.
3. A cruz de Cristo foi o seu gesto mais profundo de sacrifício
• Ele deixou a glória, o trono, esvaziou-se, tornou-se homem, servo, foi perseguido, preso, açoitado, cuspido, pregado na cruz. Sendo Deus se fez homem; sendo senhor, se fez servo; sendo santo, se fez pecado; sendo bendito se fez maldição; sendo o autor da vida, deu a sua vida.
Paulo escreve que Deus escolheu a loucura da pregação como um método para salvar o mundo (1Co 1.20).
I. QUEM LEVOU JESUS À CRUZ?
1. A morte de Cristo não foi determinada por fatores circunstanciais
• Cristo não foi morto porque os sacerdotes o prenderam, porque o sinédrio o sentenciou, porque Pilatos o entregou, porque os judeus o acusaram, porque Judas o traiu, porque Pedro o negou, porque os soldados o pregaram na cruz.
• Quem levou Jesus à cruz, então?
a) Os nossos pecados levaram Jesus à cruz (1 Pe 2:24)
• V. 5 – “ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades”.
• V. 8b – “por causa da transgressão do meu povo, foi ele ferido”.
• V. 12 – “levou sobre si o pecado de muitos”.
• V. 4 – “Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si”. (Mateus 8. 14-17)
• O que matou Jesus não foram os açoites, nem os soldados, nem o suplício da cruz, fomos nós, os nossos pecados. Ele morreu pelos nossos pecados. Ele foi moído pelos nossos pecados. Na cruz ele sorveu o cálice da ira de Deus sobre o pecado.
• Na cruz ele foi feito pecado por nós. A espada da lei caiu sobre ele, pois era o nosso substituto.
b) O Pai o levou à cruz
• V. 6 – “O Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós”.
• V. 10 – “Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar”
• V. 4b – “e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido”.
• Jesus não foi à cruz porque a multidão sanguissedenta critou: crucifica-o, crucifica-o. Ele não foi a cruz porque os sacerdotes o entregaram, por inveja; Judas o traiu, por ganância; Pilatos o sentenciou por covardia e os soldados o pregaram na cruz por crueldade. Ele foi cruz porque o Pai o entregou por amor.
c) Jesus voluntariamente foi à cruz
• V. 4 – “Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si”.
• V. 10 – “quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado”.
• V. 11 – “O seu servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si”.
• O apóstolo Paulo diz que o amor de Cristo nos constrange. Ele nos amou e a si mesmo se entregou por nós.
II. QUE TIPO DE SOFRIMENTO JESUS SUPORTOU
1. Jesus suportou o sofrimento moral e espiritual
• Seu sofrimento foi repulsivo. Ao vê-lo, “os homens escondem o rosto” (v. 3).
• Seu sofrimento não produziu compaixão nos outros: “e dele não fizemos caso” (v. 3).
• Ele teve experiência íntima e longa com o sofrimento: “homem de dores e que sabe o que é padecer”.
a) Rejeição – v. 3: “o mais rejeitado entre os homens”
1) Ele foi rejeitado pelo seu povo = “Ele veio para os seus, mas os seus não o receberam”.
2) Ele foi rejeitado pelos religiosos da sua época = que lhe chamaram de fanático, mentiroso, blasfemo, pecador, beberrão e até endemoninhado.
3) Ele foi rejeitado pela mesma multidão que o aplaudiu = empolgada com seus milagres, agora como uma turba, como uma súcia sanguissedenta, grita diante de Pilatos: crucifica-o, crucifica-o! Caia sobre nós o seu sangue!
4) Ele foi rejeitado pelas autoridades romanas = Herodes, o grande quis matá-lo quando infante. Pilatos covardemente o entregou para ser crucificado. Herodes, Antipas o escarneceu.
5) Ele foi rejeitado pelas autoridades judaicas = O sinédrio forjou testemunhas falsas para acusá-lo. Acusaram-no de blasfemo. Cuspiram no seu rosto.
6) Ele foi rejeitado pelos seus apóstolos = Jesus o traiu, Pedro o negou, os demais o abandonaram e fugiram.
7) Ele foi rejeitado pelo próprio Pai – Quando Deus lançou sobre ele as nossas iniquidades, ele foi feito pecado por nós. Nesse momento, sentiu o desamparo de Deus e gritou: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”
8) Ele ainda é rejeitado = quando amamos mais o pecado e ainda ultramos o seu Espírito e calcamos aos pés o sangue da eterna aliança.
b) Humilhação – v. 3 – “e como um de quem os homens escondem o rosto”
• O Sinédrio o humilhou cuspindo nele.
• Os soldados o humilharam o açoitando e resgando o seu corpo com fortes açoites, colocando na sua cabeça uma coroa de espinhos, dando-lhe pancadas na cabeça.
• Jesus foi humilhado ao ter que carregar uma cruz pelas ruas agitadas de Jerusalém ao lado de dois ladrões.
• Ele foi humilhado pelo vozerio da multidão ao pé da cruz. Ele foi humilhado até a morte e morte de cruz”.
• Ele foi humilhado quando clamou que estava com sede e lhe deram vinagre para agravar sua tortura.
2. Jesus suportou o sofrimento físico
a) Semblante desfigurado – v. 2 “…”
• Não havia beleza nele. Ele não aparência nem formosura. A nossa feiúra moral estava sobre ele. Todos os nossos horrendos pecados foram lançados sobre ele. Seu rosto ficou desfigurado. Ele foi feito pecado, maldição.
• Seu corpo foi ferido. Ele ficou ensanguentado. Seu corpo tornou-se cheio de hematomas e chagas. Toda a nossa tragédia foi lançada sobre ele.
b) Torturas crudelíssimas – v. 4b,5,10
• Ele ficou aflito, ferido, oprimido, traspassado, moído. Sofreu castigo. Ficou cheio de pisaduras. Ele foi moído e enfermou.
• Na noite em que foi preso, sua alma estava angustiada até à morte. Sendo o libertador, foi preso. Sendo santo, foi escarnecido como criminoso. Sendo o criador foi cuspido pela criatura.
• Agora, já arquejado e machucado pelos açoites, com seu rosto ensanguentado, empreende a longa caminhada ao calvário. Sua fronte está ferindo e sangrando. Seu corpo febril lateja debaixo das chicotadas e dos empurrões. Começa a grande marcha para o monte do juízo. A maior marcha da história, não com rodas dos carros de guerra, nem com o estrupido febril dos cavalos, mas com o ruído dos passos de um homem, andando sob o peso de seu próprio cadafalso.
• Jesus marcha arrastando consigo todas as máscaras da humanidade. Marcha debaixo da zombaria da multidão. Seu corpo titubeia, caia, mas é levantado aos empurrões e sob fortes açoites prossegue a marcha.
• Jesus é erguido no leito vertical da morte. Suas mãos foram rasgadas, seus pés pregados no lenho. Foram seis horas de vergonha e horror. Ali suspenso entre a terra e o céu sofreu sede, dor, vergonha, humilhação, abandono. Ali desceu ao inferno para nos libertar do cativeiro do pecado.
• O próprio universo entrou em convulsão: houve trevas. O sol cobriu o seu rosto de vergonha. As pedras se arrebaram nos vales, os túmulos foram abertos.
• Isaías 53:5 diz que Jesus foi ferido. Ferimentos, de acordo com a definição de um cirurgião podem ser classificados por suas características:
a) Contusão = É uma ferida produzida por um instrumento grosso e cego. Esta ferida resultaria de um golpe com vara, como profetizado em Miquéias 5:1: “Ferirão com vara a face ao juiz de Israel” e Mt 26:67: “O esbofetearam” e Jo 18:22: “Um dos guardas deu uma bofetada em Jesus”.
b) Laceração = É um ferimento produzido por um instrumento que rasga. A laceração dos tecidos era o resultado dos açoites e estes finham-se tornado uma fina arte entre os romanos. O chicote romano era uma tira de couro com várias extremidades, cada uma com uma ponteira de metal. “Pilatos tomou a Jesus e mandou açoitá-lo”. Seu corpo foi todo lacerado. Sua carne foi rasgada.
c) Penetração = Trata-se de um ferimento profundo causado por um instrumento pontiagudo. Esse ferimento foi causado pela coroa de espinhos que fez sangrar sua cabeça (Jo 19:2). “tomaram o caniço e davam-lhe com ele na cabeça” (Mt 27:30).
d) Perfuração = Perfurar vem do latim “passar através de”. As mãos e os pés de Jesus foram traspassados. Os cravos de ferro eram cravados entre os ossos seprando-os sem quebrá-los.
e) Incisão = É um corte produzido por um instrumento pontiagudo e cortante. “Um dos soldados lhe abriu o lado com uma lança e logo saiu sangue e água” (Jo 19:34).
III. COMO JESUS REAGIU DIANTE DO SOFRIMENTO DA CRUZ
1. Ele se entregou como sacrifício
• A morte de Cristo foi substitutiva. Ele foi a cruz em nosso lugar. Nós é que devíamos ter suportado aqueles açoites. Nós devíamos ter carregado aquela cruz. Mas ele tomou o nosso lugar.
• Ele não tinha pecado: “nunca fez injustiça, nem dolo algum se achou em sua boca” (v. 9).
• Ele é o Cordeiro que tira o pecado do mundo. “Ele como cordeiro foi levado para o matadouro” (v. 7).
• “Ele foi cortado da terra dos viventes; por causa da transgressão do meu povo foi ele ferido” (v. 8).
2. Ele não abriu a boca para pedir vingança aos seus algozes
• “e como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca” (v. 7).
• Ele se entregou. Ele voluntariamente foi a cruz. Jesus não se rebelou ao ser preso, julgado, espancado, pregado na cruz. Ele não bradou por vingança ou por socorro.
3. Ele intercedeu pelos seus algozes
• “levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu” (V. 12).
• Em vez de vingar-se, de falar impropérios e despejar libelos acusatórios contra seus algozes bestiais, Jesus intercedeu por eles, ministrando-lhes seu amor e seu perdão. Ele intercedeu e atenuou a culpa dos seus exatores.
IV. A GLORIOSA RECOMPENSA DA CRUZ
1. Jesus venceu a morte
• Jesus venceu a morte. Ele tirou o aguilhão da morte. Ele matou a morte. A morte agora não tem a última palavra. Tragada foi a morte pela vitória.
• V. 10: “verá a sua posteridade e prolongará os seus dias; e a vontade do Senhor prosperará nas suas mãos”.
• Ele ressurgiu/ressucitou. Ele está vivo. Ele venceu a morte. Ele rompeu os grilhões da morte. Ele abriu o túmulo de dentro para fora. Ele conquistou para nós imortalidade. Aleluia!
2. Jesus remiu um povo para Deus – v. 11-12
• Ele nos comprou com seu sangue. Ele tirou-nos da maldição, da escravidão, do império das trevas, da potestade de Satanás, do jugo do pecado. Agora somos livres, somos filhos de Deus.
• Agora temos a justificação. Somos perdoados. Temos toda a justiça de Cristo em nossa conta.
• Agora somos filhos, herdeiros, adotados na família de Deus!
3. Jesus chama um povo para si – v. 11,12
• V. 11 – “Ele verá o fruto do seu penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito”
• V. 11 – “Por isso, eu lhe darei muitos como a sua parte”.
• Hb 12:2 – “o qual em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia”.
• A recompensa de Jesus é VOCÊ. É seu arrependimento. É sua volta para ele. É sua conversão. Rejeitar Jesus é crucificá-lo de novo. É cuspir no seu rosto outra vez. Recebê-lo traz-lhe alegria. Cristo suportou tudo para conquistar você. Ele ama você. Você é sua recopensa.
• Hoje, o Pai quer lhe trazer a Jesus, para alegria de Jesus, para celebração de uma festa no céu!