Amor, a Marca do Cristão
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João 13.31-38.
Há séculos que as pessoas têm usado os símbolos mais diversos para demonstrar que são cristãs: uma cruz pendurada no pescoço; o crucifixo pendurado na parede da casa, do estabelecimento comercial ou no retrovisor do carro; distintivos na lapela do paletó ou da blusa; há os que tatuam o corpo com a cruz, algum símbolo religioso ou versículo bíblico; tem o sinal da cruz; e até o modo de vestir ou de cortar o cabelo.
Mas, será que algum desses citados é realmente o simbolo e a a marca do cristão?
No começo, o cristianismo que era perseguido e que até o presente continua sendo a religião mais perseguida do planeta. E nos primeiros séculos não foi diferente, pois, as perseguições contra os cristãos já eram frequentes e brutais nos três primeiros séculos do cristianismo, quando a fé em Cristo precisava ser vivida praticamente na clandestinidade por grande parte dos convertidos.
E diante de um contexto tão cruel e perigoso para os cristãos, como um cristão poderia saber se outra pessoa também era cristã?
Existia uma espécie de código, mas isso é claro, além de tomar as precauções mais evidentes, como informar-se sobre a outra pessoa previamente sempre que possível, os primeiros cristãos utilizavam “códigos secretos” para confirmar se estavam mesmo diante de um irmão da mesma crença.
Como eles faziam isso? Bem, um desses códigos era o “Ichthus”, palavra que, em grego antigo (ἰχθύς), significava “peixe“.
A hipótese mais levantada é a de que o cristão, quando acreditava estar diante de outro cristão clandestino, desenhava uma curva ou meia-lua no chão. Se a pessoa desenhasse outra meia-lua completando o desenho de um peixe, seria muito maior a probabilidade de que se tratasse mesmo de um seguidor de Jesus que conhecia o “código secreto” cristão.
E por que a imagem de um peixe?
As letras que formam a palavra “peixe” em grego (Ichthys ou Ichthus), quando escritas em maiúsculas (ΙΧΘΥΣ), formam um acrônimo com as iniciais da expressão “Iēsous Christos Theou Yios Sōtēr”, que significa “Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador”.
Esses símbolos e marcas não são coisas ruins em si mesmas, não se forem usados apenas como símbolos, como arte, e no caso dos perseguidos, como uma identificação. Tomemos cuidado, pois, costumamos torná-los essas coisas em ídolos e ai que está problema. Mas, existe uma marca cristã que Jesus nos ensina neste texto, e esta marca é superior a qualquer outra, e é ela que nos identifica se somos de fato cristãos ou não.
V.31-35: “Quando ele saiu, disse Jesus: Agora, foi glorificado o Filho do Homem, e Deus foi glorificado nele; se Deus foi glorificado nele, também Deus o glorificará nele mesmo; e glorificá-lo-á imediatamente. Filhinhos, ainda por um pouco estou convosco; buscar-me-eis, e o que eu disse aos judeus também agora vos digo a vós outros: para onde eu vou, vós não podeis ir. Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros.”
Logo após a despedida de Judas, Jesus começa a falar aos seus discípulos o que iria proceder agora, quais são os próximos passos para sua morte na cruz. Jesus sabia que Judas iria agora em direção as autoridades religiosas a fim de planejar como iriam prendê-lo para levá-lo a morte.
Jesus então declara que agora, foi glorificado o Filho do Homem, e Deus foi glorificado nele; e que se Deus foi glorificado, também Deus iria glorificar a Jesus, logo em seguida.
Note, Jesus nos ensina que esse ato que parece representar derrota, desonra e desastre sobre Ele, pelo contrário, o Filho do homem está, na realidade, sendo glorificado!
A glória da cruz é mais uma vez enfatizada por Jesus em seu discurso, sempre que pensamos no sofrimento de Cristo, nunca sabemos o que admirar mais: se a submissão voluntária do Filho a essa morte por esse povo perdido ou o desejo do Pai de entregar esse Filho para morrer por esse povo que não merece o seu amor incondicional.
E no fato de Jesus está próximo de sua morte, logo em breve seria Ele glorificado na morte, imediatamente, ou seja, logo em seguida, Ele estaria indo ao Getsêmani e seria preso para ser morto na sexta-feira.
Jesus chama os discípulos de Filhinhos, termo esse que é encontrado apenas nos escritos do apóstolo João. Com certeza essa palavra marcou o apóstolo. E Jesus os chama assim deixando claro que mesmo sendo discípulos que ainda eram imaturos, o Senhor muito os amava.
Jesus está avisando que a sua hora está a cada dia mais próxima, e Ele não mais estaria diariamente de forma física com os seus discípulos como esteve durante esses três anos de ministério. Jesus então diz o mesmo que havia dito aos judeus, que eles não poderiam ir para onde Jesus estava indo. Ou seja, para o Pai. Pelo menos não até que morressem ou Jesus voltasse.
Mas, a vida continua e os discípulos iriam estar uns com os outros e com todos deste mundo, e por isso, Jesus continua e lhes dá um novo mandamento, mas que não era novo na verdade, mas sim que Jesus estava a lhes ensinar que o mandamento tem um sentido e um padrão mais elevado de amor.
Jesus revela isso ao dizer: assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros.
E Jesus é o maior exemplo de amor, veja que seu exemplo de amor constante, o seu autossacrificio (pense em sua encarnação, ministério terreno, morte na cruz) Ele está dizendo, este deve ser o padrão de amor que vocês, meus discípulos devem ter em atitude de reciprocidade.
Jesus então declara, se alguém quer conhecer quem verdadeiramente é um discípulo do Cristo crucificado, este alguém o conhecerá por esta marca, o amor que eles tem uns pelos outros.
1João 3.16 “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos.”
J C Ryle disse: “Estejamos atentos para que essa tão bem conhecida virtude cristã não seja apenas um conceito em nossa mente, e sim uma prática em nosso viver. De todos os mandamentos de nosso Senhor, esse é o mais abordado, porém o menos praticado. No entanto, se pretendemos dizer algo quando afirmamos que somos crentes, isso será percebido em nossa conduta e em nossas palavras, em nossa tolerância e em nossas realizações, em nosso comportamento dentro e fora de casa e em nossas atitudes relacionadas à vida. Em especial, isso se evidenciará em nossa maneira de lidar com os outros crentes. Devemos considerá-los irmãos em Cristo, alegrando-nos em fazer qualquer coisa que promova a felicidade deles. Temos de abominar a inveja, a malícia e os ciúmes em relação a um membro do corpo de Cristo, considerando pecado esse tipo de atitude. Isso é o que o Senhor pretendia dizer ao nos mandar amar uns aos outros.”
1João 3.14 “Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na morte.”
1João 2.10 “Aquele que ama a seu irmão permanece na luz, e nele não há nenhum tropeço.”
1João 4.12 “Ninguém jamais viu a Deus; se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor é, em nós, aperfeiçoado.”
A marca verdadeira de um cristão é o amor para com seus irmãos em Cristo. Isso requer poder divino, e esse poder é dado somente aos que são habitados pelo Espírito Santo de Deus. Pois, o fruto do Espírito é amor.
V.36: “Perguntou-lhe Simão Pedro: Senhor, para onde vais? Respondeu Jesus: Para onde vou, não me podes seguir agora; mais tarde, porém, me seguirás.”
Pedro pergunta a Jesus para onde o Senhor vai, como sempre Pedro é o único corajoso a fazer essas perguntas difíceis. E o Senhor responde a Pedro.
Jesus diz a Pedro que para onde Ele estava indo agora, os seus discípulos não poderiam segui-lo, mas vocês me seguirão mais tarde. Ou seja, Pedro e os demais irão no futuro para onde Jesus estaria após a sua morte, para o Pai no céu.
Mas, Pedro não ficou satisfeito com essa resposta.
V.37: “Replicou Pedro: Senhor, por que não posso seguir-te agora? Por ti darei a própria vida.”
Pedro quer saber o porque que não pode seguir Jesus. E promete que por Jesus estava disposto a morrer.
Em Mateus 26.35 diz o texto: “Disse-lhe Pedro: Ainda que me seja necessário morrer contigo, de nenhum modo te negarei. E todos os discípulos disseram o mesmo.”
Pedro demostra a sua lealdade a Jesus, mas com isso também mostra a sua impaciência e autoconfiança, pois, pensa que está pronto para seguir Jesus até mesmo na morte, e os discípulos dizem o mesmo, porém,Jesus responde a Pedro dizendo:
V.38: “Respondeu Jesus: Darás a vida por mim? Em verdade, em verdade te digo que jamais cantará o galo antes que me negues três vezes.”
Jesus que conhece o coração dos seus discípulos, sabia que todos iriam fugir e abandoná-lo poucas horas depois dessas afirmações por parte deles.
Desse modo, não seria Pedro que iria dar sua vida por Jesus, mas Jesus que daria sua vida por Pedro. Pedro não daria sua vida por Jesus, mas o negaria três vezes seguidas.
Este canto do galo servia de indicação de tempo. Marcos 13.35: “Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o dono da casa: se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã;” indica que ele marcava a terceira das quatro “vigílias”.
Os estudiosos dizem que o galo cantaria em um momento das quatro vigílias, e eram os seguintes horários:
1- “noite”: 18:00 às 21:00; 2- “meia-noite”: 21:00 às 00:00; 3- “cantar do galo”: 00:00 às 03:00; 4- “manhã”: 03:00 às 06:00.
Muitos discutem que naquela época existia uma lei dos rabinos judaicos que proibia que na casa dos judeus ou mesmo de um líder do judaísmo de ter galos, pois, eles eram impuros para religião. Então, defendem que o cantar do galo era um termo usado para o momento em que a trombeta do judaísmo ou mesmo do exercito romano era tocada para troca de turnos dos soldados.
Porém, temos que ressaltar que quanto a proibição de se ter um galo, isso não era uma proibição para os Romanos ou mesmo outros que não fossem judeus, logo, esses poderiam ter galos em suas casas. E a palavra no original é usada para se referir a um animal e não a um instrumento de sopro ou algo semelhane. Dito isto, ficamos com o galo animal mesmo.
Portanto, parece que o que Jesus disse aconteceria antes das três horas da manhã. Pedro o negaria três vezes. Que essa referência é à segunda parte desse período de 00:00 às 03:00 fica claro em Marcos 14.30: “Respondeu-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje, nesta noite, antes que duas vezes cante o galo, tu me negarás três vezes.”
Mas a menção ao canto do galo se refere não apenas ao tempo, mas também ao canto em si, o qual marcaria o tempo. De fato, Pedro ouviria esse canto do galo. Ele negou Cristo a primeira vez, e o galo cantou, negou a segunda, e depois que negou a terceira, o galo cantou pela segunda vez.
Assim, Pedro foi lembrado da sua fraqueza, covardia e incapacidade de seguir o Senhor mesmo por poucas horas, pelo seu próprio poder. Aqui temos Jesus levando Pedro a reconhecer sua fraqueza e ainda mais, o canto o fez lembrar que Jesus havia dito isto, e é meio que um chamado de Deus a Pedro, a que se arrependa. Pedro, lembre-se, eu disse que você pecaria, mas, lembre-se também que eu disse que amo você e que por seus pecados eu darei a minha vida.
Aplicações:
Cuidado com a autoconfiança
A Bíblia nos alerta que o nosso coração é enganoso, e assim como Pedro somos nós, pensamos: não Senhor, eu nunca faria isso. E segundos, horas ou mesmo dias depois estamos fazendo o que juramos nunca fazer.
Lembre-se, Deus conhece muito melhor o seu coração do que você, por isso, precisamos andar vigilantes e temos que ter cuidado com aquilo que propomos e planejamos no nosso coração, ele sabe nos enganar.
Não pense que a paz no coração é sinônimo de vontade de Deus, existe muitos que assim como Pedro estão com paz no coração, certos de que vão fazer a vontade de Deus, mas, que estão sendo enganados pelo próprio coração.
Existe sementes de pecados que estão no nosso coração como um vulcão dormindo, mas, que a qualquer momento pode entrar em erupção.
Nós não sabemos o que acontecerá no dia de amanhã ou mesmo daqui alguns minutos. Nossa vida está sujeita à vontade do Senhor. É por esta razão que, em qualquer planejamento ou previsão do que esperamos fazer, como ensina Tiago, é preciso dizer: “Se o Senhor quiser, viveremos e faremos isto ou aquilo” – (Tiago 4.15).
A Fraqueza nos lembra a nossa dependência
Paulo nos alerta: “Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia” (1Co 10.12).
Precisamos ser humildes, e ter o reconhecimento de nossa própria fraqueza pessoal, e viver uma constante dependência do Senhor para nos tornarmos fortes, uma vida de oração diária, porque não somos capazes de permanecer firmes esses são os segredos da verdadeira segurança, a segurança em Jesus.
Jesus nos ama, e deseja que demostremos o amor na humildade diária, vivendo uma vida de dependência e constante vigilância contra as ciladas do nosso próprio coração.
Paul Washer: Bendita a fraqueza que nos faz depender de Deus e que nos tira toda esperança em nós mesmos ou na humanidade.
Não confie em si mesmo, confie em Cristo, busque n’Ele auxilio e orientação por meio da Bíblia e oração.
Qual Marca Temos Deixado?
Você ama como Jesus? Você é a Bíblia que os descrentes leem, ,seja você um cristão marcado pelo amor de Deus e que permite que essa marca seja pregada todos os dias no trabalho, escola, academia, igreja e no seu lar. A igreja ganha pessoas para Cristo no dia a dia, quando ela paga o preço de levar o mundo a ver Cristo nela.
O mundo prega o ódio, a traição, o pecado, nós devemos ser conhecidos pelo amor, pela fidelidade, pela santidade.
O verdadeiro cristão é conhecido pelo seu amor ao próximo, e principalmente aos da família da fé.
Quer me dizer que você é cristão? Então me mostre como você ama sua família, como você ama seus parentes, mas, me mostre melhor como você ama seus irmãos em Cristo, me mostre como você ama os seus inimigos, se você de fato me mostrar que os ama. Então, certamente você estará me mostrando que verdadeiramente você é um discípulo de Jesus Cristo.