MUNDANISMO – Parte II – Pág. 164 – 168

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Precisamos entender que o mundanismo é muito mais do que uma lista de atividades proibidas ou conveniências do mundo moderno. Dois textos nos ajudarão a entender o conceito de mundanismo. Trata-se de I João 2:15,16 e I Coríntios 7:31
# I João 2:15,16
O apóstolo nos exorta a não amar o mundo, descrevendo, então, as coisas do mundo como os (pecaminosos) desejos da carne e dos olhos, e o orgulho dos bens.
As três expressões parecem indicar que João tem em mente desejos e atitudes que vemos hoje claramente como sendo pecado.
# I Coríntios 7:31
No entanto, como estamos considerando o que chamo de pecados mais aceitáveis ou sutis, esse texto que nos levará a entender os aspectos “aceitáveis” do mundanismo.
A advertência é que, embora usemos legalmente as coisas do mundo, devemos tomar cuidado para que não se tornem importantes demais para nós. Com base nesse texto defino mundanismo como estar apegado às coisas, monopolizando ou preocupado com o que é passageiro neste mundo.
# Colossenses 3:2
O que transforma em mundanismo as coisas que não são necessariamente pecado é o valor exagerado que lhes damos. As “coisas de cima” devem ter muito mais valor para nós – ou seja, coisas espirituais como Bíblia, oração, evangelho, obediência a Deus, cumprimento da Grande Comissão e, acima de tudo, o próprio Deus.
O mundo ímpio certamente não se concentra nas coisas de Deus. Até mesmo os nossos conhecidos mais gentis e honestos estão de olho apenas nesta vida. Pela própria natureza deles, não conseguem se voltar para as coisas que são de cima.
Apesar disso, o estilo de vida dessas pessoas não é muito diferente do nosso, se é que há diferença. Eles varrem a calçada, pagam seus impostos e evitam pecados escabrosos da mesma forma que evitamos. É por isso que conviver com eles torna o mundanismo aceitável a nós.
Podemos aprofundar nosso entendimento de mundanismo com esta afirmação secundária: mundanismo significa aceitar os valores, as regras morais e as práticas da sociedade simpática, mas descrente, sem discernir se esses valores, regras e práticas são bíblicos. Mundanismo nada mais é do que aceitar o costume da sociedade desde que ele não seja um pecado óbvio.
Vou limitar nossa discussão a três áreas que, penso eu, se tornaram pecados aceitáveis aos nossos olhos: dinheiro, imoralidade e idolatria.
20.2. IMORALIDADE.
Quero deixar bem claro que não iremos considerar nem adultério nem pornografia como atos imorais. Essas atitudes são obviamente inaceitáveis e estão fora do escopo deste livro, que trata de pecados que toleramos.
20.2.1. Em que sentido toleramos a imoralidade? Fazemos isso por meio de algo que um amigo denomina imoralidade vicária.
Sentimos o prazer íntimo ao ler sobre a imoralidade de pessoas cuja conduta sexual imprópria é descrita em jornais e revistas? Se esse for o caso, estamos envolvidos em imoralidade vicária.
Gostamos de expiar tabloides, revistas, sites (alguns ditos gospel) acerca das peripécias sexuais de pessoas famosas claramente imorais? Se esse for o caso, estamos envolvidos em imoralidade vicária.
Se vamos ao cinema ou ligamos a televisão sabendo que iremos assistir a cenas de sexo explícito, ou se lemos romances em que tais cenas são descritas em detalhes, estamos envolvidos em imoralidade vicária.
20.2.2. Existe ainda o aspecto das roupas indecentes. Dentro desse assunto, há duas áreas nas quais podemos nos tornar mundanos.
Mulheres cristãs, de acordo como I Timóteo 2:9, devem vestir-se com modéstia e descrição. Tanto as mais jovens quanto as mais velhas. Não se pode seguir o padrão da moda da sociedade descrente que nos cerca. É triste dizer que seguir esse padrão mundano é ser mundana no aspecto da vestimenta.
Como homens, o problema é que reagimos com olhares cobiçosos à vestimenta indecente. Para pecarmos, nem precisamos imaginar cenas de imoralidade. Somente o olhar demorado e apreciativo no que as mulheres expõem ou acentuam com suas roupas justinhas já é pecado. O que aprendi é que um único olhar demorado nunca satisfaz; só abre o apetite. Assim, não espiche os olhos sobre aquilo que você nem deveria estar vendo. Provérbios 27:20
Minha segunda estratégia de defesa é Romanos 6:21. Pergunto-me que benefícios recebo por me entregar a um olhar cobiçoso. A resposta é: nada mais que os prazeres fugazes do pecado, seguidos de sentimentos de vergonha e arrependimento. Homens, assumamos o compromisso de tratar desse aspecto do mundanismo em nossa vida.
20.3. IDOLATRIA.
Claro que não adotamos ídolos de madeira, metal e pedras. Nosso problema, como dizem, são os “ídolos do coração”. Nesse sentido, ídolo é qualquer coisa que valorizamos tanto que acaba drenando nossa energia emocional e mental, ou nossos recursos e tempo. Pode também ser qualquer coisa que fique acima do nosso relacionamento com Deus ou com a família.
20.3.1. O trabalho ou a profissão podem tornar-se um ídolo. A pessoa fica tão obcecada em progredir, ou chegar ao topo, que tanto Deus quanto a família acabam em segundo plano.
Se nosso objetivo é agradar a Deus, em vez de escalar a montanha do mundo corporativo ou ser o profissional mais extraordinário em nosso campo de trabalho, então venceremos a tentação de transformar nossa profissão em ídolo. II Coríntios 5:9
20.3.2. Uma outra área de idolatria tem a ver com assuntos políticos e sociais. Embora eu acredite na importância de os cristãos serem bem informados e, até certo ponto, envolvidos nessas questões, precisamos ser cuidadosos para não transformar nosso partido político ou nossas preocupações sociais em ídolos.
Bebês nascituros precisam ser protegidos, e o padrão bíblico de casamento tem de ser preservado. Todavia, acima de tudo, seres humanos precisam ser resgatados do poder de Satanás e levados ao reino de Deus por meio de Jesus Cristo. Se perdermos de vista o chamado principal da igreja, corremos o risco de transformar nossas atividades políticas e sociais em ídolos.
20.3.3. Uma terceira área da idolatria moderna é a paixão consumidora de muitos pelos esportes.
Na minha experiência, Deus me convenceu da idolatria, e agora vivo me lembrando de que futebol é apenas um jogo e, não importa que time vença, não acho que Deus seja glorificado. Aliás, a vitória só acende o nosso orgulho.
CONCLUSÃO:
Como, então, lidaremos com nossa inclinação ao mundanismo? Simples:
Estreitando nosso relacionamento com ele e vendo todos os aspectos da vida através das lentes de sua glória. Precisamos ter um amor mais profundo por Deus, amor que expulse de nossos corações a afeição que temos pelas coisas desse mundo.
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