O antigo caminho e os desvios: a virtude de permanecer na verdade

O que é Teologia e para que isso serve?  •  Sermon  •  Submitted   •  Presented
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Primeira pergunta: O que são os credos e as confissões?
Leitura: 2Pe 2.1-3
Segundo o Dicionário de Ética Cristã:
TRADIÇÃO. O termo “tradição” vem do grego paradosis, que significa “uma entrega”, oral ou escrita.
O conceito implica (1) um depósito entregue em mãos e (2) depositários ou pessoas que detêm o depósito e são comissionadas a preservá-lo e transmiti-lo aos devidos sucessores.
A tradição é o ensinamento passado de uma geração a outra.
Parece que Paulo usou o termo tradição de duas maneiras: (1) tradição como o ensino cristão primitivo (1Co 15.1–4), incluindo sua “instrução” para as igrejas em Corinto (1Co 11.2) e Tessalônica (2Ts 2.15; 3.15); e (2) as tradições dos homens, em contraste com a tradição revelada por Deus (Cl 2.8).
Léxico Hebraico, Aramaico e Grego de Strong (3862 παραδοσις paradosis)
3862 παραδοσις paradosis
de 3860; TDNT - 2:172,166; n f
1) entrega, dádiva
1a) ato de entregar
1b) rendição de cidades
2) dádiva que é entregue pela palavra falada ou escrita, i.e., tradição pela instrução, narrativa, preceito, etc.
2a) objetivamente, aquilo que é proferido, a substância de um ensino
2b) do corpo de preceitos, esp. rituais, que na opinião dos judeus tardios foram oralmente proferidos por Moisés e oralmente transmitidos em íntegra sucessão para gerações subseqüentes. Esses preceitos, que tanto ilustravam como expandiam a lei escrita, deviam ser obedecidos com igual reverência
O pensamento católico romano expande o termo “tradição” para abranger o sentido de verdades reveladas além das Escrituras canônicas.
A Reforma foi, em sua essência, uma revolta, não contra a autoridade do “depósito”, mas contra a classe depositária existente na Europa ocidental, ocasionada pela corrupção e extorsão do papa e de sua hierarquia.
Os reformadores restauraram a Bíblia como tradição cristã autoritária.
Na cristandade contemporânea, há uma clara linha de distinção entre evangélicos e não evangélicos em relação à autoridade da “tradição revelada”.
Os evangélicos têm compromisso com “a fé uma vez entregue aos santos”, conforme revelada na autoridade das Sagradas Escrituras.

Por que é importante pensar a esse respeito?

O abandono da tradição (dádiva que é entregue pela palavra falada ou escrita, i.e., tradição pela instrução, narrativa, preceito, etc. - ver acima) já era uma prática presente quando os apóstolos ainda estavam no meio da igreja.
Os crentes de Corinto assumiam que mulheres podiam liderar o culto - 1Co 14.34-35
Em Tessalônica, havia um ensino de que Jesus já havia voltado - 2Ts 2.1-3
Alguns interpretavam as palavras de Jesus a João como se ele afirmasse que João não fosse passar pela morte - Jo 21.23-24
Paulo e João precisaram escrever para corrigir os irmãos da igreja em diversos aspectos de desvios doutrinários: Gl 2.11-21; 1Jo 2.21-22
Isso nos ajuda a concluir que há um centro doutrinário na fé cristã que está bem fixado na história da igreja e que deve ser conhecido e defendido do erro.
Sempre houve e sempre haverá aqueles que querem nos desviar dos sagrados ensinos: 1Co 5.9-13; 2Jo 1.7-10

A importância da heresia para a prática da ortodoxia

É evidente que nenhuma heresia é bem-vinda, mas cada controvérsia doutrinária contribui para o fortalecimento da defesa da fé.

Atividade em grupo:

Divida a turma em 3 grupos e dê a cada um uma dessas heresias para resolver:
No início do século III, um presbítero chamado Sabélio começou a ensinar que o Pai, o Filho e o Espírito Santo eram apenas manifestações diferentes da mesma pessoa divina, negando a doutrina da Trindade (Mt 3.16-17; Jo 15.26; At 7.56; 10.38).
O capítulo 2 da Confissão de fé de Westminster nos ajuda a responder a essa heresia.
2. Em meados do século 4º, outro presbítero, de nome Ário, passou a ensinar que o Filho era a primeira e mais poderosa criatura de Deus, negando a divindade de Jesus (Jo 1.1,14,18; Cl 2.8-9).
O capítulo 8.2 da Confissão de fé de Westminster nos ajuda a responder a essa heresia.
3. No início do século V, um monge chamado Pelágio dizia que a Queda afetou apenas Adão, e todos nascemos em plenas condições de fazer tanto o bem quanto o mal, negando o pecado original e a salvação pela graça (Rm 15.12; 1Co 15.21-22; Ef 2.4-5,9).
O capítulo 6 da Confissão de fé de Westminster nos ajuda a responder a essa heresia.
Assim, nós podemos compreender a importância dos credos.
Fonte: Revista Palavra Viva n82 / 3 tri 2020, Ed. Cultura Cristã.
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