A ENCARNAÇÃO DE CRISTO

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Recapítulando...

SLIDE A humanidade de Cristo
Nos últimos estudos, vocês viram que Cristo Jesus veio a este mundo como homem, o segundo Adão, o servo verdadeiro que nasceu da virgem Maria. Ele viveu como nós neste mundo, sentiu as tentações como nós, sentiu fome, sede e dor. De fato, Cristo é o Filho de Deus que foi enviado a este mundo para morrer como um homem em nosso lugar, já que Adão não cumpriu com o propósito de Deus e desobedeceu, trazendo a consequência do pecado para este mundo e toda a humanidade.
Jesus agora é este novo homem que veio para cumprir as exigências e ser o homem perfeito diante de Deus.
SLIDE A Divindade de Cristo
Mas vocês viram tbm na semana passada que Jesus não era apenas um homem qualquer, Jesus é o próprio Deus, 100% Deus. O verbo eternto, o Deus que cria e mantém todas as coisas.
1 No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. [Jo 1.1.]
SLIDE Aquele que é o primeiro princípio e padrão de todas as coisas veio a ser o início e padrão da humanidade, o primogênito de toda a criação. Ele, que é a Luz eterna, tornou-se a Luz dos homens. Ele, que é a Vida desde a eternidade, tornou-se a Vida de uma raça morta em pecado. Ele, que é o Verbo de Deus, veio a ser uma Palavra espiritual, “habitando ricamente em nossos corações,” uma “Palavra enxertada, que é capaz de salvar nossas almas.” Ele, que é o coigual Filho do Pai, veio para ser o Filho de Deus em nossa carne, para que também nos elevasse para a adoção de filhos, e pudesse ser o primeiro entre muitos irmãos.
John Henry Newman (líder tratariano e mais tarde Cardeal) (ja falou coisas boas um dia e essa é uma delas)
Bonito né?
A encarnação de Cristo foi absolutamente necessária para a redenção da humanidade. A distância entre a pureza suprema de Deus e a condição corrompida da humanidade era imensa, tornando impossível ao homem alcançar a Deus por seus próprios esforços. Em nossa condição caída, marcada pelo pecado e pela separação de Deus, precisávamos de um Mediador que pudesse nos reconciliar com o Criador.
Parafraseando Calvino nas institutas: Essa reconciliação só poderia acontecer se Deus, em sua majestade, descesse até nós, pois jamais poderíamos nos elevar até Ele. Foi então que o Filho de Deus, na sua infinita misericórdia, tomou para si a natureza humana, tornando-se "Emanuel" – Deus conosco. A encarnação de Cristo uniu a divindade e a humanidade em uma só pessoa, possibilitando que Deus habitasse entre nós e que tivéssemos plena comunhão com Ele.
Mas como conciliar a divindade e a humanidade de Cristo, como essas duas naturezas coexistem na pessoa de Jesus Cristo sem se misturarem ou se confundirem Esse é o objetivo da nossa aula de hoje.

SLIDE 1. O CRISTO ENCARNADO CONSTIUI-SE DE DUAS NATUREZAS

A união das naturezas divina e humana em Cristo é um mistério profundo para nós, que somos seres limitados. Assim como é difícil para nós entendermos a Trindade – três pessoas e um só Deus – é difícil entendermos a humanidade e a divindade de Cristo em uma só pessoa.
E por ser uma questão difícil de entender, ao longo dos anos, na igreja, muitas heresias acerca das duas naturezas de Cristo foram surgindo quando tentavam solucionar o mistério. Alguns, ao tentar solucionar, negavam a natureza dual de Cristo, reduzindo-a a uma só natureza misturada; outros afirmavam que existiam as duas naturezas, mas negavam a sua unidade, dizendo que uma hora Jesus era Deus e outra hora era homem.
Essas duas heresias desencadearam o Concílio de Calcedônia (451 d.C), e deste concílio procede a formulação clássica sobre a natureza dual de Cristo, ou seja, que Cristo é uma única pessoa com duas naturezas – “vera homo, vera Deus”, ou seja, “verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus”.
R. C. Sproul, em sua teologia sistemática diz assim:
SLIDE“Se você tentar pensar concretamente a respeito da união da natureza humana e da natureza divina, se você for além das categorias estabelecidas por Calcedônia, tem de escolher sua heresia”. O Credo de Calcedônia nos restringe para que, não importando qual seja a nossa ideia sobre as duas naturezas, não pensemos nelas como uma união amalgamada (misturada) ou uma separação total uma da outra. Elas são unidas, mas distintas.
João Calvino nas intitutas explica isso usando o exemplo do corpo e alma, assim como o corpo e a alma são partes distintas do ser humano, mas não se misturam ou perdem suas características individuais, assim também as naturezas divina e humana de Cristo são unidas em uma pessoa sem que uma delas perca suas propriedades.

SLIDE Como aconteceu a encarnação?

Alguns versiculos Biblicos nos dão alguns relatos sobre isso, por exemplo, quando olhamos para Jo 1. Vemos João falando:
João 1.1–4 (ARA)
No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez. A vida estava nele e a vida era a luz dos homens.
O verbo aqui se refere a Jesus, Observa que Jesus não se fez Deus, ele não se tornou Deus, Jesus não foi Criado por Deus, Jesus não teve um unício, Jesus sempre foi Deus e continua sendo Deus. (testemunha de Jeova..)
Quando avançamos um pouco mais, vemos João dando mais detalhes sobre Jesus.
João 1.14 (ARA)
E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.
Agora o Deus todo poderoso que sempre exisitu, o deus que estava ativamente na criação do homem, se torna homem. O Verbo se tornou carne, mas continua sendo o Verbo divino. Jesus assume a natureza humana, sem abandonar a divina.
Abra sua Biblia em Fl 2
Filipenses 2.5–11 (ARA)
Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai.
Esse texto de Filipenses usa duas palavras chave para a encarnação de Cristo
Kenosis ( slide Esvaziamento): " refere-se ao fato de que Cristo, embora fosse o Supremo Governador do universo, renunciou à Sua majestade e assumiu a natureza humana. Ele se fez como um servo, abrindo mão de toda sua majestade para se identificar plenamente com a nossa condição humana. Esse esvaziamento não significa que Ele perdeu Sua divindade, mas que se limitou voluntariamente ao viver como um ser humano.
Tapeinosis (slide Humilhação): O segundo aspecto é a "tapeinosis", que significa humilhação profunda. Cristo não apenas se tornou humano, mas também se submeteu às exigências e maldições da lei. Ele viveu uma vida de completa obediência e sofrimento, chegando ao ponto de morrer uma morte vergonhosa na cruz. (o Deus Criador da arvores, estava morrendo pendurado no madeiro que foi modelado por um homem)
ou seja, o eterno Deus, deixou toda sua majesta e se encarnou como homem através da obra do Espírito santo por meio de um nascimento comum.
Mateus 1.23 (ARA)
Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel. (que quer dizer: Deus conosco).
Apesar de Cristo nascer em uma pequena manjedoura ele continua sendo o rei dos Reis, Apesar de Cristo vir para ser o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, ele também é o Leão da Tribo de Judá que governa como um rei poderoso, o Cavaleiro em um Cavalo Branco que vem para trazer julgamento.
ou seja o fato de Cristo Ser homem, não anula o fato de que ele é Deus.
- Cornelius Van Til em seu livro de Apologética Cristã (C. Cristologia) diz:
SLIDE Isso não significa que Ele deixou de lado sua natureza divina. Não significa que Ele se tornou uma pessoa humana. Não significa que Ele se tornou uma pessoa divino-humana; ou que as naturezas divina e humana foram misturadas. Cristo foi e permaneceu, mesmo quando na manjedoura em Belém, uma pessoa divina, mas essa pessoa divina tomou para si, em íntima união com sua natureza divina, uma natureza humana. O credo de Calcedônia expressou tudo isso dizendo que em Cristo as naturezas divina e humana estão inconfundível, imutável, indivisível e inseparavelmente relacionadas. Os dois primeiros adjetivos protegem a verdadeira doutrina contra a ideia de que o divino e o humano poderiam de alguma forma estar misturados; os dois últimos adjetivos protegem a doutrina verdadeira contra a ideia de que poderia não haver uma união real, devido à ênfase dada à distinção nos dois primeiros adjetivos.
ou Seja, Deus não se cunfunde com homem, Deus não muda seu atributo de ser o Deus poderoso. ao mesmo tempo esse Deus está em perfeita harmonia com a natureza humana.
Esse entendimento é crucial para a fé cristã, pois garante que Cristo é verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem, e que Ele pode cumprir seu papel como Mediador entre Deus e a humanidade.

SLIDE 2. A encarnação de cristo tem função mediadora.

Através de sua encarnação, Jesus se tornou o mediador perfeito entre Deus e os seres humanos. Neste ponto o CM nos ajuda com três perguntas e respostas importante.
SLIDE Pergunta 39: Qual a necessidade de o Mediador ser homem?
SLIDE Resposta: Era necessário que o Mediador fosse homem, para poder levantar a nossa natureza e possibilitar a obediência à lei, sofrer e interceder por nós em nossa natureza, e simpatizar com as nossas enfermidades, para que recebêssemos a adoção de filhos, e tivéssemos conforto e acesso, com confiança, ao trono da graça.
Jesus precisou ser humano para obedecer em nosso lugar, contrastando com a desobediência de Adão. Adão falhou na tentação (Gn 2.15-3.7), mas Jesus triunfou sobre a tentação (Lc 4.1-13).
Mas Jesus não veio só pra obedecer e ser diferente do primeiro Adão, Jesus veio ser o perfeito cordeiro perfeito tbm. Como homem, Jesus pôde pagar a penalidade pelos nossos pecados. Hebreus 2.16–17
“Pois ele, evidentemente, não socorre anjos, mas socorre a descendência de Abraão. Por isso mesmo, convinha que, em todas as coisas, se tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas referentes a Deus e para fazer propiciação pelos pecados do povo.”
Cristo morreu como homem para salvar a humanidade dos seus pecados, Cristo não veio para salvar anjos, Cristo não veio para salvar animais, Cristo veio para salvar eu e você. Cristo veio para fazer a “propiciação pelos pecados do povo”.
Isso quer dizer que Deus é Justo, Deus odeia o pecado, Deus ama a santidade, e por Deus ser verdadeiramente justo, ele precisa aplicar a punição justa sobre o pecado e derramar a sua ira sobre o homem que um dia decidiu desobedece-lo. no At usavam um animal que prefigurava cristo para ser oferecido em sacrificio e aplacar a ira de Deus. mas isso não era o suficiente, isso era apensa um sinal que apontava pra Cristo. e o que Cristo fez? se encarnou como homem, como um cordeiro sem mácula para receber essa ira que eu e você merecia.
Hebreus 9.11–14 (ARA)
Quando, porém, veio Cristo como sumo sacerdote dos bens já realizados, mediante o maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, quer dizer, não desta criação, não por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção. Portanto, se o sangue de bodes e de touros e a cinza de uma novilha, aspergidos sobre os contaminados, os santificam, quanto à purificação da carne, muito mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus vivo!
Isso nos leva a pergunta 38:
SLIDE Pergunta 38. Qual a necessidade de o Mediador ser Deus?
SLIDE Resposta: Era necessário que o Mediador fosse Deus, para poder sustentar a natureza humana e guardá-la de cair debaixo da ira infinita de Deus e do poder da morte; para dar valor e eficácia aos seus sofrimentos, obediência e intercessão; e para satisfazer a justiça de Deus, conseguir o seu favor, adquirir um povo peculiar, dar a este povo o seu Espírito, vencer todos os seus inimigos e conduzi-lo à salvação eterna.
Somente alguém infinitamente divino poderia suportar a pena de todos os pecados daqueles que crerem, algo que nenhuma criatura finita seria capaz de suportar.
Você poderia ser sacrificado para salvar outros? Não, porque você tem pecado. E um animal, poderia? Não, porque ele não é como nós. Somente alguém perfeito e sem mácula poderia fazer isso. Somente Cristo, sem pecado, poderia ser o sacrifício que nos salva
A Escritura é clara ao afirmar que a salvação vem do Senhor (Jn 2.9) e que nenhum ser humano ou criatura poderia salvar a humanidade; somente Deus poderia fazer isso.
Imagine um prisioneiro tentando negociar a liberdade de outro prisioneiro. Ambos estão acorrentados, presos pelas mesmas correntes e condenados pelo mesmo crime. Como alguém que compartilha da mesma culpa e está na mesma situação poderia interceder de forma eficaz? Não pode. Ele não tem poder ou autoridade para libertar a si mesmo, quanto mais outro prisioneiro. teria que vir alguém de fora, alguém que n cometeu crime nenhum e se colocar no lugar. da mesma maneira q n seria suficiente colocar um cachorro no ugar do bandido...
Da mesma forma, uma pessoa pecadora não pode ser mediador entre Deus e outros pecadores, porque ela mesma está sob a condenação do pecado. Apenas alguém sem pecado, alguém verdadeiramente divino, poderia interceder e trazer reconciliação entre Deus e os homens. É por isso que Jesus, sendo perfeito e sem pecado, é o único que pode nos reconduzir a Deus e revelar plenamente quem Deus é.
1Timóteo 2.5 “Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem,”
SLIDE Pergunta 40. Qual a necessidade de o Mediador ser Deus e homem em uma só pessoa?
SLIDE Resposta: Era necessário que o Mediador, que havia de reconciliar o homem com Deus, fosse Deus e homem, e isso em uma só pessoa, para que as obras próprias de cada natureza fossem aceitas por Deus em nosso favor e que confiássemos nelas como as obras da pessoa inteira.

SLIDE 3. Perigos de distorcer Encarnação de Cristo

Só pra confirmar se consegui passar a coisa certa pra vcs rsrs
1. Qual o perigo de eu dizer que Cristo possui uma única natureza, que é uma fusão da natureza divina e humana? Que Cristo não é plenamente humano nem plenamente divino, mas uma mistura dos dois. (monofisismo)
Perigo:
Se Cristo não tivesse duas naturezas distintas (uma humana e outra divina), Ele não poderia ter sido o perfeito Mediador entre Deus e os homens.
SLIDE Sem ser plenamente humano, Ele não poderia representar a humanidade;
SLIDE Sem ser plenamente divino, Ele não teria o poder de salvar.
2. Qual o perigo de eu dizer que se Cristo tem duas naturezas, Ele deve ter duas personalidades distintas, uma divina e outra humana, praticamente como se fossem duas pessoas separadas.? Uma hora Ele é Deus e outra hora ele é homem (Nestorianismo) Perigo:
Se Cristo fosse duas pessoas, Sua obra redentora seria fragmentada, e a unidade da salvação seria impossível.
redenção depende da perfeita união das naturezas divina e humana em uma única pessoa que poderia agir como nosso Mediador.
Dividir Cristo em duas pessoas distintas faz com que a obra da salvação não possa ser atribuída a uma única pessoa divina-humana.
Essa doutrina é essencial para preservar a fé cristã, pois qualquer comprometimento nas naturezas de Cristo ou na união delas destrói a base da redenção, tornando a salvação ineficaz e, portanto, comprometendo a própria essência do cristianismo.

SLIDE Implicações para a Vida Cristã:

A doutrina das duas naturezas de Cristo não é apenas teológica, mas tem profundas implicações práticas.
slide Jesus é o nosso salvador : Por ser plenamente Deus, Ele tem o poder de nos salvar e nos sustentar. A salvação n depende de nós, o preço que foi pago na cruz foi alto e quem pagou foi perfeito… quem pagou n foi um bandido, n foi ladrão da cruz...
Slide Jesus é o nosso intecessor : Por Cristo ser plenamente humano, Jesus compreende nossas fraquezas e intercede por nós como nosso Sumo Sacerdote. Cristo passou o que vc está passando… cristo sentiu tudo o que vc sente...
Cristo em sua humanidade nos ensina humildade, dependência de Deus e amor ao próximo...
Enquanto olhar para sua divindade nos leva a reverência, nos leva à adoração e submissão total a Ele.
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