Perdidos no Meio do Povo de Deus
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João 13.21-30.
V.21: “Ditas estas coisas, angustiou-se Jesus em espírito e afirmou: Em verdade, em verdade vos digo que um dentre vós me trairá.”
Após Jesus avisar sobre um dos doze que não estava lavado, Judas o traidor vai ser revelado, e o texto nos diz que e o Senhor tem o seu espírito angustiado por conta dessa traição que estava prestes a acontecer.
E Jesus explica que a causa da sua angustia é a traição de um dos doze.
V.22: “Então, os discípulos olharam uns para os outros, sem saber a quem ele se referia.”
Note, que os outros discípulos não desconfiavam de Judas. Estavam surpresos de que um deles faria tal coisa e questionaram quem seria.
O livro de Mateus nos diz algo interessante, que Jesus após dizer que um deles iria traí-lo, todos disseram: “Por acaso seria eu, Senhor?”
Judas inclusive faz a mesma pergunta.
V.23-24: “Ora, ali estava conchegado a Jesus um dos seus discípulos, aquele a quem ele amava; a esse fez Simão Pedro sinal, dizendo-lhe: Pergunta a quem ele se refere.”
Todos os discípulos estavam em volta de uma mesa, e Pedro novamente estava curioso, e a sua curiosidade girava em torno de saber quem seria o traidor de Jesus. Por isso, ele aproveita que o discípulo amado, esse é o João, ele estava ao lado de Jesus que esse por sua vez estava no meio da mesa em formato de U, João possivelmente estava sentado ao lado direito de Jesus, e Judas no seu lado esquerdo, que era o lugar ao lado do anfitrião que muitas vezes era o mais honrado em um banquete.
Pedro faz sinal a João e pede para que ele pergunte a Jesus quem será o que irá trai-lo.
V.25-29: “Então, aquele discípulo, reclinando-se sobre o peito de Jesus, perguntou-lhe: Senhor, quem é? Respondeu Jesus: É aquele a quem eu der o pedaço de pão molhado. Tomou, pois, um pedaço de pão e, tendo-o molhado, deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotes. E, após o bocado, imediatamente, entrou nele Satanás. Então, disse Jesus: O que pretendes fazer, faze-o depressa. Nenhum, porém, dos que estavam à mesa percebeu a que fim lhe dissera isto. Pois, como Judas era quem trazia a bolsa, pensaram alguns que Jesus lhe dissera: Compra o que precisamos para a festa ou lhe ordenara que desse alguma coisa aos pobres.”
João pergunta a Jesus, e Jesus responde:
“É aquele a quem eu der o pedaço de pão molhado”
Assim Jesus prossegue, pega um pedaço de pão e o molha e logo entrega a Judas, filho de Simão Iscariotes.
Normalmente isso era feito ao convidado de honra que ficava ao lado esquerdo do anfitrião, isso para simbolizar ao convidado o sinal de honra e de amizade.
Mas, depois disso, João sabia quem era o traidor. Alguns comentaristas nos dizem que esse diálogo foi em voz baixa, ao ponto de apenas João e Judas ouvirem tudo que Jesus pronunciou. E também é possível presumirmos que João imediatamente passou essa informação a Pedro (por meio de um sinal?), mas isso não consta do relato.
Por que, pois, Jesus usou esse método para responder a pergunta de João? Por que ele simplesmente não cochichou de volta: “É Judas”?
Talvez porque queria gravar bem em Judas a enormidade de seu crime, do seu pecado, para que servisse de advertência adicional.
Judas estava pronto para trair aquele cujas mãos o tinham alimentado!
Por isso, nenhum dos discípulos entenderam, mas, apenas Jesus e Judas entenderam aquilo.
Após Jesus ter entregado aquele pedaço de pão a Judas, entrou nele Satanás, e Jesus disse que ele fosse depressa fazer o que Jesus havia acabado de anunciar, a sua traição.
Até o presente momento o diabo tinha colocado uma sugestão maligna no coração de Judas (13.2). Judas tinha agido a partir dessa sugestão. Mas agora o diabo entra no coração de Judas.
Jesus agora fala expressamente para todos ouvirem ali: “o que você tem para fazer, vá e faça depressa.”
Mas, diz o texto que nenhum porém dos que estavam a mesa percebeu qual o propósito de Jesus ter dito aquilo a Judas.
Dito isto, a pergunta que temos a responder é:
Como é que o evangelista diz que ninguém percebeu por que Jesus deu essa ordem a Judas?
Pense comigo o seguinte: Quando alguém está profundamente chocado por uma notícia totalmente inesperada, leva tempo para a mente aquela situação né verdade.
Desse modo, é muito provável que nem João ou Pedro, nem nenhum dos outros, jamais imaginasse o mal de Judas.
Assim, eles não poderiam, de um momento para outro, ser capazes de “somar dois mais dois”. Eles não foram capazes de ligar os pontos e chegar a conclusão que Judas era o traidor.
Posteriormente, quando, ao refletir sobre essa cena inesquecível, os discípulos trocaram opiniões, o evangelista descobriu que, nessa noite, alguns deles, repassando na mente o episódio de Jesus falando essas palavras para Judas, “o que você está fazendo, faça mais rapidamente”
Então, chegaram à conclusão sobre o que essas palavras de fato significavam.
Mas, naquele momento eles pensaram outra coisa, interpretaram de outro modo as palavras de Jesus, e o texto explica isso.
Eles tinham pensado que, visto Judas ser o encarregado das finanças, era quem “tinha a caixa/bolsa de dinheiro”, ele estava sendo orientado a comprar o que fosse necessário para a festa de sete dias ou que o tesoureiro tinha recebido alguma instrução que somente ele sabia para que desse alguma coisa aos pobres.
V.30: Ele, tendo recebido o bocado, saiu logo. E era noite.
Judas aparece todo o tempo como um hipócrita. Não se pode confiar nele. Quando, no final do Ministério da Galileia, “muitos de seus discípulos o abandonaram e já não andavam com ele” (6.66), Judas, ao permanecer com Jesus, fingiu ser um discípulo verdadeiro. Quando Maria de Betânia ungiu Jesus, Judas fingiu estar preocupado com os pobres. Quando, durante essa mesma noite da ceia pascal, o Mestre fez este anúncio surpreendente, “um de vocês me trairá”, tinha arrancado uma rápida reação de muitos lábios, “Certamente não eu, não é, Senhor?”, Judas também se juntou ao grupo: “Certamente não eu, não é, Senhor?” Isso também era meramente fingimento.
E agora, uns poucos momentos depois, quando Jesus estende a Judas o bocado de pão, este atrevidamente o apanha, como se tivesse o direito de aceitar comida da mão daquele cuja destruição ele tinha ajudado a tramar. Se alguma vez existiu um homem com uma consciência hipócrita e que poderíamos dizer, sem vergonha, esse homem era Judas!
Judas estava, naturalmente, muito contente por atender a ordem de Cristo de fazer depressa o que ele estava fazendo. Então, tendo tomado o pedaço de pão, ele saiu imediatamente; e era noite. Ele saiu imediatamente e foi organizar com as autoridades quanto ao lugar e hora da prisão de Jesus.
Judas pensou: É agora ou nunca! Pois, agora até mesmo a sua trama tinha sido “descoberta”. Portanto, corria o risco de ser frustrada se eles não agissem imediatamente! Era noite quando Judas deixou aquela sala, era noite lá fora; era noite também em seu coração! Não era somente noite em sentido literal, mas era noite espiritual para Judas, uma noite de escuridão e remorso que nunca terminaria. É sempre noite quando os homens viram as costas para o Salvador. Judas estava nas trevas e de lá nunca havia saído. Ele andou próximo da Luz, mas, a Luz foi por ele desprezada.
Aplicações:
Jesus tem angustia quando alguém se perde
A Bíblia é clara quanto a isso, o Senhor se alegra quando um perdido é encontrado, quando um pecador se arrepende. Mas, do mesmo modo, o Senhor sente profunda angustia quando alguém o rejeita.
Que esta noite fique marcada como a ocasião em que nos entregamos a Jesus — ou a ocasião em que você, que estava até agora afastado, voltou à comunhão de Jesus.
Não seja você a pessoa do exemplo de Provérbios 14.2: “O que anda na retidão teme ao Senhor, mas o que anda em caminhos tortuosos, esse o despreza.”
Porque aqueles que o negam entristecem o Senhor — Jesus anunciou a traição de Judas com coração angustiado. Assim, que nós ou que você não seja o motivo de igual angustia de Jesus.
Os caem no caminho nos desanimam
O exemplo negativo de um companheiro que fracassa pode desanimar aquele que está se esforçando para mudar de vida. Ademais, o exemplo de Judas pode nos deixar confusos quanto à nossa própria salvação.
A queda ou fracasso de uma pessoa que considerávamos irmão ou irmã — e que agora deixa a mesa da comunhão de Jesus — também nos entristece e pode causar escândalo ou desânimo.
Essa é uma questão que faz estremecer os corações dos pais crentes — será que meu filho ou filha abandonou
Isso está no fato que existe a possibilidade de conviver com Jesus por algum tempo e depois renegá-lo e isso mexe conosco — e parece até que introduz um elemento de insegurança em nosso coração: Se Judas, que conviveu três anos com Jesus, acompanhou o Senhor multiplicando pães, andando sobre as águas, expulsando demônios e até ressuscitando mortos, chegou a negá-lo, será que nós, crentes de hoje, não corremos o mesmo risco? Será que podemos ter segurança de nossa salvação — ou a salvação está por um fio; podemos perdê-la a qualquer momento?
São questões sinceras e que nós precisamos de respostas:
E a Palavra de Deus nos esclarece isso em vários textos:
João 1.11–12 “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome”
Judas traiu Jesus porque, mesmo tendo recebido de Jesus o chamado externo (ele foi convidado a se tornar discípulo de Jesus) e não recebeu o chamado interno (não teve seu coração modificado pelo poder de Jesus) — não recebeu o poder se ser feito filho de Deus.
Apesar de caminhar com Jesus, Judas não acreditou nele — pode até ter se alegrado bastante com Jesus durante um tempo, mas Judas não confiou em Jesus com fé salvadora.
Judas parecia ouvir Jesus, mas não seguia Jesus — a prova disso é que ele era ladrão, como lemos em (João 12.6.)
Com base em João 13.18: “Não falo a respeito de todos vós, pois eu conheço aqueles que escolhi; é, antes, para que se cumpra a Escritura: Aquele que come do meu pão levantou contra mim seu calcanhar.”
Sabemos que Judas não era um escolhido de Jesu, e Jesus conhece as suas ovelhas.
Desse modo, mesmo que essas pessoas tragam um certo desanimo, você pode confiar no Senhor, pois, Ele é poderoso para manter a sua salvação, o que Ele deu a você, você não pode perder. Se Judas morreu sem salvação isso se dá ao fato que Jesus não o escolheu, e não porque ele desanimou. A salvação é mérito de Cristo e não nosso.
Quem rejeita a Jesus age como Judas
Sempre fazem a pergunta: Será que, como crentes, podemos ser possessos por Satanás? Podemos hoje, estar cheios do Espírito Santo e, amanhã, tomados pelo diabo, assim como aconteceu com Judas?
Vimos que Judas foi tomado por Satanás, e isso se dá ao fato que Ele não era cristão verdadeiro. E isso já responde a pergunta.
A Bíblia nos responde em Efésios 2.2, ordinariamente, toda pessoa sem Jesus anda “segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência”.
Isso quer dizer que, se você não tem Jesus Cristo, precisa recebê-lo para experimentar esta libertação dos poderes de Satanás.
Atos dos Apóstolos 26.17–18 “livrando-te do povo e dos gentios, para os quais eu te envio, para lhes abrires os olhos e os converteres das trevas para a luz e da potestade de Satanás para Deus, a fim de que recebam eles remissão de pecados e herança entre os que são santificados pela fé em mim.”
Deixe-me ilustrar isso com uma pequena história:
Um homem que tinha duas filhas presentou cada uma delas, no aniversário de 15 anos, com um porta-joias. Ele fez questão de lhes dar peças idênticas, belíssimas e feitas com materiais nobres. Quando abertas, surgiam os espelhos e bailarinas que giravam ao som de Para Elise, de Beethoven.
Mas, depois de um tempo, as meninas cresceram e o pai morreu.
Assim, uma das filhas guardou o objeto com carinho. Mesmo depois de casada, ela o conservava em um lugar destacado, até dá-lo para sua própria filha, quando esta completou 15 anos. O porta-joias a ajudava a pensar e sentir o amor de seu pai.
A outra filha deixou a casa da família cedo e sequer levou consigo a caixinha musicada. Anos depois compartilhou seus sentimentos com uma terapeuta. Ela queria seguir determinado caminho, mas seu pai não concordava com ela. Todas as vezes que ela olhava para o porta-joias ela pensava: “Eu não serei como esta bailarina: presa dentro de uma caixa. Dependendo que outros deem corda para funcionar. O tempo todo tendo de dançar conforme uma mesma música. Eu não permitirei que meus pais definam meu caminho”.
Esta segunda filha saiu cedo de casa e se afastou de seus pais.
Note, essa historia conta sobre duas filhas que receberam presentes iguais — presentes estes que demonstraram igual amor de seu pai. Mas cada uma reagiu ao presente de modo diferente, uma aproximando-se do pai; outra afastando-se dele.
Eu pergunto: O que faz com que uma filha despreze o presente do pai, enquanto outra o valoriza?
Como eu disse antes, onze discípulos corresponderam ao amor e ensino de Jesus, mas um deles o traiu. O modo como a Bíblia relata a traição de Judas é frustrante para leitores contemporâneos, mas, são muitos que ainda hoje fazem como Judas. Todos os que não recebem Jesus, esses estão traindo aquele que deveria ser seu Mestre.