A JUSTA CONDENAÇÃO DOS JUDEUS INCRÉDULOS

A JUSTIÇA DE DEUS EM CRISTO JESUS  •  Sermon  •  Submitted   •  Presented
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A JUSTA CONDENAÇÃO DOS JUDEUS INCRÉDULOS

Introdução: História fictícia: Em uma pequena cidade, havia um judeu chamado Samuel, ele estava convencido de que a sua descendência de Abraão, a estrita observância da Lei e a circuncisão o garantiam a salvação. Todos os dias, ele orava com fervor, convencido de que suas obras o colocavam em uma posição especial diante de Deus. Certa vez, encontrou um cristão chamado David, que falava sobre a graça e a redenção através da fé em Jesus. David, com amor e paciência, confrontou Samuel: “Ninguém pode cumprir a Lei perfeitamente, e todos merecem a condenação por seus pecados, independentemente de sua herança. Somente pela graça de Deus podemos ser salvos.” Samuel ficou perplexo. Como poderia Deus, que o escolheu como seu povo, ser tão cruel a ponto de condená-lo? Ele ponderou sobre suas tradições e todos os sacrifícios que fez. “Se eu sou descendente de Abraão e sigo a Lei, como posso estar em perigo?” Depois disso, Samuel endureceu seu coração e começou a pensar consigo mesmo: “Se for assim como Davi disse, então, Deus seria injusto por condenar o seu povo.”
Esse tipo de pensamento passou pela cabeça de muitos judeus da época de Paulo e, provavelmente, passa pela de muitos hoje. Mas, Deus não é injusto por condenar os judeus.
Lição: Deus É Justo Ao Condenar Os Judeus Incrédulos.
Texto: Romanos 3.1-8.
Paulo está deixando bem claro que a condenação será pelas obras de cada um (Rm 2.6). Os judeus têm a vantagem e o privilégio de terem a aliança, as promessas, a circuncisão, a lei, etc., mas eles são transgressores (Rm 2.21-24). Eles não conseguem cumprir a lei, e sem o cumprimento da lei não há salvação (Rm 2.13). Deus julgará tanto o judeu com a lei como o gentil sem a lei (Rm 2.12). Os judeus, que possuíam a palavra escrita de Deus, perderam a oportunidade de ser salvos pela justiça de Deus apontada pela Escritura. Ao contrário, preferiram seguir o seu entendimento nulo de justiça própria (Rm 10.3).
Como Paulo já mostrou no 1.16-17, e mostrará detalhadamente a partir do 3.21, a salvação não é por obras da lei, nem por descendência de Abraão, nem por circuncisão, mas exclusivamente pela fé (Rm 3.27-31). Resumindo, Deus condenará os judeus pecadores (injustos), que têm a lei e são incrédulos, junto com os gentios pecadores (injustos), que não têm a lei e são incrédulos; por outro lado, salvará os judeus pecadores arrependidos (justos), que têm a lei, mas creem no Evangelho, junto com os gentios pecadores arrependidos (justos), que não têm a lei, mas creem no Evangelho. Diante disso, fica claro que Deus é justo ao condenar os judeus incrédulos.
Paulo, após o que foi exposto no 2.1-29, vê a possibilidade de alguém questionar seu ensino, e então, no 3.1-8, levanta perguntas com os possíveis questionamentos de um opositor. Pode ser que Paulo e os cristãos da sua época tenham passado por vários questionamentos dos judeus incrédulos. Tendo isso em mente, Paulo já prevê essas questões, quando os irmãos de Roma lerem a carta, e já procura respondê-las. Paulo, então, destaca alguns pontos referentes aos judeus.
O privilégio dos judeus (1-2).
Duas questões de um “possível” opositor (v. 1).
A resposta de Paulo: “Muita, sob todos os aspectos.” (v. 2a).
Os judeus foram privilegiados com as palavras de Deus (v. 2b).
Paulo responde que eles têm vantagem e benefício, e são muitos, em todos os sentidos. O principal deles é os oráculos de Deus. (Mas, Paulo registra, no 9.4-5, outros). Não é que os judeus não tenham vantagem e benefício, têm sim. A questão é que essa vantagem e benefício não os salvam.
oráculos” (lógion): oráculo, dito. Esses oráculos são as palavras reveladas de Deus.
Nesta revelação está a lei (Torá), os mandamentos (Êx 20.1-17), as promessas (de Abraão, de Noé, de Davi, etc.), as bênçãos (Dt 28.1-17) e maldições (Dt 28.15-68).
foram confiados” (pisteúō): crer; porém, o sentido aqui é de ter sido confiado algo aos seus cuidados (1Co 9.17 “...a responsabilidade de despenseiro que me está confiada”; Gl 2.7 “...o evangelho da incircuncisão me fora confiado...”; Tt 1.3 “...a pregação que me foi confiada por mandato de Deus, nosso Salvador”).
Israel teve o privilégio que nenhuma outra nação teve (Dt 4.7-8; Sl 103.7; 147.19-20). Contudo, os judeus não receberam isso com fé. Eles foram privilegiados por Deus, mas não aproveitaram este privilégio.
A infidelidade dos judeus (3-4).
A infidelidade dos judeus não invalida a fidelidade de Deus.
Agora, Paulo levanta uma questão: “E daí? Se alguns não creram[?]” (O que adianta ter as palavras de Deus e ser infiel?) (v. 3a).
Diante da infidelidade dos judeus, Deus não deixará de ser fiel (v. 3b). E a resposta é enfática: “De maneira nenhuma!” Deus continua firme em suas palavras (promessas).
A infidelidade dos judeus não torna Deus errado em seu juízo.
Paulo enfatiza a verdade do versículo 3 dizendo: “Seja Deus verdadeiro, e mentiroso, todo homem” (v. 4b). Verdadeiro é paralelo a fidelidade; e mentiroso com infidelidade.
Ao dizer que Deus é verdadeiro (Jo 3.33; 7.28; 8.26), Paulo está afirmando que Ele cumpre as suas promessas e julga perfeitamente. Quando diz que todo homem é mentiroso, ele está afirmando a realidade de todo homem a luz das Escrituras (Sl 116.11).
Paulo comprova a fidelidade citando o Salmo 51.4 (v. 4c). (A questão dos judeus foi não ter respondido como Davi com reconhecimento do pecado, arrependimento e fé). Para Paulo, Deus é fiel em cumprir as bênçãos para os que creem e as maldições para os que são incrédulos. Ou seja, Deus é fiel para salvar, conforme as suas promessas, os que respondem com fé a Sua justiça e também para condenar, segundo as suas palavras, os que não respondem com fé a Sua justiça.
Independente da resposta do judeu as palavras de Deus, seja com ou sem fé, Deus não deixará de ser fiel, conforme as suas palavras (AT) condenará os incrédulos e salvará os crentes.
A injustiça dos judeus (5-6).
A injustiça dos judeus não torna Deus injusto (v. 5).
Paulo rapidamente desconsidera isso com um “não”, enfático (v. 6.a). Para ele, esse argumento não deve nem ser levado em conta, do contrário, “como julgará Deus o mundo?” (v. 6b).
Deus é justo em todos os seus atos. Veja o que Berkhof diz sobre a justiça de Deus:
Sumário de Doutrina Cristã 2.6. A Justiça de Deus

A justiça de Deus é aquele atributo divino pelo qual ele se mantém santo diante de qualquer violação de sua santidade. Em virtude disto, Deus mantém seu governo moral no mundo e impõe ao homem uma lei justa, recompensando a obediência e castigando a desobediência (Sl 99.4; Is 33.22; Rm 1.32). A justiça de Deus que se manifesta em dar recompensas recebe o título justiça remunerativa; a que se revela ao executar seu castigo se chama justiça retributiva. A primeira é uma expressão de seu amor; e, a segunda, de sua ira.

Deus não é injusto, de maneira nenhuma! O problema foi que os judeus procuraram estabelecer sua própria justiça, e não se submeteram (creram) a justiça de Deus, em Jesus Cristo (Rm 10.1-4). Veja o comentário de Calvino sobre essa passagem:
Dia a Dia com Calvino: Devocional Diário 12 De Setembro: A Verdadeira Religião e a Justiça

Veja como os judeus se afastaram devido o zelo irrefletido! Procuravam estabelecer uma justiça própria, e essa confiança insensata procedia de sua ignorância com relação à justiça de Deus. Note o contraste entre a justiça de Deus e a das pessoas. Elas são opostas entre si, como coisas inteiramente contrárias. Segue que a justiça de Deus é subvertida assim que as pessoas estabelecem a sua própria. E novamente, a justiça de Deus é, sem dúvida, dom de Deus; e da mesma forma, a justiça do povo é aquela que eles derivam de si mesmos, ou creem que colocam diante de Deus. Aqueles que buscam ser justificados por si mesmos não se submetem à justiça de Deus, pois o primeiro passo em direção à obtenção da justiça de Deus é renunciar à nossa própria justiça. Paulo penosamente desonra o orgulho do qual os hipócritas se inflam quando encobrem a justiça com a máscara oca de zelo, pois tais pessoas orgulhosas são adversas à justiça de Deus e contra ela se rebelam.

A justiça de Deus exige o castigo dos pecadores.

Deus não é apenas supremamente misericordioso, mas também é supremamente justo. E conforme Ele mesmo revelou em Sua Palavra, a Sua justiça exige que os nossos pecados, cometidos contra a Sua infinita majestade, sejam castigados não apenas nessa era, mas também na era porvir, tanto no corpo quanto na alma. Não podemos escapar desse castigo se a justiça de Deus não for satisfeita.

Deus é justo (Gn 18.25) e nenhum pecador incrédulo poderá dizer no Dia do juízo que Ele é injusto: “Quando Deus repetidamente convida os pecadores a que se acheguem à fé, e quando eles repetidamente recusam seu convite, a justiça de Deus ao condená-los é percebida muito mais claramente. Paulo adverte que aqueles que persistem na incredulidade estão simplesmente acumulando mais ira para si mesmos: ‘Segundo a tua dureza e coração impenitente, acumulas contra ti mesmo ira para o dia da ira e da revelação do justo juízo de Deus’ (Rm 2.5). No dia do juízo ‘toda boca’ será ‘calada’ (Rm 3.19) e ninguém será capaz de objetar que Deus seja injusto” (Teologia Sistemática de Wayne Grudem: 556).
E mais: “As Escrituras afirmam de modo claro que Deus será inteiramente justo e ninguém será capaz de reclamar contra ele naquele dia. Deus é ‘aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo as obras de cada um’ (1Pe 1.17), e para ele ‘não há acepção de pessoas’ (Rm 2.11; compare Cl 3.25). Por essa razão, no último dia ‘toda boca’ se calará e todo o mundo será ‘culpável perante Deus’ (Rm 3.19), sem que ninguém seja capaz de reclamar que Deus o tratou de maneira injusta. De fato, uma das grandes bênçãos do juízo final será o fato de que os santos e os anjos verão a justiça de Deus absolutamente pura demonstrada em milhões de vidas, e isso será fonte de louvor a ele por toda a eternidade” (Teologia Sistemática de Wayne Grudem: 980).
O único meio de satisfazer a justiça de Deus é a fé em Jesus Cristo. É por isso que essa justiça se encontra no Evangelho (Rm 1.17) e foi testemunha pela lei e pelos profetas, ou seja, por todo AT (Rm 3.21).
Os judeus não prestaram a atenção para Quem os profetas e a lei estavam apontando - Jesus Cristo (Rm 3.21; 10.4). Ter os privilégios de Deus não produzia a justiça de Deus, ao contrário, esses privilégios eram para levá-los à fé na justiça de Deus (Cristo), o que não aconteceu (Rm 9.30-33; 10.16; Hb 4.2). Ou seja, eles continuavam injustos e Deus perfeitamente justo.
A dureza dos judeus (7-8).
Os judeus foram duros (rejeitaram) a justiça de Deus que é pela fé.
A dureza deles fica visível pelas suas perguntas (v. 7).
Paulo rejeita esse absurdo citando as palavras caluniosas de muitos contra os cristãos (v. 8a). Ele não responde com um “não”, pois a ilógica da pergunta é evidente por si mesma.
No capítulo 6, Paulo rejeita esse tipo de pensamento entre os cristãos (v. 1-2, 15).
É tão tola a pergunta, que Paulo responde: “A condenação destes é justa” (v. 8b).
A dureza do coração dos judeus ao Evangelho levou-os a rejeitarem a justiça de Deus em Cristo pela fé e a cultivarem na mente o absurdo.
Contextualizando:
Irmãos, quantos e quantos crentes estão enganados como esses judeus? Pensando que a salvação é por suas próprias obras. Procurando estabelecer a sua própria justiça ao invés da justiça de Deus em Cristo. Esses ainda não entenderam que a salvação é somente pela fé em Cristo.
Verdades para serem guardadas:
Deus sempre será fiel.
Deus julgará o mundo com justiça.
Deus sempre estará correto no seu julgar e o homem sempre errado no seu falar.
Exortações:
Não confie em tradições, nem em suas obras, nem em sua justiça própria, mas confie apenas no sacrifício de Cristo pelos seus pecados.
Não se esconda na religiosidade, Deus não poupará o falso crente, antes, viva a nova vida que lhe foi concedida pela fé em Cristo.
Não endureça o seu coração para a verdade de Deus.
Não pense que fugirá da condenação por sua bondade, caridade, tranquilidade, paciência, etc.
Conclusão: Irmãos, Deus não é injusto ao condenar os judeus incrédulos. Deus não é injusto por condenar todos incrédulos. Deus é justo. Um Dia, irmãos, Deus julgará todos os pecados, e quem não teve os seus pecados pagos por Cristo na cruz terá que pagá-los eternamente no inferno.
Minha tradução literal: 1 Que portanto vantagem do judeu? Ou que benefício circuncisão? 2 Muitas em todos os modos. Em primeiro lugar, de fato porque foram confiadas as palavras de Deus. 3 Que porque se foram descrentes alguns? Não a infidelidade a fidelidade de Deus invalidará. 4 Que nunca aconteça! é e Deus verdadeiro, mas todo homem mentiroso, como está escrito: a fim de que todas as vezes esteja correto em suas palavras e serás vitorioso em seu julgar. 5 E se a injustiça nossa Deus a justiça mostra, o que diremos? Não injustiça Deus aplicar a ira? Como homem falo. 6 Que nunca aconteça! Por que como julgará Deus o mundo? E se a verdade de Deus em minha mentira fez crescer a glória dele, por que ainda e eu pecador sou julgado? 8 E não como assim somos blasfemados e como assim dizem todos nós falar que fizessemos o mau, para que viesse o bom? Dos tais o julgamento justo é.
Minha tradução interpretativa: 1 Portanto, qual é a vantagem do judeu? Ou qual é o benefício da circuncisão? 2 Muitas, em vários modos. Uma delas é que a eles foram confiadas as palavras de Deus. 3 Qual a importância disso, se alguns deles foram incrédulos? A infidelidade deles não invalidará a justiça de Deus. 4 De modo nenhum! E seja Deus verdadeiro e todo homem mentiroso, como está escrito: para que sempre estejas correto em tuas palavras e serás vitorioso em teu julgar. 5 Mas, se a nossa injustiça mostra a justiça de Deus, o que diremos? Não seria injustiça de Deus aplicar a sua ira? (Falo como homem). 6 De modo nenhum! Por que como Deus julgaria o mundo? 7 E se a minha mentira fez a verdade de Deus crescer para a glória dele, e então, por que eu ainda sou julgado como pecador? 8 E por que não falar, como somos caluniados por alguns relatando que dizemos: “Façamos o mal para que venha o bem”? O julgamento de Deus é justo sobre os tais.
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