Mt 26.47-56 A prisão do Rei

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IGREJA PRESBITERIANA DE APIAÍ
PLANEJAMENTO PASTORAL – SERMÕES EXPOSITIVOS
SETEMBRO/2024
Rev. Mateus Lages
Tema: Como Deus se tornou Rei!
Dia 08/09: Mt 26.47-56 A prisão do Rei
Deus fala: Saudação - João 14.1-3
Nós falamos: Oração inicial
Nós cantamos: Hino 145 - Refúgio verdadeiro
INTERCESSÃO POR MISSIONÁRIOS E SEUS CAMPOS, IGREJA, OFICIAIS, MEMBRESIA E CONGREGAÇÕES
Deus fala: Gênesis 4.6-7
Nós falamos: Oração de confissão
Nós cantamos: Hino 221 - Um vaso de bênção
LOUVOR
Rei desta nação
⁠Grande é o Senhor
⁠Oh quão lindo esse nome é
Tema: Como Deus se tornou Rei
Mt 26.47-56 A prisão do Rei
INTRODUÇÃO/CONTEXTO
Irmãos, o capítulo 26 deste livro constroi todo relato da paixão de Cristo, a partir da predição de sua morte por crucificação, celebração da última Páscoa, anúncio da traição, que nos remeteu a percepção de que tal como a décima praga ceifou os primogênitos dos inimigos de Deus para salvação do seu povo, agora, Jesus Cristo, o primogênito Filho de Deus, será morto para preservação do povo de Deus.
Também vimos até aqui que Jesus é o servo sofredor, no sentido de receber a consequência do pecado humano contra si completamente, de modo que o resultado disso seja a salvação para o povo representado por ele. Essa salvação dá novo significado para a Páscoa, fazendo com que a celebração da Santa Ceia se torne a Páscoa cristã. Então, seguindo com a revelação de detalhes dos dias finais de Jesus, Mateus relata os alertas de Jesus quanto ao escândalo, a ressurreição, a negação e as aflições, trecho da semana passada, para, agora, revelar como foi a prisão do Rei: Mateus 26.45–46 “Então voltou para os discípulos e lhes disse: — Vocês ainda estão dormindo e descansando! Eis que é chegada a hora, e o Filho do Homem está sendo entregue nas mãos de pecadores. Levantem-se, vamos embora! Eis que o traidor se aproxima.”
Vamos ao texto: Mt 26.47-56 A prisão do Rei
Traído por um beijo (47-50)
O personagem principal neste início de relato sobre a prisão passa de Jesus para Judas, que em Mateus 10.4 é anunciado como um dos 12 discípulos, bem como o traidor: “Judas Iscariotes, que foi quem o traiu.” Depois disso, Mateus volta a citar Judas para relatar a disposição do seu coração em trair Jesus ao entregá-lo aos sacerdotes em 26.14-16, depois no diálogo com Jesus em 26.24-25 e posteriormente sobre seu suicídio em 27.3-10.
Ele chega acompanhado de homens armados e grande multidão que pode ter sido enviada propositalmente pelos líderes religiosos daqueles dias. Além destes, alguns soldados romanos poderiam ter acompanhado os soldados do templo, o pode ter feito com que Pilatos soubesse sobre esta trama. É o que explica o motivo do sonho da esposa de Pilatos com Jesus (27.19).
Segundo Mateus, Judas havia combinado com aquele grupo um sinal para que soubessem quem deveria ser preso: um beijo. A necessidade de apontar a pessoa certa é especialmente importante não só porque estava escuro, mas também porque em uma época como a daqueles dias, o rosto das pessoas, mesmo que “famosas” não era tão conhecido como seu nome. Hoje, em que tudo é fotografado, lembramos do rosto da pessoa e esquecemos seu nome, mas naqueles dias era o contrário.
Por isso, para identificar Jesus, Judas escolheu o beijo. Ao chegar no Getsêmani, fez uma saudação comum e respeitosa, como uma fala automaticamente macânica e o beijou.
Como já comentei na semana passada, este beijo não é um gesto estranho naquela sociedade. É possível entendermos como o ósculo, no sentido de ser o modo comum em que os homens se cumprimentavam. Por isso, Jesus se dirige a ele como “amigo”, que não denota hipocrisia da parte dele, pois conforme avaliação gramatical, a expressão é sincera, contudo, não ingênua. O que demonstra isso é a pergunta de Jesus à Judas: o que o traz?
Claro, irmãos, que Jesus não está maquiando as coisas. Ele sabe o que Judas fez, mas está neste exato momento, responsabilizando Judas pelo que desejou fazer. É como se ele perguntasse: “você quer mesmo prosseguir com isso?” E antes dessa pergunta, Jesus o chama de amigo. Irmãos, isso me deixa muito impressionado. A traição não acaba com a amizade, para Jesus, que reforça em sua pergunta, que é possível uma reaproximação se Judas abrir mão do desejo de entregá-lo. Mas o que permaneceu nisso tudo foi o pecado.
Pense bem, irmão e irmã, quantas vezes na última semana Jesus não questinou sua consciência ao perguntar a você: “É assim mesmo que você deseja proceder?”; “É assim que você deseja tratar das coisas?”.
Neste caso, Judas foi até o fim tal como Jesus também irá até o fim, mas eu e você não precisamos ir até o fim em nossa escolha pelo pecado. Podemos parar agora de transgredir a lei, de trair o Cristo, de beijá-lo aos domingos e traí-los nos demais dias da semana. Jesus nos pergunta hoje: é assim mesmo que você quer proceder? Qual será sua resposta? Negue seu pecado! Abrace a Cristo sem traí-lo.
Submisso como um cordeiro (51-54)
Neste meio que se parece com um intervalo entre as cenas do beijo e da fala de Jesus direcionada às multidões, o que devemos levar em consideração é o fato de que todo esforço físico violento em defesa de Cristo é desprezado por Cristo. Toda violência em defesa de Cristo é totalmente injustificada.
Irmãos, são muitas as religiões mundiais que usam da violência para encarceiram seus adeptos em suas doutrinas, mas o cristianismo não. Todas as vezes que vemos ou ouvimos alguém afrontar nossa fé ou nosso Senhor, o que nos cabe é embainhar nossa espada, ou seja, fazermos a diferença neste mundo imerso em maldade.
Considerem, irmãos, como são incontáveis os grupos e famílias que saem de um país em que sua religião é seguida pela maioria dos habitantes e iniciam uma nova vida em uma nação em que são minoria, têm muitos motivos para se sentirem inseguros. São alvo de ameaças, preconceito e humilhações. E isso causa marcas profundas.
Mas quando alguém puxou a espada no Getsêmani, no escuro, achando que era sua obrigação conferida por Deus defender Jesus, ele lhe disse para não fazer isso: Mateus 26.52 “ pois todos os que lançam mão da espada à espada perecerão.” Ou seja, não cause males pela violência para que você não seja alvo de males violentos.
Quem disse isso estava prestes a enfrentar uma longa noite de insultos, tortura, zombaria, cusparadas, maldição e vergonha, e ainda assim, a não ser por algumas poucas palavras brandas, permaneceu todo o tempo em silêncio.
Irmãos, por Cristo não se luta armado, mas submisso. Não se luta violentamente, mas pacificamente. Nem se luta contra pessoas fisicamenta, mas contra hostes demoníacas espiritualmente.
E o texto não quer ensinar nada além disso. Portanto, creio que pelo órfão e a viúva, pelos fetos, crianças e mulheres alvos de abusos e tantos que são alvos de preconceitos e desprezo, cabe a nós lutar. Lutar bravamente, mas novamente, não violentamente.
Reconhecido como um salteador (55-56)
Jesus se sujeitou, mas não sem acusar a consciência dos seus oponentes por meio de um questionamento pertinente: todos os dias daquela semana esteve com eles, em Jerusalém e cidades vizinhas, inclusive no templo, porém as autoridades não o prenderam. Por que então, agora, eles o buscam como se fosse um rebelde fugitivo?
Qual será o uso de espadas e porretes contra alguém não violento? Aquela multidão que foi prender foi repreendida por Jesus por tratá-lo como um bandido armado escoltado por soldados. Acontece, que pelas obras que realizava, muito mais poderosas que o fio de uma espada, talvez, tenha feito com que imaginassem que corriam riscos contra ele e precisavam se previnir.
Mas, antes que esbocem alguma reação, Mateus registra uma explicação feita pelo próprio Cristo: Mateus 26.56 “Tudo isto, porém, aconteceu para se cumprir as Escrituras dos profetas. Então todos os discípulos o deixaram e fugiram.” Irmãos, os profetas e outros escritores bíblicos falara da forma como o plano redentor de Deus para Israel passaria por uma tenebrosa noite de sofrimento e até mesmo de morte antes de irromper no glorioso novo dia do reino de Deus. Jesus viveu toda a sua vida em obediência consciente para que a história tivesse mais um capítulo terrível e, então, um final glorioso.
Como fez desde o início do seu livro, Mateus está colocando diante dos seus leitores o tema do cumprimento bíblico. Porém, ele não inventou essas história. Jesus disse o que disse e fez o que fez porque desde o início anunciou que este é o plano eterno do Deus Pai para redenção do seu povo. É a estranha imagem de um pastor que sofre por seu rebanho, de alguém que bebe até a última gota de um cálice mortal, de um servo que morre em lugar de outros e do Filho do Homem que será exaltado depois do seu sofrimento.
Por fim, como ele havia anunciado: Zacarias 13.7 “Fira o pastor, e as ovelhas ficarão dispersas.” Todos o abandonaram.
CONCLUSÃO/APLICAÇÃO
Concluindo, aprendemos hoje sobre a prisão do Rei 1) traído por um beijo; 2) submisso como um cordeiro, e, 3) reconhecido como salteador. Isso nos ensina sobre a oferta de Jesus.
Estamos prestes a celebrar a Santa Ceia e não podemos sair desse lugar sem considerar profundamente a oferta de Jesus por nós. Ele sofreu e morreu absolutamente só para nossa salvação decretada por Deus, porque se assim não fosse essa multidão nada poderia fazer contra o Rei dos reis. Por isso, é significativamente importante notar que Jesus permite ser preso, amarrado e levado, com a finalidade de nos reconciliar com Deus.
SANTA CEIA (1Co 11.23-26)
Hino 268 - Redenção
João 10.11 “— Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas.” João 10.15 “assim como o Pai me conhece, e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas.” João 16.33 “para que em mim vocês tenham paz. No mundo, vocês passam por aflições; mas tenham coragem: eu venci o mundo.” Isaías 53.10 “Todavia, ao Senhor agradou esmagá-lo, fazendo-o sofrer. Quando ele der a sua alma como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade e prolongará os seus dias; e a vontade do Senhor prosperará nas suas mãos.”
ORAÇÃO FINAL E BÊNÇÃO
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