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Sete palavras da Cruz  •  Sermon  •  Submitted   •  Presented
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Objetivo Geral: Anunciar as riquezas da obra de Cristo na cruz.

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Objetivo Geral: Anunciar as riquezas da obra de Cristo na cruz.

Introdução

Lc 23.39-43
39E um dos malfeitores que estavam pendurados blasfemava dele, dizendo: Se tu és o Cristo, salva-te a ti mesmo, e a nós. 40Respondendo, porém, o outro, repreendia-o, dizendo: Tu nem ainda temes a Deus, estando na mesma condenação? 41E nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o que os nossos feitos mereciam; mas este nenhum mal fez. 42E disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino. 43E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso.
Continuamos com nossa série de pregações “As sete palavras da cruz”, onde observamos as riquezas das últimas palavras de Cristo antes de sua morte. Vimos na semana passada o pedido de Jesus ao Pai que perdoasse seus algozes e como isso demonstrava que é do caráter do cristão perdoar, independentemente das acusações, das dores e das falhas dos outros.
Hoje vemos a bem conhecida história da salvação de um dos ladrões que vivia o mesmo suplício que Jesus. Este ladrão, cujo nome não é registrado na Bíblia, é uma excelente demonstração que Jesus pode salvar até as pessoas mais difíceis ou, como diz o ditado, enquanto há vida, há esperança!
Mas antes de aplicarmos essa verdade em nossas vidas, vamos analisar os versículos do texto.
39E um dos malfeitores que estavam pendurados blasfemava dele, dizendo: Se tu és o Cristo, salva-te a ti mesmo, e a nós.
40Respondendo, porém, o outro, repreendia-o, dizendo: Tu nem ainda temes a Deus, estando na mesma condenação?
O que esperar de ladrões condenados à morte? São criminosos, pessoas que, para satisfazer suas necessidades ou desejos, estão dispostas a prejudicar outros. Os crimes de furto e roubo podem possuir muitas motivações, mas sempre envolve pouca empatia pela vítima.
Para o ladrão, a vítima deixa de ser uma pessoa e passa a ser apenas uma fonte de renda e um problema para obter o que se quer. O ladrão desumaniza suas vítimas e se praticar esse crime muito tempo, tende a se tornar violento.
Então, o que esperar de ladrões condenados a morte? A mesma insensibilidade que tiveram com suas vítimas, e é isso o que ocorreu na crucificação. Os ladrões, meio que desumanizavam a Jesus, insultando-o em meio àquelas terríveis dores.
Lendo o Evangelho de Lucas isso não fica visível. Temos a impressão de que havia um ladrão bom e um ladrão mau e que Jesus salvou o ladrão bom, por isso é necessário ler os quatro evangelhos para entendermos melhor a vida, morte e ressurreição de Jesus.
Em Marcos 15, verso 32, lemos:
Mc 15.32b 32b[...] Também os que com ele foram crucificados o injuriavam.
Não havia um “ladrão bom”; os dois eram pessoas de caráter ruim e durante a crucificação ofendiam Jesus.
Mas algo aconteceu e um deles não somente parou de ofender Jesus como repreendeu seu colega, alertando-o a temer a Deus. Mas o que será que gerou tamanha mudança?
41E nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o que os nossos feitos mereciam; mas este nenhum mal fez.
Arrependimento é a resposta! E arrependimento genuíno sempre tem duas faces: reconhecer sua própria culpa e reconhecer a santidade de Deus. Este ladrão fez as duas coisas.
Ele reconhece que merece a punição de morte e que Cristo é santo. É muito possível que ele conhecesse Jesus, se não pessoalmente, ao menos se interessava pelas histórias acerca dele, pois sabia de seu comportamento perfeito diante dos homens. E não somente isso...
42E disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino.
O ladrão conhecia a pregação de Jesus acerca do Reino de Deus e o reconhecia como o Messias prometido, pois esse Reino era de Jesus (o TEU Reino).
43E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso.
Jesus responde dando uma garantia de salvação com alívio imediato. Veja que Jesus não usou a palavra “salvação”, que em grego pode ser usada para cura do corpo e da alma. Jesus disse que o ladrão arrependido iria para o paraíso com ele.
Paraíso é a ideia de um jardim de descanso e delícias. Algo como era o Éden.
Este texto é um dos que são usados para demonstrar que aqueles que são salvos em Cristo e morrem vão direto para a presença de Jesus em um local prazeroso.
Alguns pensam que os mortos ficam em estado inconsciente, ou dormindo, por causa de textos bíblicos que se referem aos mortos como pessoas que estão dormindo[1] ou que estão de alguma maneira inativas. Essa é a chamada Doutrina do Sono da Alma e é endossada por grupos religiosos como os Adventistas.
Mas se referir aos mortos como pessoas que dormem é apenas uma evidente figura de linguagem, um eufemismo. O mesmo que fazemos quando dizemos que algo é “diferente” quando não queremos dizer que é “feio”.
Jesus promete para o ladrão arrependido não somente alívio de suas dores, mas imediata realidade prazerosa após a morte – e em Sua companhia. Por isso que Paulo não teme em dizer que, para o crente, morrer é “incomparavelmente melhor” que estar vivo.[2]
E o que aprendemos sobre essa passagem? Vemos que, em Cristo, sempre temos motivos para ter esperança na salvação dos nossos queridos. Veremos quais razões temos para tal esperança.
Razões para a esperança na salvação de nossos queridos.

1ª Razão: A salvação é para todos os tipos

A gente tem a tendência de pensar que aquelas pessoas que nos ouvem com mais interesse são as mais fáceis de se converter. Também tendemos a achar que aqueles que aceitam um convite de vir à igreja são aqueles que estão “sedentos” por Cristo.
Esses pequenos sinais de interesse nos animam a investir mais nessas pessoas e muitos se convertem genuinamente desse jeito, mas todos nós sabemos que ouvir a respeito de Jesus não é igual a ser de Jesus e ir à igreja não é igual a ser igreja. Quantos demonstraram interesse, mas nunca se entregaram a Jesus, não é mesmo?
Também é verdade que pessoas muito difíceis e que ninguém imaginava já se renderam a Cristo e se tornaram seguidoras dele, como o apóstolo Paulo, por exemplo.
Nós vimos que haviam dois ladrões crucificados e que os dois eram maus. Os dois eram criminosos e os dois insultaram Jesus. Todavia, Cristo salvou um daqueles que o havia xingado a pouco tempo. Que loucura!
Pensa nas pessoas com quem você se relaciona que não são cristãs e parecem muito resistentes ao Evangelho:
· Um chefe;
· Um colega de trabalho ou escola;
· Um parente ou cônjuge.
Existem pessoas que são realmente difíceis de evangelizar, seja por que não dão abertura ou porque são abertamente inimigas da fé cristã.
Se você tem alguém assim por perto, não se esqueça do exemplo de Jesus na Cruz, que recebeu aquele ladrão, mesmo que fosse no último momento. Cristo, não rejeitou aquele homem que foi condenado por ser mau. Também não o rejeitou por causa das afrontas de pouco tempo atrás. Cristo não fechou os ouvidos para aquele homem, mas o recebeu, porque o Evangelho é assim mesmo: Salva todo tipo de gente, inclusive os que parecem mais difíceis.
E não importa o fato de que o ladrão já conhecia Jesus e, no mínimo, desconfiava que ele era o Messias. Rejeitar a Cristo algumas vezes no passado, não significa que a pessoa vai rejeitar a Cristo sempre. A maioria de nós não se converte na primeira vez que ouve sobre Jesus.

2ª Razão: A salvação é para todo o arrependido

Vimos que o ladrão conhecia a pregação de Jesus e, certamente, isto foi o suficiente para que ele fizesse uma autoanálise e reconhecesse seus próprios pecados.
Nossa pregação do evangelho nunca pode ser menor que isso. Não pregamos o evangelho para que as pessoas deixem de sofrer, ou para que elas possam educar melhor os filhos, ou outro motivo. Essas coisas muitas vezes acompanham o Evangelho, mas não são o Evangelho.
O evangelho é a história de como o ser humano se rebelou contra o Deus bondoso que o criou, como tudo ficou ruim depois disso, mas esse Deus bondoso não desistiu de nós, enviando seu filho para resolver o problema do pecado.
Evangelizar sempre envolve apresentar a realidade do pecado às pessoas para que elas se arrependam.
A boa notícia é que não importa o tamanho dos pecados, Deus SEMPRE perdoa o arrependido! O evangelho é esperança de perdão num mundo cruel e julgador.
Então fale do pecado, demonstre a santidade de Deus e ofereça esperança aqueles que estão à sua volta.
O evangelho é esperança para:
· A grávida solteira que escolheu mau seu par sexual;
· O jovem preguiçoso sem perspectivas de futuro e sentido na vida;
· O viciado em trabalho que deixou os filhos de lado;
· A mulher que causou confusão por causa da língua má;
· O homem agressivo que está sendo processado e merece isso;
· E tantos outros exemplos poderiam ser dados.
O evangelho fala de pecado, mas oferece a oportunidade do perdão.

3ª Razão: A salvação é para todos os problemas

A não ser os matemáticos, ninguém gosta de problemas.
Nós queremos uma vida prazerosa e segura, mas é difícil manter a vida boa por muito tempo. Alguns nunca conseguem estar contentes com suas vidas, devido às muitas lutas, internas e externas.
Mas o evangelho oferece a solução definitiva dos nossos problemas. É verdade que, enquanto estivermos vivos experimentamos sofrimentos, assim como Cristo não tirou o ladrão da cruz, mas isso vai mudar radicalmente em breve, quer com nossa ida a Cristo (através da morte), quer com a vinda de Cristo a nós (na parousia).
Enquanto aguardamos, podemos viver o melhor tipo de vida que é possível aqui:
· Com segurança:
o porque é garantido por Deus (que não mente, não falha);
o por causa da verdade
§ como se relacionar com autoridades
§ como administrar as finanças
§ como criar filhos
§ como lidar com o medo
§ como enfrentar um inimigo
· Dá prazer:
o Aprende a apreciar o que realmente importa;
o Não se escraviza com vícios e maus hábitos;
o Te dá uma família que está nas mesmas lutas
§ Ninguém está sozinho numa cruz

Conclusão

Jesus ofereceu uma salvação completa àqueles que creem nele. Por isso, quando estiver evangelizando, não tema ser rejeitado.
A salvação oferecida por Cristo funciona com as pessoas mais difíceis, oferece perdão a qualquer um que se arrepende e resolve os verdadeiros problemas das pessoas.
[1] Dormir: 1Co 11.30; 15.6; 15.20; 1Ts 4.13-15. Nada saber: Ec 9.5. [2] Fp 1.23
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