Quem é Jesus?

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Almeida Revista e Atualizada (Capítulo 4)
35 Naquele dia, sendo já tarde, disse-lhes Jesus: Passemos para a outra margem.
36 E eles, despedindo a multidão, o levaram assim como estava, no barco; e outros barcos o seguiam.
37 Ora, levantou-se grande temporal de vento, e as ondas se arremessavam contra o barco, de modo que o mesmo já estava a encher-se de água.
38 E Jesus estava na popa, dormindo sobre o travesseiro; eles o despertaram e lhe disseram: Mestre, não te importa que pereçamos?
39 E ele, despertando, repreendeu o vento e disse ao mar: Acalma-te, emudece! O vento se aquietou, e fez-se grande bonança.
40 Então, lhes disse: Por que sois assim tímidos?! Como é que não tendes fé?
41 E eles, possuídos de grande temor, diziam uns aos outros: Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?
Jesus – Senhor sobre a natureza (Mc 4.35-41)
Tema principal se concentra na questão de “quem” é Jesus.
Introdução:
Você consegue reconhecer sua majestade? Vê-lo como o Senhor de tudo e de todos? Criador e sustentador de todas as coisas? Mais do que um homem comum, mas o próprio ser divino?
Ou só consegue vê-lo como um bom homem bem instruído? Só mais um profeta e mensageiro de Deus? Um grande líder, ou até um coach? Ou um médico, pra ser acionado só quando você está doente? Ou um herói, pra ser requisitado só quando você está em apuros?
Contexto
O Evangelho de Marcos, anuncia a boa notícia a respeito de Jesus Cristo, enfatizando a identidade de Jesus como o Filho de Deus e Messias, dando atenção especial à sua atividade constante, poder e autoridade, através de suas ações e ensinamentos.
Jesus vai de um lugar para outro, anunciando a vinda do Reino de Deus, ensinando multidões, fazendo milagres e curando doentes. Já no primeiro capítulo Marcos relata Jesus pregando: arrependam-se, expulsando demônios, curando os muitos enfermos. Isso ele faz na presença dos discípulos que escolhera para ajudá-lo e preparar esses homens para fazerem as mesmas obras.
No capítulo 3, vv 9-11 Jesus “recomendou a seus discípulos que sempre lhe tivessem pronto um barquinho, por causa da multidão, a fim de não o comprimirem. 10 Pois curava a muitos, de modo que todos os que padeciam de qualquer enfermidade se arrojavam a ele para o tocar. 11 Também os espíritos imundos, quando o viam, prostravam-se diante dele e exclamavam: Tu és o Filho de Deus!”
E no capítulo 4, a secção que contém o texto que refletiremos, começa dizendo que Jesus voltou “a ensinar à beira-mar. E reuniu-se numerosa multidão a ele, de modo que entrou num barco (lembra da recomendação?), onde se assentou, afastando-se da praia. E todo o povo estava à beira-mar, na praia. 2 Assim, lhes ensinava muitas coisas por parábolas...”.
Texto:
35 Naquele dia, sendo já tarde, disse-lhes Jesus: Passemos para a outra margem. 36 E eles, despedindo a multidão, o levaram assim como estava, no barco; e outros barcos o seguiam. 37 Ora, levantou-se grande temporal de vento, e as ondas se arremessavam contra o barco, de modo que o mesmo já estava a encher-se de água. 38 E Jesus estava na popa, dormindo sobre o travesseiro; eles o despertaram e lhe disseram: Mestre, não te importa que pereçamos? 39 E ele, despertando, repreendeu o vento e disse ao mar: Acalma-te, emudece! O vento se aquietou, e fez-se grande bonança. 40 Então, lhes disse: Por que sois assim tímidos?! Como é que não tendes fé? 41 E eles, possuídos de grande temor, diziam uns aos outros: Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?
Tema: Uma tempestade acalmada. Pontos: a. Um embarque à noite; b.Uma tempestade furiosa; c. Um clamor frenético; d. Um milagre espantoso; e. Uma repreensão amorosa; f. Um efeito profundo.
Tinha sido um dia exaustivo para Jesus. Jesus queria atravessar da agitada Cafarnaum para o lado leste, ou “terra dos gerasenos”. Como era totalmente divino, mas também perfeitamente humano, Jesus precisava de descanso. Ele precisava se afastar de todas aquelas pessoas: não somente as que estavam na praia, mas também das que o seguiam com barcos.
Marcos nos v.35,36 narra que os discípulos levaram Jesus consigo no barco. Foi ele quem tomou a iniciativa, ao mandar: “Vamos atravessar…” Mas eleseram os navegadores, os barqueiros. Então eles levaram Jesus “como estava”, ou seja, de imediato, sem retornar a praia, cansado, exausto, necessitando dormir e descansar.
Para descrever esse distúrbio atmosférico, Marcos e Lucas, no original, falam de lailaps, isto é, um furacão. Os ventos violentos açoitam o mar em fúria, causando ondas altas, que batem na proa (de qualquer embarcação que esteja navegando naquelas águas). Neste caso, um barco de pesca pequeno, jogado pelas ondas, estava se enchendo de água, como um brinquedo nas mãos da furiosa natureza. Há uma ênfase na intensidade e resultado da tempestade. Porém o poder de Jesus se revelará ainda maior.
O verbo no (particípio) presente “estava… dormindo” mostra Jesus tirando um cochilo tranquilamente. Lucas 8.23 cria a impressão de que Jesus tinha caído no sono assim (ou quase assim que) o barco deixou a praia. Logo, ele estava dormindo profundamente, mostrando quão cansado estava; mas também mostrando que a sua confiança no Pai celestial – o seu próprio Pai – era inalterável (ou sua própria confiança divina e soberania, já que não roga ao Pai para exercer tal poder). Nem o barulho dos ventos, nem o barulho das ondas indo de encontro à embarcação e o barco se enchendo de água foram capazes de acordá-lo.
38b. E eles o estavam acordando dizendo: “Mestre, não se importa que estejamos perecendo?” Desesperados e sem opções, os discípulos recorreram ao Mestre, que estava dormindo no fundo do barco. Eles o acordaram com uma pergunta angustiante, como se dissessem: “Valemos tão pouco assim? Com a morte nos olhando de frente, como você pode dormir? Não se importa se formos engolidos pelas profundezas?”
A pergunta dos discípulos, ecoa nossas próprias dúvidas em momentos de crise. Mas, a presença de Jesus no barco é um lembrete constante de que Ele está conosco em todas as tempestades da vida.
Esse grito evidencia o medo gerado pela tempestade. A tempestade provoca medo em nós, porque ela é maior do que nós. Em tempos de doença, perigo de morte, desastres naturais, catástrofes, guerras, comoção social e tragédias humanas, explode do nosso peito este mesmo grito de medo e dor: "Mestre, não te importa que pereçamos?"
Essas palavras expressaram mais uma crítica que um pedido de ajuda. Às vezes, é mais fácil reclamar de Deus do que depositar nossa ansiedade aos seus pés e descansar na Sua providência.
Esse grito evidencia uma fé deficiente. Se os discípulos tivessem uma fé madura, eles não se entregariam ao pânico e ao desespero. A causa do desespero não era a tempestade, mas a falta de fé. O perigo maior que enfrentavam não era a fúria do vento ao redor deles, mas a incredulidade dentro deles.
Dos discípulos, pelo menos 4 deles eram navegadores experientes, habituados a enfrentar tempestades no mar da Galileia, um mar notório por suas condições tempestuosas. Com sua experiência, esperava-se que pudessem lidar com aquela situação com confiança. No entanto, como vimos sobre a magnitude dessa tempestade, talvez fosse a pior que já haviam enfrentado. Por isso, eles estavam totalmente apavorados, dominados pelo medo. Porém, sua amargura não está totalmente separada de certa medida de confiança. Se isso não fosse verdade – sendo alguns deles pescadores experientes – não se virariam para o “carpinteiro” em busca de ajuda. Com certeza, sua fé estava longe da perfeição, porém, até mesmo a “pequena fé” é fé e carrega consigo esperança de purificação e crescimento.
Pode ser uma acusação. Porém, pelo advérbio usado, é melhor ser visto como um pedido de socorro.
Jesus não estava assustado. Ao contrário, ele estava no perfeito controle da tempestade, mesmo quando os ventos estavam rugindo furiosamente e as águas estavam revoltas. Ele não deseja que ninguém pereça. Eles já tinham visto Seu poder demonstrado em Seus milagres, deveriam ter confiança de que Ele poderia lidar com essa situação.
E você, o que faria no lugar dos discípulos? Teria fé suficiente para não se desesperar em tal situação, confiando plenamente no poder de Jesus?
Aplicação:

1 Seguir a cristo não é sinal de calmaria

O fato de seguirmos a ordem de Cristo, não significa que estaremos isentos de dificuldades (explicar o fato de que na Bíblia tempestade é sinônimo de adversidades). Os discípulos de Jesus estavam fazendo a vontade de Deus quando o levaram para o outro lado do lago, segundo a ordem do Mestre (o que identifica a nossa cooperação em atender ao chamado dele, ter disposição e bom ânimo em fazê-lo). Mesmo assim, foram atingidos por uma terrível tempestade e pareciam estar em um perigo iminente de morte. Uma tempestade - e Cristo a bordo! Parece uma contradição, não é? Sua presença não garantiria uma jornada pacífica? De forma alguma! Perguntas: Sua vida se tornou mais difícil depois que recebeu a Cristo? Você tem enfrentado tempestades pelo fato de andar com Deus, por obedecê-lo? Tem sofrido oposição e perseguição por ser fiel a Deus? Tem perdido oportunidades de negócios rentáveis por não transigir? Tem sido considerado mal compreendido no seu ambiente de trabalho, contexto familiar, entre amigos, por não se envolver em seus esquemas corruptos? Pois bem, essa é uma premissa bíblica. Há momentos em que sofremos simplesmente por andarmos no caminho da retidão. O mundo odiou a Cristo, e por consequência, também nos odiará. Ser cristão não é viver numa redoma de vidro, numa estufa espiritual. Adicionar a parte em que temos segurança e esperança com Cristo

2 A nossa fé é testada e aperfeiçoada nas tempestades

As tempestades da vida geralmente vêm de formas inesperadas: acidentes, enfermidades, crises no casamento, desemprego. Elas não mandam aviso. Como seguidores de Cristo, devemos estar preparados para as tempestades que certamente virão. Os discípulos amavam a Jesus e tinham deixado tudo para segui-Lo, mas isso não os poupou do mar revolto. As aflições e as tempestades da vida fazem parte da jornada de todo cristão fiel.
As tempestades da vida não são administráveis. Elas são maiores do que nossas forças. Os discípulos se esforçaram para contornar o problema, para saírem ilesos da tempestade, mas não puderam enfrentar a fúria do vento. Seus esforços não puderam vencer o problema. Eles precisaram clamar a Jesus. O problema era maior do que a capacidade deles de resolver. Muitas vezes, as tempestades chegam de forma tão intensa que deixam as estruturas de nossas vidas abaladas, derrubando aquilo que levamos anos para construir; seja no casamento, saúde, carreira profissional, amizade..
Porém as adversidades têm um propósito bem definido: Assim como o ouro é refinado pelo fogo, nossa fé é purificada e aprimorada pelas tempestades que enfrentamos. Quando passamos por dificuldades, somos ensinados a depender de Deus, de uma maneira mais profunda e significativa. Essas experiências nos ensinam a confiar nas promessas de Deus, naquilo que ele é, mesmo quando tudo ao nosso redor parece estar em caos.
Tiago 1:2-4 nos exorta: "Meus irmãos, considerem motivo de grande alegria o fato de passarem por diversas provações, pois vocês sabem que a prova da sua fé produz perseverança. E a perseverança deve ter ação completa, a fim de que vocês sejam maduros e íntegros, sem lhes faltar coisa alguma.(Ver um texto mais adequado)

3 A ordem de Jesus à natureza

O fato importante contido na expressão “ele repreendeu o vento” é que, de um modo muito eficiente, Jesus demonstrou sua autoridade sobre os elementos da natureza, de tal maneira que houve uma profunda, grande calma.
Aqui em Marcos, o paralelismo progressivo é impressionante: Jesus separadamente se dirige ao vento e ao mar. Ele repreende o vento; e ao mar, ele diz: “Silêncio! Fique quieto!” O resultado também é indicado separadamente: o vento parou e o mar se acalmou.
No paralelo com Jonas, os marinheiros oram. Aqui Jesus o faz pela sua própria palavra.
Geralmente, como é conhecido, depois que os ventos diminuem, as ondas continuam a quebrar fortes por um tempo, aumentando e diminuindo, como se não desejassem seguir o exemplo da agora subjugada corrente de ar acima delas. Mas, neste caso, o vento e o mar sincronizam-se em uma mesma sinfonia de solene silêncio. Na mesma hora, a superfície do mar se tornou lisa como um espelho.

4 Jesus faz uma pergunta confrontadora: Por que vocês estão com tanto medo? Ainda não tem fé?

Da perspectiva de Jesus, os discípulos já tinham visto o suficiente para crer no poder dele em protegê-los.
Os discípulos, por implicação, tinham acusado o Mestre de indiferença, de não se importar com eles (v. 38). Não é maravilhoso e confortante observar o fato de que Jesus nunca os repreendeu pelas suas palavras ásperas: “Mestre, não se importa que estejamos perecendo?” Este é o mesmo Salvador, que responderia à negação de Simão, acompanhada de blasfêmias. A sua resposta, todavia, não seria uma repreensão áspera, mas um olhar cheio de dor, e também cheio de amor; e, subsequentemente (depois da ressurreição), uma interrogação penetrante, e amorosa: “Simão, filho de João, você me ama mais do que estes?… Você me ama?… Você tem afeição por mim?”
Paralelos: Isaías 6.5; Lucas 5.8.
41 Eles ficaram com medo… por causa de tudo o que Jesus revelou a respeito de si mesmo, mas provavelmente mais pelo fato da manifestação de seu poder, esses homens “tiveram grande medo”. Eles estavam assombrados pela tempestade. Agora, estão cheios de medo por causa da presença daquele que de forma súbita, completa e dramaticamente acalmou a tormenta. O primeiro medo se refere a covardia. No segundo é positivo “estupefação” reverente ou apavorante. Lembra o temor dos marinheiros em Jonas. O “medo” aqui indicado era uma combinação de medo e reverência. Os discípulos começaram a perceber: Jesus é maior, muito maior, do que imaginávamos. Ele tem controle não somente sobre as pessoas, doenças e demônios, mas também sobre os ventos e as ondas: e estavam dizendo uns com os outros: “Quem é esse, que até o vento e o mar lhe obedecem?” “ou: Que tipo de pessoa– é esta, que até o vento e o mar lhe obedecem?”… “que ordena e até mesmo os ventos e o mar lhe obedecem?”
Muitas das coisas erradas na terra podem ser corrigidas. Há mães que secam as lágrimas de seus filhos, mecânicos que consertam máquinas, cirurgiões que removem doenças, conselheiros que resolvem problemas de família, etc. Mas consertar o tempo? As pessoas falam sobre isso, de fato. Mas é preciso divindade para mudar o tempo. Só Deus pode fazer isso.
Muito apropriadamente a narrativa acaba focando a atenção na pessoa de Jesus Cristo, de tal modo que quem ler possa dar a sua própria resposta, confessar sua fé e adicionar sua própria doxologia.
Importante:
Esse relato não se concentra na igreja, mas em Jesus. Ensina aos leitores a “grandeza” do nosso Senhor.
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