Por que eu estou vivo? João 11

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Intro

Esse capitulo descreve um milagre que não foi relatado em nenhum outro evangelho, no que se refere à solenidade, à grandeza e à simplicidade, jamais foi escrito algo semelhante como essa passagem: a ressurreição de Lázaro.
Em nenhum outro texto das Escrituras, podemos encontrar prova tão convincente do poder divino de nosso Senhor.
Em seu caráter divino, ele fez a própria morte libertar seu inquilino; não encontramos outra ilustração tão marcante da capacidade de nosso Senhor simpatizar com seu povo.
Em sua natureza humana, ele pôde sentir-se entristecido por causa de nossas enfermidades. Esse milagre marcou o fim do ministério terreno de Cristo; a vitória em Betânia ocorreu pouco antes de sua crucificação no Calvário.

A doença também atinge os verdadeiros cristãos que são amados por Jesus? (Jo 11:1-6)

1. Esses versículos nos ensinam que os verdadeiros discípulos podem ficar doentes, assim como as outras pessoas.

Somos informados de que Lázaro era alguém que Jesus amava e irmão de duas conhecidas mulheres piedosas. Todavia, ele ficou doente, até à morte! O Senhor Jesus, que tinha poder sobre todas as enfermidades, poderia ter impedido essa doença, se considerasse conveniente. Mas ele permitiu Lázaro ficar doente, em dores e fadiga, debilitado e em sofrimento, assim como qualquer outra pessoa.
Essa lição tem de ser gravada profundamente em nossas mentes. Vivendo em um mundo repleto de enfermidades e morte, certamente precisaremos dessa lição algum dia.
A enfermidade, conforme a natureza das coisas, é apenas um instrumento de prova para nossa carne e nosso sangue.
Nosso corpo e nossa alma encontram-se intrinsecamente ligados um ao outro, e aquilo que abate nosso corpo e o deixa enfraquecido pode fazer com que nossa mente e nossa alma fiquem perplexas.
Entretanto, a doença, devemos sempre recordar, não é um sinal de que Deus esteja insatisfeito conosco e, em geral, é enviada para o bem de nossas almas.
A enfermidade tende a afastar nossas afeições das coisas deste mundo e dirigi-las às coisas do alto.
Ela nos impulsiona a ler a Bíblia e nos ensina a orar melhor, ajudando-nos a testar a fé e a paciência, bem como mostrando-nos o genuíno valor de nossa esperança em Cristo.
A doença nos recorda que não viveremos para sempre neste mundo; molda e treina nosso coração para nossa grande transformação.
Portanto, sejamos pacientes e satisfeitos quando ficarmos abatidos por causa de enfermidades. Creiamos que o Senhor Jesus nos ama tanto na saúde como na doença.

2. Em segundo lugar, esses versículos nos ensinam que o Senhor Jesus é o melhor amigo dos crentes nos tempos de necessidade.

Observe que quando Lázaro adoeceu, suas irmãs enviaram um recado a Jesus, apresentando-lhe o assunto. Simples, bela e tocante foi a mensagem que elas enviaram.
Elas Não pediram que ele viesse imediatamente, ou realizasse um milagre, ou ordenasse que a doença se retirasse de Lázaro.
Apenas disseram: v3 “Senhor, está enfermo aquele a quem amas” e deixaram o assunto ali, na plena confiança de que ele faria o melhor.
A verdadeira fé e a autêntica humildade dos santos consistem nisso! Essa foi uma graciosa submissão da vontade!
ex:
Assim como Jó, quando ficou doente, nossa primeira atitude deve ser a de nos ajoelhar e adorar a Deus.
Assim como Ezequias, temos de derramar nossas lágrimas diante do Senhor.
E, à semelhança das irmãs de Lázaro, precisamos apresentar nossa súplica ao Senhor Jesus. Na inquietação e na ansiedade de nossos sentimentos, nunca esqueçamos que ninguém pode ajudar-nos de maneira semelhante àquele que é misericordioso, amável e gracioso.

3. Em terceiro lugar, esses versículos nos ensinam que Cristo ama todos os verdadeiros crentes.

Somos informados de que “amava Jesus a Marta, e a sua irmã, e a Lázaro”. Aparentemente, esses três irmãos tinham temperamentos diferentes.
Certa passagem dos evangelhos nos diz que Marta estava inquieta e se preocupava com muitas coisas, enquanto Maria assentara-se aos pés de Jesus e lhe ouvia os ensinos.
A Bíblia não apresenta uma característica peculiar de Lázaro. Entretanto, todos eram amados por nosso Senhor; pertenciam à família de Deus, e ele os amava.
Não podemos esquecer que existe variedade em nossos temperamentos, e que a graça não coloca os crentes em um único molde. Admitindo plenamente que os fundamentos do caráter cristão são os mesmos sempre e que todos os filhos de Deus se arrependeram e creram, tornaram-se santos e amam a oração e as Escrituras, temos de reconhecer a ampla variedade de seus temperamentos e maneiras de pensar
Não podemos menosprezar os outros porque não demonstram ter um caráter semelhante ao nosso.
ex: - As flores de um jardim são muito diferentes, mas o jardineiro se interessa por todas elas.
- As crianças de uma família podem demonstrar muita diferença umas das outras; no entanto, os pais se preocupam com todas.
O mesmo acontece na Igreja de Cristo. Existem graus e variedade no crescimento da graça, mas, sem dúvida, até os mais fracos e insignificantes discípulos são amados por ele. Por isso, nenhum crente deve sentir-se desanimado por causa de suas enfermidades;

4. Por último, esses versículos nos ensinam que Cristo sabe qual é a melhor ocasião para fazer o bem ao seu povo.

O texto bíblico v6 nos diz que Jesus, ao saber “que Lázaro estava doente, ainda se demorou dois dias no lugar onde estava” .
Na verdade, ele, propositalmente, retardou sua viagem e chegou a Betânia somente depois de Lázaro estar no sepulcro havia quatro dias.
Sem dúvida, o Senhor Jesus sabia muito bem o que aconteceria, mas não viajou até chegar a ocasião que ele julgou conveniente. Em benefício de sua Igreja e do mundo, de seus bons amigos e de seus inimigos, Jesus demorou a ir para Betânia.
Aplicação: Com frequência, os filhos de Deus precisam treinar suas mentes para aprender essa grande lição. Nada nos ajuda tanto a suportar as provações da vida quanto a firme convicção da perfeita sabedoria que conduz todos os acontecimentos ao nosso redor. Esforcemo-nos para crer não somente que todos esses acontecimentos são bem realizados, mas também que ocorrem da melhor maneira possível, através do melhor instrumento e na melhor ocasião.

Mistura de graça e fraqueza nos crentes. (morto, decomposto, atado no sepulcro Vs. 17,39,44)(Ressucitado por Cristo Vs.43,44)

1. Em primeiro lugar, aprendemos que existe uma estranha mistura de graça e fraqueza no coração dos verdadeiros crentes.
Vemos ilustrado na linguagem utilizada por Marta e Maria. Essas duas mulheres crentes demonstraram ter fé suficiente para dizer: “Senhor, se estiveras aqui, não teria morrido meu irmão”. Mas nenhuma delas pareceu recordar que a morte de Lázaro não dependera da ausência de Cristo e que nosso Senhor, se julgasse conveniente, poderia ter impedido aquela morte, servindo-se apenas de uma palavra, sem viajar até Betânia.
Gravemos em nossas mentes o fato de que os santos na terra não são anjos perfeitos, mas, sim, pecadores convertidos. Sem dúvida, são pecadores renovados, transformados, santificados, mas ainda são pecadores e o serão até o dia de sua morte. Assim como Marta e Maria, a fé dos verdadeiros cristãos frequentemente está mesclada com incredulidade, e sua graça, cercada por bastante deficiência. Feliz é o filho de Deus que entende essas coisas e aprendeu a julgar corretamente tanto a si mesmo como os outros. Na verdade, é raro encontrarmos um crente que não precise orar: “Senhor, eu creio. Ajuda-me em minha incredulidade”.

Um homem liberto se torna uma testemunha viva

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