A insensatez do coração

Caminhos de Coragem   •  Sermon  •  Submitted   •  Presented
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Enganoso é o coração do homem, bem como seus sentidos. Precisamos da sabedoria de Deus para termos discernimento. Deus usa as coisas loucas para confundir as sábias.

Notes
Transcript
Josué 9.1–27 (NAA)
Todos os reis que estavam do lado oeste do Jordão, nas montanhas e nas campinas, em toda a costa do mar Grande até o Líbano ficaram sabendo disso. Eram os reis dos heteus, dos amorreus, dos cananeus, dos ferezeus, dos heveus e dos jebuseus. Então eles se ajuntaram de comum acordo, para guerrear contra Josué e contra Israel.
Mas os moradores de Gibeão, ouvindo o que Josué tinha feito com Jericó e com Ai, usaram de astúcia: foram e se fingiram de embaixadores, levando sacos velhos sobre os seus jumentos e odres de vinho, velhos, rasgados e cheios de remendos, calçando sandálias velhas e remendadas e vestindo roupas velhas. E todo o pão que traziam para comer era seco e bolorento. Foram a Josué, no arraial, em Gilgal, e lhe disseram, a ele e aos homens de Israel:
— Viemos de uma terra distante e queremos que vocês façam uma aliança conosco.
Mas os homens de Israel responderam aos heveus:
— Talvez vocês morem aqui perto. Como podemos fazer uma aliança com vocês?
Então disseram a Josué:
— Somos seus servos.
Mas Josué perguntou:
— Quem são vocês? De onde vêm?
Eles responderam:
— Estes seus servos vieram de uma terra muito distante, por causa do nome do Senhor, seu Deus. Pois ouvimos a sua fama e tudo o que fez no Egito, e tudo o que fez com os dois reis dos amorreus que estavam do outro lado do Jordão, a saber, Seom, rei de Hesbom, e Ogue, rei de Basã, que estava em Astarote. Por isso os nossos anciãos e todos os moradores da nossa terra nos disseram: “Levem com vocês alimentos para a viagem e vão ao encontro deles, dizendo: ‘Somos seus servos; façam uma aliança conosco.’ Este nosso pão nós pegamos em nossas casas quando ainda estava quente, no dia em que saímos para vir falar com vocês, e agora aqui está ele, já seco e bolorento. Estes odres eram novos quando os enchemos de vinho, mas agora já estão rasgados. E estas nossas roupas e estas nossas sandálias já envelheceram, por causa da longa viagem.”
Então os israelitas aceitaram os alimentos deles e não pediram conselho ao Senhor. Josué concedeu-lhes paz e fez com eles a aliança de lhes poupar a vida; e os chefes da congregação confirmaram isso com juramento.
Ao fim de três dias, depois de terem feito a aliança com eles, souberam que eram seus vizinhos e que moravam perto deles. Pois, partindo os filhos de Israel, chegaram às cidades deles ao terceiro dia. E as cidades deles eram Gibeão, Cefira, Beerote e Quiriate-Jearim. Os filhos de Israel não os atacaram, porque os chefes da congregação lhes haviam jurado pelo Senhor, Deus de Israel. Por isso toda a congregação murmurou contra os chefes. Então todos os chefes disseram a toda a congregação:
— Nós juramos a eles pelo Senhor, Deus de Israel; por isso, não podemos tocar neles. Isto, porém, lhes faremos: vamos deixá-los viver, para que não venha grande ira sobre nós, por causa do juramento que lhes fizemos.
E os chefes acrescentaram:
— Deixem que vivam.
E assim eles se tornaram rachadores de lenha e tiradores de água para toda a congregação, como os chefes lhes tinham dito.
Josué chamou os gibeonitas e lhes disse:
— Por que vocês nos enganaram, dizendo que moravam bem longe de nós, quando na verdade moram aqui perto? Agora vocês estão sob maldição e entre vocês nunca deixará de haver escravos, rachadores de lenha e tiradores de água para a casa do meu Deus.
Então eles responderam a Josué:
— É que foi anunciado a estes seus servos, como certo, que o Senhor, seu Deus, havia ordenado ao seu servo Moisés que lhes desse toda esta terra e destruísse todos os seus moradores diante de vocês. Tememos muito pela nossa vida por causa de vocês e foi por isso que fizemos aquilo. Eis que estamos nas suas mãos; trate-nos segundo lhe parecer bom e reto.
Josué fez como tinha dito e livrou-os das mãos dos filhos de Israel; e não os mataram. Naquele dia, Josué os fez rachadores de lenha e tiradores de água para a congregação e para o altar do Senhor, até o dia de hoje, no lugar que Deus escolhesse.

Introdução

Vídeo das redes sociais das pessoas que enxergam mal e veem animais ao invés de sacolas no chão.

Contexto:

O texto de Josué 9 é uma grande introdução para os capítulos seguintes (10 e 11) apontando o cenário geral que era de terror e fúria entre alguns reis de várias cidades de Canaã;
Os versos 1 e 2 nos dão toda a ambientação utilizarem a expressão “Todos os reis…”, além disso o verso dois lista os povos destes reis como sendo exatamente as nações que o Senhor havia orientado a Israel que expulsassem de seu meio.
Os reis então estabelecem um comum acordo para guerrearem contra um inimigo em comum, no caso Israel.
A conquista de Jericó e Aí foi extremamente significativa para os israelitas e teve repercussões a todos os povos adjacentes que já vinham ouvindo os terríveis feitos do Senhor;
A partir deste cenário inicial estabelecido pelo autor poderemos compreender melhor o contexto global e local onde se localiza o texto.
(Ver ao final se há espaço para falar da relação entre estes dois versos e o Salmo 2)

Exposição e Aplicações

1.Os israelitas confiam em si mesmos - Falta de sabedoria de Deus

Em nosso último encontro com os israelitas, irmãos, tivemos o vislumbre da graça e da misericórdia de Deus apesar de seu pecado e vimos o altar de renovação da aliança. No entanto, pouco tempo se passa entre este momento significativo, tempo suficiente para que o povo retorne a sua vida cotidiana em seu cenário habitual.
Imagino aqui, toda a peregrinação de volta para o sul da terra, para a cidade-quartel, Gillgal, e lá Josué e os líderes do povo planejando seus próximos passos na conquista da terra.
É aqui que estamos e é aqui também, que somos informados do estratagema dos reis inimigos, consigo imaginar a notícia chegando a Josué, mas antes que qualquer coisa possa ser feita o texto bíblico nos aponta um povo que age de maneira diferente dos demais de Canaã.

O estratagema dos gibeonitas

Josué 9.3–6 (NAA)
Mas os moradores de Gibeão, ouvindo o que Josué tinha feito com Jericó e com Ai, usaram de astúcia: foram e se fingiram de embaixadores, levando sacos velhos sobre os seus jumentos e odres de vinho, velhos, rasgados e cheios de remendos, calçando sandálias velhas e remendadas e vestindo roupas velhas. E todo o pão que traziam para comer era seco e bolorento. Foram a Josué, no arraial, em Gilgal, e lhe disseram, a ele e aos homens de Israel:
— Viemos de uma terra distante e queremos que vocês façam uma aliança conosco.
O texto nos diz que ao saberem dos últimos acontecimentos usaram de “astúcia” ou ainda “estratagema”para enganar os israelitas a respeito de sua identidade e de sua origem;
Há toda uma cena gráfica, roupas e sandálias gastas, comida estragada, aparência cansada, tudo isso com um objetivo muito claro: estabelecer uma aliança com os israelitas;
Podemos perceber que os gibeonitas, tinham algum conhecimento sobre as restrições de Deus a respeito dos povos que poderiam ter alianças com Israel, bem como sabiam de sua história e dos feitos de Deus, por isso temiam;
Seu desejo era diferente dos demais povos, pois sabiam, ainda que de maneira limitada que nada poderia parar o avanço de Josué e dos israelitas.

Quem eram os Gibeonitas?

Os heveus eram o povo de origem dos Gibeonitas, oriundos de Cam, e de seu filho Canaã, formava um dos povos da região entregue por Deus aos israelitas. Gebeão era uma cidade localizada na região montanhosa a oeste do Jordão, faziam parte de pelo menos 4 cidades, são elas: Cefira, Beerote e Quiriate-Jearim

A suspeita dos Israelitas

Os versos 7 e 8 nos apresentam a desconfiança de Josué e dos Israelitas, afinal embora o que vissem corroborasse as falas dos homens, havia incerteza em seus corações.
Josué questiona mais uma vez quem são os homens e de onde vem;
A resposta dos homens é extremamente bem colocada, embora fosse uma resposta genérica uma vez que não responderam de que lugar eram.
Os gibeonitas disfarçados se apresentam como “servos” dos israelitas que vieram “por causa do nome do Senhor”. Aqui acredito que foi o que conquistou a confiança de Josué.
Josué 9.9–10 (NAA)
Eles responderam:
— Estes seus servos vieram de uma terra muito distante, por causa do nome do Senhor, seu Deus. Pois ouvimos a sua fama e tudo o que fez no Egito, e tudo o que fez com os dois reis dos amorreus que estavam do outro lado do Jordão, a saber, Seom, rei de Hesbom, e Ogue, rei de Basã, que estava em Astarote.
A falsa aparência de cansaço, bem como os pães velhos, roupas e sandálias gastas foram confirmações aparentes de que o que os olhos de Josué viam era verdadeiro.

A falsa sabedoria humana

O verso 14 então nos apresenta o ponto de destaque do narrador para a grande falha de Josué e dos israelitas, logo após todos os acontecimentos anteriores os quais conhecemos o que temos aqui são os seres humanos, mais uma vez confiando em si mesmos e em suas próprias percepções.
Josué 9.14 (NAA)
Então os israelitas aceitaram os alimentos deles e não pediram conselho ao Senhor.
Implicação - Semelhantemente aos filhos de Israel nós hoje ainda nos guiamos por nossas percepções e sentidos , em outras palavras confiamos muito em nosso coração.
Enganoso é o coração humano, é dele que procedem todos os pecados e, certamente o coração pode conduzir o homem à perdição completa.
Tu nos formastes para ti mesmo, e inquieto está o nosso coração até que encontre descanso em ti.
Agostinho de Hipona
Ao confiarmos em nossas percepções retiramos o terreno sólido da confiança e dependencia de Deus e isso, certamente nos conduz a caminhos de ruína.
“Ora, não é que Josué e os anciãos não tenham feito as perguntas certas; eles desconfiaram nos pontos certos (vv. 7-8). Não é que tenham sido descuidados na sua investigação, mas que tenham estado sozinhos na sua decisão. Não é que não tenham pensado, mas que não tenham orado. Não tinham porque não pediam (Tiago 4,2).”
Joshua - No failing words

Aplicação

Precisamos de sabedoria de Deus meus irmãos, Josué e os líderes de Israel não consultaram ao Senhor tendo livre acesso;
Provérbios 3.5 (NAA)
Confie no Senhor de todo o seu coração
e não se apoie
no seu próprio entendimento.
Líderes não são semideuses mas devem agir com responsabilidade.

2.Não se corrige um erro com outro

Fidelidade pelo nome do Senhor

O texto nos diz que somente em três dias os israelitas descobriram que a aliança que tinham feito tinha sido com um povo vizinho que deveria ter sido expulso da terra.
O que esperaríamos aqui? Certamente eles haviam sido enganados e por mentirosos, esperaríamos que o exército de Israel marchasse até as cidades dos gibeonitas para arrasá-los, no entanto o erro dos líderes de Israel não poderia ser apagado com outro erro.
Josué 9.18–20 (NAA)
Os filhos de Israel não os atacaram, porque os chefes da congregação lhes haviam jurado pelo Senhor, Deus de Israel. Por isso toda a congregação murmurou contra os chefes. Então todos os chefes disseram a toda a congregação:
— Nós juramos a eles pelo Senhor, Deus de Israel; por isso, não podemos tocar neles. Isto, porém, lhes faremos: vamos deixá-los viver, para que não venha grande ira sobre nós, por causa do juramento que lhes fizemos.
Nossa mente ocidental e contemporânea encontra dificuldades para entender as relações pactuais dos povos entre si;
Uma aliança firmada em nome do Senhor deveria ser cumprida não por gostos pessoais mas sim por fidelidade ao grande Deus;
O povo então começa a murmurar, certamente semelhante ao que aconteceu inúmeras vezes no deserto, no entanto por um motivo apropriado, um erro de seus líderes.
Líderes falham, assim como nosso coração não é um terreno sólido suficiente o coração de nossos semelhantes não o é, portanto o único lugar para repousar o devidamente seguros deve ser a instrução do Senhor
Implicação - Os filhos de Israel deveriam honrar seu juramento e sua aliança com os gibeonitas para evitarem um pecado maior de desonrarem o nome do Senhor.
Nós em nosso contexto moderno somos pouco fiéis às nossas palavras e declarações, nos esquecendo que somos feitos povo de Deus e portanto carregamos seu nome sobre a terra.
Pecamos e para consertar um erro pensamos ser favorável tolerarmos outros erros e assim desonramos o nome do Senhor.
Por fim a solução que restava aos israelitas era aceitar a consequência de sua falta de sabedoria e por terem seguido seu coração, deveriam carregar agora as consequências de seu pecado.
A única opção possível era que de fato os gibeonitas se tornariam servos de Israel e assim fariam os trabalhos de coletarem água e lenha, o tipo de serviço descrito em Dt. 29.

Aplicação

…. Realidade prática para a igreja, geralmente respondendo as seguintes perguntas:
O que fazer? Como fazer? A quem fazer? O que pensar? Como pensar? Para quem pensar?

3.Maldição em benção

Salvação pertence a Deus

Embora o erro de Josué e e todos os líderes de Israel tenha sido gritante, os gibeonitas haviam agido de maneira infiel e mentirosa.
Seu objetivo era uma aliança em algum nível, de iguais para iguais, no entanto como consequência de seu pecado seriam amaldiçoados e assim nunca mais deixariam de haver escravos em meio a este povo.
Josué 9.22–23 (NAA)
Josué chamou os gibeonitas e lhes disse:
— Por que vocês nos enganaram, dizendo que moravam bem longe de nós, quando na verdade moram aqui perto? Agora vocês estão sob maldição e entre vocês nunca deixará de haver escravos, rachadores de lenha e tiradores de água para a casa do meu Deus.
Os gibeonitas eram ímpios, mas tinham um único desejo de escaparem do juízo vindouro. Ao ouvirem os feitos do Senhor por meio de Moisés e dos filhos de Israel temeram por suas vidas;
Buscavam salvação, e de alguma maneira peculiar a receberam por permissão do Senhor;
O seu juízo foi o se tornarem escravos dos israelitas e servirem o povo de Deus e de maneira peculiar servirem a Deus (final do verso 23) e conscientes de seu erro se sujeitam prontamente a tudo que Josué decretasse sobre eles.
Josué 9.25 (NAA)
Eis que estamos nas suas mãos; trate-nos segundo lhe parecer bom e reto.
De alguma maneira peculiar, os gibeonitas permaneceram fiéis a esta aliança com os Israelitas. De sua desobediência foram conduzimos à obediência;
Os gibeonitas usaram do mínimo conhecimento que tinham de quem era Deus e seus feitos, ainda que se valendo de artifícios pecaminosos, se prestaram diante de Deus e seu povo temendo por suas vidas.
Deus manifestou aqui, sua graça e misericórdia permitindo que apesar de seus pecados eles pudessem permanecer entre o seu povo e servindo-os junto ao altar do Senhor.
As cidades da região de Gibeão foram concedidas aos descendentes de Arão;
Séculos mais tarde uma dessas cidades abrigaria o tabernáculo do Senhor (1Crônicas 21.29);
A maldição dos gibeonitas foi convertida em benção pelo conhecimento de Deus, este povo foi abençoado por Deus assim como Raabe e sua casa;
Um dos famosos guerreiros de Davi era gibeonita (1Cr. 23.4);
Após o exílio babilônico os gibeonitas auxiliaram na reconstrução dos muros de Jerusalém (Ne. 3.7 e Ed. 2.25);
Implicação - Os gibeonitas salvação a partir de suas más obras mas encontraram salvação pela graça do Senhor, bem como cada um de nós aqui.
Deus nos estendeu sua mão de misericórdia! A maldição foi tornada em benção.

Conclusão

Cristo morreu por nós quando ainda éramos pecadores meus irmãos, agindo de maneira leviana e imprudente, buscando nossos próprios interesses, mas obtivemos favor diante dos olhos do Senhor.
Não estamos aqui por nossa moral impecável, nem por nossas obras de bondade quaisquer que sejam, estamos aqui pela graça de Deus que acolheu pecadores terríveis, merecedores de um juízo justo, e deu a eles um futuro de dignidade, de serviço junto ao altar do Senhor, pelos méritos daquele que ofereceu o perfeito sacrifício.
Isso tudo para que depositemos nossa confiança não em nossos sentidos, intuições, nem mesmo em pessoas que admiramos, nossa confiança deve repousar em nenhum lugar distante do Temor do Senhor, do conhecimento do Senhor, da Lei do Senhor.
Salmo 19.7–14 (NAA)
7 A lei do Senhor é perfeita
e restaura a alma;
o testemunho do Senhor é fiel
e dá sabedoria aos simples.
8 Os preceitos do Senhor são retos
e alegram o coração;
o mandamento do Senhor é puro
e ilumina os olhos.
9 O temor do Senhor é límpido
e permanece para sempre;
os juízos do Senhor são verdadeiros
e todos igualmente, justos.
10 São mais desejáveis do que ouro,
mais do que muito ouro depurado;
e são mais doces do que o mel
e o destilar dos favos.
11 Além disso, por eles se admoesta o teu servo;
em os guardar há grande recompensa.
12 Quem há que possa discernir as suas próprias faltas?
Absolve-me das que me são ocultas.
13 Também da soberba guarda o teu servo;
que ela não me domine.
Então serei irrepreensível
e ficarei livre de grande transgressão.
14 As palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração
sejam agradáveis na tua presença,
Senhor, rocha minha e redentor meu!
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