16- O caminho da verdadeira grandeza - Mc 9.30-41
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· 5 viewsCristo exorta os discípulos sobre quem quer ser maior, se coloque como menos.
Notes
Transcript
Tema: O Caminho da Verdadeira Grandeza
Mc 9.30-41
CONTEXTO
Contexto Imediato e literal.
o que vem antes: Nos versículos anteriores, o evangelho apresenta um grande contraste: a transfiguração, que revela a glória do Senhor, seguida pela incredulidade dos discípulos e dos escribas. Ao mesmo tempo, vemos um pai desesperado, buscando ajuda para seu filho possuído por um demônio.
o que vem depois: Marcos 9:42-50 fala sobre a seriedade de não ser motivo de tropeço para os outros, especialmente os mais fracos na fé. Jesus adverte que seria melhor sofrer uma severa punição do que levar alguém ao pecado. Ele também ensina a importância de cortar qualquer coisa que nos leve a pecar, usando metáforas como cortar a mão ou arrancar o olho, para evitar a perdição eterna. O trecho conclui falando sobre o papel purificador do "sal", simbolizando o sacrifício e a pureza, e encoraja os discípulos a viverem em paz uns com os outros.
Contexto histórico e cultural
Contextualizar o texto: Jesus está a caminho de Jerusalém com seus discípulos e, novamente, fala sobre sua morte e ressurreição. Eles, porém, discutem sobre quem seria o maior entre eles.
Mostrar como este texto revela a diferença entre a perspectiva humana de grandeza e a de Deus.
ESTRUTURA
1. O Anúncio da Paixão de Cristo (v. 30-32)
A espiritualidade de Jesus é marcada pela obediência ao Pai ( Lc 9.44,51,53).
A obediência absoluta e espontânea à vontade do Pai foi a marca distintiva da vida de Jesus. A cruz não era uma surpresa, mas uma agenda. Ele não morreu como mártir, ele se entregou. Ele foi para a cruz porque o Pai o entregou por amor (Jo 3.16; Rm 5.8; 8.32).
A conversa de Moisés e Elias com Jesus foi sobre sua partida para Jerusalém. A expressão usada foi êxodos. O êxodo foi a libertação do povo de Israel do cativeiro egípcio. Com o seu êxodo, Jesus nos libertou do cativeiro do pecado. Sua morte nos trouxe libertação e vida. Logo que desceu do monte, Jesus demonstrou com resoluta firmeza que estava indo para a cruz ( Lc 9.53).
Ele chorou (Lucas 19.41 “Quando ia chegando, vendo a cidade, chorou”
suou sangue (Lucas 22.39–46 “E, saindo, foi, como de costume, para o monte das Oliveiras; e os discípulos o acompanharam. Chegando ao lugar escolhido, Jesus lhes disse: Orai, para que não entreis em tentação. Ele, por sua vez, se afastou, cerca de um tiro de pedra, e, de joelhos, orava, dizendo: Pai, se queres, passa de mim este cálice; contudo, não se faça a minha vontade, e sim a tua. [Então, lhe apareceu um anjo do céu que o confortava. E, estando em agonia, orava mais intensamente. E aconteceu que o seu suor se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra.] Levantando-se da oração, foi ter com os discípulos, e os achou dormindo de tristeza, e disse-lhes: Por que estais dormindo? Levantai-vos e orai, para que não entreis em tentação.”
para fazer a vontade do Pai. Ele veio para isso (João 17.4 “Eu te glorifiquei na terra, consumando a obra que me confiaste para fazer;”
e ao morrer na cruz, declarou isso triunfantemente (João 19.30 “Quando, pois, Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado! E, inclinando a cabeça, rendeu o espírito.”
A verdadeira espiritualidade implica obediência (Mt 7.22,Mateus 7.23 “Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade.”
Jesus anucia pela segunda vez sua morte e ressurreição.
Aplicação: A mensagem da cruz é central para o cristianismo. Jesus nos mostra que o caminho para a glória passa pelo sofrimento e pela entrega.
Os discípulos não compreendem e têm medo de perguntar. Muitas vezes, também temos dificuldade de entender os caminhos de Deus.
2. A Disputa Sobre Quem É o Maior (v. 33-34)
Os discípulos discutem entre si quem é o maior dentre eles. Eles estão querendo a preeminência. Eles pensam em projeção, grandeza e especial distinção. A ambição deles é a projeção do eu e não do outro.
A ambição e o desejo de preeminência dos discípulos soavam mal, sobretudo diante do que Jesus acabara de falar a eles, a respeito de seu sofrimento e morte. O Rei da glória, o Senhor dos senhores, criador do universo dava claro sinal de seu esvaziamento e humilhação, a ponto de entregar voluntariamente sua vida a favor dos pecadores, enquanto os discípulos cheios de vaidade e soberba discutem sobre qual deles era o maior.
Em relação à ambição, a Escritura adverte: A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda (Pv 16.18).
Nabucodonosor (Daniel 4.30–33 “falou o rei e disse: Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com o meu grandioso poder e para glória da minha majestade? Falava ainda o rei quando desceu uma voz do céu: A ti se diz, ó rei Nabucodonosor: Já passou de ti o reino. Serás expulso de entre os homens, e a tua morada será com os animais do campo; e far-te-ão comer ervas como os bois, e passar-se-ão sete tempos por cima de ti, até que aprendas que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens e o dá a quem quer. No mesmo instante, se cumpriu a palavra sobre Nabucodonosor; e foi expulso de entre os homens e passou a comer erva como os bois, o seu corpo foi molhado do orvalho do céu, até que lhe cresceram os cabelos como as penas da águia, e as suas unhas, como as das aves.”
e de Herodes Agripa (Atos dos Apóstolos 12.21–23 “Em dia designado, Herodes, vestido de trajo real, assentado no trono, dirigiu-lhes a palavra; e o povo clamava: É voz de um deus, e não de homem! No mesmo instante, um anjo do Senhor o feriu, por ele não haver dado glória a Deus; e, comido de vermes, expirou.”
A Bíblia diz que aquele que se exalta será humilhado, mas o que se humilha será exaltado.
Enquanto Jesus fala de entrega e sacrifício, os discípulos discutem sobre quem será o maior.
Aplicação: A natureza humana tende a buscar status e reconhecimento, mesmo em contextos espirituais. Precisamos estar atentos para não cair nesse erro dentro da igreja e em nossa vida cristã.
3. O Ensino Sobre a Verdadeira Grandeza (v. 35-37)
Jesus redefine o conceito de grandeza: "Quem quiser ser o primeiro, será o último e servo de todos."
O único estandarte de grandeza erguido por Cristo é a bandeira da humildade. Jesus é categórico: Se alguém quer ser o primeiro, será o último e servo de todos (9.35). A ideia de grandeza para o mundo é exercer poder sobre os outros; a ideia de grandeza no Reino de Deus é servir aos outros. A ambição do mundo é receber honra e atenção, mas o desejo do cristão deve ser dar em vez de receber, servir aos outros em vez de ser servido. Em outras palavras, a pessoa que se esforça em servir aos outros é aquela que é a maior aos olhos de Cristo.
Naquele tempo, as crianças não recebiam atenção dos adultos. Não havia o estatuto da criança e elas eram despercebidas pelos adultos. Jesus, entretanto, valoriza as crianças e diz que quem receber uma criança, a menor pessoa, a menos importante no conceito da sociedade, recebe a ele e quem o recebe, recebe o Pai que o enviou.
Ser grande no Reino de Deus é cuidar daqueles que são os menos valorizados, daqueles que são os mais carentes e mais necessitados. Jesus nos encoraja a demonstrar amor, atenção e cuidado aos mais fracos que creem nele. Jesus ensina essa lição de forma comovente, pois toma uma criança em seus braços e diz aos seus discípulos: Qualquer que receber uma criança, tal como esta, em meu nome, a mim me recebe; e qualquer que a mim me receber não recebe a mim, mas ao que me enviou (9.37).
A ambição humana não vê outro sinal de grandeza senão coroas, status, riquezas e elevada posição na sociedade. Porém, o Filho de Deus declara que o caminho para a grandeza e o reconhecimento divino é devotar-se ao cuidado dos mais novos e fracos da família de Deus.
Ele usa uma criança como exemplo, mostrando que a verdadeira grandeza está na simplicidade, humildade e no serviço ao próximo.
Aplicação: Grandeza, no Reino de Deus, não é medida pela posição, mas pela disposição em servir. Como temos vivido isso em nossas vidas e ministérios?
4. O Cuidado com os Pequenos e o Reconhecimento do Trabalho no Reino (v. 38-41)
A linha de pensamento central ainda é a falta de entendimento dos discípulos. Eles sobem com Jesus para Jerusalém;Ele pronto a sofrer, eles cheios de ilusões. Seu Senhor e o caminho dele não orientam a atitude deles. Dessa vez, isso se mostra na estreiteza deles, na pretensão de serem os únicos representantes de Jesus.
João proíbe um homem que expulsava demônios em nome de Cristo, pelo simples fato de não fazer parte do grupo apostólico, de não estar lutando alinhado com eles. Na teologia de João, somente o grupo deles estava com a verdade; os outros eram excluídos e desprezados. João pensava que apenas os discípulos tinham o monopólio do poder de Jesus.
O homem estava fazendo uma coisa boa, expulsando demônios; da maneira certa, em nome de Jesus; com resultado positivo, socorrendo uma pessoa necessitada. Contudo, mesmo assim, João o proíbe. De igual forma, muitos segmentos religiosos têm a pretensão de serem os únicos que servem a Deus. Pensam e chegam ao disparate de pregarem com altivez como se fossem os únicos seguidores fiéis de Jesus e batem no peito com arrogância, como se fossem os únicos salvos.
Jesus repreende os discípulos e acentua que quem não é contra ele, é por ele. A lição que Jesus ensina é clara: não podemos ter a pretensão de julgar os outros nem de considerar-nos os únicos seguidores de Cristo, pelo fato de essas pessoas não estarem em nossa companhia. A intolerância e o exclusivismo estreito são o que Jesus está corrigindo aqui.
Jesus ensina que o trabalho no Reino de Deus não é restrito a um grupo. O importante é que seja feito em seu nome e para a sua glória.
Aplicação: Devemos evitar o espírito de exclusividade e divisão no Corpo de Cristo. Deus usa pessoas de diferentes formas e devemos reconhecer isso.
GRANDE IDEIA
Jesus ensina aos discípulos sobre a importância da humildade, servindo aos outros com amor, e destaca que até mesmo pequenas ações em Seu nome não ficarão sem recompensa.
RESPOSTA DESEJADA
Trabalhe para o Senhor e Ele irá o recompensa.
TEÓLOGIA BÍBLICA
Marcos 10.45 “Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.”
Mateus 23.11 “Mas o maior dentre vós será vosso servo.”
Mateus 15.11–18 “não é o que entra pela boca o que contamina o homem, mas o que sai da boca, isto, sim, contamina o homem. Então, aproximando-se dele os discípulos, disseram: Sabes que os fariseus, ouvindo a tua palavra, se escandalizaram? Ele, porém, respondeu: Toda planta que meu Pai celestial não plantou será arrancada. Deixai-os; são cegos, guias de cegos. Ora, se um cego guiar outro cego, cairão ambos no barranco. Então, lhe disse Pedro: Explica-nos a parábola. Jesus, porém, disse: Também vós não entendeis ainda? Não compreendeis que tudo o que entra pela boca desce para o ventre e, depois, é lançado em lugar escuso? Mas o que sai da boca vem do coração, e é isso que contamina o homem.”
APLICAÇÃO
O chamado de Jesus é para o serviço humilde. Somos desafiados a abrir mão do orgulho e da busca por reconhecimento para servir como Ele serviu.
Precisamos buscar grandeza aos olhos de Deus, que se manifesta no cuidado com os "pequenos" e na humildade em reconhecer que todos têm um papel no Reino.
Desafio:
Como podemos, hoje, aplicar este ensino de serviço e humildade em nossa vida? Como podemos reconhecer e honrar o serviço dos outros em vez de buscarmos nossa própria glória?