IPA | 90 ANOS (9)
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IGREJA PRESBITERIANA DE APIAÍ
PLANEJAMENTO PASTORAL – SERMÕES TEMÁTICOS
SETEMBRO/2024
Rev. Mateus Lages
PROPÓSITO TEMÁTICO: Em 2024 nossa Igreja completa 90 anos de organização. Pensando e orando sobre essa data histórica, bem como, sobre tantos homens e mulheres usados por Deus para escrever essa história, teremos um ano memorável para juntos agradecer. Além disso, à luz do que aprendemos nos últimos anos, reconheceremos que Deus age sempre a partir daqueles que se dispõe. Assim ocorreu em nossa história, pois incontáveis foram as vidas encontradas por Jesus a partir da nossa Igreja. Diante disso, aprenderemos biblicamente sobre como Deus participa da história da nossa vida, mas, especialmente, por sua graça, nos torna participantes da história da redenção, que ele escreveu desde antes da fundação do mundo para Sua glória.
Como fonte criativa, usarei o livro Deus nas histórias da Bíblia, de Philip Graham Ryken, publicado pela nossa Editora em 2022.
Dia 08/09: Santa Ceia - “Deus é com seu povo - como Deus intervém na história: Transgressão e punição (Dt 32.4)
Dia 08/09: Santa Ceia - “Deus é com seu povo - como Deus intervém na história: Transgressão e punição (Dt 32.4)
Introdução/Contexto
Introdução/Contexto
Irmãos, quem de nós confia plenamente no sistema jurídico? Infelizmente, como todas as demais áreas da nossa sociedade, o sistema jurídico muitas vezes se transforma num sistema de injustiça.
Há injustiça na organização sicoal. Os fracos são oprimidos pelos poderosos e mesmo os mais honestos são desprezados. O rico enriquece e o pobre continua vivendo na pobreza. Escravidão, perseguição, terrorismo e genocídio. Mulheres e crianças feridas fisica e mentalmente, enquanto tantos vivem na luxúria. Quando todas essas injustiças são pesadas na balança, revela-se a omissão da humanidade.
A justiça nunca será feita sem Deus. A justiça reque a prestação de um julgamento. O julgamento requer um juiz para recompensar o correto e punir o errado. Assim sendo, se não houver um Juízo Final e nem céu ou inferno, não pode haver justiça. Sem Deus não há justiça.
Ainda assim, todos almejamos a justiça. Avaliamos constantemente as cenas do mundo e frequentemente dizemos: “isso não é justo!” Mas de onde vem esse senso de justiça? Obviamente, vem de Deus. A Bíblia ensina que Deus é o Juiz com J maiúsculo. Em Gênesis 18.25 Abraão se dirige a ele como Juiz de toda a terra. O autor aos Hebreus o chamou de Juiz de todos em Hebreus 12.23. Tiago o define como Legislador e Juiz em Tg 4.12.
Além disso, Deus não é somente Juiz, ele é o justo Juiz conforme Sl 9.8. Desse modo, a justiça é um dos atributos de Deus.
Como temos feito, seguindo a definição encontrada em nosso BCW, pergunta 4. Quem é Deus? Deus é espírito, infinito, eterno e imutável em seu ser, sabedoria, poder, santidade, justiça, bondade e verdade. Aprenderemos hoje sobre a justiça de Deus.
Para isso, precisamos relacionar a justiça de Deus com sua ira. A ira de Deus é o ódio sagrado de Deus pelo pecado. Sendo a ira provavelmente o atributo menos popular de Deus, suspeitamos em nosso coração que a ira não concorda com o amor, por isso, de certa forma, seria equivocada essa informação. Contudo, conforme Salmo 7.11 “Deus é justo juiz, Deus que sente indignação todos os dias.” qualquer compreensão da justiça de Deus que não inclua sua ira é o equívoco, porque essa ira não remete a irritação ou crueldade, mas como define James Packer: “a ação resoluta de Deus ao punir o pecado”.
Mas seria isso uma obra da teologia humana? Cremos que não. A Palavra de Deus deixa essa doutrina evidente. Moisés reconhece essa relação em Êxodo 34.6–7A “O Senhor passou diante de Moisés e proclamou: — O Senhor! O Senhor Deus compassivo e bondoso, tardio em irar-se e grande em misericórdia e fidelidade; que guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa a maldade, a transgressão e o pecado,” este é o trecho que as pessoas dão maior atenção, contudo, veja a conclusão que relaciona o amor de Deus, sua justiça e misericórida com o exercício do seu juízo por meio da sua ira contra o pecado: 7B: “ainda que não inocente o culpado, e visita a iniquidade dos pais nos filhos e nos filhos dos filhos, até a terceira e quarta geração!”
Assim, compreendemos que a ira justa de Deus não é incoerente com sua bondade, até porque, é justo e bom que Deus odeie o pecado. Afinal, como ele poderia ser indiferente ao pecado, uma vez que o pecado afronta sua honra? Por isso, merece sua mais intensa indignação. Se Deus não odiasse o pecado, ele não mereceria nossa adoração, pois seria semelhante a Satanás.
A partir dessa introdução, vamos ao tema: Transgressão e punição (Dt 32.4 )
Como vimos no versículo-chave de hoje, em Deus não há injustiça. Por isso, para que consigamos compreender o tema, lembremos da condição humana a partir de Gn 2-3.
Portanto, não é novidade para nenhum de nós que essa é a primeira história sobre transgressão que remete a justiça de Deus.
Havia somente uma regra que afirmava a autoridade de Deus sobre o jardim: Gênesis 2.17 “mas da árvore do conhecimento do bem e do mal você não deve comer; porque, no dia em que dela comer, você certamente morrerá.” De fato, apenas uma regra, no entanto, veio com a pena de morte.
Infelizmente, Adão e Eva quebraram essa regra. Em resumo, a serpente tentou Eva a comer o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, e ela comeu. Então compartilhou o fruto com dão. Imediatamente, ambos sentiram algo que nunca tinham sentido: vergonha. Gênesis 3.7 “Então os olhos de ambos se abriram; e, percebendo que estavam nus,”. Acompanhados dessa vergonha, sabemos que havia o medo: Gênesis 3.8 “Ao ouvirem a voz do Senhor Deus, … o homem e a sua mulher se esconderam da presença do Senhor Deus,”. Mas o que temiam? A justiça de Deus. Eles foram avisados que o salário do pecado é a morte (Rm 6.23). Agora sabiam, por experiência, o que significava pecar e tinham uma expectativa terrível do julgamento.
Como afirma Philip Ryken: ”Adão e Eva fizeram tudo o que puderam para escapar da justiça de Deus. Tentaram encobrir seu pecado com folhas de figueira; tentaram fugir de Deus e esconder-se entre as árvores do jardim; tentaram transferir a culpa para outra pessoa.
Resumindo, tentaram fazer o que seres humanos sempre procuram fazer com seus pecados: tentamos encobri-los. Executamos nossas ações mais malignas no escuro e lugares secretos para que ninguém jamais descubra. Tentamos fugir de Deus. Preenchemos nossa vida com trabalho, esporte, música, filmes e todos os tipos de outras distrações para não termos de enfrentá-lo. Tentamos transferir a culpa. Afirmamos que somos vítimas ou que aquilo que fizemos não chega a ser tão mau como o que outra pessoa fez."
A sequência do texto revela para nós sobre a punição, que não é o exercício do castigo cruel de Deus ao ser humano inocente, mas a justiça de Deus aplicada em sua ira contra o pecado praticado pelo ser humano culpado de suas escolhas.
Diante disso, pelo texto reconhecemos que as perguntas de Deus faz com que reconheçamos como ele julga conforme seu próprio conhecimento: Gênesis 3.9–13 “E o Senhor Deus chamou o homem e lhe perguntou: — Onde você está? Ele respondeu: — Ouvi a tua voz no jardim, e, porque estava nu, tive medo, e me escondi. Deus perguntou: — Quem lhe disse que você estava nu? Você comeu da árvore da qual ordenei que não comesse? Então o homem disse: — A mulher que me deste para estar comigo, ela me deu da árvore, e eu comi. Então o Senhor Deus disse à mulher: — Que é isso que você fez? A mulher respondeu: — A serpente me enganou, e eu comi.”
Ele processa seu julgamento com base nos fatos. Mas pelo fato de ser onisciente, ele conhece também os motivos por trás das atitudes. Ele não se ilude com os enganos. Portanto, é o único capaz de dar a cada um o que merece. Satanás recebeu o que merecia, mas também Eva e Adão receberam as consequências imediatas dos seus atos.
Especialmente sobre as palavras ditas a Satanás, notamos uma promessa de punição específica que remete a promessa de misericórdia: Romanos 16.20 “E o Deus da paz, em breve, esmagará Satanás debaixo dos pés de vocês.”
Essa é a história da primeira transgressão e punição, e, nela, reconhecemos os atributos de Deus reunidos, porque tal como há uma promessa de encerrar o poder de Satanás, também há uma promessa de punir o pecado com severidade e rigor: Romanos 1.18 “A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e injustiça dos seres humanos”
Agora, como temos visto nos estudos bíblicos às quartas-feiras, para muitos, um dos mistérios da justiça divina é que, muitaz vezes, ela é adiada. Na Escritura, temos alguns relatos do exercício da justiça divina ser aplcada instantaneamente: Esposa de Ló (Gn 19.26), rei Uzias (2Cr 26.19), Ananias e Safira (At 5.1-11), e, Herodes (At 12.21-23).
Em outros casos, a justiça de Deus é tão lenta em chegar que alguém pode indagar se ela ainda chegará. Noé pregou 120 anos antes do dilúvio. Os egípcios oprimiram o povo por mais de 400 anos, e Deus esperou séculos antes de enviar seu povo rebelde para o exílio da Babilônia. Então, o que é confuso com relação à justiça de Deus, talvez mais do que qualquer coisa, é por que ela demora tanto vir. Isso é efetivamente parte do problema do mal no mundo. Contudo, cremos como Agostinho que disse: “as formas de julgamento de Deus, às vezes, são secretas, mas nunca injustas”.
Ou seja, Deus age justamente de diversas formas. As vezes, espera o arrependimento humano (1Pe 3.9); outras, pode estar acumulando ira para o dia do juízo (Rm 2.5). Contudo, não duvidamos que Deus está sempre agindo com justiça. Caso contrário, o momento ápice da nossa salvação deve ser rejeitado por nós, pois por meio da crucificação injusta, Deus concretizou realmente sua justiça. Então, caso fosse possível para Deus relaxar sua justiça, certamente ele teria feito. Mas o pecado não pode permanecer impune. Deus não pode absolver os ímpios. Ele não pode. Para sermos salvos, alguém teve de pagar o preço justo pelo pecado.
CONCLUSÃO/APLICAÇÃO
Concluindo, seguimos firmando nossa fé no tema deste ano: Deus é com seu povo. Deus intervém na nossa história porque ele a escreveu, conhece e quer que desfrutemos dela da melhor forma.
Para hoje, aprendemos que a cruz de Cristo é a prova da justiça de Deus. Na cruz, a justiça foi finalmente executada. Neste sentido, a morte de Cristo foi uma grande injustiça, a maior que o mundo já conheceu. Jesus era o perfeito filho de Deus. Ele nunca cometeu pecado. Assim sendo, ele foi condenado por um crime que não comenteu. Na verdade, foi condenado por um crime que não poderia cometer, a saber, a blasfêmia. Foi acusado de alegar ser o único Filho de Deus. Mas claro que ele era o único Filho de Deus. Logo, ele foi crucificado por ser exatemente quem ele é, o Filho de Deus e Salvador do mundo.
Mas Jesus Cristo não é apenas o Salvador do mundo, ele também é o Justo Juiz. Essa é exatamente a razão pela qual se torna necessário ir até ele pela fé e pedir-lhe perdão pelos nossos pecados. Caso contrário, teremos de pagar pelos nossos próprios pecados pessoalmente.
Então, como será seu encontro com Cristo no porvir? Será como alguém que encontra o Juiz prestes a punir pelos pecados cometidos ou será como alguém que encontra o Salvador prestes a absolver de toda condenação?
SANTA CEIA (1Co 11.23-29)
SANTA CEIA (1Co 11.23-29)
Hino 193 - Aspiração do céu
ORAÇÃO FINAL E BÊNÇÃO