As lições de uma Figueira Infrutífera
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MATEUS 21.18-21
18. E, de manhã, voltando para a cidade, (Jesus) teve fome.
19. E, avistando uma figueira perto do caminho, dirigiu-se a ela, e não achou nela senão folhas. E disse-lhe: Nunca mais nasça fruto de ti. E a figueira secou imediatamente.
20. E os discípulos, vendo isto, maravilharam-se, dizendo: Como secou imediatamente a figueira?
21. Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Em verdade vos digo que, se tiverdes fé e não duvidares, não só fareis o que foi feito à figueira, mas até, se a este monte disserdes: Ergue-te e precipita-te no mar, assim será feito.
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
A figueira simbolizava a nação de Israel [Jr 8.13; Os 9.10, 16; Lc 13.6-9]. Assim como a árvore, que possuía folhas, mas não frutos, Israel tinha vida religiosa, mas não possuía experiência prática de fé que resultasse num viver piedoso.
1. Características da figueira infrutífera
1. Características da figueira infrutífera
Com fome, Jesus avistou uma figueira perto do caminho [Mc 11.12-13]. Ao perceber que não havia nela frutos, proferiu um juízo, [Mt 21.19]. A figueira tinha uma aparência enganosa e suas folhas a denunciavam. Essa figueira é um símbolo da hipocrisia da religião judaica e sua falsa aparência de santidade [Mt 15.7-9].
Vejamos irmãos algumas características dessa figueira.
1.1. Essa figueira era atraente. O Senhor Jesus encontrou a figueira em uma região conhecida como “casa dos figos” – Betfagé (próximo de Betânia) – [Mt 21.1; Mc 11.1]. Jesus sentiu fome ao passar pela casa dos figos, nada encontrou senão folhas [Mt 21.19; Mc 11.13]. Da mesma forma que o templo havia se tornado um lugar de comércio [Mt 21.12-13], representado apenas por rituais que não saciavam a fome dos necessitados de espírito [Lc 19.45-46], essa figueira atraía os famintos, mas não saciava a fome. Ainda hoje, existem pessoas que possuem aparentemente uma vida espiritual deslumbrante, mas são infrutíferas.
J. C. Ryle: “Aquela figueira, recoberta de folhas, porém sem frutos, era uma notória figura da religião judaica. A “igreja judaica” (…) tinha o templo, o sacerdócio, o culto diário, as festas anuais, as Escrituras do Antigo Testamento, os turnos dos levitas (…). Porém, por detrás dessa folhagem exuberante, estava completamente destituída de frutos. Não havia nenhuma graça, nenhuma fé, nenhum amor, nenhuma humildade, nenhuma espiritualidade, nenhuma santidade, nenhuma disposição para receber o Messias [Jo 1.11].”
Outra característica é que essa figueira era precoce.
1.2. Uma figueira precoce. Quando uma figueira está totalmente enfolhada, esperamos achar nela figos, porque a figueira produz os frutos antes das folhas. Nessa história bíblica, a árvore produziu folhas sem dar fruto [Mc 11.13]. Era uma anomalia da natureza e não um resultado sadio do crescimento correto. Infelizmente, nos nossos dias, muitas pessoas procedem da mesma forma, queimando as etapas da vida cristã. São pessoas que não aprendem o básico e não criam alicerces [Mt 7.26-27]. O resultado é um crescimento precoce e catastrófico.
O que dá sustentação a uma casa é a profundidade de seu alicerce, pois ele determina o quanto a construção suportará. Infelizmente, muitos não têm edificado a sua vida em Cristo. Por isso, não produzem frutos e não são capazes de suportar as adversidades. Quando cai a chuva e sopram os ventos, a casa desaba, pois não tem base sólida. Busquemos, pois, o crescimento que vem de Cristo e Sua Palavra: “Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente” [Ef 4.14].
Outra característica dessa figueira é que ela era estéril.
1.3. Uma figueira estéril. Após verificar a ausência de frutos, Jesus pronunciou uma sentença contra a figueira: “Nunca mais nasça fruto de ti” [Mt 21.19b]. Apesar de parecer viva, pois tinha muitas folhas, a figueira estava estéril, uma vez que não produzia frutos. A esterilidade da figueira predisse a sua destruição [Mt 21.19-20]. Essa árvore não dava fruto e nunca mais daria fruto. É um sinal de advertência para todos nós. Não podemos ser estéreis. Devemos produzir frutos dignos de arrependimento [Mt 3.8].
Craig S. Keener: “Nessa época do ano, ainda faltavam seis semanas para que houvesse figos comestíveis, mas os tenros primeiros frutos já haviam aparecido nas árvores no fim de março; estariam maduros no fim de maio. Estes eram os primeiros figos, que precediam a safra principal, a qual ficava madura para a colheita entre meados de agosto e outubro. Se aparecessem somente folhas, sem os primeiros figos, isso significaria que a árvore não daria frutos naquele ano – nem na primeira nem na segunda safra.”
A figueira é um símbolo da hipocrisia da religião judaica e sua falsa aparência de santidade.
A seguir quero falar para os irmãos, dos elementos que não podem faltar, para que tenhamos uma vida frutífera.
2. Elementos para uma vida frutífera
2. Elementos para uma vida frutífera
Uma vez que a figueira retratava a nação de Israel, o juízo lançado sobre ela advinha de uma vida improdutiva e sem fé. Após a figueira secar-se imediatamente, os discípulos ficaram maravilhados. Então, Jesus lhes ensinou acerca da fé e da oração, que, juntos com a Palavra de Deus, são elementos indispensáveis para uma vida frutífera.
2.1. Fé, atitude indispensável. É evidente que Jesus não estava ensinando Seus discípulos a amaldiçoar figueiras ou lançar montes ao mar [Mt 21.22]. O propósito era ensinar que o povo de Israel estava sendo rejeitado por não ter fé. Eles confiavam em suas obras e em sua religiosidade, mas não em Deus. Foi por causa da sua improdutividade que foram censurados por Jesus [Mt 23]. “Sem fé é impossível agradar a Deus” [Hb 11.6]. Através da fé em Deus, podemos produzir frutos que glorifiquem a Deus e não sermos estéreis espirituais. Inclusive, a fé faz parte do fruto do Espírito [Gl 5.22]. A fé em Deus nos faz superar as dificuldades encontradas no serviço cristão.
A fé verdadeira compreende a pequenez e a inutilidade do homem e descansa no poder e na graça de Deus, submetendo-se à Sua vontade para alcançar o Seu favor [Mt 21.22]. “Mover montanhas” é uma figura de linguagem para se referir a ações praticamente impossíveis [Mt 17.20; Lc 17.6]. A fé verdadeira nos faz crer em Deus e nos motiva a buscá-Lo em oração, pois somente Ele tem o poder de resolver qualquer dificuldade, por maior que seja. Como fruto do Espírito [Gl 5.22], é resultado de uma vida vivida no Espírito – andar no Espírito; ser guiado pelo Espírito; ser dominado pelo Espírito.
2.2. A bênção da oração. Ao explicar o motivo pelo qual a figueira secou, Jesus fala acerca do resultado da oração. Ele diz sobre a relevância da fé e oração na vida dos Seus discípulos a fim de serem bem-sucedidos na caminhada cristã [Mt 21.21-22]. Orar é pedir a Deus que seja feita a Sua vontade, tanto na Terra como no céu [Mt 6.10]. É crer que Deus, por meio do Seu poder, é capaz de fazer o que Lhe apraz. É preciso aliar à oração a fé. Na oração, precisamos crer que Deus nos ouve, atende ao nosso clamor e é poderoso para nos livrar do perigo e do mal. É através da oração que nos quebrantamos diante de Deus, reconhecendo nossa pequenez e a Sua grandeza.
Devemos orar para que o Reino de Deus avance, para que todos os dias possamos colocar os Seus interesses em primeiro lugar [Mt 6.33]. Orar não é uma tarefa fácil. Ainda mais que a resposta de Deus nem sempre é a resposta que queremos ouvir. No entanto, se desejamos nos aproximar do Senhor, precisamos orar constantemente [1Ts 5.17]. Através da oração, temos a oportunidade de pedir a Deus que sejamos “cheios de frutos de justiça, que são por Jesus Cristo” [Fp 1.11].
2.3. Guardar a Palavra de Deus. O capítulo quinze do evangelho de João nos revela o que precisamos para ter uma vida frutífera: é preciso ser limpo pela Palavra de Deus para produzir mais frutos [Jo 15.1-7]; é necessário estar em Cristo, pois sem Ele nada podemos fazer [Jo 15.5]; é preciso guardar as Suas palavras [Jo 15.10]. O segredo declarado pelo próprio Jesus para uma vida abundante é permanecer nEle. Essa é a posição do cristão. Na nossa vida diária, precisamos estar em íntima comunhão com o Senhor. Não podemos deixar de meditar na Palavra de Deus e obedecer aos Seus mandamentos [Sl 1.1-2]. Quem não esconde a Palavra de Deus no seu coração está propenso a deixar que a larva do pecado entre e contamine o seu coração [Sl 119.11].
William MacDonald: “Deus não nos santifica sem nossa cooperação, nem contra a nossa vontade. Alguém observou bem que “a Bíblia é o melhor livro do mundo. O melhor lugar para conservá-la é no coração. O melhor motivo para mantê-la no coração é que ela nos guarda de pecar contra Deus”. (…) Sem Deus não podemos fazer nada. Precisamos de Sua graça para viver e para obedecer à Sua Palavra.”
A fé, a oração e a Palavra de Deus são elementos indispensáveis para uma vida frutífera.
3. Lições práticas acerca da figueira
3. Lições práticas acerca da figueira
A passagem bíblica da figueira infrutífera ressalta a importância de darmos frutos e que a ausência deles nos traz reprovação. Por isso, devemos estar preparados, sempre produzindo, porque o Senhor a qualquer instante pode requerê-los.
3.1. Uma importante advertência. O povo de Israel havia sido escolhido por Deus para receber e transmitir a Sua verdade em meio a um mundo pecador e idólatra. No entanto, abdicou dessa missão e se entregou ao orgulho espiritual e ao formalismo religioso. Os israelitas possuíam abundantes folhagens, mas careciam do fruto da fé e do amor. Isto provocou o edito final do Senhor: “Nunca mais nasça fruto de ti” [Mt 21.19]. Essa importante advertência também serve para nós, Igreja do Senhor, pois fala de conduta cristã, isto é, de não aparentar ser por fora o que não se é por dentro. Assim como a figueira deveria produzir frutos, da mesma forma nós também devemos. Produzir frutos não é opcional para aquele que serve a Deus [Jo 15.8].
William MacDonald: “Como a videira e a oliveira, a figueira representa a nação de Israel. Quando Jesus veio à nação, havia folhas que testemunhavam a profissão pública de fé do povo, mas nenhum fruto para Deus. Jesus estava com fome do fruto da nação”. Não podemos nos distanciar da verdade nem perder o alvo. Aparentar ser o que não somos é muito sério. Assim como o povo de Israel deveria estar vigilante e dar frutos no momento da visita de Deus, a Igreja também deve levar este aviso a sério. Cristo virá a qualquer momento [Mt 24.27].
Folhas ou frutos? Interessante notar que, quando pecou, Adão foi até à figueira para procurar folhas, a fim de esconder sua nudez [Gn 3.7]. No entanto, Cristo, o último Adão [1Co 15.45], procurou frutos na figueira [Mt 21.19; Mc 11.13]. Ele nos escolheu e nos nomeou para ir e produzir frutos [Jo 15.16]. Sua preocupação não é com belos templos ou cultos bem organizados. Ele não ficará impressionado com a nossa música ou com a relevância social que alcançamos [Mt 7.21-23]. Jesus não quer encontrar em nós folhas, mas espera que sejamos frutíferos [Mt 7.16; Gl 5.22]. Caso isso não aconteça, seremos reprovados, assim como essa figueira.
Se Cristo viesse a nós hoje, o que teríamos para lhe oferecer? Folhas ou frutos? Aquela árvore só possuía beleza, mas era vazia. Ela era incapaz de saciar a fome. A vida cristã exige compromisso e seriedade. Para que não desanimemos e cedamos, Jesus lembra a todos nós que foi Ele que nos escolheu [Jo 15.16]. Devemos produzir frutos. Comentando João 15.16, William MacDonald afirma: “Fruto pode significar as graças da vida cristã, como amor, alegria, paz etc. Ou pode significar ganhar almas para o Senhor Jesus Cristo. Há ligação íntima entre os dois. É somente quando manifestamos o primeiro tipo de fruto que podemos dar o segundo”.
Devemos constantemente fazer um autoexame de nossas vidas e, com bastante humildade, pedir ao Senhor Deus que nos ajude a ficar firmes, que nos limpe e nos aperfeiçoe para que venhamos a produzir cada vez mais [Jo 15.1-5]. Comentando sobre a parábola das dez virgens, R. V. G. Tasker afirma: “O que diferencia as néscias das prudentes é precisamente o fracasso das primeiras em não encararem a possibilidade de que o noivo (…) possa chegar mais cedo ou mais tarde do que esperam, e que, seja qual for o caso, a vinda será tão repentina que não dará oportunidade para corrigir deficiências descobertas nessa ocasião”.
A passagem bíblica da figueira infrutífera ressalta a importância de darmos frutos e que a ausência deles nos traz reprovação. Por isso, devemos estar preparados, sempre produzindo, porque o Senhor a qualquer instante pode requerê-los.
CONCLUSÃO
CONCLUSÃO
Nessa passagem de MATEUS 21.18-21, aprendemos que Deus não se agrada de uma vida espiritual estéril, pois Ele nos escolheu, nos nomeou e nos ordenou que sejamos frutíferos [Jo 15.16]. Não há como enganá-Lo. Diante dEle, todas as coisas estão nuas e patentes [Hb 4.13]. É preciso frutificar!